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APOSTILA

DE

HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO PIAUÍ

Por: Daniel Sampaio1

1
-Graduado
em História pela Universidade Federal do Piauí e
Pedagogia pela FAEL, especialista em Docência do Ensino
Superior pelo Instituto de educação superior São Judas Tadeu
-Aprovado no concurso público da Secretaria de Educação do
Estado do Ceará (SEDUC) – 2018.
Caro concurseiro, você acaba de adquirir um material de excelência e
qualidade sobre a História e a Geografia do nosso Estado! Reunimos de
forma suscinta e objetiva, porém completa, um material que ajudará você
a entender melhor a História do Piauí, assim como a sua Geografia. Nessa
apostila você encontrará um resumo completo desde as teorias sobre a
ocupação do Piauí até os principais aspectos geográficos do Estado
piauiense e algumas questões gabaritadas sobre temas pertinentes que
caíram nos últimos concursos que cobraram a disciplina. Desejo a você,
concurseiro, ótimos estudos e sucesso!
Introdução

Piauí é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Localiza-se no


noroeste da Região Nordeste. Limita-se com cinco estados: Ceará e
Pernambuco a leste, Bahia a sul e sudeste, Tocantins a sudoeste e Maranhão a
oeste. Delimitado pelo Oceano Atlântico ao norte, o Piauí tem o menor litoral do
Brasil, com 66 km. Sua área é de 251 577,738 km², sendo pouco maior que o
Reino Unido, e tem uma população de 3 264 531 habitantes.

A capital e cidade mais populosa do estado é Teresina. Está dividido em


6 regiões intermediárias e 19 regiões imediatas, divididos em 224 municípios.
Os municípios com população superior a oitenta mil habitantes são Teresina,
Parnaíba e Picos. Tem um relevo moderado e a regularidade da topografia é
superior a 53% inferiores aos 300m. Parnaíba, Poti, Canindé, Piauí e São
Nicolau são os rios mais importantes e todos eles pertencem à bacia do rio
Parnaíba. Possui clima tropical e semiárido. “Tropical típico”: verões chuvosos e
invernos secos.

As principais atividades econômicas do estado são a indústria (química,


têxtil, de bebidas), a agricultura (algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca, soja)
e a pecuária. A região do Piauí começou a ser povoada pelos colonizadores
europeus e, sobretudo portugueses, no século XVII, desde o interior, na época
em que os vaqueiros, que vieram principalmente da Bahia, têm chegado à
procura de pastos. Em 1718, o território, até então pertencente à Bahia, passou
a fazer parte do Maranhão. Em 1811, o príncipe Dom João, cinco anos antes de
ser coroado rei de Portugal (1816), elevou o Piauí à categoria de capitania
independente.

Depois que o Brasil se tornou independente, em 1822, as tropas com


fidelidade a Portugal ocuparam a cidade de Parnaíba; as adesões foram
recebidas pelo grupo, mas os brasileiros acabaram por derrotar os portugueses
em 1823. Certos anos após a batalha, por movimentos revoltosos, como a
Confederação do Equador e a Balaiada, o Piauí também foi atingido. Em 1852,
o governo provincial transferiu a capital de Oeiras para Teresina, desde então o
estado começou a crescer economicamente. Desde a Proclamação da
República no Brasil, foi apresentado pelo estado que o terreno político se tornou
tranquilo, mas foi muito difícil que o Piauí se desenvolvesse social e
economicamente.

A cidade de Floriano recebeu, a partir de 1889 um influxo migratório da


Síria que durou mais de cem anos, de modo que essa etnia se faz assaz
presente naquela cidade.

Em 1880, em troca do município de Crateús, a então Província do Ceará


cedeu ao Piauí a cidade de Luís Correa, possibilitando ao estado a tão almejada
saída para o mar.

Etimologia

O topônimo "Piauí" vem da língua tupi, na qual significa "rio das piabas".
Também existe a teoria que a palavra Piauí significa "terra dos piagas", ou seja,
terra de pajés e povos indígenas.

Pré-História

No Piauí, há vestígios da presença do homem que datam de até 50.000


anos. Estes estão presentes no Parque Nacional da Serra da Capivara, na Serra
das Confusões e em Sete Cidades. O Parque Nacional da Serra da Capivara é,
sem dúvida, o mais importante. Lá, foram encontradas a cerâmica mais velha da
América, um bloco de tinta de 10 000 anos, fósseis humanos e animais, pinturas
rupestres e outros artefatos antigos. Os achados estão no Museu do Homem
Americano.

A Serra da Capivara (1979) foi descoberta por caçadores nas


proximidades da cidade-sede: São Raimundo Nonato, os quais, sem saber de
que se tratavam as pinturas rupestres, chamaram o prefeito que, surpreso, tirou
fotos. Seis anos depois, em uma conferência em São Paulo, o mesmo prefeito,
por coincidência, encontrou Niède Guidon e mostrou as fotos à pesquisadora.
Esta tanto se interessou, que a levou a se mudar para a Serra, onde ainda reside,
fazendo pesquisas.

O "homem de Pedra Furada" viveu há cerca de 40 mil atrás (paleoíndio,


paleoamericanos e paleoameríndios são termos utilizados para designar os
primeiros povos que entraram e, posteriormente, habitaram o continente
americano durante os últimos episódios glaciais do período Pleistoceno tardio.)
na região onde hoje é o Piauí, e lá caçava e acendia fogueiras.

Economia do Piauí antes da Independência

Antes da independência do Piauí de Portugal, a sua economia se baseava


na criação de gado, no cultivo do algodão, que era considerado o melhor do
Brasil, na cana-de-açúcar, no fumo, entre outros. A Capitania do Piauí foi criada
em 1718, com o nome de São José do Piauí, desmembrando-se da Capitania do
Maranhão, sendo uma capitania do Estado do Maranhão. Em 28 de fevereiro de
1821 torna-se uma província, que viria a ser o atual estado de Piauí com
a Proclamação da República em 1889.

Com a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, algumas


províncias continuaram como colônias portuguesas, dentre elas, o Piauí. Com
medo de perder a província do Piauí, a coroa portuguesa mandou a Oeiras, que
era a capital da província, o brigadeiro João José da Cunha Fidié, que
comandava uma tropa militar, a fim de manter o Piauí como colônia portuguesa.
Em 19 de outubro de 1822, a Câmara Provincial de Parnaíba declarou a
independência de Parnaíba. Para conter os revoltosos, Fidié e sua tropa militar
foram a Parnaíba, onde ficaram por quase dois meses e depois voltaram a
Oeiras.

Na volta para a capital, ao passar por Piracuruca, viram que a cidade


estava deserta. Isso serviu de sinal para o que aconteceu mais adiante: em
Campo Maior, nas proximidades do Riacho do Jenipapo, houve um confronto
entre portugueses e piauienses, no qual os portugueses possuíam armas
avançadas, munição e alimento garantido, enquanto os piauienses tinham
apenas equipamentos rudimentares (enxadas, foices e facões).

Essa batalha foi chamada de Batalha do Jenipapo, batalha de cunho


popular. Com o fim desta, os piauienses que sobreviveram roubaram toda a
munição e alimento dos portugueses que, desesperados, foram para União e, de
lá para Caxias, no Maranhão, onde foram presos por Manuel de Sousa Martins.
Fidié ficou preso em Oeiras por três meses. De lá, foi mandado ao Rio de Janeiro
e, depois, a Lisboa.

Colonização

No começo do século XVII, fazendeiros da região do rio São Francisco


procuravam expandir suas criações de gado. Os vaqueiros, vindos
principalmente da Bahia, chegaram procurando pastos e passaram a ocupar as
terras ao lado do rio Gurgueia, formando as primeiras fazendas e
posteriormente estas fazendas, se transformariam em vilas, e estas vilas se
transformariam em cidades. Em 1718, o território, até então sob a jurisdição
da Bahia, passou para a do Maranhão. O capitão Domingos Afonso Mafrense,
ou capitão Domingos Sertão, como era conhecido, foi um dos sesmeiros que
ocuparam essas terras; possuía trinta fazendas de gado e foi o mais alto
colonizador (Mafrense) da região, doando suas fazendas — após sua morte —
aos padres jesuítas da Companhia de Jesus.

Embora percorridas já no século XVI por viajantes e aventureiros, as


terras piauienses tornaram-se efetivamente ocupadas somente por volta de
1660 (séc. XVII). Neste período, bandeirantes paulistas vide Domingos Jorge
Velho adentraram estas terras com o intuito de aprisionar índios (bandeiras de
apresamento), enquanto fazendeiros baianos guerreavam com os nativos na
tentativa de ampliar seus domínios fundiários. Ou seja, a penetração do gado
pelos sertões nem sempre ocorreu pacificamente. Na Bahia, um grande levante
de índios obrigou o governo-geral a pedir ajuda aos bandeirantes paulistas.
Estes sertanistas de contrato, acostumados ao apresamento do índio, depois
transformaram-se em fazendeiros de gado, como foi o caso de Domingos Jorge
Velho.

Os contatos entre o sertão e o litoral tornaram-se esporádicos, ocorrendo


apenas em determinadas épocas do ano, por ocasião das feiras de gado. As
feiras reuniam criadores e comerciantes e deram origem a núcleos de
povoamento, como Feira de Santana, na Bahia, Pastos Bons, no Maranhão, e
Vila da Mocha, atual Oeiras, no Piauí.
A cidade de Oeiras tem seu surgimento motivado pela criação bovina. Em
meados do século XVII, a criação de gado é empurrada pela Coroa
Portuguesa para o interior, com o intuito de deixar as terras próximas ao litoral
livres para o plantio da cana-de-açúcar, atividade mais lucrativa da Colônia à
época. Com isso, a Coroa portuguesa doa terras no interior do nordeste para a
povoação e criação bovina, em regime de sesmarias.

Sendo assim, dezenas de desbravadores se adentraram pelas terras do


interior nordestino, em busca de terras apropriadas para criar gado. Um desses
é Domingos Afonso Mafrense ou Sertão e seu irmão Julião Serra, que são os
responsáveis pela colonização das terras onde hoje se localiza o município de
Oeiras e a fundação da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória.

Domingos tornou-se proprietário de muitas fazendas de gado no sul do


Piauí, dentre elas merece destaque a Fazenda Cabrobó, no vale do Riacho
Mocha, possivelmente fundada na década de 1670, que deu origem ao núcleo
populacional da Vila da Mocha (hoje Oeiras), primeira capital do Piauí.

Em 1697, dois padres jesuítas, sendo o principal deles Miguel Carvalho,


construíram uma pequena capela de taipa e palha, no lugar onde se
desenvolveria a Vila da Mocha.

Em 1711, Domingos morreu, sem deixar herdeiros, e destinou seus bens


para a Companhia de Jesus (jesuítas), sendo que a Fazenda Cabrobó seria a
mais importante dentre as fazendas administradas pelos jesuítas em terras
legadas por Domingos.

Com o crescimento da população, há a necessidade da instalação de


igrejas no território. Sendo assim, o bispo de Pernambuco autoriza a criação de
uma freguesia com o nome de Nossa Senhora das Vitórias em uma região
localizada entre o riacho Mocha e o rio Canindé.

A evolução da fazenda é grande e, em 1712, a Mocha se torna vila (séc.


XVIII), por ordem do rei D. João V. Em 1718, o Piauí é desmembrado da capitania
do Maranhão e se torna independente (a capitania só foi instaurada mesmo em
1758). A ordem do rei é para que se instale a capital na Vila da Mocha.
Os indígenas no Piauí Colonial

Quando os colonizadores chegaram de fato às terras que hoje


representam o Piauí, havia cerca de 300 mil nativos distribuídos, segundo João
Gabriel Baptista (1994)2, em 4 grandes nações ou etnias se desdobrando em 7
grupos distintos:

Nações:

1) Cariri
-Tremembés – localizados na área norte do estado, do baixo
Paranaíba e o delta, eram conhecidos como hábeis nadadores e
apelidados de “peixes racionais”. Pacificados em 1741, moravam na
ilha do Cajueiro. Abrigaram Nicolau de Rezende em 1571, em 1649
fizeram contato com o holandês Matias Beck.
2) Tupi
-Tabajaras – situavam-se na região da Serra da Ibiapaba. Em 1690
acompanharam Jorge Velho na luta no Quilombo dos Palmares em
Alagoas.
3) Jê
-Timbiras – Localizavam-se nos limites com o Maranhão. Em 1760 são
aldeados temporariamente. Fazendo paz recebem documentos de
igualdade.
-Gueguês - localizados na região central do Piauí, entre Amarante e
Oeiras. Em 1779 rebelaram-se contra o regime de escravidão.
-Acroás – eram os mais numerosos e ocupavam cerca de 40% do
território piauiense, localizavam-se na parte sul, sudoeste e central do
estado. Em 1771 foram pressionados por João do Rego Castelo
Branco para descobrir a famosa lagoa dourada dos Amanajó.
-Jaicós – Localizavam-se na região centro-sul do estado. Em 1762 os
curumins (jovens) frequentavam escolas.

2
Etnologia Indígena Piauiense, 1994.
4) Caraíba
-Pimenteiras – situavam-se nos limites com Pernambuco e Bahia. Em
1779 lutam contra Gueguês, Acroás, Jaicós e Timbiras. Até 1850 os
pimenteiras existiam miscigenados com outros grupos.

Capitania do Piauí

Antes da fundação da Capitania, as terras do Piauí estavam subordinadas


administrativamente a Pernambuco. Entretanto, o Piauí continuava subordinado
juridicamente à Relação da Bahia e as igrejas, subordinadas à Diocese de Olinda
(esta, por sua vez, dependente da Arquidiocese de São Salvador da Bahia).

Em 19 de junho de 1761, a Vila de Mocha foi elevada à condição de


cidade. Pelo ato de 13 de novembro, do mesmo ano, a cidade passou a se
chamar Oeiras, em homenagem ao Conde, futuro Marquês de Pombal.

Em 1772, o Estado do Grão-Pará e Maranhão foi desmembrado em dois:


o Estado do Grão Pará e Rio Negro, com capital em Belém, e o Estado do
Maranhão e Piauí, com capital em São Luís. Essa separação foi efetivada em
9 de julho de 1774. Em 10 de outubro 1811, a carta régia de D. João separou
a Capitania do Piauí da administração do Maranhão.

Em síntese, a Capitania de São José do Piauí, foi criada em 1718,


embora só venha a ser instaurada definitivamente em 1758. O seu primeiro
governador foi João Pereira Caldas, militar português, Coronel da Cavalaria,
que organizou Tropas de Ordenança em 1759, que tinha por objetivo principal
perseguir os nativos. O rei determinou que a cidade-sede seria a Vila da Mocha
(atual Oeiras), e elevar seis freguesias a condição de vilas: São João da
Parnaíba (atual Parnaíba), Parnaguá, Jerumenha, Marvão (atual Castelo do
Piauí), Santo Antônio de Campo Maior (atual Campo Maior).

A obra de Pereira Caldas foi imensa: pôs em funcionamento a Secretaria


do Governo; a Procuradoria Real da Fazenda; o Almoxarifado; organizou as
Forças Regulares da Capitania; dentre outros feitos.

Em 1749, jesuítas oriundos do Colégio do Maranhão fundaram o


Seminário do Rio Parnaíba, consagrado à Santa Úrsula, que teve o padre
Francisco Ribeiro, como o primeiro regente. Esse foi o primeiro
estabelecimento de ensino secundário, com ensino de gramática e humanidades
naquela região.

O decreto só vem a ser cumprido em 1759, quando chega o primeiro


governador do estado, João Pereira Caldas. Mas só em 1761, dois anos após
se tornar capital, é que a Vila da Mocha é elevada à categoria de cidade (1761),
com o nome de Oeiras, em homenagem ao ministro português Sebastião José
de Carvalho e Melo, então Conde de Oeiras e futuro Marquês de Pombal.

Oeiras foi capital do Piauí por 92 anos. Nesse período, foi a mais
importante cidade da capitania, e depois da independência da Província do Piauí.
Foi aí que, em 24 de janeiro de 1823, sob a liderança do oeirense Manuel de
Sousa Martins, o Barão da Parnaíba, foi proclamada a adesão do Piauí à
Independência do Brasil.

Após deixar de ser capital em 1852 (a capital foi transferida para


Teresina), Oeiras entrou em decadência. O século XX chegou com Oeiras num
marasmo (apatia) cultural que prejudicou o desenvolvimento da cidade

Antes da implantação das fazendas de gado, é o índio (nativo) a primeira


atração oferecida aos bandeirantes, que o tem como objeto de caça. O nativo
era utilizado tanto em empreitadas militares quanto nas tarefas diárias como
escravo. O certo é que o território piauiense só é desbravado quando as
fronteiras das províncias vizinhas já estavam demarcadas. A posse e a
manutenção da terra são feitas mediante luta armada entre posseiros e
sesmeiros. O grau de violência deste embate é desconhecido em outras partes
do Nordeste ocidental. Esta ocupação feita no sentido norte-sul, vai imprimir
marcas indeléveis na paisagem física (formato) e socioeconômica (atraso e
isolamento do sul) do Estado.

A existência de bons atributos naturais como amplas pastagens, rios


perenes (na maior parte do ano), relevo pouco acidentado, entres outros,
favoreceram a prática da pecuária extensiva que exigia pouco investimento.
A agricultura, mesmo de subsistência, era pouco expressiva.
A região oferecia condições de coleta alimentar animal e vegetal
suficientes para manter a população rarefeita existente. É mister ressaltar, ainda,
que estas atividades, por suas características intrínsecas, não favorecem um
povoamento ostensivo (de forma instantânea ou rápida).

O que, em parte, já explica a reduzida população absoluta que este


estado apresenta, quando comparado aos demais estados nordestinos. O Piauí
separa-se do Maranhão e torna-se capitania em 1811. Já existiam centenas de
fazendas de gado e mais de uma dezena de vilas consolidadas. Para garantir
essa autonomia, os piauienses aderem à Independência e enfrentam as forças
portuguesas, ao lado de maranhenses e cearenses, até 1823.

Na década seguinte, a província do Piauí é novamente atingida por uma


insurreição, desta vez de caráter social e popular, a Balaiada. A Balaiada foi um
movimento social ocorrido no Piauí, Maranhão e Ceará, do final de 1838 a fins
de 1841. De um lado, grandes proprietários de terra e de escravos, autoridades
provinciais e comerciantes; de outro, vaqueiros, artesãos, lavradores, escravos
e pequenos fazendeiros (mestiços, mulatos, sertanejos, índios e negros) sem
direito à cidadania e acesso à propriedade da terra, dominados e explorados por
governos clientelistas e autoritários formados pelas oligarquias locais que
ascenderam ao poder político com a “proclamação da independência” do país.

Na segunda metade do século XIX, com a capital provincial já instalada


em Teresina (1852), o Piauí atravessa um longo período de relativa estabilidade
política, mas também de pouco crescimento econômico, em parte devido à
permanência da pecuária tradicional, extensiva, e ao predomínio das oligarquias
rurais, facilitado pelo próprio isolamento do estado, que a construção de uma
ferrovia (Estrada de Ferro Central do Piauí) e de uma companhia de navegação
a vapor no Rio Parnaíba (Cia. de Navegação do Rio Parnaíba, fundada em 1869)
não consegue romper inteiramente.

A contribuição dos padres jesuítas foi decisiva, principalmente no


desenvolvimento da pecuária, que, em meados do século XVIII, atingiu seu auge.
A região Nordeste, o Maranhão e as províncias do sul eram abastecidas pelos
rebanhos originários do Piauí até a expulsão dos jesuítas (1759) (período
pombalino), quando as fazendas foram incorporadas à Coroa e entraram em
declínio. Quanto à colonização, esta se deu do interior para o litoral.

Principais revoltas

Durante a Guerra da Independência do Brasil, houve conflitos também no


Piauí. Em 19 de outubro de 1822, os parnaibanos, liderados por Simplício Dias
da Silva, declararam o Piauí independente de Portugal, mas leal ao Príncipe
Regente. O movimento foi sufocado pelo major João José da Cunha Fidié, o
Governador das Armas do Piauí. As forças parnaibanas fugiram para o Ceará.

Em 24 de janeiro de 1823, com Fidié ausente, o brigadeiro Manoel de


Sousa Martins, tomou o poder, em Oeiras, e anunciou a adesão do Piauí ao
Imperador D. Pedro I e à independência de Portugal.

Em 13 de março de 1823, ocorreu a Batalha do Jenipapo, em que a


tropas do major Fidié derrotaram as forças brasileiras, formadas principalmente
por piauienses, maranhenses e cearenses na vila de Campo Maior (Piauí), às
margens do riacho Jenipapo. Estima-se em mais de 300 o número de mortos,
com centenas de feridos de ambos os lados.

