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UNIDADE 3
3.1. Charque
3.2. Cotonicultura
CRIAÇÃO DE VILAS
UNIDADE 5
UNIDADE 6
6.2. Economia
UNIDADE 7
A OLIGARQUIA ACCIOLINA
Por oligarquia acciolina, entendemos o grupo político liderado pelo
comendador Nogueira Accioly, que dominou de forma autoritária, nepótica, despótica,
corrupta e monolítica o Estado do Ceará, entre 1896 e 1912. Para tanto, foi fundamental
a adesão à política dos governadores (um mecanismo de apoio mútuo entre o presidente
da república e os governadores dos Estados, levando à formação de oligarquias), o
apoio dos coronéis latifundiários, à aliança com fortes grupos econômicos locais, a
prática de nepotismo, corrupção eleitoral e repressão às oposições.
No primeiro mandato de Accioly (1896-1900), destacaram-se a corrupção em
larga escala e o “caso da vacina”, quando a oligarquia atritou-se com o farmacêutico
Rodolfo Teófilo, que criticava o descaso do governo ante um surto da doença.
O governo de Pedro Borges (1900-04), eleito para desmascarar Accioly,
acabou sendo uma continuidade da oligarquia. Accioly foi ainda reeleito para dois
mandatos, em 1904 e 1908, respectivamente. Isso intensificou as ações dos
oposicionistas, integrados por oligarcas dissidentes do esquema governista, por
burgueses, pela classe média, por populares e até por coronéis.
Em 1910, chegava à Presidência da República o gaúcho Hermes da Fonseca.
Em seu período, verificou-se a ocorrência da chamada “política das salvações”, pela
qual militares e classe média promoveram pelo País levantes armados na pretensão de
derrubar as oligarquias estaduais e enfraquecer o senador Pinheiro Machado, o homem
forte da república. Uma das oligarquias “derrubadas” foi a de Accioly no Ceará.
Assim, para as eleições estaduais de 1912, as oposições cearenses lançaram,
dentro da “política das salvações”, a candidatura do tenente-coronel Marcos Franco
Rabelo para o governo, enquanto Accioly apontava como seu candidato o manipulável
Domingos Carneiro. A campanha foi bastante agitada e violenta, tendo como clímax a
repressão do governo à “passeata das crianças”, uma manifestação dos rabelistas, na
qual morreram e saíram feridas diversas crianças.
Em conseqüência, a cidade de Fortaleza rebelou-se, mergulhando numa
verdadeira guerra civil (21 a 24 de janeiro de 1912). Para não perder a vida, Accioly
aceitou renunciar ao governo cearense. Em seguida, Franco Rabelo foi eleito para
governar o Ceará, sendo, porém, deposto dois anos depois, em 1914, na Sedição de
Juazeiro.
UNIDADE 8
PADRE CÍCERO
UNIDADE 9
UNIDADE 10
10.1. As Interventorias
10.3. O Caldeirão
UNIDADE 11
UNIDADE 12
UNIDADE 13
A GERAÇÃO CAMBEBA
Em 1986, Tasso Jereissati era eleito governador do Ceará, derrotando os três
famosos coronéis do Ceará, Adauto, Vírgílio e César, e inaugurando uma nova etapa
política no estado.
Mas tal fato não foi ocasional. Na realidade, enquadra-se dentro de um
projeto político burguês-capitalista, com origens no ano de 1978, quando “jovens
empresários” assumiram o controle do Centro Industrial Cearense (CIC). Até aquela
data, a chefia do CIC era ocupada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado
do Ceará (FlEC).
Esses “jovens empresários”, como Beni Veras, Tasso Jereissati, Amarílio
Macedo, Sérgio Machado e Assis Machado Neto, tornam o CIC um centro de debates e
gestam uma candidatura ao governo. Embora tenha o CIC de início mantido boas
relações com os coronéis (por exemplo, apoiaram a candidatura de Gonzaga Mota ao
governo em 1982), criticavam duramente o excessivo intervencionismo do Estado na
economia, a corrupção, o clientelismo e outros problemas da máquina pública, pregando
uma gestão “moderna”, (neo) liberal no Ceará e empresarial para “acabar com a
miséria”.
A oportunidade para os “jovens empresários” assumirem o governo dar-se-ia
em 1986. O então governador Gonzaga Mota (PMDB), já rompido com seus “padrinhos
políticos” (os coronéis), resolveu apoiar um nome do CIC para concorrer a sua
sucessão: Tasso Jereissati. Este, valendo-se do sucesso nacional do Plano Cruzado, da
crise e decadência das “velhas” elites chefiadas pelos coronéis e contando com o apoio e
simpatia de amplos segmentos sociais (até das esquerdas), derrota o candidato do PFL
(dissidente do PDS, atual DEM), coronel Adauto Bezerra.
Encontrando o Estado em lastimável situação financeira, Tasso, sob o lema
“Governo das Mudanças”, buscou moralizar a máquina pública, diminuindo o
nepotismo e o empreguismo – embora achatando o salário dos servidores públicos e
tenha com estes uma relação de atritos.