Ratificando em resumo, após a independência do Brasil em 1822,


algumas províncias continuaram sobre o poder de Portugal (entre essas, o
Piauí). Portugal, com medo de perder essa província, mandou, de Oeiras à
cidade de Parnaíba, que foi a primeira cidade do Piauí a proclamar
independência, tropas portuguesas; o grupo recebeu adesões, mas acabou
sendo derrotado em 1823, por ocasião da Batalha do Jenipapo, onde
piauienses lutaram contra os portugueses com armas brancas em Campo Maior.
A tropa de Fidié, capitão da tropa portuguesa, saiu enfraquecida e este acabou
por ser preso em Caxias, no Maranhão. Alguns anos depois, movimentos
revoltosos, como a Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o
Piauí.

A Confederação do Equador de 1824 foi um movimento republicano


e antiabsolutista de D. Pedro I que tinha como objetivo criar uma república na
região Nordeste que fosse independente do Brasil. Vários estados nordestinos
aderiram à Confederação do Equador: Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande
do Norte, onde foram depostos os presidentes das províncias. As ideias liberais
da Confederação chegam ao Piauí através de revoltosos cearenses.

Em agosto de 1824, Parnaíba proclama a sua adesão à Confederação,


Campo Maior, Parnaíba (onde foi maior o movimento da confederação do
Equador no Piauí) também adere ao movimento. Os oeirenses logo tomam
conhecimento do ocorrido. Manuel de Sousa Martins (presidente da província
do Piauí à época) prepara a repressão ao movimento, mandando tropas para
fechar as Câmaras de Parnaíba e Campo Maior.

A repressão no Piauí não chega a ser muito violenta. Sousa Martins exige
que os revoltosos prestem juramento à Constituição e jurem fidelidade ao
Imperador. Com isso, Manuel de Sousa Martins perdoa todos os envolvidos, pois
acha que o movimento não foi prejudicial à província, e consolida
definitivamente o seu poder no Piauí.

Balaiada (1838-1841)

Em 1831, o Imperador D. Pedro I abdica o trono, assim, as oligarquias


locais aproveitam para aumentar seu poder político e criam medidas para isso,
como, o recrutamento militar forçado e a “Lei dos Prefeitos” municipais. Há
um descontentamento geral por parte da população por causa da ditadura de
Sousa Martins, Barão da Parnaíba.

A Lei dos Prefeitos autorizava os presidentes das províncias nomearem


os prefeitos municipais. Isso deixou os políticos locais revoltados, fazendo
oposição ao governo de Manuel de Sousa Martins.

A Balaiada foi formada, inicialmente, pelo povo pobre – pretos, mulatos,


índios, mestiços e brancos pobres – alguns políticos locais aderem ao
movimento, mas, logo, abandonam, devido ao choque dos interesses destes e
os das camadas mais pobres. O movimento começa na vila da Manga, no
Maranhão, em dezembro de 1838, quando a cadeia dessa vila é invadida em
plena luz do dia, por um grupo de vaqueiros – Raimundo Gomes, o cara preta.
O fato que costuma marcar o início da revolta ocorreu em dezembro de
1838, quando o vaqueiro Raimundo Gomes, um mestiço piauiense conhecido
como Cara Preta, passava pela Vila da Manga, levando uma boiada de seu
patrão para vender em outro local. Na ocasião, muitos dos homens que o
acompanhavam foram recrutados e seu irmão, aprisionado sob a acusação de
assassinato. Logo após, libertaram presos, que foram recrutados para o serviço
militar, dominaram a guarda e se apoderaram de armas e munições. Esse grupo
de rebeldes chega ao Piauí, a camada pobre adere ao movimento, pois estavam
insatisfeitos com o governo de Sousa Martins.

A partir daí o movimento ampliou-se. A luta generalizou-se por toda a


província. Por onde passava, Raimundo ia conseguindo que mais gente o
seguisse, inclusive os escravos negros, que formaram quilombos, dos quais o
mais importante foi o comandado pelo negro Cosme. À frente de três mil
escravos rebelados, Cosme, um antigo escravo que se intitulava "Imperador,
tutor e Defensor das Liberdades Bem te vis", vendia títulos e honrarias a seus
seguidores.

A primeira batalha em território piauiense acontece em Barra do Rio


Longá, em fevereiro de 1839. Os habitantes de Piracuruca, Parnaíba e Campo
Maior mostravam simpatia pelo movimento e recusavam lutas a favor do
governo. Em 1839, a Balaiada alcançou grande poder sobre o Piauí e Maranhão,
e se espalhou para Parnaguá, ribeiras e vales do Gurgueia, Gilbués e
Jerumenha. Campo Maior foi ocupado pelos rebeldes, em março de 1840.

A Balaiada foi sufocada devido a aliança feita entre os presidentes das


províncias do Piauí, Maranhão, Bahia e Ceará. Não aceitando as exigências dos
balaios, o governo provincial solicitou ajuda ao Rio de Janeiro. Em 1840, o
coronel Luís Alves de Lima e Silva, futuro Barão de Caxias, é nomeado para
a presidência da província, acumulando o comando das armas. À frente de oito
mil homens, e aproveitando-se habilmente das rivalidades entre os líderes
balaios, Caxias em pouco tempo sufocou o movimento.

No ano seguinte, em 1841, um decreto imperial concedeu anistia aos


revoltosos sobreviventes. Ao entregar o governo do Maranhão a seu substituto,
em 13 de maio de 1841, Caxias dizia: "Não existe hoje um só grupo de rebeldes
armados, todos os chefes foram mortos, presos ou enviados para fora da
província". A repressão à Balaiada marcou o início da chamada "política da
pacificação", pela qual Caxias sufocou as agitações que ocorreram durante o
Império.

A transferência da capital

Em 1852, a capital foi transferida de Oeiras para Teresina, tendo início um


período de crescimento econômico. A partir da proclamação da república
brasileira (1889), o estado apresentou tranquilidade no terreno político, mas
grandes dificuldades na área econômico-social.

A ideia da transferência da capital do Piauí de Oeiras remonta aos


períodos coloniais. Já no século XVIII, quando a capitania do Piauí adquiriu a
sua independência do Maranhão, Fernando Antônio de Noronha, então
governador da capitania do Piauí, propôs ao rei de Portugal a transferência da
capital, alegando que Oeiras era uma terra seca e estéril, imprópria para a
agricultura e de difícil comunicação com as outras partes da colônia.

Durante anos, sempre foram citadas as povoações de Parnaíba, vila ao


litoral de intenso comércio e a vila do Poti (atual Teresina), às margens do rio
Parnaíba, que convivia problemas com as cheias dos rios, mas que, por localizar-
se no interior, poderia integrar o estado através da navegação pelo rio Parnaíba.

No governo de José Idelfonso de Sousa Ramos, foi votada e sancionada


a lei nº174, de 27 de agosto de 1844, que autorizava a mudança da capital, não
para a vila de Parnaíba ou para a vila do Poti, localidades sempre lembradas,
mas para a margem do rio Parnaíba na foz do rio Mulato, devendo a nova cidade
receber o nome de Regeneração.

Quando, em 23 de julho de 1850, José Antônio Saraiva, fundador de


Teresina, fora nomeado governador da Província do Piauí, o assunto da
transferência da capital estava em plena efervescência. Logo após assumir,
Saraiva recebeu uma delegação das vilas de Parnaíba, Piracuruca e Campo
Maior com um grande número de assinaturas reivindicando a mudança da capital
para Parnaíba.
Diante dessa situação, o novo governador procurou estudar o assunto
com profundidade. Nas suas pesquisas, constatou que muitas eram as
sugestões para se edificar uma nova capital às margens do rio Parnaíba.

Em manobra audaciosa, Antônio Saraiva, em 1852, decidiu pela


transferência para a vila do Poti (atual Teresina) com a condição de que uma
nova sede fosse construída em local a salvo das enchentes que assolavam a
vila. Graças ao empenho da população local, o projeto pôde se concretizar e, em
16 de agosto de 1852, foi instituída a nova capital da Província do Piauí, com o
nome de Teresina em homenagem à imperatriz Teresa Cristina de Bourbon.
Rapidamente, todo o império foi informado da nova capital.

Uma das curiosidades que envolvem a transferência da capital é que,


além da mudança de cidade, havia o projeto de navegabilidade do rio Parnaíba,
em que buscava-se dinamizar a economia do estado, que ainda se encontrava
em sistema semelhante ao feudal. Outro ponto que merece destaque é que a
capital só começou a se desenvolver quando, no Piauí, começou a se
desenvolver o extrativismo, principalmente do babaçu e da carnaúba.

Ademais, a transferência da capital queria favorecer um maior contato


com outras regiões da Província e da Corte e reduzir a influência de Caxias (MA)
sobre o comércio da parte ocidental do Piauí.

Período republicano no Piauí


Destemido, enfrentou o Império a ponto de ser chamado de “o profeta da
República”. Embora católico, tinha posições avançadas que não combinavam
com o clero conservador da época. Nesse confrontou, pagou caro em vida e
também depois de morto: a igreja não permitiu sequer que fosse enterrado
dentro do cemitério. David Caldas tornou-se um dos maiores propagandistas
republicanos na Província do Piauí. Monsenhor Chaves ressalta que as ideias
republicanas de David Caldas já vinham desde o ano de 1849, quando tinha
apenas 13 anos de idade.

A partir de 1872, quando David Caldas publicamente se declara


republicano, seus inimigos o perseguiram implacavelmente, chegando a perder
todos os empregos que obtivera por seus próprios méritos, excetuando-se o
cargo de professor vitalício da cadeira do Liceu Piauiense, uma vez que tinha
sido admitido através de concurso público. Mesmo assim, ele pediu demissão
daquele cargo, afirmando que não devia receber salários provenientes de um
Governo que ele combatia. Alguns estudiosos dizem que David Caldas
profetizou o advento da República em 1889: atribuiu ao seu jornal o pequeno
nome de “Oitenta e Nove”. Para corroborar com a tese da profecia de David
Caldas sobre a Proclamação da República em 1989, Chaves transcreve dois
tópicos do emblemático artigo escrito por David Caldas no primeiro número do
combatente jornal “Oitenta e Nove”:

“... (os patriotas mineiros) acabaram por ser outros tantos mártires da
liberdade, outras tantas vítimas imoladas ante o altar druídico, em forma de
trono, onde se achava exposta à veneração dos fiéis a mentecapta Maria, digna
bisavó do atual imperador do Brasil, a quem Deus guarde, quando muito, até
1889...”.

“... seja-nos permitido ter a fé robusta de ver a República Federativa


estabelecida no Brasil, pelo menos daqui a 17 anos, ou em 1889, tempo assaz
suficiente, segundo pensamos, para a educação livre de uma geração, para a
qual ousamos apelar, cheios da maior confiança”. Em Teresina a 03 de janeiro
de 1879, paupérrimo (muito pobre), morre David Caldas, o maior dos
republicanos na Província do Piauí.
Movimentos Abolicionistas e escravidão no Piauí

A escravidão de negros não foi tão grande no estado do Piauí, se


comparada à escravidão praticada em outros estados, o Piauí concentrava
menos escravos que o Rio de Janeiro, Bahia e Maranhão. As fazendas de gado
no Piauí não exigiam muita mão de obra como a cultura da cana de açúcar ou
do café. Porém, a violência no Piauí se fez presente com requintes de crueldade,
característicos do domínio da população africana pelos portugueses.

Um documento de 1770, transforma sua autora em personagem símbolo


da resistência da escravidão no Piauí. Escrava de uma fazenda pública, a
Fazenda Algodões, hoje Nazaré do Piauí, que pertencia aos jesuítas e ao
império, Esperança Garcia fez uma carta ao governador da capitania do
Maranhão à época, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, denunciando os maus
tratos e seu sofrimento, apesar de saber escrever, ela era muito maltratada. A
carta de Esperança Garcia, é o mais antigo documento já identificado no Brasil
redigido por um escravo.

Depois da Lei Eusébio de Queiroz (1850) que proíbe o tráfico de


escravos, da África para o Brasil, estimulando o tráfico interno de escravos,
apareceram a partir da década de 1870, muitas Sociedades Abolicionistas.
Essas Sociedades abolicionistas atuaram em municípios como Barras, Jaicós,
Luís Correia, Parnaíba e Teresina. Jaicós foi o primeiro município piauiense a
decretar o fim do sistema escravista em 13 de junho de 1884.

A abolição não trouxe prejuízos à economia piauiense, já que a pecuária


pouco dependia da mão de obra escrava. Com a abolição definitiva em 1888, 16
mil escravos foram libertos no Piauí.

República Velha (final séc. XIX e início séc. XX)

O século XX foi marcado por muitas transformações, o Piauí, no entanto,


teve seu desenvolvimento muito lento até os anos 1950, marcado pelo
extrativismo vegetal.
O primeiro governador do Piauí foi Gregório Taumaturgo de Azevedo, que
governou até 1891, criou as vilas de Luzilândia, Natal e Aparecida e elevou
Campo Maior, União, Barras, Piracuruca e Jaicós à categoria de cidade.

O Piauí republicano (primeira metade do séc. XX) seria marcado pelas


seguintes características:

 declínio da Pecuária – devido à falta de inovação no sistema de


criação, que manteve práticas coloniais;
 crise e fim da navegação a vapor no rio Parnaíba, devido ao
surgimento das rodovias;
 construção das primeiras rodovias e ferrovias;
 início do ciclo da maniçoba (árvore que se extraia o látex, para
indústrias entre 1879 e 1912) que trouxe para o cotidiano do
Piauí uma série de símbolos da vida moderna, entre estes a água
encanada, o telefone, a eletricidade e o bonde a motor, bem
como a reorganização dos espaços urbanos no Estado, novidades
que coincidiram com uma importante mudança em sua estrutura
produtiva.

Gregório Taumaturgo de Azevedo foi sucedido por Gabriel Luís Ferreira,


mas este foi logo deposto devido à queda do Marechal Deodoro da Fonseca.

O Marechal Floriano Peixoto nomeou o Coronel João Domingos Ramos,


mas este teve um governo demasiado efêmero, de 29 de dezembro de 1891 a
11 de fevereiro de 1892. Este, por determinação de Floriano Peixoto, é
substituído pelo Capitão Coriolano de Carvalho e Silva.

Outros governadores do período foram: Raimundo Artur de Vasconcelos,


Arlindo Francisco Nogueira, Álvaro Assis Osório Mendes, Antônio Freire da Silva,
Miguel de Paiva Rosa, João Luís Ferreira, Matias Olímpio de Melo e João de
Deus Pires Leal.

Foi no governo de Matias Olímpio de Melo que a Coluna Prestes


passou pelo Piauí. João de Deus Pires Leal foi o último governador do
período sendo deposto e preso por ocasião da Revolução de 1930.
A Coluna Prestes no Piauí

Foi em 1926 a passagem pelo Piauí do movimento político-militar de


origem tenentista chamado Coluna Prestes. A Coluna foi uma marcha pelo
interior do Brasil em defesa de reformas políticas e sociais e contra a
conjuntura desigual da República Velha. Cerca de 1 200 homens, chefiados por
Juarez Távora, Miguel Costa e Luís Carlos Prestes, percorreram, durante 29
meses, 25 000 quilômetros nos estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Ao final de
1926, com mais da metade dos combatentes atacados pelo cólera e sem poder
continuar a luta, a Coluna procurou asilo na Bolívia.

A invencibilidade da Coluna Prestes contribuiu para o prestígio político do


tenentismo e reforçou as críticas às oligarquias. Sua atuação ajudou a abalar os
alicerces da República Velha, a preparar a Revolução de 1930 e a afirmar a
liderança nacional de Luís Carlos Prestes.

A Coluna Prestes esteve presente duas vezes no estado, sendo


recepcionada de diferentes maneiras. Em Floriano, o movimento foi recebido
com festa pelos comerciantes descendentes de árabes e com pavor pela
população local. Segundos relatos, a cidade praticamente ficou deserta e houve
saques inclusive aos cofres da prefeitura.

Na capital, Teresina, a passagem da Coluna Prestes deixou rastro de


pavor e o pânico tomou conta da população. Segundo historiadores, o então
governador tentou, sem sucesso, impedir a entrada na capital através da
construção de um canal ligando os rios Poti e Parnaíba. Dentre os fatos mais
importantes da passagem do movimento pela capital, vale destacar a prisão de
Juarez Távora. Este não foi "justiçado", isto é, não sofreu violência por conta da
atuação dos oficiais do Exército brasileiro, que comandavam as tropas legalistas,
chefiadas pelo tenente Jacob Manuel Gayoso e Almendra.

Era Vargas no Piauí

Com a Revolução de 30, o Capitão-Tenente Humberto Portellada de Arêa


Leão assumiu o poder como interventor, mas foi deposto pela força pública, atual
policia Militar, uma das causas da sua cassação, foi o racha dentro da facção
política do seu estado, a mesma que o levou ao poder, com ciumeiras de
partidários que não receberam cargos públicos. Foi causa de troca de cargos,
denúncias e nepotismo etc. (o interventor nomeou 28 prefeitos, retirando as
velhas oligarquias dos municípios, e nomeando pessoas de sua inteira
confiança, incluindo o seu irmão Raimundo de Arêa Leão que era secretário de
Viação e Obras Públicas no governo, nomeou como prefeito de Teresina, pois o
atual Lindolfo do Rego Monteiro não quis ficar no cargo. Humberto Portellada de
Arêa Leão, foi substituído pelo Capitão Lemos Cunha que não conseguiu conter
a rivalidade entre as oligarquias locais.

O terceiro interventor foi Landri Sales, que não era piauiense, mas
cearense. Landri Sales teve de enfrentar diversas rebeliões. É considerado por
muitos o melhor interventor, pois as mudanças no estado foram notáveis.

Fatos principais:

 Fomentou a pacificação política.


 Construções e reformas de prédios públicos, especialmente no
setor educacional como o início da construção do Liceu Piauiense.
 Reforma da Justiça.
 Fundação da AIB (Ação Integralista Brasileira) no Piauí.
 Envio das tropas para combater a Revolução de 32 em São Paulo.
 Extensão ao Piauí do Serviço do CAN (Correio Aéreo Nacional).
 Criação do município de Fronteiras através do Decreto Estadual N°
1.645 de 16 de abril de 1935.
 Inauguração do cinema falado em Teresina.
 Criação da Diretoria das Municipalidades.
 Instituição do Conselho Consultivo do Estado.

Fatos marcantes:

 A visita do presidente Getúlio Vargas ao Piauí no ano de 1933.


 Chega os primeiros aviões na Capital Teresina em 1933.

Leônidas de Castro Melo assumiu o cargo de governador (interventor)


em 1935 e seu mandato durou até o golpe do Estado Novo em 1937, assim, foi
nomeado Interventor Federal pelo Presidente Getúlio Vargas, governando até
1945.

Leônidas é muito conhecido no Piauí por ter construído o Hospital Getúlio


Vargas, além da Casa Brito, Museu do Piauí e Arquivo Público, e por durante a
sua gestão ter ocorrido o incêndio das casas de palha em Teresina, processo
semelhante ao da destruição dos cortiços no Rio de Janeiro, durante a revolta
da vacina, ou seja, uma tentativa de modernização que marginalizava os mais
pobres, sem contar as perseguições políticas. Ainda em seu governo partiu para
a Itália o contingente piauiense da Força Expedicionária Brasileira (FEB). A
principal característica de sua gestão foi o totalitarismo por meio dos
latifundiários e militares.

República Populista (1946-1964)

Somente no final da Era Vargas em 1945, a democracia brasileira começa


a existir de fato, os partidos políticos ganham caráter nacional e no Piauí
começam as disputas sempre marcadas por dois grandes grupos políticos: o
Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN)

PSD  Herança dos governistas, interventores e aliados ao poder

UDN A oposição

O primeiro governador desse período é José da Rocha Furtado, médico


formado no Rio de Janeiro, seu partido era a UDN, e conseguiu facilmente
vencer os outros candidatos. Mas seu governo não foi fácil, pois, não possuía o
apoio da Assembleia, que na sua maioria era de adversários. Recusava-se a
demitir funcionários públicos que apoiavam a oposição, isso irritou os membros
da UDN. Ele também não recebeu ajuda econômica do Governo Federal.
Governou de 1947 a 1951. Depois do seu governo, retirou-se para o estado do
Ceará, prestando serviços à população e obtendo o título de cidadão cearense.

Pedro de Almendra Freitas do PSD (Pedro Maxixe) foi o segundo


governador do período, governou de 1951 a 1955. Sua obra mais importante foi
pacificar o Piauí, como ele próprio concluiu: “Não morreu ninguém, não se andou
perseguindo ninguém, porque eu não admitia. Garantia o direito de cada um”.
Foi nesse governo o início da projeção do “político do século no Piauí”, Petrônio
Portella. Fato curioso e que explicita seu caráter conciliador desde cedo: durante
o dia, Petrônio Portella deputado estadual da bancada da UDN, na Assembleia
Legislativa tecia críticas ferrenhas ao governo de Pedro Freitas. À noite,
frequentava a casa do governador para visitar sua namorada e futura esposa,
Iracema, filha de Pedro Freitas. Ao longo de sua gestão como alcaide (antigo
funcionário incumbido de cumprir as determinações judiciais; oficial de justiça)
teresinense rompeu com Chagas Rodrigues e pôs fim à aliança PTB/UDN, o que
o fez coligar seu partido, UDN, com o PSD e pavimentar sua eleição para
governador do Piauí em 1962 derrotando o deputado estadual Constantino
Pereira de Sousa.

Governo Militar

A Ditadura Militar foi o período da história brasileira que se estendeu de


1964 a 1985. Esse regime foi instaurado no poder de nosso país por meio de um
golpe organizado tanto pelos meios militares quanto pelos civis, e deu início a
um período de 21 anos marcado pelo autoritarismo e pela repressão realizada
pelo Estado.

Para Celso Barros, jurista e deputado estadual pelo PTB: “a assembleia


legislativa do Piauí ajoelhou-se diante do poder dos generais, as reações foram
rigorosamente punidas. Alguns achavam o movimento salvador, pois ia de
encontro aos seus interesses, para outros, embora discordassem, aderiram por
conveniência, pra não dizer covardia, à ditadura”.

O último governador do período da República Nova e o primeiro


governador da época da Ditadura Militar foi Petrônio Portela Nunes, “estrela
civil da ditadura”, comandava a ARENA, que governou de 1963 a 1966.
Enfrentou no início do governo uma greve da Polícia Militar que reivindicava
melhores salários. Petrônio apoia o Golpe Militar e mais tarde faria parte do
Governo Militar como Ministro da Justiça do Presidente Figueiredo, com sua
notória habilidade em discursar criou frases de efeito como "contra fatos não
existem argumentos", mas apesar de apoiar a ARENA sempre lutou pela
reabertura política, mostrando sempre seu caráter conciliador.
Em razão de sua capacidade de articulação era apontado como um dos
candidatos à sucessão presidencial pelo PDS, contudo faleceu em Brasília
vítima de ataque cardíaco em 6 de janeiro de 1980. João Figueiredo, ex-
presidente do Brasil disse: "o Petrônio, que foi o meu ministro da Justiça, tinha
chances de ser candidato (à Presidência da República), mas morreu no início do
meu governo".

Durante a administração Petrônio Portella Nunes (1963/1966), podemos


destacar a elaboração do I Plano de Desenvolvimento Econômico e Social do
Estado, o início das construções da usina de Boa Esperança, os esforços para
a criação da Universidade Federal do Piauí, a assistência financeira à Faculdade
de Odontologia, a ampliação da rede de ensino, inaugurando um total de 469
salas de aulas na capital e no interior, além da formação de um grupo de
trabalho, composto pelos médicos Zenon Rocha, Lineu Araújo, José Nathan
Portella Nunes e Carlyle Guerra de Macedo para a criação de uma Faculdade
de Medicina no Estado.

A administração Petrônio Portella, também, promoveu a criação do


Serviço de Teatro, do Conselho Estadual de Educação, e do Conselho de
Cultura, criou o Banco do Estado do Piauí, as Centrais Elétricas do Piauí
(Cepisa) e a Companhia de Águas e Esgotos do Piauí (Agepisa). Construiu
hospitais e escolas, proibiu a nomeação de professores sem diploma e pôs em
dia os salários atrasados dos servidores estaduais.

Outros governadores destacados do período da Ditadura foram:

Alberto Silva (1971-1975): conhecido na história piauiense como um


tocador de obras. Durante sua gestão, além da realização de concurso para
comemorar o sesquicentenário da independência brasileira, o governo Alberto
Silva, também empreendeu, em 1972, o soerguimento do Instituto Histórico e
Geográfico do Piauí. Obras e serviços que popularizaram Alberto Silva

- Albertão, o estádio de futebol;

- Asfaltamento de mais de 1.000 quilômetros de estradas federais e


estaduais;
- Ampliação do sistema elétrico do Piauí, com energia da usina de Boa
Esperança;

- Implantação da reforma do ensino, com a criação do Estatuto do


Magistério e do Salário Móvel para os professores;

- Implantação da Universidade Federal do Piauí;

- Maternidade de Teresina e Hospitais de Floriano e Picos;

- Hospital de Doenças Infectocontagiosas (HDIC) e Ambulatório do HGV;

- Zoobotânico;

- Reforma urbanística e ampliação do sistema viário de Teresina;

- Construção do dique de proteção da zona Norte contra as enchentes,


transformado na Avenida Boa Esperança, que leva ao Encontro dos Rios;

- Reforma e ampliação do Teatro 4 de Setembro, reinaugurado com o


Corpo de Baile do Teatro Municipal de Rio de Janeiro e a Orquestra Sinfônica
Nacional;

- Monumento aos Heróis do Jenipapo, em Campo Maior;

- Projeto Piauí;

- Reforma e modernização do Palácio de Karnak;

- Construção do edifício-sede do Tribunal de Justiça do Piauí;

- Poticabana;

- Metrô de Teresina;

Dirceu Arcoverde (1975-1979)

Secretário de Saúde durante o primeiro governo Alberto Silva, possuía


vínculos com a UDN e foi apontado pelas lideranças da ARENA como alternativa
às eleições de 1974 numa postura onde o grupo de Petrônio Portella visava
recuperar o comando político do estado, o qual perdera devido à escolha de
Alberto Silva pelo presidente Emílio Garrastazu Médici há quatro anos, graças
aos apelos de políticos cearenses como Virgílio Távora e também com o objetivo
de contemplar as várias correntes políticas abrigadas na ARENA de modo a
impedir defecções - abandono voluntário e consciente de uma obrigação ou
compromisso (em relação a uma pessoa, instituição, doutrina etc.) .

Preterido em sua intenção de indicar o governador do estado em 1970,


Petrônio Portella assumiu a presidência nacional da ARENA após a morte de
Filinto Müller e foi encarregado pelo presidente Ernesto Geisel de coordenar a
escolha dos governadores de estado a serem eleitos indiretamente em 1974. Em
relação ao Piauí sua escolha fixou-se em um nome de sua confiança e que ao
mesmo tempo conhecesse as estratégias políticas de Alberto Silva, o que
resultou em Dirceu Arcoverde. Eleito governador em 3 de outubro de 1974 e
empossado no dia 15 de março do ano seguinte (1975), Arcoverde ocupou o
Palácio de Karnak até 14 de agosto de 1978 quando renunciou em prol do vice-
governador Djalma Veloso.

Candidato a senador numa sublegenda da ARENA em 1978, Dirceu


Arcoverde derrotou Alberto Silva que concorreu na outra sublegenda do partido
governista. Tão logo assumiu o mandato, foi escolhido 2º vice-presidente do
Senado Federal na chapa de Luís Viana Filho. Contudo sua estadia no
parlamento foi abreviada (44 dias) no dia 16 de março de 1979 quando morreu
vítima de um derrame cerebral que o acometera durante sua estreia na tribuna
alguns dias antes.

Como forma de minorar o impacto político havido com sua perda, o


presidente João Figueiredo nomeou para o cargo de ministro da Saúde o médico
Waldyr Arcoverde, irmão de Dirceu Arcoverde. Para ocupar sua cadeira como
senador foi efetivado Alberto Silva

Lucídio Portela (1979-1983)

É o irmão mais velho do falecido Petrônio Portella Nunes, articulador da


abertura política ocorrida nos governos de Ernesto Geisel e João Figueiredo.
Durante pelo menos três décadas sua atividade política resumiu-se a
acompanhar a carreira de seu irmão sempre recusando um papel mais ativo no
cenário político estadual.
Tal postura mudaria em 1978 quando foi referendado pela ARENA para o
cargo de Governador do Piauí, indicação feita pelo presidente Ernesto Geisel e
confirmada pelo Colégio Eleitoral estadual em 1º de setembro daquele ano,
sendo o último governador eleito pelo voto indireto no Piauí. Com a morte de seu
irmão em 1980 assumiu o comando do PDS e presidiu as eleições gerais de
1982 nas quais seu partido conquistou uma ampla maioria.

Em 15 de novembro de 1982 o PDS elegeu o governador Hugo


Napoleão, o vice-governador Bona Medeiros e o senador João Lobo. Além disso
seus filiados conquistaram seis das nove vagas na Câmara dos Deputados e
dezessete das vinte e sete cadeiras na Assembleia Legislativa, além de
assegurar o controle de 102 das 113 prefeituras em disputa, número elevado
para 104 por causa da nomeação de Freitas Neto para prefeito de Teresina por
decisão de Hugo Napoleão e a manutenção de Júlio César como prefeito de
Guadalupe. Dos 971 vereadores eleitos, 774 pertenciam ao partido governista.
O PMDB apresentou a candidatura do senador Alberto Silva e elegeu três
deputados federais, dez estaduais, onze prefeitos e 194 vereadores. Já o PT
elegeu três vereadores no município de Esperantina e teve José de Ribamar
Santos como candidato a governador.

Lucídio Portela deixou o governo em 15 de março de 1983, mas


conservou influência no meio político e se manteve afinado com o sucessor, até
que Hugo Napoleão e os membros da Frente Liberal no Piauí ignoraram a
candidatura de Paulo Maluf à Presidência da República em favor do
oposicionista Tancredo Neves.

O resultado foi a explosão do PDS e a criação do PFL, partido liderado


por Hugo Napoleão e que contou com a adesão de quase a totalidade dos
antigos pedessistas. Para se ter uma ideia do estrago feito nas hostes do PDS,
dos dezessete deputados estaduais eleitos em 1982 apenas um ficou ao lado de
Lucídio Portela, justamente seu sobrinho Marcelo Coelho. Aturdido pelo golpe
encorajou a candidatura de sua esposa Myriam Portela à prefeitura de Teresina
em 1985, com o intuito de avaliar o quanto lhe restava de capital político.

No ano seguinte (1986), deu aval à coligação de seu partido com o PMDB
e foi eleito vice-governador do Piauí na chapa de Alberto Silva, até então o mais
combatido inimigo político de sua família, em especial de seu irmão Petrônio
Portella. Como resultado o PDS foi revigorado com a eleição de três deputados
federais e seis deputados estaduais

Dom Avelar Brandão Vilela foi o segundo arcebispo de Teresina,


destacado mediador político local, no período da ditadura civil-militar brasileira.
Durante sua administração apostólica fundou Ação Social Arquidiocesana-ASA,
a Faculdade Católica de Filosofia e a Rádio Pioneira de Teresina.

Nova República

O primeiro governador do Piauí na Nova República foi Hugo Napoleão,


eleito na época da redemocratização brasileira. Alberto Silva, que outrora foi
governador do Piauí entre 1971-1975, indicado pela ditadura civil-militar
brasileira, em 1986 foi eleito pelo voto direto para o período de 1987-1991,
durante os seus mandatos o Piauí experimentou surtos de progresso. Entre suas
realizações na área da saúde estão a construção das maternidades em Teresina,
Floriano e Picos e, também, a construção do Hospital de Doenças
Infectocontagiosas de Teresina.
GEOGRAFIA DO PIAUÍ

3
Mapa 1: regiões ambientais
Situação Geográfica

O Piauí é um dos 9 estados que formam a região Nordeste, ocupando o


trecho ocidental da mesma. Forma juntamente com o Estado do Maranhão, o
chamado Meio Norte ou Nordeste Ocidental. Ocupando 252.378 km2 (16,2 %)
dos 1.548.672 km2 que constituem a região Nordeste do Brasil, é o terceiro maior
estado nordestino, inferior apenas à Bahia e ao Maranhão, e o décimo estado
brasileiro, respondendo por 2,9 % do território nacional.

Sua grande distância latitudinal causa problemas como a dificuldade de


comunicação entre os setores dirigentes e o extremo Sul. As grandes distâncias
a serem vencidas têm gerado desejos separatistas, como o da criação do Estado
do Gurguéia ao Sul (60% da área; 25,79% da população).

Limites e Pontos Extremos

Ao Norte: limita-se com o Oceano Atlântico, na Barra das Canárias, na


Ilha Grande de Santa Isabel, município de Parnaíba.

Ao Sul: Tocantins e Bahia são os estados limítrofes. A Chapada da


Limpeza, em Cristalândia, é o ponto extremo. Tocantins é a menor fronteira,
menor ainda que a do Oceano Atlântico de 66 km.

A Leste: o ponto extremo situa-se no município de Pio IX, nascente do rio


Marçal, na serra do Marçal. Como limites temos os estados do Ceará e
Pernambuco.

A Oeste: curva do rio Parnaíba, no município de Santa Filomena. Toda


fronteira oeste é feita com o estado do Maranhão, que é a maior fronteira.

O limite com o Maranhão, o maior, é de 1492 km e com o Tocantins, o


menor, é de apenas 21 km, ou seja, menor que o limite com o Oceano Atlântico
que é de 66 km.
Subdivisões

As regiões geográficas intermediárias e imediatas, no Brasil, constituem


a divisão geográfica regional do país, segundo a composição elaborada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em junho de 2017 (IBGE).

As regiões geográficas imediatas são agrupamentos de municípios que


têm como principal referência a rede urbana e possuem um centro urbano local
como base, mediante a análise do IBGE. Para sua elaboração foram levadas em
consideração a conexão de cidades próximas através de relações de
dependência e deslocamento da população em busca de bens, prestação de
serviços e trabalho. As Regiões Geográficas Imediatas substituem as
Microrregiões, e são limitadas a uma estrutura composta por, no mínimo, 5
municípios e, no máximo, 25 municípios, além de ter uma população mínima
aproximada de 50 mil habitantes. O Piauí possui 19.

As regiões intermediárias, por sua vez, são agrupamentos de regiões


imediatas que são articuladas através da influência de uma metrópole, capital
regional ou centro urbano representativo dentro do conjunto. As Regiões
Geográficas Intermediárias substituem as Mesorregiões, e são a escala
intermediária entre as Unidades da Federação (Estados) e as Regiões
Geográficas Imediatas. O Piauí possui 6.

Foram instituídas em 2017 para a atualização da divisão regional


brasileira e correspondem a uma revisão das antigas mesorregiões e
microrregiões, respectivamente, que estavam em vigor desde o quadro criado
em 1989. Essa configuração deve ser utilizada para fins de planejamento e
estimativas. O Piauí é dividido em seis (6) regiões geográficas
intermediárias e dezenove (19) Regiões geográficas imediatas. Ao longo do
século XX, foram elaboradas 4 divisões regionais principais no Brasil: Zonas
Fisiográficas (1942), Microrregiões e Mesorregiões Homogêneas (1968 e 1976)
e Mesorregiões e Microrregiões Geográficas (1989). Dessa forma, a divisão
regional do Brasil não passa por atualizações significativas em quase 3
décadas, sendo assim foi necessário rever suas classificações, para uma
melhor compreensão das dinâmicas da rede urbana brasileira atual.

A metodologia para a nova classificação regional foi baseada em


modelos territoriais aplicados em estudos anteriores. A regionalização foi feita a
partir da identificação das cidades-polo e os municípios que possuem relação
direta como cada uma delas, e leva em consideração dois conceitos:

 Território-rede: conjunto de arranjos populacionais localizados em áreas


contínuas de municípios conurbados4 e possuem fluxos em uma porção
territorial (IBGE, 2016).

 Território-zona: controle exercido pelas cidades, através de suas


funções e atividades de alcance intrarregionais e inter-regionais (IBGE,
2017).

Regiões Geográficas Intermediárias (6):

 Região Geográfica Intermediária de Teresina

 Região Geográfica Intermediária de Parnaíba

 Região Geográfica Intermediária de Picos

 Região Geográfica Intermediária de São Raimundo Nonato

 Região Geográfica Intermediária de Corrente-Bom Jesus

 Região Geográfica Intermediária de Floriano

Regiões Geográficas Imediatas (19):

 Teresina

 Amarante-Água Branca-Regeneração

 Campo Maior

4
Entende-se por conurbação quando duas ou mais cidades se “encontram” e formam um
mesmo espaço geográfico. Isso ocorre quando o crescimento dessas cidades é elevado e as
suas respectivas malhas urbanas integram-se, tornando-se um único meio urbano.
 Valença do Piauí

 Barras

 Parnaíba

 Piripiri

 Esperantina

 Picos

 Paulistana

 Oeiras

 Simplício Mendes

 São Raimundo Nonato

 São João do Piauí

 Corrente

 Bom Jesus

 Floriano

 Uruçuí

 Canto do Buriti

Regionalização do Estado do Piauí por Macrorregiões,


Territórios de Desenvolvimento e Aglomerados.

O Estado do Piauí é organizado em 12 Territórios de Desenvolvimento

(TDs), que são unidades de planejamento da ação governamental, considerando

as peculiaridades locais e regionais, visando à promoção do desenvolvimento

sustentável do Estado, a redução das desigualdades e a melhoria da qualidade


de vida da sua população. Como responsáveis pela implementação das políticas
públicas no âmbito do Piauí, os vários órgãos governamentais devem organizar
sua estrutura tomando por base a regionalização institucionalizada com a Lei
Complementar nº 87, de 22.08.2007 e atualizada pela Lei nº 6.967/2017.

O Piauí está divido em quatro (04) macrorregiões: Litoral, Meio-norte,

Semiárido e Cerrado, onde os limites se definem pelas suas características

socioambientais. Tais regiões estão subdivididas em doze (12) Territórios de

Desenvolvimento (TDs) e 28 Aglomerados, segundo a Lei atualizada de nº

6.967/2017. Os TDs são: Espaços socialmente organizados, compostos por um


conjunto de municípios, caracterizados por uma identidade histórica e cultural,

patrimônio natural, dinâmica e relações econômicas e organização, constituindo


as principais unidades de planejamento da ação governamental.

Já os Aglomerados formam um conjunto de municípios de um mesmo TD


que apresentam características semelhantes e são agregados a partir de
critérios socioeconômicos, considerando: a proximidade geográfica, as relações

estabelecidas entre eles, o desenvolvimento de atividades produtivas comuns, a

potencialidade de convergência para eixos econômicos e sociais.

 Macrorregiões e dentro os respectivos Territórios de


Desenvolvimento (TD’s):
1-Litoral:
a- Planície Litorânea
2-Meio-Norte:
a- Cocais
b- Carnaubais
c- Entre Rios
3-Semiárido:
a- Vale do Sambito
b- Vale do Rio Guaribas
c- Chapada Vale do Rio Itaim
d-Vale do Canindé
e- Serra da Capivara
4-Cerrados
a- Vale dos Rios Piauí e Itaueiras
b- Alto Parnaíba
c- Chapada das Mangabeiras

Climas do Piauí

O Piauí está situado entre duas regiões climáticas bem distintas: o Sertão
semiárido e a Amazônia quente e úmida. É, portanto, uma autêntica faixa de
transição. Desta forma, pode-se dizer que a dinâmica climática do estado se
caracteriza pela sua grande complexidade. Um exemplo desta complexidade é
a destacada variabilidade pluviométrica registrada no tempo (chuvas
concentradas em poucos meses) e no espaço (distribuição espacial das chuvas).
Em função de sua posição geográfica em área de baixas latitudes e de
altitudes predominantemente baixas, atuam no Piauí as seguintes massas de
ar:

Equatorial Atlântica (Ea) – forma os alísios5 de nordeste do Atlântico,


que sopram em julho, dando origem a uma aragem denominada de ‘vento
parnaibano’ que, ao avançar pelo vale do rio Parnaíba, ameniza as noites
calorentas da capital. Determina ainda o regime pluviométrico denominado de
Equatorial marítimo com totais pluviométricos que variam entre 1.600 e 1.000
mm. Os municípios de Luzilândia, Matias Olímpio, Barras e Porto acusam os
maiores índices.

Equatorial Continental (Ec) – originária da Amazônia, atua nas áreas


mais baixas do estado, situadas próximas do rio Parnaíba e ao longo do litoral.
Responsável pelas chuvas de verão no Sul, normalmente produz chuvas
rápidas, mas intensas, acompanhadas de trovoadas. Em Teresina, não por
acaso situada na Chapada do Corisco, ocorre, em média, 60 trovoadas por ano,
frequentes no verão (10 a 11 dias cada, mês de janeiro a abril) e muito raras a
partir de maio.

Convergência Intertropical (CIT) – também conhecida como “equador


térmico”, é uma faixa de encontro dos alísios situada entre o Equador e a latitude
de 2° a 7° S em seu deslocamento meridional mais significativo, quando causa
chuvas de verão-outono no centro-norte piauiense. Determina (em consórcio
com a Ec) o regime pluviométrico (Equatorial continental) da região, marcado por
totais pluviométricos que variam de 1.200 a 550 mm anuais.

Temperaturas

5
Os ventos alísios são ventos que ocorrem durante todo o mês nas regiões subtropicais,
sendo muito comuns na América Central. São o resultado da ascensão de massas de ar
que convergem de zonas de alta pressão (anticiclônicas), nos trópicos, para zonas de
baixa pressão (ciclônicas) no Equador, formando um ciclo. São ventos úmidos, que
provocam chuvas nos locais onde convergem. Por essa razão, a zona equatorial é a
região das calmarias equatoriais chuvosas.
A variação da temperatura, em sua distribuição espacial, depende da
latitude associada à altitude, da mesma forma que, com relação às estações do
ano, depende da evolução da nebulosidade (cobertura de nuvens) e do efeito
regulador da oceanidade (Embrapa, 1989). Na área litorânea, no período de julho
a novembro, com pouca cobertura de nuvens, acarreta o registro das maiores
amplitudes diárias, próximas de 15° C. A amplitude absoluta (anual) gira em
torno dos 26° C. A temperatura média anual é de 27ºC, nas áreas de baixa
altitude como as de Parnaíba, Luzilândia, Porto, José de Freitas, Teresina e
outras que apresentem condições semelhantes. A máxima observada no estado
foi de 40,5ºC em Oeiras e mínima de 10ºC em Corrente e Pedro II. Nas áreas de
maior altitude (500-600 m, por exemplo), as médias anuais deverão atingir 26°
C (Embrapa, 1989). A amplitude térmica anual, como se pode perceber, é
reduzida. A umidade relativa do ar é de 72%, variando entre 60 e 84%.

Precipitação (Em meteorologia, precipitação descreve qualquer tipo de fenômeno


relacionado à queda de água do céu) “chuva”

A variação do regime pluviométrico é mais acentuada na direção


sudeste/noroeste, onde se registram totais anuais abaixo de 500 mm, em Pio IX,
na divisa com o Estado de Pernambuco e na região do vale do rio Guaribas, até
valores acima de 1.600 mm, na região de Porto, em direção ao litoral. Todavia,
dois terços do estado estão situados em isoietas (linha num mapa ou numa carta
que une os pontos do globo terrestre onde a média das precipitações pluviais é
igual durante um certo período de tempo.) iguais ou superiores a 1.000 mm/ano.
O regime pluviométrico Equatorial continental determina os meses de janeiro-
fevereiro-março como o trimestre mais chuvoso na porção central (Picos por
exemplo) do estado, enquanto no Sul chove mais no trimestre dezembro-janeiro-
fevereiro. No litoral, por influência da massa Ea (Equatorial Atlântica), chove mais
no trimestre fevereiro-março-abril.

Tipos climáticos
Existem diversas classificações climáticas, aqui será utilizada a de maior
apelo didático: a classificação climática de Köppen. Wladimir Peter Köppen
climatologista russo naturalizado alemão, foi o primeiro pesquisador a mapear
todas as regiões climáticas do mundo e suas variações ao longo do ano, sendo
considerado precursor da Meteorologia moderna. É oportuno ressaltar que a
escassez de dados meteorológicos torna essas classificações muito empíricas.
A classificação climática de Köppen identifica, para o Piauí, três tipos climáticos
gerais:

Aw’ ou As - Tropical com chuvas concentradas no outono – Quente e


úmido, ou Tropical chuvoso, predomina no norte do estado.

Aw– Tropical Continental ou semiúmido, com chuvas concentradas no


verão e inverno seco. É considerado como o clima predominante na maior
parte do Piauí.

BSh – semiárido quente com chuvas de verão: domina o sudeste do


estado, apresentando, como é comum, grande irregularidade pluviométrica
(250,5 mm em 1932 e 1.269 mm em 1974, na Serra da Capivara).
Relevo

O relevo do Piauí, ao longo de sua extensão territorial (251.529 km²),


possui duas formações gerais. Grande parte de seu território, nas regiões Sul,
Sudeste, Sudoeste e Leste piauiense predominam as elevações de planaltos e
chapadas do Planalto Brasileiro, comumente chamadas de Planalto da Bacia do
Parnaíba. Já na porção norte do Estado, próxima ao litoral, encontra-se a
Planície Costeira.

A topografia do relevo piauiense é muito regular, pois 92% da sua


extensão territorial possui altitude inferior a 600 metros, enquanto 53% do
território está abaixo dos 300 metros de elevação.

Planalto da Bacia do Parnaíba

O relevo desse tipo geomorfológico presente no Estado do Piauí tem


como características principais uma topografia plana com suaves ondulações.
Ao longo de sua extensão predomina a presença de chapadas presentes na
região central piauiense, com altitudes que variam entre 300 e 600 metros de
elevação, e de cuestas que ocorrem em locais onde a camada geológica é mais
inclinada, localizadas na porção leste do Estado, cujas altitudes variam entre 500
e 700 metros.

Seus níveis erosivos variam de acordo com o município, onde nas cidades
que estão sob o clima Tropical Semiárido registram baixos índices de
intemperismo (fenômeno responsável pela decomposição das rochas e pela
modificação de suas características físicas e químicas, através das ações do
sol, água e vento, é denominado intemperismo) e erosão decorrentes ao longo
período de estiagem. As maiores altitudes encontram-se na Serras Grande,
Uruçuí, Tabatinga e Chapada das Mangabeiras. Porém, o município piauiense
com maior altitude é o de Marcolândia: está localizado na porção ocidental da
chapada do Araripe, sendo o município com sede de maior altitude no estado do
Piauí, com 785 metros acima do nível do mar.

Por conta da regularidade de seu relevo, o Estado do Piauí tem uma


condição topográfica propícia para a agricultura, sobretudo para o cultivo da soja,
que vem crescendo no Estado que é considerado uma fronteira agrícola, fazendo
parte do chamado MA-TO-PI-BA.

É nesse tipo de relevo que encontramos o Parque Nacional da Capivara


localizado em alguns municípios do Sudeste Piauiense, que contém um imenso
sítio arqueológico, resultante da atividade tectônica na região, que atrai muitos
turistas que vão ao Piauí.

Estrutura Geológica

São basicamente quatro unidades estruturais, a saber:

1-Escudo cristalino;

2- Bacia sedimentar do Maranhão-Piauí,

3- Bacia sedimentar do Araripe;

4- Depósitos sedimentares recentes.


A maior parte da estrutura geológica do Piauí é formada por terrenos
sedimentares (85%) constituintes da Bacia Sedimentar do Meio Norte ou
Maranhão-Piauí (cerca de 600.000 km²). Abrange grande parte dos estados do
Maranhão e Piauí, o nordeste do Pará, o extremo nordeste de Tocantins,
pequena porção da Bahia e ainda uma estreita faixa do noroeste do Ceará.
Recapitulando, as bases geológicas do Piauí correspondem às seguintes
unidades estruturais que ocorrem no Nordeste brasileiro:

a) Embasamento cristalino ou Escudo Cristalino Pré-Cambriano:


 É constituída pelas rochas mais antigas da superfície terrestre,
que se formaram no período pré-cambriano;
 Compõe-se de rochas cristalinas (magmáticas e metamórficas),
exemplo: pegmatitos, granito, mármore, etc.;
 Abrange cerca de 39.000 km², ou seja, 15% da área do Piauí;
 Surge no sul-sudeste do Estado (Picos, por exemplo), existe um
pequeno afloramento na praia da Pedra do Sal, no município de
Parnaíba (blocos de granito);
 Forma, nas áreas de rochas mais resistentes à erosão, pequenas
elevações.
 Lembra: terreno cristalino: sul e sudeste do Piauí!! Tem mais
predisposição para diamantes, ouro, prata e ferro devido a camada
de rochas mais antigas!

b) Sedimentos paleozoicos e mesozoicos da Bacia Sedimentar


do Maranhão-Piauí:
 Inicia-se a formação da bacia em ambiente marinho, situação que
perdura do Devoniano ao final das Eras Paleozoica e Mesozoica,
a partir da erosão ou desgaste do escudo cristalino e diversos
momentos de deposição marinho e continental, com influência de
movimentos tectônicos na conformação das camadas de
sedimentos;
 Esses agentes foram desgastando as rochas, transportando e
depositando sedimentos nas depressões onde existiam grandes
mares entre os escudos;
 Esses depósitos originaram as rochas sedimentares, que foram
sendo empilhadas umas sobre as outras, como camadas,
chamadas de formações geológicas.
 Forma planaltos tipo cuestas e importantes lençóis freáticos
(“chapadas esponjosas” de W. Kegel);
 Recobre 209.000 km², representando 85% da área do estado.
 Tem predisposição para ter energias ligadas ao petróleo, carvão e
ao gás natural devido aos sedimentos! São terrenos sobrepostos!

Mas qual a relação entre as bacias sedimentares do Parnaíba e a


existência de petróleo no Piauí?

Nas bacias sedimentares como o Planalto da Bacia do


Paranaíba, o processo de formação desse tipo de relevo está
vinculado à sobreposição de camadas de sedimentos, que
ocasiona o enterro de restos orgânicos de animais e plantas, seja
no oceano ou no subsolo. Desse modo, esses restos soterrados
condicionados à maiores pressões e temperaturas são “derretidos”
e dão origem aos combustíveis fósseis como o petróleo e o gás
natural.
O Planalto da Bacia do Parnaíba que é uma das maiores
bacias sedimentares do país, é vista por pesquisadores como um
local propício para a existência de jazidas naturais de petróleo e
gás natural nos respectivos Estados que tem a presença desse tipo
de relevo. No Piauí, o governo já iniciou as pesquisas para atestar
a existência desses recursos em seu território, e já abriu editais de
licitação para suas explorações.
c) Bacia sedimentar do Araripe
 Conhecida por Chapada do Araripe, corresponde a
camadas de rochas sedimentares superpostas
horizontalmente, dando uma forma de planalto tabular.
 Se formaram a partir dos depósitos de calcário, arenito e
argila na Era Mesozoica
 Localiza-se no Piauí a numa pequena área no extremo
sudeste do Estado. Os munícipios que se encontram nessa
área: Caldeirão Grande, Marcolândia, Simões, Curral Novo,
Francisco Macedo e Padre Marcos.

Depósitos Sedimentares Recentes:

Os sedimentos da Era Cenozoica são considerados recentes, em termos


de evolução da Terra – a partir de 65 milhões de anos. Ficam localizadas numa
área bem estreita no Norte do Piauí. São classificados em 2 subtipos:

d) Sedimentos Terciários da formação Barreiras:


 Aflora no litoral;
 No Piauí, formam uma faixa entre o continente e a planície
litorânea, com 30 a 50km de largura, entre a bacia sedimentar do
Maranhão-Piauí e o litoral;
 Recobre uma faixa de 40/55 km correspondendo a 1.700km² (0,8%
do estado);
 Constituem os tabuleiros Pré-litorâneos.
e) Sedimentos costeiros Quaternários:
 Formam terraços ou planícies aluviais ou várzeas, quando ocorrem
na margem de rios; -> Aluvião é um depósito de sedimentos
clásticos formado por um sistema fluvial no leito e nas margens da
drenagem, incluindo as planícies de inundação e as áreas
deltaicas, com material mais fino extravasado dos canais nas
cheias;
 Constituem a planície litorânea* - foi modelada por agentes
marinhos e fluviomarinhos, que deram origem à um processo
erosivo que originou praias, a existência de mangues, lagunas e
falésias ao longo do litoral piauiense.
Na planície Litorânea é muito comum notar a presença de
Usinas Eólicas, devida à grande potencialidade energética dos
ventos da zona costeira piauiense assim como em toda Região
Nordeste, em virtude de sua grande velocidade e de seu sentido
unidirecional (os ventos tem uma única direção). Estima-se que no
Piauí existem 75 usinas com a previsão da implementação de mais
26 até o ano de 2023, que pode colocar o Estado como o terceiro
maior produtor de energia eólica do país;
 Ocupam 600km², ou seja, 0,2% da área total do estado.

Geomorfologia

Nas diversas propostas de classificação do relevo brasileiro existentes, as


referências acerca do relevo piauiense eram muito genéricas e/ou muito
superficiais. Apresentaremos aqui as propostas de dois pesquisadores
piauienses que tentaram preencher essa lacuna. Toda classificação reflete, em
suma, os avanços da ciência no seu tempo e o modo como cada pesquisador a
Interpreta:

a) CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DE JOÃO G. BAPTISTA (1975):

agrupa as formas de relevo do Piauí em cinco chapadas ou chapadões:

 O Arco da Fronteira, que se divide em duas secções pela Chapada


do Araripe, constituindo-se ao Sul o divisor das bacias hidrográficas
do Parnaíba e do São Francisco e ao Norte separando os vales
piauienses dos cearenses;
 Os Chapadões do Sul, correspondendo às escarpas (escarpa -
aclive de terrenos nas bordas de planaltos, serras) do Arco da Fronteira,
“que vão perdendo altitude no sentido sul-norte”;
 As Cuestas do Centro, que apresentam mergulho das camadas de
leste a oeste;
 Os Contrafortes da Ibiapaba, identificados como cuestas que
pertencem ao setor norte do Arco da Fronteira;
 Os Morros Isolados, que são as formas de pequenas altitudes, que
intercalam as formas de maior expressão espacial.

b) CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL DE IRACILDE M. FÉ LIMA (1984):


Associando a estrutura geológica e a composição dos terrenos ao clima, a
autora dividiu o relevo do Piauí nos seguintes 6 compartimentos:

 Depressões Periféricas:
-Representado por uma faixa de áreas do Sudeste e parte do Sul
piauiense. Chamadas de periféricas justamente por estarem
localizadas à margem da grande área de rochas sedimentares do
Piauí.
-Estrutura cristalina pré-cambriana
- Depressões Periféricas correspondem às Depressões
Sertanejas, semiáridas, consideradas como áreas de desnudação
periférica a leste da bacia PI/MA, representada no Piauí por uma
faixa de aproximadamente 15% da área do Estado (Escudos
Cristalinos).
- Área drenada pelas nascentes dos rios Gurguéia formado pelos
(Curimatá e Paraim) e Canindé representado pelos rios, Itaim,
Riachão, Fidalgo e Piauí.

 Chapadões do Alto-Médio Parnaíba


-Conjunto de extensos planaltos tabulares conhecidos como
chapadões do sul (Serra da capivara, das confusões, das guaribas
e a vermelha). Inicia-se no bordo da bacia sedimentar até o vale do
Paranaíba. Ao Sul, Chapada das Mangabeiras.
- Unidade morfoestrutural de sedimentação Paleozoica, constituída
pelos chapadões sedimentares.

 Planalto Oriental da Bacia Sedimentar do Maranhão-Piauí


-Corresponde ao bordo leste da bacia sedimentar do Maranhão-
Piauí (Morro do gritador – Pedro II, serra da Ibiapaba porção Norte
e Serra Grande na porção Sul)
- Representado pela cuesta da Ibiapaba, tem seu “front” voltado
para o leste do Ceará e o reverso para o oeste, intervaladas pelas
depressões monoclinais
- Composição litológica formada pelas formações Serra Grande,
Pimenteiras e Cabeça. Limitando a porção sedimentar do
Cristalino, a grande cuesta é interrompida pelo boqueirão do Poti,
lugar em que penetra no Piauí. Os rios que drenam essa área
possuem regimes intermitentes, alimentando as sub-bacias do Poti
e Longá.
 Baixos Planaltos do Médio-Baixo Parnaíba
-Conjunto de baixos planaltos dissecados, que formam divisores
topográficos dos rios Longá, Baixo Poti, médio e baixo Canindé.
Formas modeladas e rebaixadas do tipo mesa. (200-300m de
altitude)
- Composto pela formação Longá, Piauí, Pedra de Fogo e
Itapecuru. A que compreende o vale do Parnaíba, no seu Baixo e
Médio curso, estes rios tem regime torrencial, inundando
periodicamente áreas do leito maior por seus cursos pertencerem
ao Paraíba. Nesta unidade ocorrem as lagoas formadas por
transbordamento fluvial, lagoa do cajueiro e a lagoa grande.
 Tabuleiros Pré-Litorâneos
-Área de topografia plana, com caimento para o Norte. Largura de
30-50 km. Elaborado em rochas da Formação Barreiras. Limite
entre a bacia sedimentar Maranhão-Piauí e o litoral.
- Correspondente de uma superfície tabular de caimento para o mar
(norte), composto pelos sedimentos da formação Barreiras, datada
do Terciário. Área drenada pelos os rios Parnaíba, São Miguel,
Camurupim e Ubatuba.
 Planície Costeira –
-É o outro tipo de relevo presente no Piauí e está localizada na
porção norte do litoral piauiense. Sua extensão é de 66 km no
sentido Leste-Oeste, que vai desde a baía das Canárias (situada
na divisa com o Maranhão) até o limite com o Ceará, na baía
formada na foz dos rios Ubatuba (PI) e Timonha (CE).
-Sua área engloba os municípios de Parnaíba, Luís Correia, Ilha
Grande de Santa Isabel e Cajueiro da Praia, todos localizados no
litoral do Estado.
-Nesse tipo de relevo, predominam sedimentos dos períodos
geológicos Terciário e Quaternário (principalmente este último).
Caracteriza-se pelos campos de dunas.

Hidrografia

O estado do Piauí é um dos mais ricos do Nordeste em acumulação de


água natural de superfície. Dispõe de cerca de 69 lagoas com um volume de
água da ordem de 584 milhões de metros cúbicos. Essas lagoas estão
distribuídas por todo o estado, ocorrendo, com maior frequência, no Baixo
Parnaíba.

Quanto a hidrografia fluvial, o principal rio perene é o Parnaíba, que


separa o Piauí do Maranhão e corre por 1.485 km até desembocar no Oceano
Atlântico. Sua vazão, no período crítico, é superior a 230 m3 por segundo, em
Luzilândia (Baixo Parnaíba). A Bacia do Parnaíba, que ocupa 72,7% do território
piauiense, pode ser considerada a segunda, em importância, do Nordeste,
levando-se em consideração três fatores: área drenada (338.000 km²), extensão
(1.485 km²) e perenidade do rio principal. A hidrografia do Piauí é composta
essencialmente por rios intermitentes, ou seja, que secam no período de
estiagem. Com exceção do Rios Parnaíba, parte do Rio Gurgueia e parte do
Uruçuí-preto, os demais perdem volume de água ou secam no período de estio.

Integradas a ela, existem, no território piauiense, outros 140 rios,


totalizando mais de 5.000 Km de extensão, dos quais 2,6 mil quilômetros são
perenes.

O Piauí é o estado brasileiro que possui o maior potencial de águas


subterrâneas, com reservas reguladoras de 2,5 bilhões de metros cúbicos,
correspondentes aos volumes infiltrados anualmente. Cerca de 85% da
superfície estadual encontram-se sobre terrenos sedimentares, onde se
destacam os aquíferos.

A Bacia do rio Parnaíba consiste no conjunto de todos os recursos hídricos


convergindo para a área banhada pelo rio Parnaíba e seus afluentes (o rio ou
riacho que deságua em outro: rio afluente. Esta é uma das doze regiões
hidrográficas do território brasileiro. Tal conjunto estende-se pelos estados do
Piauí, Maranhão e trechos do estado do Ceará, e seu bioma varia da Caatinga,
passando a Floresta Tropical, terminando na área de Vegetação Litorânea.

Como principal área habitada da bacia hidrográfica, temos a cidade de


Teresina, capital do estado do Piauí, e, apesar da extensão do Parnaíba e seus
afluentes, a área caracteriza-se pelos índices críticos de abastecimento de água,
rede de saneamento básico e tratamento de esgoto. Tal déficit de abastecimento
de água á geralmente citado como fator principal do escasso desenvolvimento
da área da bacia.
Mesmo assim, considerando os períodos de escassez e diminuição do
volume de água na bacia, esta é considerada, ao lado das Bacias do Amazonas
(2º lugar) e do Paraná (1º lugar) uma das três grandes bacias sedimentares
brasileiras. Bacias sedimentares são aquelas onde a área marginal precipita-
se, indo depositar-se ao fundo do rio; à medida que pedras, areia e demais
corpos vão se acumulando e sendo soterrados, estes sofrem aumento de
pressão e temperatura, iniciando um processo de litificação ("transformação
em pedra", literalmente), formando conjuntos de rochas sedimentares.

Apelidado de "Velho Monge", o rio Parnaíba, o principal rio da bacia,


nasce nos contrafortes da chapada das Mangabeiras, confluência de três outros
rios: Água Quente, na divisa de Maranhão e Piauí, Curriola e Lontra, ambos no
território do estado piauiense. Este corre cerca de 1450 quilômetros até sua
desembocadura no Oceano Atlântico, servindo, ao longo de todo seu curso, de
divisa entre Maranhão e Piauí.

São três os seus principais cursos: Alto, Médio e Baixo Parnaíba. No


Médio Parnaíba, na altura da cidade piauiense de Guadalupe, encontra-se a
barragem de Boa Esperança, que impulsiona a usina de mesmo nome,
geradora de energia integrante do sistema CHESF.

É importante mencionar que a bacia possui mais de três mil quilômetros


de rios perenes (rios que não secam em tempos de altas temperaturas),
centenas de lagoas e ainda metade da água do subsolo do nordeste brasileiro,
avaliadas em 10 milhões de metros cúbicos ao ano.

Os afluentes mais importantes do Parnaíba, do lado do rio Piauí são os


rios Gurgueia, Uruçuí-Preto, Canindé, Poti e Longá; no Maranhão, o afluente
importante é o rio Balsas.

Antes de atingir o Atlântico, o Parnaíba forma um amplo e recortado delta,


o único em mar aberto das Américas e um dos três maiores do mundo em
extensão (sendo os outros o do Nilo, no Egito, e do Mekong, no Vietnã).
Vegetação
A vegetação resulta da interação de fatores climáticos + relevo + solo. A
cobertura vegetal do Piauí é bastante diversificada. Dentre as formações
vegetais existentes, podemos destacar as seguintes:

 Caatinga arbórea e arbustiva (encontrada nas áreas leste e


sudeste do estado): Compondo 28,4% da vegetação do Piauí e
presente em 63 municípios piauienses especializados nas regiões
Sul e Sudeste do Estado, a caatinga está presente em locais que
estão sob o clima Tropical Semiárido. Sua vegetação apresenta
adaptações ao ambiente seco do Sertão Nordestino, com folhas
grossas e pequenas e presença de espinhos em sua estrutura –
para conter a perda de água pela transpiração -.
O bioma caracteriza-se pela presença de cactos, bromélias,
arbustos e árvores de pequeno porte em áreas brejosas. Por conta
de sua vasta riqueza natural, a Caatinga é considerada um
Patrimônio Nacional brasileiro. Apesar desse reconhecimento, o
bioma vem sofrendo intensa devastação no Estado, sobretudo com
a ocorrência de queimadas, desmatamento e a exploração de
lenha.
 Cerrado e cerradão (centro-leste e sudoeste): Ocupando uma
área de 115.500 km² (47,3% da extensão territorial piauiense), o
Cerrado é outro tipo de vegetação no Piauí. Situada nas regiões
Sul e Norte do Estado. Sua formação vegetal é caracterizada pela
presença de árvores de médio e pequeno porte, que em geral,
possuem troncos retorcidos e cascas grossas.
Em locais próximos a cursos hídricos, a fisionomia da
vegetação se altera, apresentando árvores de grande porte e com
folhas mais verdes. Nos últimos anos, a área que corresponde ao
Cerrado vem sendo alvo da expansão agrícola, com o MA-TO-PI-
BA, sobretudo com o aumento da produção da soja e milho, que
vem aumentado o PIB do Estado, que passou a exportar mais
commodities.
No entanto, o aumento da exploração do bioma vem
gerando o aumento da devastação do Cerrado, que hoje é
considerada um hotspot (bioma com risco de extinção), por conta
do crescimento do desmatamento, já que algumas áreas nativas
foram convertidas em pastagens e em campos de cultivo para soja.
 Mata dos cocais: Situada na região Noroeste do Estado, próxima
à divisa com o Maranhão, a Mata dos Cocais é considerada uma
mata de transição entre a Floresta Amazônica (úmida) e a
Caatinga (seca). Sua vegetação caracteriza-se pela presença de
palmeiras, árvores estacionais semidecíduas (árvores de grande
porte, que perdem as folhas durante o período de estiagem) e o
predomínio de carnaúba e babaçu, cujos frutos são essenciais para
o sustento da população local.
Muitas famílias piauienses sobrevivem da extração do coco
do babaçu e da carnaúba, e vendem para a transformação e
fabricação da cera, glicerina, óleo de babaçu e diversos tipos de
shampoo. Muitas mulheres que garantem seu sustento diário
nessa atividade são chamadas de quebradeiras. Entretanto, o
crescimento dos latifúndios, o aumento da exploração de minérios
e a repressão de muitos fazendeiros e donos de grandes cultivos,
vem dificultando a luta e a sobrevivência dessas trabalhadoras. O
bioma atualmente vem sendo bastante devastado por conta do
desmatamento praticado para fins agropecuários e para a cultura
da soja, fora o desgaste e a poluição do solo causado pelas
mineradoras presentes na região.
 formação pioneira e mangue aluvial (bioma costeiro):
Presentes no litoral piauiense, os manguezais e a vegetação
litorânea, são as formações vegetais menos abundantes no Piauí.
Isso é justificado pela pequena extensão do litoral do Estado que é
de 66 km – o menor do país. Esse tipo de vegetação se desenvolve
em solo salino – devida à influência do mar -, e em ambientes
inundados e com baixa quantidade de oxigênio. Suas formações
vegetais tem características morfológicas adaptativas a esse tipo
pedológico, e inclui raízes áreas, crescimento rápido das copas das
árvores e espécies retentoras de água.
As formações vegetais são separadas por zonas de contato, nas quais
ocorrem dois ou mais tipos de associações de plantas, constituindo
agrupamentos de transição.

Área de litígio entre Piauí e Ceará

O litígio de limites entre Ceará e Piauí compreende um território de


aproximadamente 3.000 km², localizado na Serra da Ibiapaba, nos limites entre
os estados brasileiros do Ceará e do Piauí. As regiões reivindicadas passaram
a ser popularmente conhecidas como Cerapió e Piocerá.

Antecedentes
O litígio tem origem no governo colonial de Manuel Inácio de Sampaio e
Pina Freire (1812 a 1820), do Ceará, quando o engenheiro Silva Paulet
apresentou um mapa da província que mostrava o limite oeste do litoral até a foz
do rio Igaraçu. Dessa forma, a localidade de Amarração, atual cidade piauiense
de Luís Correia faria parte do território do Ceará.

Durante o século XIX a localidade teve assistência da cidade cearense


vizinha, Granja, até que em 1874 os parlamentares estaduais decidiram elevar
a localidade à categoria de vila. Tal atitude chamou a atenção dos políticos do
Piauí que reivindicaram o território. A solução para o impasse ocorreu com o
Decreto Geral nº 3.012, de 22 de novembro de 1880, determinando que haveria
uma troca, na qual o Piauí restabeleceria a totalidade de seu litoral e o Ceará
incorporaria os municípios de Crateús e Independência.

Desde essa época, portanto, que nos limites entre o Ceará e o Piauí
persistem vários pontos com indefinições e ambas as unidades da federação
continuam disputando o controle de tais locais. Segundo o deputado estadual
Neto Nunes (PMDB-CE), a indefinição permanece porque - o Piauí quer uma
parte de serra, fértil, bom clima, com pousadas, uma região turística do estado -
, enquanto o pedaço trocado pelo litoral seria de sertão.

Proposta de resolução pendente

Após a Constituição de 1988, foi proposto que em 1991 seria resolvida a


questão do litígio de limites entre os estados, mas só em 2008 foi apresentado
um acordo sobre a questão, com o Piauí ficando com 1.500 hectares e o Ceará
com 1.000. Em outubro de 2011, no entanto, o diálogo entre os dois estados foi
abalado pela decisão do governo do Piauí de entrar com uma ação civil ordinária
no Supremo Tribunal Federal (STF), reivindicando uma área total de 2.821
quilômetros quadrados que hoje pertence ao Ceará.

Se o STF acatar o pedido do governo piauiense, o estado do Ceará


perderia 66% do município de Poranga, 32% de Croatá, 21% de Guaraciaba do
Norte, 18% de Carnaubal, 8% de Crateús, além de 7% de Ipaporanga.

Religião
A população do Piauí é majoritariamente cristã. Segundo o IBGE, é o
estado com a menor proporção de protestantes, e maior proporção de católicos
do país. Há uma grande diversidade de manifestações religiosas no Piauí,
expressando a identidade multicultural do povo piauiense. Segundo
levantamento realizado por aplicativo desenvolvido pela Prefeitura Municipal de
Teresina, existem mais de 800 terreiros de matriz afro-brasileira na capital.
Tendo em vista que são 800 mil habitantes no município, existe praticamente um
terreiro para cada mil habitantes. Além das religiões cristãs e monoteístas, no
Piauí também se encontram seguidores de espiritualidades politeístas, como o
Piaganismo - ou Paganismo Piaga - é um termo utilizado para descrever o
conjunto de tradições pagãs regionais, praticadas por grupos politeístas da
região do Piauí. Como outras tradições pagãs, tem como características o
politeísmo, a celebração de um calendário associado aos ciclos da natureza,
bem como a valorização das tradições ancestrais nativas., considerado a
primeira religião neopagã brasileira.

 Católicos Apostólicos Romanos - 85,1%


 Protestantes - 9,7%
 Não Religiosos - 3,4%
 Espíritas - 0,3%
 Outros - 1,4%

Dados da população

Sua população estimada em 2018, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística) é de 3.264.531 pessoas, com uma densidade
demográfica estimada em 12,40 habitantes por km². Suas cidades mais
populosas são: Teresina – a capital do estado – (861.442 habitantes), Parnaíba
(152.653), Picos (78.002), Piripiri (63.694) e Floriano (59.840).

Segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios)


de 2017, 70,7% da população declarou ser parda, totalizando 2,2 milhões de
pessoas. O número de brancos no Estado foi de 20,4%, equivalente a 658 mil
pessoas. Pessoas que se declararam negras atingiram o índice de 8,7%,
correspondendo a 280 mil habitantes. Amarelos e indígenas tiveram o índice de
0,2% no Estado do Piauí.

Composição étnica

Cor/Raça Porcentagem

 Pardos 70,7%
 Brancos 20,4%
 Pretos 8,7%
 Amarelos e indígenas 0,2%

Atualmente o Piauí, segundo o Censo de 2010 (o censo é realizado a cada


10 anos, porém, como houve a pandemia em 2020, não foi possível ser feito o
novo censo) realizado pelo IBGE, tem 66% da sua população morando em
centros urbanos e 34% que residem em áreas rurais, se constituindo como o
segundo estado que mais possui residentes na zona rural no Brasil,
correspondendo a quase 1 milhão de pessoas. Perde apenas para o Maranhão
que tem 37% da sua população morando em áreas rurais.

O Piauí é o estado brasileiro que apresentou um menor crescimento


populacional entre os anos de 2012 e 2018 em todo país, em que segundo o
IBGE, durante esse período, o crescimento geral foi de apenas 1,6%, já que a
estimativa da população em 2012 foi de 3,213 milhões de habitantes e passou
para 3,264 milhões de pessoas em 2018.

O Estado, segundo o IBGE, será a primeira unidade federativa a sofrer


uma redução em sua população, estimada para ocorrer a partir de 2032,
podendo alcançar uma queda de 10%, com uma população estimada em
2.948.119 habitantes. Um dos fatores que culminam nessa possível redução é o
índice reduzido da taxa de fecundidade da população e o maior envelhecimento,
tendência já prevista para o restante do país. Em 2018, a taxa de
fecundidade do Estado foi de 1,76 filhos por mulher, que deve sofrer quedas
nesse índice ao longo dos anos. Estima-se, segundo o IBGE, que em 2020, a
taxa será de 1,75, em 2030 (1,71) e 2060 (1,69). Esses dados demonstram que
para os próximos 40 anos, haverá uma redução no número de crianças nascidas
no Piauí.

A migração dos piauienses

Outro fator que justifica a redução populacional do Piauí, é a migração.


Segundo o IBGE, o Piauí é um dos estados que mais perdem população por
conta da migração para outros estados. Isso é mais visível nas pequenas
cidades do interior, sobretudo nas regiões semiáridas, onde alguns municípios
carecem de infraestrutura, oportunidades de emprego e educação.

A maioria dos emigrantes (os que saem) piauienses, cerca de 30%, tem
como destino o Estado de São Paulo, onde vivem aproximadamente 300 mil
pessoas nascidas no Piauí. O segundo Estado que mais abriga piauienses é o
vizinho Maranhão, com aproximadamente 180 mil pessoas. O Distrito Federal é
outra unidade federativa muito procurada pela população piauiense onde estão
cerca de 140 mil pessoas nascidas no Estado.

Índices socioeconômicos

O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado é de 0,646, sendo


o terceiro pior índice do país, superando apenas o Maranhão (0,639) e o
Alagoas (0,631). A taxa de analfabetismo, conforme o PNAD em 2017, foi a
segunda maior do Brasil atingindo 17,8% da população acima de 15 anos que
não sabem ler ou escrever um bilhete simples, bem acima da média nacional
(6,6%).

Referente ao saneamento básico, o Estado do Piauí atende apenas


11,6% da população com redes de coleta de esgoto, índice que está bem abaixo
da média nacional – pouco mais de 50% -. O Estado também um possui um
elevado índice de mortalidade infantil, onde ocorre a morte de 18,5 recém-
nascidos a cada 1000 nascidos vivos, bem acima da média nacional 12,8 óbitos.

Índios no Piauí

A comunidade Serra Grande dos índios Cariri, em Queimada Nova (552


km de Teresina), se tornou em agosto de 2020 o primeiro povoado indígena
com território demarcado oficialmente no Piauí. O IBGE antes não
reconhecia que no Piauí havia indígenas, o reconhecimento é o início de uma
reparação histórica dedicada à importância da presença dos povos nativos no
estado. De acordo com a cacique Francisca Pereira, representante da
comunidade, a iniciativa é um passo importante para a construção de políticas
públicas e para a preservação do povo.

É considerado um marco para o Piauí, apesar de sermos o último estado


do Nordeste a ingressar no circuito de emergências étnicas indígenas que se
efetivou na região. E lembrando que há mais quilombos do que tribos
indígenas no Piauí.

Política e Governo

O estado do Piauí, assim como em uma república, é governado por três


poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado
pela Assembleia Legislativa do Estado do Piauí, e o judiciário, representado pelo
Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e outros tribunais e juízes. Além dos três
poderes, o estado também permite a participação popular nas decisões do
governo através de referendos e plebiscitos. A atual Constituição do Estado do
Piauí foi promulgada em 1988, acrescida das alterações resultantes de
posteriores Emendas Constitucionais.

O poder executivo piauiense está centralizado no governador do estado,


que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto pela população para
mandatos de até quatro anos de duração, podendo ser reeleito para mais um
mandato. O atual governador é Wellington Dias, do Partido dos Trabalhadores
(PT). Ele reelegeu-se em 2006 vencendo a disputa em primeiro turno contra seu
principal adversário e ex-aliado, o então senador Mão Santa.

Em 2010, ele renunciou ao cargo em 1 de abril, com a intenção de se


candidatar ao Senado, sendo substituído pelo vice Wilson Martins, de quem se
afastaria após as eleições de 2012 quando perdeu a eleição para prefeito de
Teresina. Em 2014 foi eleito para o seu terceiro mandato como governador, e
reeleito em 2018 para o quarto mandato.

O poder legislativo estadual é unicameral, constituído pela Assembleia


Legislativa do Estado do Piauí, localizada em Teresina. Ela é constituída por 24
deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a
representação piauiense é de três senadores e dez deputados federais.

O poder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo


legislativo e regras constitucionais brasileiras, sendo composto por
desembargadores, juízes e ministros. Atualmente, a maior corte do Poder
Judiciário paulista é o Tribunal de Justiça do Piauí.

Símbolos

Bandeira

A bandeira do Piauí foi adotada oficialmente através da lei nº 1.050,


promulgada em 24 de julho de 1922 e alterada posteriormente pela lei ordinária
no 5.507, de 17 de novembro de 2005. Possui as mesmas cores da bandeira do
Brasil, o amarelo representa a riqueza mineral e o verde a esperança.

Inscrito dentro do retângulo azul, abaixo da estrela branca, que remete a


Antares, que na bandeira nacional simboliza o estado do Piauí, está "13 DE
MARÇO DE 1823", dia da Batalha do Jenipapo, que foi introduzida na alteração
de 2005. O brasão do estado do Piauí foi adotado através da lei 1050,
promulgada em 24 de julho de 1922.

Brasão

O Brasão do Estado do Piauí é o emblema heráldico e um dos símbolos


oficias do estado brasileiro do Piauí – Heráldica - arte ou ciência cujo objeto é o
estudo da origem, evolução e significado dos emblemas blasônicos, assim como
a descrição e a criação de brasões. O brasão de armas do Estado do Piauí foi
instituído pela Lei nº 1.050, promulgada em 24 de julho de 1922, sob o comando
de João Luiz Ferreira, então governador do Estado.

Composto por símbolos heráldicos, o escudo é do estilo neoclássico


cortado, onde sobre o campo superior de ouro velho, esmaltados em sinople (cor
verde), uma ao lado da outra e equidistantes. Há três palmeiras nativas do
Estado: a carnaúba (arrudaria cerifera), à direita lembra a fase nômade e pastoril
de penetração pelos Bandeirantes do território virgem; o buriti (mauricia vinifera)
ao centro, marcando a época subsequente de fixação e estabelecimento dos
núcleos de população e do tamanho das terras; e o babaçu (orbignya speciosa),
assinalando a evolução da economia, referente ao extrativismo.

No canto inferior, sob o fundo branco estriado de cortiças em faixa de cor


azul cobalto, há três “piás”, ou seja, peixes de prata representando os maiores
rios do Estado: Parnaíba, Canindé e Poti. As sete cortiças azuis correspondem
aos principais afluentes à margem direita do rio Parnaíba.
Simbolizando as aspirações de progresso, ao alto do chefe do escudo, há
uma estrela de prata de cinco pontas. E para figurar as duas principais produções
agrícolas do Estado do Piauí, o escudo possui os ramos de algodão e de cana-
de-açúcar, que estão atados por uma flâmula azul cobalto contendo a legenda
“Impavidum Ferient Ruinae – do latim: “os corajosos não temem as desgraças”
ou em tradução livre: “ruínas de destemor” – e logo abaixo inscrito “24 de janeiro
de 1823”, data da Proclamação da Independência do Estado.

Brasão do Piauí

Hino do Piauí

O Hino do Piauí é uma composição do poeta Antônio Francisco da Costa


e Silva, com música de Firmina Sobreira Cardoso e Leopoldo Damascena
Ferreira. Foi adotado pela Lei 1078 de 18 de julho de 1923. Sua letra foi
composta por ocasião das comemorações do centenário da adesão do Piauí à
Independência do Brasil, que ocorreu, entre outras datas, com a Batalha do
Jenipapo em 13 de março de 1823.

Letra do Hino do Estado do Piauí

Salve a terra que aos céus arrebatas

Nossas almas nos dons que possuis

A esperança nos verdes das matas

A saudade das serras azuis

Piauí, terra querida


Filha do Sol do Equador

Pertencem-te a nossa vida

Nosso sonho, nosso amor!

As águas do Parnaíba

Rio abaixo, rio arriba

Espalham pelo sertão

E levam pelas quebradas

Pelas várzeas e chapadas

Teu canto de exaltação

Desbravando-te os campos distantes

Na missão do trabalho e da paz

A aventura de dois bandeirantes

A semente da pátria nos traz

[REFRÃO]

Sob o céu de imortal claridade

Nosso sangue vertemos por ti

Vendo a pátria pedir liberdade

O primeiro que luta é o Piauí

[REFRÃO]

Possas tu no trabalho fecundo

E com fé, fazer sempre melhor

Para que no concerto do mundo

O Brasil seja ainda maior


[REFRÃO]

Possas tu conservando a pureza

Do teu povo leal progredir

Envolvendo na mesma grandeza

O passado, o presente e o porvir!

Estrofe Contestada

Tem surgido reflexões entre historiadores, notadamente filiados a corrente


da Nova História Crítica, que a 3ª estrofe do hino do Piauí faz menção poética a
dois bandeirantes de forma a apologizar as violências cometidas por eles contra
os povos nativos no respectivo período histórico. As discussões sugerem a troca
da estrofe em questão e que a Assembleia Legislativa autorize a realização de
um concurso para essa finalidade ou que seja reintroduzida a antiga estrofe.

A respeito cita-se Adrião José Neto: “na estrofe “Desbravando-te os


campos distantes/ Na missão do trabalho e da paz/ A aventura de dois
bandeirantes/ A semente da pátria nos traz”, o autor ao exaltar os dois
bandeirantes (Domingos Jorge Velho e Domingos Afonso Mafrense ou Sertão),
fala em “aventura” e “na missão do trabalho e da paz” sem, contudo, atentar para
o detalhe de que aventura é coisa de aventureiro, e que o trabalho ou um dos
trabalhos dos bandeirantes era guerrear contra os índios nativos para lhes tomar
terras e aprisionar os sobreviventes para o trabalho escravo.

A paz propalada pelo poeta constitui-se apenas e tão somente numa rima.
Nessa missão rotulada pelo poeta como do “trabalho e da paz”, eles, os dois
bandeirantes e muitos outros aventureiros promoveram a guerra e a
consequente dizimação dos nativos. Como comandantes das expedições
paramilitares, patrocinaram grandes carnificinas, matando, esfolando e
exterminando nações inteiras, dando péssimo exemplo aos seus seguidores
(Elites latifundiárias), que não sossegaram enquanto não eliminaram o último
índio de solo piauiense”. (José Neto, Adrião. A incoerência histórica do hino
do Piauí e verdades estabelecidas. Teresina; Ed. do autor, 2006).
Outra se fundamenta dessa maneira, pelo pesquisador piauiense Roberto
Alencar: "O Hino do Piauí contém um dos mais graves erros históricos cometido
pelo poeta Da Costa e Silva, considerado o maior poeta piauiense. Isso, se
considerarmos o processo de revisão pelo qual passou a História Oficial, hoje
intitulada de Nova História. Leia-se a estrofe em que esse erro é cometido:
“Desbravando-te os campos distantes/ Na missão do trabalho e da paz/ A
aventura de dois bandeirantes/ A semente da pátria nos traz".

Os dois bandeirantes citados em tal estrofe são Domingos Jorge Velho e


Domingos Afonso Mafrense. Estes personagens históricos tiveram uma missão
totalmente oposta à de promover o trabalho e a paz. São considerados pelos
novos historiadores como os principais exterminadores dos povos indígenas das
terras brasileiras. O massacre realizado por eles foi tão cruel que terminou por
exterminar, por exemplo, todos os índios do Piauí. Pode-se dizer que os dois
foram fixados nas páginas da História do Brasil para sempre, mas como
assassinos frios, cruéis e “sanguinolentos”. Domingos Jorge Velho, também, foi
o paulista contratado para destruir o Quilombo de Palmares em 1694, localizado
em Alagoas.

Economia

A economia do estado é baseada no setor de serviços (comércio -


terciário), na indústria, pequenas indústrias para ser mais preciso e construção
civil (setor secundário – química (transformação), têxtil (confecção), de bebidas
(transformação), na agricultura (setor primário - soja, algodão, arroz, cana-de-
açúcar, mandioca) e na pecuária extensiva. Ainda merecem destaque a
produção de mel, o caju e o setor terciário (comércio e serviços) em Picos e a
produção de biodiesel através da mamona em Floriano. A agricultura
mecanizada com a produção da soja nos cerrados piauienses dinamizou a região
sudoeste do Estado, incrementando e atraindo investimento econômico.

A indústria piauiense tem sua maior concentração na capital Teresina e


nas demais cidades desenvolvidas, como Parnaíba, Picos, Floriano, Piripiri e
Campo Maior, predominando a pequena indústria de transformação e a de
confecção.
Até meados (primeira metade) do século XX, o Piauí tinha sua pauta de
exportação baseada principalmente nos produtos advindo do extrativismo
vegetal e uma estrutura econômica que convergia para o mercado internacional.
Essa dependência em relação ao exterior se converteu em fragilidade do ponto
de vista da ampliação dos mercados e, depois, em situação de estagnação.

No entanto, na segunda metade do século XX, verifica-se no Piauí um


processo de integração com o resto do Brasil, sobretudo por meio das rodovias,
sem haver com isso um fortalecimento econômico, mas apenas uma nova
dinâmica que não suplanta a condição de dependência do Piauí, desta vez
subordinada à ascendente economia industrial do centro-sul.

Segundo dados do IBGE, o PIB do Estado, no ano de 2016, foi de R$ 41


bilhões de reais, sendo o quinto menor Produto Interno Bruto do país. Cerca de
64% do PIB piauiense está concentrado em apenas 10 municípios do estado. O
município com o maior PIB foi capital Teresina, com R$ 19,14 bilhões, em
seguida vem Parnaíba com R$ 1,91 bilhão e Picos com R$ 1,39 bilhões. O dado
evidencia a desigualdade regional presente no Estado.

 Dados econômicos do Setor Primário do Piauí

Em relação à distribuição do PIB nas atividades econômicas, o setor


primário contribui pouco mais de 8% do PIB correspondendo a R$ 4,72 bilhões
de reais. Entre os produtos destacam-se a produção de soja que vem crescendo
e se constituindo como principal comodities a ser exportada pelo Estado, uma
vez que o Piauí faz parte da região denominada de MATOPIBA.

Outros produtos que se destacam no Setor Primário do Estado são as


produções de frango, milho, mel natural, algodão e as criações bovinas, suínas,
caprinas (bodes e cabras) e ovinas (ovelhas e carneiros). Na pecuária destaca-
se a criação de caprinos, já que essas espécies animais conseguem se adaptar
às condições do clima semiárido. Também tem destaque a criação bovina, que
segundo a PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal), no Piauí existem cerca de 1,6
milhão de cabeças de gado, sendo o décimo nono maior rebanho do país.
 Dados econômicos do Setor Secundário do Piauí

No setor secundário da economia piauiense destacam-se as indústrias


voltadas para a construção civil, para o setor de alimentos e bebidas e para a
área da mineração. Segundo a CNI (Conferência Nacional de Indústrias), em
2016 o PIB industrial do estado foi de R$ 4,1 bilhões participando de 0,4% do
PIB industrial nacional.

Desse montante, 51% arrecadado vem das indústrias voltadas para a


construção civil, 12,5% de serviços industriais de utilidade pública, 10,1% da
indústria alimentícia, 7,1% da indústria de bebidas, 3,1% de minerais não-
metálicos e 16,2% de outros tipos industriais.

 Setor Terciário do Piauí

No setor terciário, o setor de prestação de serviços e o comércio


varejista possuem grande importância para economia piauiense, atuando em
diversos segmentos como vestuário, setor financeiro, setor de calçados,
concessionárias de veículos, entre outros. Destaca-se também a influência da
Administração Pública na participação do PIB do Estado – cerca de 34% - e o
turismo que se constitui como uma importante fonte de receita, sobretudo na
região onde estão situados os litorais piauienses.

A balança comercial do Piauí

Em relação às exportações, em 2018, segundo o MDIC (Ministério da


Indústria, Comércio Exterior e Serviços), o Estado arrecadou 706,11 milhões de
dólares com exportações. O principal destino das vendas realizadas foi a China
que comprou 74,1% dos itens vendidos. Os produtos mais comercializados são:

 Soja triturada e derivados – 90,8%


 Mel natural – 1,9%
 Outros produtos – 7,3%
Dados socioeconômicos do Piauí

Em 2018, o IBGE afirmou que 12,3% da população sofre com o


desemprego no Estado. Nesse ano houve uma queda de 1,0% em relação à
2017, em que foram gerados aproximadamente 10 mil novos empregos formais.

Outro estudo feito pelo IBGE aponta, que 45,3% da população piauiense
vive com uma renda abaixo da linha da pobreza estabelecida pelo Banco Mundial
(5,5 dólares por dia), ou seja, mais de 1,4 milhões de habitantes ganham menos
de R$ 406,00 por mês, fazendo com que o Estado seja um dos piores em
distribuição de renda no país.

Agropecuária

A pecuária foi a primeira atividade econômica desenvolvida no estado,


fazendo parte de sua tradição histórica. O folclore e os costumes regionais
derivam em grande parte da atividade pastoril. Entre os rebanhos, destacam-se
os caprinos, bovinos, suínos, ovinos e asininos. A caprinocultura, por sua
capacidade de adaptação a condições climáticas inóspitas, tem sido incentivada
pelo Governo, proporcionando meio de vida a significantes parcelas da
população carente, principalmente nas regiões de Campo Maior e Alto Piauí. No
Sul do estado algumas fazendas estão investindo bastante na qualidade
genética do rebanho. Podemos citar a cidade de Corrente no sul do estado que
possui fazendas com um rebanho de alta qualidade genética, e em São
Raimundo Nonato onde a família Paes Ribeiro tem a maior criação de gado.

A agricultura no Piauí desenvolveu-se paralelamente à pecuária, como


atividade quase que exclusivamente de subsistência. Posteriormente, adquiriu
maior caráter comercial, embora de forma lenta e insuficiente para abastecer o
crescente mercado interno do Estado. Entre as culturas tradicionais temporárias
sobressaem-se o milho, o feijão, o arroz, a mandioca, o algodão herbáceo, a
cana-de-açúcar e a soja. Entre as culturas permanentes, destacam-se a manga,
a laranja, castanha-de-caju e o algodão. A agricultura é forte em Altos (manga)
e União (cana-de-açúcar).

Estudos de laboratório sobre a carnaúba demonstraram ser possível a


elevado do nível tecnológico de seu aproveitamento, sendo a celulose o derivado
de maior potencial para viabilizar a exploração dessa imensa riqueza natural do
Estado. A castanha de caju deixou de ser um produto extrativo para se constituir
numa cultura desenvolvida em grande escala. O Piauí tem intensificado nos
investimentos em sua agricultura que está se mecanizando. No sul do estado
cidades como Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves produzem soja, sorgo,
milho e algodão para exportação. O estado é o terceiro maior produtor de grãos
do nordeste, devido aos seus cerrados, só perde para o Maranhão e a Bahia.

Mineração

No setor de mineração, a Vale S.A. está em operação no município de


Capitão Gervásio Oliveira, onde foi encontrada a segunda maior reserva de
níquel do Brasil.

Diversos estudos geológicos demonstram a existência de potencial


bastante promissor de exploração mineral. Entre as ocorrências de maior
interesse econômico, encontram-se o Mármore, o amianto, as gemas, a ardósia,
o níquel, o talco e a vermiculita. Vale ressaltar que o Piauí é dotado de grandes
reservas de águas subterrâneas artesianas e possui a segunda maior jazida de
níquel do Brasil, localizada no município de Capitão Gervásio Oliveira. No ano
de 2009 foi anunciada a descoberta de uma grande jazida de ferro no município
de Paulistana, sendo esta a segunda maior jazida de ferro do mundo. Ferro este
que a companhia siderúrgica brasileira tem muito interesse.

Piauí é a nova fronteira da Mineração do Brasil. O Piauí é apontado pelos


sites nacionais especializados em mineração como a nova fronteira do minério.
Essa afirmação é confirmada com os números do Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia
que mostram o Estado como o segundo do Nordeste e entre os dez maiores do
país com incidência de minérios. Um dos pontos que chama a atenção é a
diversidade da riqueza mineral piauiense, uma vez que não há apenas um
minério específico em destaque, mas vários tipos como ferro, diamantes,
fósforo, níquel, mármore, calcário, argila, opala e outros. Um exemplo é a
região de Paulistana (a 474 km de Teresina) que tem uma reserva de ferro
estimada em 400 milhões de toneladas, com projetos de pesquisas e exploração
em evolução. Já no município de Coronel Gervásio Oliveira (a 545 km de
Teresina) o principal atrativo é o níquel com reservas estimadas em 88
milhões de toneladas, onde estão sendo investidos algo em torno de US$ 50
milhões em pesquisa e instalação de usina piloto.

É na região de Pedro II, a 195 km ao norte de Teresina, que se localiza


a única reserva de opala nobre do Brasil. A pedra, que reflete as cores do
arco-íris, chama a atenção pela qualidade cuja similaridade é encontrada apenas
em áreas da Austrália. No extremo sul do Estado, na cidade de Gilbués, há
cerca de 830 km da capital já está sendo explorada uma mina de diamantes,
com uma jazida estimada em dois milhões de quilates.

A mármore extraída no município de Pio IX, mais precisamente na


localidade de Quixaba é de excelente qualidade tanto na textura quanto na cor.
As pesquisas indicam a existência de vários tipos de mármores com destaque
às de cores azul, platinado, dourado, branco e misto. Pesquisas realizadas em
22 municípios do Médio e Alto Parnaíba por órgãos como o Serviço Geológico
do Brasil e a Agência Nacional de Petróleo apontam para fortes indícios da
existência de gás na Bacia do Rio Parnaíba. Investimentos da ordem de 50
milhões já foram feitos para perfuração de poço no sul de Floriano para
conhecer o potencial comercial da área. Isso sem falar na vasta quantidade de
água no subsolo piauiense.

Principais ocorrências minerais por Território de Desenvolvimento:

- Cocais: Opala e Pedras ornamentais

- Carnaubais: Pedra Mourisca, Fosfato

-Vale do Rio Guaribas: Mármore, Granito, Água Mineral,


Calcário/Cimento, Gesso, Argila, Cobre, Ferro

-Chapada Vale do Itaim: Mármore, Granito, Água Mineral,


Calcário/Cimento, Gesso, Argila, Ferro

- Vale do Canindé: Argila


- Serra da Capivara: Níquel, Cobalto e Ferro

- Chapada das Mangabeiras: Calcário para correção de solo, Diamante,


Titânio, Nióbio, Manganês

- Tabuleiros do Alto Parnaíba: Calcário para correção de solo.

Cultura

O estado do Piauí é muito rico em manifestações culturais. Como o estado


é relativamente grande, havendo vários tipos de clima, vegetação e relevo, é
comum a variedade de culturas conforme o local. As manifestações mais comuns
no Piauí são: Bumba-Meu-Boi, Cavalo Piancó, Congada, Samba de
Cumbucaoda de São Gonçalo, Reisado, entre outros.

Museu do Piauí - a casa da memória Casa de Odilon Nunes mantém viva


história do Estado através de rico acervo e investe na dinamização de suas
atividades. Fundado em 1934, o Museu surgiu a partir de uma seção do Arquivo
Público, passando, em 1980, a abrigar o seu acervo no casarão de traços
neoclássicos da Praça Marechal Deodoro da Fonseca, sua sede atual. Desde
então, o Museu vem ampliando o seu acervo e mantendo o compromisso com a
preservação do patrimônio histórico e cultural piauiense.

O Museu possui um acervo variado com aproximadamente sete mil peças


que cobrem um período que vai do pré-histórico (peixes e troncos fossilizados)
ao contemporâneo (louças da Companhia das Índias, porcelanas chinesas e
inglesas, mobiliário e quadros do século XIX). São obras de artistas piauienses
e nacionais importantes como Afrânio Castelo Branco, Liz Medeiros, Nonato
Oliveira, Gabriel Archanjo, Hostyano Machado, Amaral, Dalva Santana, Josefina
Gonçalves, Dora Parentes, Victor Meirelles de Lima, dentre outros. A média de
visitação é de 12 mil pessoas por ano que são, em sua maioria, estudantes de
escolas públicas e privadas. Em 09 de novembro de 1992, o Museu foi tombado
pelo Patrimônio Histórico Estadual, pela Lei Nº 4515, e em 10 de outubro de
1999 foi rebatizado de Casa de Odilon Nunes, em homenagem ao historiador
piauiense, quando da passagem do centenário de seu nascimento, através da
Lei Estadual Nº 5086.
Principais literatos piauienses

Mário Faustino

Mário Faustino dos Santos e Silva (Teresina, 22 de outubro de 1930 —


Lima, 27 de novembro de 1962) foi um jornalista, tradutor, crítico literário e poeta
brasileiro. Ficou conhecido por seu trabalho de divulgação da poesia no Jornal
do Brasil quando assinava o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, na seção
Poesia-Experiência. Publicou apenas um livro de poesia, O Homem e sua Hora
(1955). Morreu com apenas 32 anos de idade num desastre aéreo no Peru.

H. Dobal

Pseudônimo de Hindemburgo Dobal Teixeira, Teresina, 17 de outubro de


1927 - Teresina, 22 de maio de 2008) foi um poeta brasileiro, participante do
Grupo Meridiano, de repercussão no Piauí, e pertencente cronologicamente à
Geração de 1969 da literatura brasileira, embora diferindo levemente destes no
trabalho inovador com o ritmo, em algumas inovações no trato com as palavras,
e também quanto ao rigor formal. Segundo o crítico literário Francisco Miguel de
Moura, H. Dobal começou a repercutir seu nome nacionalmente ao publicar na
imprensa literária do Rio de Janeiro, participando da Antologia dos Poetas
Bissextos Contemporâneos, organizada em 1964 (2ª edição) por Manuel
Bandeira. Publicou seu primeiro livro, O Tempo Consequente, em 1966 e com a
segunda obra, O Dia Sem Presságios (1970), conquistou o Prêmio Jorge de
Lima, do Instituto Nacional do Livro.

Pertencia à Academia Piauiense de Letras e à Academia Brasiliense de


Letras. H. Dobal faleceu em Teresina, no dia 22 de maio de 2008.

Torquato Neto

Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944 —


Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta brasileiro, jornalista,
letrista de música popular, experimentador ligado à contracultura. Torquato
envolveu-se ativamente na cena soteropolitana, onde conheceu, além de Gil,
Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1962, mudou-se para o Rio de
Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar.
Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre
cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora.

Torquato atuava como um agente cultural e polemista defensor das


manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o cinema marginal e
a poesia concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado
de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, o
cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica.

Torquato se matou um dia depois de seu 28º aniversário, em 1972. Depois


de voltar de uma festa, trancou-se no banheiro e abriu o gás e isso levou muita
gente a pensar que Torquato foi morto pelo regime militar. Sua mulher dormia
em outro aposento da casa. O escritor foi encontrado na manhã seguinte pela
empregada da família (Maria das Graças, que mais tarde adotou o nome de Gal,
sugerido pela própria Gal Costa, sua homônima [frequentadora assídua da casa
de Torquato]).

A nota de suicídio de Torquato dizia:

"FICO. Não consigo acompanhar a marcha do progresso de minha mulher


ou sou uma grande múmia que só pensa em múmias mesmo vivas e lindas feito
a minha mulher na sua louca disparada para o progresso. Tenho saudades como
os cariocas do tempo em que eu me sentia e achava que era um guia de cegos.
Depois começaram a ver, e, enquanto me contorcia de dores, o cacho de banana
caía. De modo Q FICO sossegado por aqui mesmo enquanto dure. Ana é uma
SANTA de véu e grinalda com um palhaço empacotado ao lado. Não acredito
em amor de múmias, e é por isso que eu FICO e vou ficando por causa deste
amor. Pra mim chega! Vocês aí, peço o favor de não sacudirem demais o Thiago.
Ele pode acordar". Thiago era o filho de dois anos de idade.

Foi pensando na morte do amigo que Caetano Veloso escreveu a canção


"Cajuína", incluída no disco Cinema Transcendental. Os versos da canção
relatam o encontro de Caetano com o pai de Torquato, em Teresina, algum
tempo depois da morte do poeta.
Abdias Neves

Abdias da Costa Neves (Teresina, 19 de novembro de 1876 — 28 de


agosto de 1928) foi um escritor, político brasileiro e senador durante a República
Velha. Filho de João da Costa Neves e Delfina de Oliveira Neves, formou-se em
Direito, tendo ocupado os cargos de chefe de Polícia, juiz de Direito de
Piracuruca, juiz federal de Teresina e advogado da Fazenda Estadual do Piauí.
Sua principal obra foi: Aspectos do Piauhy de1926.

Alcides Freitas

Alcides Freitas nasceu em Teresina, em 4 de julho de 1890. Estudou no


Liceu Piauiense, cursou Humanidades e, terminado o curso, em 1906,
matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia. Na defesa da tese de
doutorado, na área de Fisiopsicopatologia, produziu um texto – “Da Lágrima” -
que já revelava o grande poeta que existia dentro de si, pois era muito mais afim
à literatura do que à ciência. A tese foi publicada em 1912, o mesmo ano da
edição do livro Alexandrillos, escrito em parceria com o irmão Lucídio Freitas.

Publicado em outubro de 1912, o livro Alexandrinos mereceu elogios de


críticos de renome nacional, como Osório Duque-Estrada, autor do Hino
Nacional Brasileiro, José Veríssimo, Clóvis Beviláqua e Laudemiro de Menezes.
Também os piauienses, como Zito Baptista, Antônio Chaves, Abdias Neves e
Cristino Castelo· Branco, aplaudiram a obra de estreia do poeta.

Conta a professora Socorro Rios Magalhães que, antes mesmo do


lançamento do primeiro livro, os jovens poetas Alcides Freitas e Lucídio Freitas
já gozavam de grande prestígio entre os conterrâneos. "A par do pendor pelas
letras, demonstrado desde a infância, e dos estudos superiores feitos fora do
Estado, eram ainda filhos de Clodoaldo Freitas, naquele tempo já uma legenda
no meio intelectual e político do Piauí", destaca a professora.

Assis Brasil

Francisco de Assis Almeida Brasil, mais conhecido como Assis Brasil


(Parnaíba, 18 de fevereiro de 1932) é um escritor brasileiro, membro da
Academia Piauiense de Letras. Romancista, cronista, escritor piauiense, crítico
literário e jornalista, atuou como crítico literário, intensamente, na imprensa
brasileira, especialmente no Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Correio da
Manhã e O Globo, assim como nas revistas O Cruzeiro, Enciclopédia Bloch e
Revista do Livro. Tem mais de 100 obras publicadas, entre elas Beira Rio Beira
Vida, 1965; A Filha do Meio Quilo, 1966; O Salto do Cavalo Cobridor e Pacamão
(Tetralogia Piauiense); Os que Bebem como os Cães (Ciclo do Terror); Nassau,
Sangue e Amor nos Trópicos, Jovita e Tiradentes (romances históricos).

Da Costa e Silva

Antônio Francisco da Costa e Silva (Amarante, 28 de novembro de 1885


— Rio de Janeiro, 29 de junho de 1950) foi um poeta brasileiro. Começou a
compor versos por volta de 1896, tendo seus primeiros poemas publicados em
1901. Todavia, seu primeiro livro de poesia, Sangue, somente foi lançado em
1908. É o autor da letra do hino do Piauí. Ademais, pertenceu à Academia
Piauiense de Letras, Cadeira 21, cujo patrono é o padre Leopoldo Damasceno
Ferreira. Um grande poeta que conquistou diversos públicos com seu jeito
harmonioso, e seus poemas de sua cidade natal Amarante (Piauí). Umas de
suas principais obras se intitula ZODÍACO, trata-se de um livro que deve ser lido
a qualquer tempo. O tema sempre moderno, com este livro, o poeta quis
representar os trabalhos e os dias dos homens de sua terra.

Clodoaldo Freitas

Clodoaldo Severo Conrado Freitas (Oeiras, 7 de setembro de 1855-


Teresina, 29 de junho de 1924) foi um escritor e advogado brasileiro. Foi um dos
fundadores da Academia Piauiense de Letras e da Academia Maranhense de
Letras. Liceu Maranhense, concluindo-os no Liceu Piauiense, em Teresina, em
1870. Posteriormente transferiu-se para Recife, vindo a graduar-se pela
Faculdade de Direito da capital pernambucana em 1880. Depois de formado
retornou ao Piauí, onde foi juiz municipal em Valença do Piauí até 1882.

No ano seguinte assumiu os cargos de promotor público e juiz municipal


em Teresina. Colaborou em diversos periódicos, entre os quais o Diário do Piauí,
A Imprensa, O Reator, O Abolicionista, A Reforma, O Democrata, O Estado, A
República, A Notícia, O Piauí, O Diário, Revista Mensal da Sociedade União
Piauiense, A Pátria, A Notícia, Revista da Academia Piauiense de Letras e
Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí, todos do Piauí, A Reação,
de Pernambuco, e Diário da Manhã e Diário, do Pará.

Publicou Fatores do Coelhado (1892), O Piauí (1902), História do Piauí


(1902), Vultos piauienses (1903), Memórias de um velho (1905), A Pátria (1905),
“Em roda dos fatos” (1911), Crônicas (1911), História de Teresina (1912), Contos
a Teresa (1915). Fez também as traduções de “Inferno” de Dante (1912) e “Os
últimos dias de Pompéia” (1912).

Higino Cunha

Higino Cícero da Cunha (São José das Cajazeiras, 11 de janeiro de 1858


— Teresina, 16 de novembro de 1943) foi um escritor, jornalista, advogado e
político brasileiro. Nasceu no sítio Bacuri, no município maranhense de São José
das Cajazeiras, atualmente Timon, bem próximo a Teresina, capital do Piauí.

Iniciou os estudos na casa paterna, orientado pelos irmãos mais velhos.


Aos 12 anos mudou-se para Teresina para estudar e trabalhar no comércio. Aos
vinte anos de idade, foi continuar os estudos em São Luís, onde realizou os
preparatórios para o curso jurídico, entre 1878 e 1880. Em 1881 ingressou na
Faculdade de Direito do Recife. Durante o curso colaborou no jornal
pernambucano Folha do Norte. Diplomado em 1885, retornou ao Piauí, dando
início à sua trajetória política.

Após a renúncia do marechal Deodoro da Fonseca em 23 de novembro


de 1891, o governador do Piauí Gabriel Luís Ferreira foi deposto em 21 de
dezembro mesmo ano, sendo substituído por uma junta governativa presidida
pelo tenente-coronel João Domingos Ramos, e da qual fez parte Higino Cunha
juntamente com Clodoaldo Freitas, José Eusébio de Carvalho Oliveira, Elias
Firmino de Sousa Martins e José Pereira Lopes, até 29 de dezembro, quando
João Domingos Ramos assumiu sozinho o governo do estado.

Em 1895 mudou-se para o Amazonas, onde trabalhou como advogado e


jornalista, colaborando com os jornais “A Federação” e “O Estado do Amazonas”.
No ano seguinte, em razão de desentendimentos políticos com o governador
Fileto Pires Ferreira, retornou ao Piauí e tornou-se juiz de direito na cidade de
Itamarati.
Foi um dos fundadores da Academia Piauiense de Letras, e o primeiro
ocupante da cadeira nº 7, cujo patrono era Anísio Auto de Abreu. Presidiu a
academia por dois períodos: de 1919 a 1924, em sucessão a Clodoaldo Freitas,
e no período de 1929 a 1943, somando cerca de vinte anos. Em 1918 foi
presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.

Foi também professor do Liceu Piauiense, da Escola Normal e da


Faculdade de Direito do Piauí. Como jornalista colaborou no Diário do Piauí, A
Democracia, Correio de Teresina, Gazeta do Comércio e A República, também
procurador dos feitos da Fazenda estadual, cargo no qual se aposentou em
1925.

É autor das seguintes obras: Pro Veritate (1883), Asineide (1897), O


idealismo filosófico e o ideal artístico (1913), Discursos acadêmicos (1921), O
teatro em Teresina (1923), O ensino normalista no Piauí (1923), Histórias das
rebeliões no Piauí (1924), Os revolucionários no Sul do Brasil (1926), O
assassínio do juiz federal (1928), A defesa do professor Leopoldo Cunha (1934),
A Igreja Católica e a nova constituição da República (1934) e Memórias: traços
autobiográficos (1940).

Turismo

O Parque Nacional Serra da Capivara é uma unidade de conservação


brasileira de proteção integral à natureza que se localiza nos municípios
piauienses de Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São
Raimundo Nonato. Esta área tem a maior e mais antiga concentração de sítios
pré-históricos da América. Estudos científicos confirmam que a cadeia
montanhosa de Capivara era densamente povoada na era pré-colombiana.

O parque foi criado através do decreto de nº 83.548, emitido pela


Presidência da República em 5 de junho de 1979, com a finalidade de proteger
um dos mais importantes exemplares do patrimônio pré-histórico do país.
Originalmente com 100 000 hectares, a proteção do Parque foi ampliada pelo
decreto de nº 99.143 de 12 de março de 1990 com a criação de Áreas de
Preservação Permanentes de 35 000 hectares. A administração da unidade está
a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

O Parque Nacional Serra da Capivara é um local de conservação


arqueológica com uma grande riqueza de vestígios que se conservaram durante
milênios. O patrimônio cultural e os ecossistemas locais estão intimamente
ligados, pois a conservação do primeiro depende do equilíbrio desses
ecossistemas. O equilíbrio entre os recursos naturais é o condicionante na
conservação dos recursos culturais e foi o que orientou o zoneamento, a gestão
e o uso do Parque pelo poder público.

É um local com vários atrativos, monumental museu a céu aberto, entre


belíssimas formações rochosas, onde encontram sítios arqueológicos e
paleontológicos espetaculares, que testemunham a presença de humanos e
animais pré-históricos. O parque nacional foi criado graças, em grande parte, ao
trabalho da arqueóloga Niède Guidon, que hoje dirige a Fundação Museu do
Homem Americano, instituição responsável pelo manejo do parque. Pelo seu
valor histórico e cultural, o parque foi declarado pela UNESCO, em 1991,
Patrimônio Cultural da Humanidade.

O parque nacional da Serra das Confusões é uma unidade de


conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada na região
sudoeste do estado do Piauí. O território do parque está distribuído pelos
municípios de Alvorada do Gurguéia, Bom Jesus, Brejo do Piauí, Canto do Buriti,
Caracol, Cristino Castro, Curimatá, Guaribas, Jurema, Redenção do Gurgueia,
Santa Luz e Tamboril do Piauí.

O parque, criado em 2 de outubro de 1998, tem como principais objetivos


o resguarde de uma amostra significativa dos ecossistemas presentes no bioma
de caatinga, que se encontra ainda bastante preservada no estado do Piauí,
possuindo ainda grande beleza cênica e alto valor histórico, cultural e científico.
Com uma área de 823 837 ha, Serra das Confusões é o maior parque em
extensão territorial do Piauí e da região nordeste do Brasil. Sua
administração está atualmente a cargo Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio).
O parque nacional de Sete Cidades é uma unidade de conservação
brasileira de proteção integral da natureza localizada na região norte do estado
do Piauí. O território do parque está distribuído pelos municípios de Brasileira e
de Piracuruca. O Parque Nacional das Sete Cidades foi criado pelo decreto
50.744, de 8 de junho de 1961, por Jânio Quadros, então presidente do Brasil.
O plano de manejo foi publicado, mas não oficialmente formalizado, em 31 de
dezembro de 1978. O decreto 126 de 14 de dezembro de 2010 criou o conselho
consultivo.

O parque contém savanas áridas (florestas de babaçu) e áreas de contato


entre savana, savana árida e floresta sazonal, protege uma importante formação
geológica e conserva os recursos hídricos em uma região seca. Os principais
atrativos geológicos são a atração principal, além de algumas pinturas rupestres
e inscrições pré-históricas.

O Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba é um parque


nacional brasileiro criado através de Decreto de 16 de julho de 2002 e ampliado
por Decreto em 12 de janeiro de 2015, com 749.848 ha de área.

Fica localizado na divisa dos estados do Piauí, do Maranhão, da Bahia e


do Tocantins. Tem o objetivo de assegurar a preservação dos recursos naturais
e da diversidade biológica, bem como proporcionar a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação, recreação e turismo
ecológico.

Por se tratar de região de expansão da fronteira agrícola, ocorre forte


pressão ambiental sobre o parque, em razão da produção de soja do
MATOPIBA, bem como da pecuária, o que provoca lixiviação (Lixiviação é o
movimento de materiais solúveis na matriz do solo pelo efeito da água que
escorre e causa erosão ou a água que infiltra no solo em direção ao lençol
freático.) no platô (Área de planície elevada. Planalto) da Chapada das
Mangabeiras e o assoreamento (Assoreamento é o acúmulo de terra, lixo e
matéria orgânica no fundo de um rio. O fenômeno geralmente acontece quando
o curso d'água não possui matas ciliares, vegetação nas margens do rio) dos
rios. Outros conflitos observados são: a extração de madeira, a caça e extração
da folhagem das palmeiras buritirana e o tráfico e animais silvestres, em especial
a arara-azul.

É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da


Biodiversidade (ICMBio)

Na praia de Barra Grande, a Prática do Kitesurf atrai atletas de todo o


mundo e investimentos em resorts e pousadas ampliam o potencial turístico da
região. No município de Pedro II, o ecoturismo, com suas piscinas naturais e
mirantes, divide espaço com a produção de pedras de opalas.

O Delta do Rio Parnaíba corresponde à foz do rio Parnaíba e está situado


entre os estados brasileiros do Maranhão e Piauí. O rio Parnaíba percorre 1.450
km até desembocar no Oceano Atlântico. O rio abre-se em cinco braços,
envolvendo 73 ilhas fluviais, e sua paisagem exuberante, cheia de dunas,
mangues e ilhotas, que garantem o cenário paradisíaco dessa região.

O Delta do Parnaíba começa na cidade de Parnaíba, segunda maior


cidade do Piauí, conhecida como "Portal do Delta" ou “Capital do Delta”, onde se
encontra a primeira e maior ilha do arquipélago, a Ilha Grande de Santa Isabel,
a Ilha das Canárias é a segunda maior ilha do Delta, já se encontra no lado
maranhense no município de Araioses, outra ilha de destaque é a Ilha do Caju,
está a 50 km de Parnaíba, mas é uma ilha privada.

O Rio Parnaíba nasce na Chapada das Mangabeiras - tendo suas


nascentes protegidas pelo Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba - e
despeja no mar muitos sedimentos que impactam a costa litorânea, formando
dunas e lagoas. Nessa região, foi criada a Área de Proteção Ambiental Delta do
Parnaíba, que abrange 10 municípios, além da Reserva Extrativista Marinha do
Delta do Parnaíba. Segundo a website do ICMBio a Área de Proteção Ambiental
do Delta do Parnaíba abrange 10 municípios: Tutóia Paulino Neves, Araioses e
Água Doce do Maranhão no Maranhão. Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e
Cajueiro da Praia no Piauí, além de Chaval e Barroquinha no Ceará. O delta do
Parnaíba termina em Paulino Neves, dando origem ao Lençóis Maranhenses,
isso tudo efeito do rio Parnaíba, o maior rio inteiramente nordestino.
Esporte

O Estádio Governador Alberto Tavares Silva, ou Albertão, é um dos


maiores estádios de futebol do Nordeste. Inaugurado em 1973, localiza-se na
cidade de Teresina, tinha capacidade para 60.000 torcedores quando
inaugurado. Segundo o CNEF (Cadastro Nacional de Estádios de Futebol) de 15
de setembro de 2009, tem uma capacidade atual para 44.200 pessoas. Possui
uma infraestrutura completa para futebol, atletismo e transmissão de jogos por
rádio e TV.

Solicitado pelo governo do Estado, representado pelo governador Alberto


Silva, o projeto foi feito por uma equipe da empresa SEEBLA – Engenharia de
Projetos, que tinha firma fora do Estado. Para acompanhar a obra foram
convidados alguns arquitetos, residentes em Teresina, portadores de certo
status na cidade, como o arquiteto carioca Antônio Luiz, responsável pelas obras
modernas mais significativas da capital Piauiense. Com ele estavam também os
arquitetos Raul de Lagos Cirne e Francisco Abel de Magalhães Ferreira. O
Estádio Albertão tem imensa importância no futebol do estado do Piauí por ser
o único estádio de grande porte do estado.

Energias renováveis no Piauí

Parque Solar de Nova Olinda tem uma capacidade produtiva de 292


MW. Fica localizado no município de Ribeira do Piauí no semiárido piauiense.
Teve o início de sua operação em dezembro de 2017. Estima-se que o parque
pode evitar a emissão de cerca de 350 mil toneladas de gás carbônico na
atmosfera. Os painéis se movem acompanhando o movimento solar (como se
fossem girassóis) e captam a irradiação solar, que é transformada em energia.
Esta, então, é levada por cabos subterrâneos a uma subestação no próprio
parque e, de lá, segue por 47 km de linhas de transmissão até uma subestação
da Chesf, onde é lançada no sistema interligado.

Em janeiro de 2019, a empresa chinesa CGN Energy International


Holdings comprou integralmente os ativos do Parque Solar Nova Olinda da
italiana Enel Green Power, em uma transação que também envolvia a compra
de outra usina solar da Enel Green Power, Complexo Solar Lapa, na Bahia.
Piauí terá maior parque eólico e maior parque solar da América do
Sul. Estado tem grande potencial em promover o desenvolvimento sustentável
a partir do que tem em abundância: a luz solar. Nos municípios de Lagoa do
Barro e São Gonçalo do Gurguéia, ambos no Piauí, estão sendo construídos os
maiores parques eólico e solar da América do Sul. Anualmente, as usinas vão
evitar a emissão de mais de dois milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Os
empreendimentos são obras da empresa de energia Enel, por meio de sua
subsidiária Enel Green Power Brasil (EGP). A companhia já é responsável por
algumas das maiores usinas de energia solar do Brasil, sendo uma no Piauí e
outra na Bahia. A Usina São Gonçalo, que começou a ser construída em 2018,
foi inaugurada. Com capacidade de geração de 475 MW, a primeira etapa do
projeto começou a operar ainda em 2020. Agora, a primeira expansão de 133
MW do parque está sendo finalizada – mantendo a posição de maior usina de
energia solar do Brasil e da América do Sul. Ao alcançar 608 MW, o parque terá
capacidade para gerar mais de 1.500 GWh por ano, evitando a emissão, anual,
de mais de 860 mil toneladas de CO2.

Além disso, o parque usa módulos solares bifaciais, que capturam energia
solar de ambos os lados do painel. Desta forma, aumentam a geração de energia
em até 18% enquanto reduzem em 11% a área ocupada pelos painéis.

Já o parque eólico, batizado de Lagoa dos Ventos, terá nada menos que
230 aerogeradores e, em pleno funcionamento, poderá gerar mais de 3,3 TWh
por ano. É um feito incrível, que evitará a emissão de mais de 1,6 milhão de
toneladas de CO2. Este é o maior projeto eólico da EGP no mundo e a previsão
é que entre em operação em 2021. “Podemos dizer que, no ranking da eólica, o
Piauí ocupa o quinto lugar entre os maiores produtores desse tipo de energia no
Brasil, ficando atrás apenas da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande
do Sul; quanto à energia solar, somos o terceiro, mas somos o estado que mais
constrói e que tem o futuro mais promissor na potencialidade para geração dessa
energia”, afirma Wilson Brandão, secretário de Estado da Mineração, Petróleo e
Energias Renováveis (Seminper).
QUESTÃO AMBIENTAL NO PIAUÍ

Principais problemas ambientais:

No Litoral, o ambiente mais ameaçado é o dos Manguezais, prejudicado

pela retirada da vegetação nativa (mangue e restinga) e pela construção de


canais. Um dos problemas ambientais visto no litoral é o do assoreamento -
acúmulo de sedimentos pelo depósito de terra, areia, argila, detritos etc., na calha de um rio,

na sua foz, em uma baía, um lago etc., consequência direta de enchentes pluviais, devido ao
mau uso do solo e da degradação da bacia hidrográfica, causada por desmatamentos,
monoculturas, garimpos predatórios, construções etc. O rio Parnaíba é o que mais sofre com

o Assoreamento, devido a forma incorreta do homem explorar às áreas próximas às margens.

Agravado pelo desmatamento das margens, realizado pela população ribeirinha


para a implantação de pequenas lavouras e criação de animais, assim os
mangues são substituídos pelas lavouras e criação de animais.

Outro problema é o rápido avanço das Dunas, causado pelo

desmatamento da vegetação, que caso permanecesse diminuiria a

mobilidade das Dunas. Uma consequência desse fenômeno é o da Lagoa do


Portinho, que a cada ano diminui o seu volume de água e sua área.

Na capital, Teresina, as agressões ao meio ambiente geralmente estão


ligadas à ocupação humana, sendo um dos principais problemas a Erosão –
(Erosão é o processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo, dos subsolos e
das rochas como efeito da ação dos agentes erosivos, tais como a água, os ventos e os
seres vivos.) próximo ao curso dos rios, sendo as principais causas o
desmatamento nas margens dos rios: a ocupação inadequada das áreas de risco
e os solos com baixa resistência a degradação.

Outro problema que podemos citar são os Aguapés no rio Poti -


plantinha que reduz a vazão das águas e concentra-se os poluentes, pois o Rio
Poti, ele recebe muitos dejetos de esgotos residenciais e quando se concentra
os aguapés começam a aparecer, e isso diminui a oxigenação, fazendo inclusive
os peixes morrerem. A planta é utilizada em lagos e espelhos d'agua,
favorecendo a vida aquática, principalmente os peixes; além de embelezar o
espaço, mas ela necessita de constante monitoramento, pois possui crescimento
muito rápido e pode atrapalhar a fecundação dos seres vivos.

Ademais, outro problema presente em Teresina são Ilhas de calor: nome


que se dá a um fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com
elevado grau de urbanização. Nestas cidades, a temperatura média costuma ser
mais elevada do que nas regiões rurais próximas. As principais causas da
formação de uma ilha de calor são possibilitadas, de um modo geral, por:

 Aumento da urbanização, caracterizado principalmente pelas


inúmeras construções (edificações de concreto), que impedem a
circulação dos ventos;
 Poluição atmosférica por excesso de veículos (emissão de gases
poluentes);
 Liberação de calor em processos industriais;
 Diminuição da cobertura vegetal, que diminui a absorção de calor;
 Pavimentação com impermeabilização;
 Elevada densidade demográfica. Tendo em vista que os raios
solares atingem diretamente o concreto dos centros urbanos, o
calor retido e é enviado para atmosfera em formas de ondas de
calor.

Essa diferença de temperatura é percebida num dia de verão em que o


asfalto pode chegar a 45°, enquanto a grama ficará em 35° no máximo.

Outro problema ambiental verificado, principalmente no sul do estado, é a


Desertificação, um processo de degradação profundo que pode atingir áreas
com solos secos. As principais causas são: predisposição do solo em
desequilibrar-se, clima instável e adverso e ação exploratória do homem
(desmatamento, uso errado do solo e também o garimpo predatório). Além do
mais, é um processo de transformação e empobrecimento dos solos, fazendo
com que eles fiquem semelhantes ou iguais ao ambiente de um deserto. Esse
processo é resultado tanto da ação humana quanto da natureza.

Exemplos desse problema ambiental no Piauí estão nos municípios de


Gilbués e em Barreiras do Piauí. Ademais, Gilbués é considerado oficialmente
um “núcleo de desertificação” No Brasil. São ao todo quatro (4) núcleos de
desertificação. Todos se encontram na região Nordeste, são eles: Cabrobó-PE,
Seridó-RN, Irauçuba-CE, além de Gilbués-PI, que é considerado um dos núcleos
mais graves nesse quesito.

Alô, concurseiros! Terminamos aqui nosso material, abordando os


principais tópicos históricos e geográficos do estado do Piauí! Agora,
vamos resolver algumas questões para fixar o conteúdo!

QUESTÕES GABARITADAS

1- Em relação à economia do estado do Piauí, assinale a opção correta.


 A.
A agropecuária se destaca devido à mecanização das atividades e ao
seu alto nível tecnológico, comparável ao do Sudeste brasileiro.
Errado – não há esse alto nível tecnológico no Piauí.
 B.
Nas exportações do estado, predominam os produtos industrializados
em consequência da política de incentivos levada a efeito pelo governo.
Errado – predominam os produtos agrícolas, e não industrializados.
 C.
O setor terciário, abrangendo comércio e serviços, é o que mais
contribui para a economia do estado.
Gabarito da questão!
 D.
O setor quaternário, relativo às atividades de alta tecnologia, emprega a
maior parte da força de trabalho do estado.
Errado – alternativa absurda! O setor terciário, e dependendo da
região, o setor primário é o que mais emprega no estado piauiense.
2- Entre os fatores que determinam a ocorrência da caatinga no estado do
Piauí está
 A.
o índice pluviométrico anual.
 B.
a baixa temperatura durante o inverno.
 C.
a ausência de uma densa rede fluvial.
 D.
o relevo extremamente movimentado.
3- Com relação à necessidade da preservação ambiental no Piauí, é
correto afirmar que:
 A.
a chuva ácida é a principal forma de destruição de diversos tipos de
vegetação existentes no estado.
 B.
a degradação dos solos, provocada pelas atividades agropecuárias,
é reconhecida como um problema ambiental. O garimpo também
entra como problema ambiental
 C.
a capital do estado compreende a área menos atingida pela degradação
ambiental.
 D.
o desmatamento é irrelevante quanto à questão da preservação
ambiental diante da ausência de florestas no estado.

4- Os maiores índices de radiação solar em Teresina estão concentrados


entre junho e outubro. Tais índices estão associados:
 A.
À inclinação do eixo da Terra, com maior exposição dessa área ao sol,
no equinócio de verão.
 B.
à baixa latitude em combinação com a baixa umidade e reduzida
nebulosidade verificadas nesse período.
 C.
à formação de “janelas atmosféricas”, que diminuem a capacidade da
atmosfera em filtrar a radiação solar.
 D.
ao ângulo zenital do Sol nesse período, que favorece a incidência
vertical de radiação.
 E.
ao afélio (aproximação máxima entre Sol e Terra durante a translação)
que ocorre nesse período.
5- Teresina registra rajadas de vento de 100 km/h durante chuva
O vento começou por volta das 17h30 dessa sexta-feira (4) e deixou estragos
na cidade.
Por Catarina Costa, G1 PI 05/10/2019
As rajadas de vento atingiram a velocidade de 100 km/h durante chuva
intensa na tarde dessa sexta-feira (4) em Teresina, segundo o climatologista
Werton Costa. O vento começou por volta das 17h30 e deixou estragos na
cidade.
"A estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que fica no Aeroporto
de Teresina, registrou rajadas de vento de 100 km/h e chuva de 11 milímetros
no espaço de tempo de uma hora, que é considerada de moderada
intensidade. Essa ventania é suficiente para arrastar carros. Nenhuma outra
cidade do Piauí registrou ventos fortes ou chuva considerável", explicou o
climatologista. Segundo a meteorologia, o temporal que caiu nesta sexta-feira
foi um dos efeitos do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN). O vórtice
segue em atuação próximo à costa do Nordeste. Juntamente com ventos que
sopram do oceano, o fenômeno provoca alta umidade no Piauí.
[...]
Fonte: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2019/10/05/teresina-registra-
rajadas-de-vento-de-100-kmh-durante-chuva.ghtml, acesso em 24/10/2019
(adaptado)
O texto faz referência aos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis, que
 A.
consistem em circulação ciclônica fechada, cujo núcleo é mais frio
que a periferia e se forma na alta troposfera tropical, sendo que, na
maioria dos casos, não atingem a superfície.
 B.
têm origem no Atlântico tropical, atingindo as regiões Sudeste e
Nordeste, no final do inverno e durante a primavera, representando
condições atmosféricas incomuns para o período.
 C.
são movimentos ciclônicos que se formam na média troposfera e se
deslocam para a superfície geralmente com forte intensidade, graças à
formação de zonas de baixa pressão próximas a superfície de zonas
tropicais.
 D.
são fenômenos tropicais de pequena escala geográfica e de curta
duração (máximo 2 horas), mas com ventos de intensidade de
moderada a forte e de precipitações leves ou moderadas.
 E.
formam-se sobre o Atlântico equatorial, movendo-se na direção
sudoeste, atingindo o Nordeste brasileiro, sendo caracterizado pela
formação de cumulonimbos.

6- Os rios e as drenagens podem ser classificados de diferentes formas. Do


geral para o particular, as classificações mais comuns têm como base o
padrão de drenagem, o comportamento da drenagem em relação ao
substrato e a morfologia dos canais. As drenagens, observadas em uma
carta topográfica, fotografia aérea ou imagem de satélite, apresentam
padrões bastante característicos em função dos tipos de rocha e das
estruturas geológicas presentes no substrato da bacia. Observe abaixo a
bacia hidrográfica do rio Parnaíba:
A partir da observação da imagem, constata-se que drenagem da bacia do
rio Parnaíba é caracterizada por ser do tipo
 A.
paralela.
 B.
radial.
 C.
treliça.
 D.
dendrítica. –
Gabarito - Padrão de drenagem em que as confluências lembram
galhos (dendron) de uma planta quando vista em mapa, comum em
terrenos sem estruturas importantes que condicionem a erosão dos
vales como, por exemplo, terrenos graníticos maciços, areníticos,
derrames basálticos...
 E.
meandrante.

7-No período colonial do século XVIII, os padres jesuítas foram expulsos


da colônia, na região do Piauí isso ocasionou um problema por conta:

 A

Dos padres estarem com o patrimônio das antigas fazendas dadas como
herança pelo sesmeiro Capitão Domingos Afonso Mafrense.

 B

Da contribuição social elevadas que a Companhia de Jesus vinha


fazendo pela população mais pobre na região e que deixou de ser
continuada.
 C

Da falta que a Companhia de Jesus iria fazer na organização social da


região, pois o padre Gabriel Malagrida havia contribuído com a
organização social.

 D

Do alto investimento que os jesuítas faziam na região e que foi levado


embora, de volta para a Europa, com sua expulsão.

8-A Batalha do Jenipapo, em 1823, marca um período da história da região


do Piauí importante, dada as mudanças políticas na região, que tinha por
características:

 A

Um confronto exclusivamente popular, entre a população mais pobre


formadas por comerciantes e artesãos que apoiavam a independência, e
as tropas de fazendeiros e colonos portugueses, apoiadores da Coroa.

ERRADO – a elite era que apoiava a independência e o governo


piauiense era a favor do governo português

 B

O único confronto sangrento da Independência do Brasil, entre as tropas


recém-formadas do Império Brasileiro e as tropas ainda leais à Coroa
Portuguesa.

 C

Ser um confronto sangrento entre populares piauienses, cearenses e


maranhenses contra as tropas portuguesas que foram encarregadas em
manter o norte da ex-colônia fiel à Coroa Portuguesa. (gabarito)

 D

Um conflito breve e sem muitas vítimas de origem civil, na cidade, e


também capital do Piauí na época, de Oeiras; tal brevidade se deu pela
recente notícia da Independência do Brasil, culminando na saída dos
comerciantes e colonos portugueses da região.

9-Apontar o Parque Nacional criado em 1961, ao norte do Piauí, famoso por


suas formações rochosas, que, segundo alguns pesquisadores compõem o
conjunto de construções erigidas por uma antiga civilização que, também,
marcou sua passagem com inscrições rupestres existentes ainda hoje no
parque.

 A

Parque Nacional da Serra da Capivara.

 B

Parque Nacional da Serra das Confusões.

 C

Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba.

 D

Parque Nacional de Sete Cidades.

 E

Parque Nacional Chapada das Mesas.

10-Assinalar o governador do Piauí entre 1971-1975, indicado pela ditadura


civil-militar brasileira. Em 1986 foi eleito pelo voto direto para o período de
1987-1991, durante os seus mandatos o Piauí experimentou surtos de
progresso. Entre suas realizações na área da saúde, a construção das
maternidades em Teresina, Floriano e Picos e, também, a construção do
Hospital de Doenças Infectocontagiosas de Teresina.

 A

Petrônio Portela.

 B

Pedro Freitas.

 C

Freitas Neto.

 D

Alberto Silva.

 E
Dirceu Arcoverde.

11-A região onde atualmente está situado o estado do Piauí era povoada por
índios de diferentes tribos. Sobre este tema, analise as afirmações a seguir:

I. Apesar das inúmeras expedições terem sido enviadas com o objetivo de


ocupar a região, somente na segunda metade do século XVII a colonização foi
efetivada. Colonos que vieram da Bahia instalaram-se na região e formaram o
primeiro povoado que logo se tornou vila com o nome de Mocha e, quando se
transformou em cidade, passou a ter o nome de Oeiras.

ERRADO - Apesar das inúmeras expedições terem sido enviadas com o


objetivo de ocupar a região, somente na segunda metade do século XVII a
colonização foi efetivada. O erro está em afirmar que logo se tornou vila
ainda no século XVII, se tornou vila apenas no século XVIII, de vila se
tornou cidade. Fazendas  Freguesias --> Vilas - Cidades

II. O Piauí tornou-se uma capitania, quando já tinha mais de dez vilas e centenas
de fazendas de gado. A luta pela independência durou até 1823. Outro
movimento que agitou o Piauí foi a Balaiada, insurreição de cunho popular.

III. A partir de 1862, Teresina passou a ser a capital do estado, substituindo a


cidade de Parnaíba. Após a proclamação da república, a política da região se
estabilizou. O desenvolvimento socioeconômico do estado ocorreu de forma
bastante acelerado, em comparação com os estados vizinhos.

ERRADO – Teresina foi capital a partir de 1852!

Das assertivas apresentadas.

 A

I e III estão corretas.

 B

II e III estão corretas.

 C

I e II estão corretas.

 D

Apenas II está correta.


 E

I, II, III estão corretas.

12-A respeito das bases históricas da formação do território piauiense, assinale


a alternativa INCORRETA.

 A

A pecuária teve seu principal foco de irradiação na Bahia, mais


precisamente na cidade de Salvador, centro agrícola fundado em 1549
para abrigar a sede do governo geral. Das cercanias desse núcleo
urbano partem os primeiros criadores tocando seus gados e
instalando currais rumo ao interior do Brasil, em áreas antes
somente habitadas pela população nativa.

 B

A pecuária que se constituiu na mais importante atividade subsidiária


dos engenhos e destes não dependentes, tornou-se também a principal
desencadeadora do movimento que iria povoar vastas áreas do território
brasileiro. Isso se deve ao fato de que desde o seu início adquiriu um
caráter itinerante, cujo favorecimento pode ser atribuído: a suas próprias
características, não necessitando de grandes investimentos de capital e
de pessoal para o seu funcionamento; além disso, existiam grandes
extensões de terras disponíveis fora da faixa litorânea com excelentes
pastagens.

ERRADA e gabarito – não teve caráter itinerante ou intuito de


abastecer o mercado desde o início

 C

Devido à crescente ocupação das terras da Zona da Mata nordestina


pela agricultura canavieira, praticamente monopolizando-as para a
fabricação de açúcar, criou-se a necessidade de se buscar outras
áreas para o desenvolvimento daquelas atividades que seriam
auxiliares ao funcionamento dos engenhos: gêneros agrícolas
alimentares, carne, lenha, couro, animal de tração e de transporte, etc.
Tal situação provocou uma expansão portuguesa para além do
domínio das unidades de produção de açúcar.

 D

A ocupação das terras do Piauí, as quais correspondiam a uma parte


da área do “Sertão de Dentro”, ocorreu na segunda metade do século
XVII, e se iniciou pela costa leste e sul do território, pelas margens
dos rios Piauí, Canindé, Paraim e Gurguéia. Não demorou muito para
a atividade criatória atingir também o Parnaíba, ultrapassando
rapidamente para o lado ocidental de sua bacia, já em território
maranhense. Neste, os currais espalharam-se tanto em direção à
montante do Parnaíba, chegando às margens do rio das Balsas e à
região de Pastos Bons, quanto o curso médio e jusante daquele rio, de
onde segue em direção aos vales dos rios Itapecuru e Mearim.

13-Acerca da história da bandeira do estado do Piauí e seu significado,


indique a alternativa INCORRETA.

 A

O azul representa o céu.

 B

O Amarelo representa o ouro e outras riquezas minerais do estado.

 C

A bandeira possui formato retangular (proporção de 7:10). Ela é


composta por treze listras intercaladas, sendo 7 na cor verde e 6 na cor
amarela. No canto superior esquerdo há um retângulo azul com uma
estrela de cinco pontas branca ao centro do mesmo.

 D

Abaixo da estrela há a inscrição, na cor branca, da data "14 de março de


1823" (incluída em alteração de 2005). Esta é a data em que ocorreu a
deflagração da Independência do estado do Piauí na cidade de
Parnaíba.

ERRADO – 13 de março de 1823 em alusão à batalha do Jenipapo

14-Observe os itens a seguir relacionados ao Morro do Gritador, ponto


turístico do estado do Piauí.

I. Consiste em um paredão íngreme com quase 300 (trezentos) metros de


altura, que proporciona um visual espetacular de todo o verde que circunda a
extensa região de matas do município.

II. É um dos belos atrativos da cidade serrana de Pedro II, a 300 km de


Teresina.

ERRADO – fica a 218 km da capital!!

III. Em função das fortes rajadas de vento que se impactam no paredão e se


elevam ao topo, dizem que pequenos objetos jogados ao leu retornam às mãos
de quem os jogou.
IV. Pedro II fica a 720 metros de altitude, o que lhe empresta um clima
permanentemente agradável, especialmente nos meses de junho a agosto.
No mês de julho, a cidade recebe o Festival de Inverno – uma época
excelente para visitação ao Morro do Gritador.

É verdadeiro o que se afirma em:

 A

I, II, III e IV

 B

I e IV

 C

I, III e IV

 D

II e III

15-A ocupação do território piauiense resultou da expansão da


pecuária, que ali encontrou várias condições favoráveis ao seu
desenvolvimento, melhores do que havia nos sertões da Bahia.
Destacam-se nas terras piauienses, dentre outras:

I. A disponibilidade de terras, que foram repartidas em grandes


propriedades, quase todas elas servidas de cursos d'água e pastagens
naturais permanentes.
II. Chuvas mais abundantes e com melhor distribuição.
III. As facilidades de instalações das fazendas para as quais
despendiam poucos esforços, não somente de equipamentos, mas
também de recursos humanos, na medida em que com um número
reduzido de pessoas era possível colocar em funcionamento uma
fazenda de criação de gado. É correto o que se afirma em:

 A

I, II e III

 B

III
 C

II

 D

16-Sobre as características gerais e aspectos geográficos do estado do


Piauí, indique a alternativa INCORRETA.

 A

É o único delta das Américas em mar aberto, com 2.700 km² de área,
dos quais 65% pertencem ao Piauí, indo da barra do rio Igaraçu à ilha
das Canárias. Os outros 35% pertencem ao estado do Maranhão.

ERRADA O Delta do Parnaíba é o único delta das Américas que


acontece em mar aberto e possui 2.700 km² de área. A área se
divide em dois Estados, sendo 35% da área no Piauí e o restante no
Maranhão.

 B

Seu primeiro braço é o rio Igaraçu, que passa pelo centro da cidade de
Parnaíba até desaguar em Luís Correia, próximo ao porto marítimo. O
segundo braço é o das Canárias, ao lado oeste da Ilha Grande de Santa
Isabel. Outro braço é o do Caju, cuja ilha de propriedade particular
possui apoio receptivo com transporte fluvial, hospedagem em uma
fazenda do século XIX, alimentação à base de peixes e frutos do mar,
cavalgadas e tour pelos lugares mais exóticos do local. Logo após o
Caju está o braço da Melancieira e, finalmente, o braço de Tutóia, no
extremo oeste.

 C

Delta é a quarta letra do alfabeto grego, cuja maiúscula tem uma


forma triangular. Ao se abrir para o mar em forma de leque, gerando
cinco “braços” distintos, o rio Parnaíba cria a forma triangular deltaica.
Com mais de 70 ilhas e belíssimos igarapés, forma um santuário
ecológico de beleza inigualável.

 D

Os passeios de barco que partem do Porto das Barcas, em Parnaíba, ou


do Porto dos Tatus, na Ilha Grande, incluem passagens pelos igarapés,
com parada para banhos de rio e passeios pelas alvíssimas e sinuosas
dunas da região.
17-A religião do estado do Piauí é predominantemente:

 A

Evangélica

 B

Espírita

 C

Umbandista

 D

Católica

18 - Quanto ao processo de desertificação no Piauí, assinale a opção


correta.

a). A falta de chuvas é responsável pela degradação ambiental que ocorre no


estado e é conhecida como desertificação.

b). O clima semiárido, encontrado no estado, provoca a desertificação e


impede o aproveitamento econômico das terras.

c). Nas áreas de pecuária extensiva, observa-se excelente estado de


conservação ambiental, diferentemente do que ocorre naquelas onde a
agricultura intensiva tem levado à desertificação.

d). Práticas conservacionistas objetivando evitar a desertificação devem levar


em conta o cuidado com o solo, mediante o combate à erosão e ao
desmatamento.

19- As atividades que geraram impactos negativos na base física do território


piauiense incluem aquelas relacionadas com o garimpo do diamante, em
Gilbués, no sul do estado. Nesse caso, a única preocupação sempre foi a de
encontrar diamante, e as consequências registradas ainda estão lá e se
ampliam, provocadas pelas águas nos solos não consolidados. O processo de
desertificação tem ampliado os seus limites em função da ausência de práticas
conservacionistas.

Um problema ambiental causado pela atividade de garimpo do diamante,


referido no texto, tem sido a:

a). erosão.

b). exaustão do solo.


c). extinção de espécies endêmicas.

d). destruição de áreas de mananciais

20- No que diz respeito à economia piauiense nas últimas décadas, pode-se
afirmar que predomina uma dinâmica relacionada a alguns setores e atividades.
Marque a alternativa que apresenta essas atividades.

a) Comércio, agricultura e pecuária.

b) Construção civil, saúde e turismo.

c) Turismo, agropecuária e extração de minerais.

d) Construção civil, agropecuária e extração de minerais.

e) Saúde, construção civil e fruticultura.

21- “Em fins de 1838, tem início a Balaiada no Maranhão [...]. Promoveram-na
os camponeses, especialmente os homens de cor que nada tinham. Votavam
profundo rancor ao proprietário rico, ou àquele a quem era confiada a coisa
pública”.

(NUNES, Odilon. Pesquisa para História do Piauí. Vol. III: A Balaiada. Rio de
Janeiro: Artenova, 1975).

A respeito da Balaiada (1838-1842), podemos afirmar corretamente que:

a) apesar da derrota, os “balaios” conseguiram uma importante conquista por


meio da aprovação da Lei dos Prefeitos, que permitiu o voto direto para as
câmaras das vilas e cidades das províncias do Maranhão e Piauí.

b) apesar de sua repercussão e forte participação popular, o movimento foi


duramente reprimido, sem conseguir alterar as estruturas sociais locais.

c) como todas as rebeliões nativistas, possuíam como principal bandeira de luta


a busca por maior autonomia para as províncias.

d) mesmo como uma manifestação em essência popular, o movimento recebeu


apoio das elites locais, unidas aos “balaios” pelo desejo comum de uma maior
centralização política no país.
22- O século XX trouxe para o cotidiano do Piauí uma série de símbolos da vida
moderna, entre estes a água encanada, o telefone, a eletricidade e o bonde a
motor, bem como a reorganização dos espaços urbanos no Estado, novidades
que coincidiram com uma importante mudança em sua estrutura produtiva.
Sobre as mudanças na estrutura produtiva do Piauí na primeira metade do
século XX, assinale a alternativa CORRETA:

a) Relacionam-se ao desenvolvimento do extrativismo vegetal, com a exploração


da borracha da maniçoba e da cera da carnaúba.

b) Representam fruto da ampliação da produção pecuarista, resultando na


introdução de novas técnicas de manejo.

c) Resultaram do aumento da renda da população, por meio da ampliação da


máquina estatal e da expansão dos serviços públicos.

d) Consequência da chegada das comunidades sírio-libanesas em Teresina, que


implementaram estes novos serviços na capital e posteriormente no restante do
Estado.

e) Relacionam-se ao apoio do Estado Novo à política de modernização da


capital, levada à frente inicialmente pelo interventor Leônidas Melo.
Referências bibliográficas:

CARTOGRAFIAS DO PIAUÍ: RELACIONANDO INFRAESTRUTURA E


DESENVOLVIMENTO SOCIAL Paulo Antônio Barbosa Júnior, Giovana Mira de
Espindola, Eduilson Lívio Neves da Costa Carneiro.

DEPEC –Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos


Fundação CEPRO Piauí em Números. Teresina, 8. ed.1.Situação
socioeconômica–Piauí.

Atlas escolar do Piauí: geo-histórico e cultural. José Luis Lopes Araújo,


Coordenador. João Pessoa, Paraíba: Editora Grafset, 2006.

Pochmann, Marcio

Piauí: trajetória e transição econômica/Marcio

Pochmann, Alexandre Guerra. – Teresina: CEPRO, 2019.

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