Visando dar ao governo uma “gestão técnica”, o “Governo das Mudanças”
elimina a intermediação de “políticos profissionais”, sobretudo na primeira gestão
(1987-91), o que lhe trouxe certo isolamento da sociedade civil e a acusação de
autoritário. Em pouco tempo, ganhou forte oposição, mesmo daqueles que o haviam
apoiado na eleição (daí o grupo tassista ter deixado o PMDB e entrado no PSDB). O
Cambeba (Palácio do Governo e sinônimo dos partidários de Tasso) procurou
descredenciar essa oposição chamando-a genericamente de “forças do atraso”,
elementos “corporativistas”, pessoas de “interesses contrariados”.
A geração Cambeba procurou a “modernização” da máquina administrativa
cearense, ou seja, a promoção de uma “gestão técnica” e pró-capitalista do Estado, de
modo que se buscasse o equilíbrio orçamentário (o que aconteceu principalmente no
primeiro mandato de Tasso e na gestão de Ciro Gomes, com a austeridade nos gastos
públicos, aumento da arrecadação de tributos, corte de gratificações, eliminação de
cargos públicos, achatamento de salários dos servidores, etc.), a eficiência da máquina
estatal (por exemplo, com a informatização da burocracia e a qualificação dos
servidores públicos), a probidade no trato com a coisa pública (sem privilégios a
particulares), o investimento em obras de infra-estruturas (sobretudo a partir do
segundo mandato de Tasso, com verbas e empréstimos do governo federal e de órgãos
internacionais de desenvolvimento) e os estímulos à indústria e atividade conexas.
Utilizando também muito “marketing” (um dos estados que mais investia em
propaganda no Brasil era o Ceará), a geração Cambeba ganhou a hegemonia política do
Estado e projeção nacional, embora as “mudanças” tão propaladas, como a
industrialização cearense, venha de décadas, desde os anos 1960, a partir da criação do
Banco do Nordeste (1952), da SUDENE (1959) e das administrações do coronel
Virgílio Távora (1963-66/1979-82).
O domínio cambebista garantiu a eleição em 1990 de Ciro Gomes ao governo
pelo PSDB. Depois, Ciro iria para o PPS, mantendo-se, porém, “fiel” a Tasso. Em 1994,
há o retorno de Jereissati ao Executivo cearense. Tasso seria reeleito ainda em 1998.
Um dos maiores núcleos de oposição ao Cambeba encontrava-se em Fortaleza, onde nos
anos 90 e início do século XXI dominou o grupo político conservador do então prefeito
Juraci Magalhães. Na capital também eram fortes as esquerdas, tanto que em 2004 o PT
conseguiu eleger Luizianne Lins como gestora da cidade.
Apesar das “mudanças” realizadas pelo Cambeba na política e economia do
Estado – o PIB cearense cresceu nos últimos anos em média mais que o do restante do
Brasil – não houve empenho suficiente para acabar com a pobreza absoluta que
imperava no Ceará. Ao contrário, o projeto do “Governo das Mudanças” não alterou
substancialmente a concentração de renda no estado, também uma das maiores do País.
Para os críticos, o modelo capitalista, neoliberal, urbano e industrialista não deu a
atenção necessária agricultura interiorana, salvo as grandes agroindústrias.
Esse caos social ajuda a entender a dificuldade tida pelo Cambeba para eleger
Lúcio Alcântara governador em 2002, numa dramática e apertada vitória sobre o petista
José Airton Cirilo e, por fim, perder o comando cearense em 2006, quando foi eleito
Cid Gomes, irmão de Ciro Gomes, para o executivo local. Cid seria reeleito em 2010.
O grupo dos Ferreira Gomes conseguiu formar um governo coligando vários
agrupamentos político, quase não contanto com oposição institucional. Manteve
praticamente o mesmo modelo econômico e administrativo da Geração Cambeba.
Politicamente, teria havido um recrudecimento de práticas tradicionais. A Era Cid foi de
crescimento econômico, beneficiada em parte pela aliança do governador com o
governo do presidente petista Lula. Em 2014, Cid elegeu seu sucesso, Camilo Santana.
QUESTÕES
01. (UECE) Sobre o processo de ocupação da costa cearense durante o século XVII,
pode-se afirmar corretamente:
a) Os portugueses aliaram-se aos indígenas que habitavam essas terras e construíram
fortes apenas para defender o centro do comércio do pau-brasil.
b) A presença portuguesa no Ceará tem a ver com a ocupação de Pernambuco pêlos
franceses e do Maranhão pelos holandeses.
c) O litoral foi intensamente disputado por índios e forças militares de várias potências
européias, e várias fortificações foram construídas por portugueses e holandeses.
d) A conquista do litoral cearense foi empenhada por motivos econômicos, já que o
cultivo de cana-de-açúcar estava bastante desenvolvido e o açúcar necessitava ser
transportado diretamente para Portugal.
02. Sobre os primeiros tempos da história do Ceará, marque (V) para as afirmações
verdadeiras e (F) para as falsas:
a) ( ) O donatário da capitania do Ceará, Antônio Cardoso de Barres, não chegou sequer
a tomar posse de sua doação, somente vindo ao Brasil como provedor da fazenda no
governo de Tomé de Souza em 1549.
b) ( ) A primeira tentativa de conquista foi efetuada em 1603, pela bandeira dirigida por
Pero Coelho de Sousa, por isso ele é considerado o fundador do Ceará.
c) ( ) Não existe relação entre a conquista do Ceará e a luta pela expulsão dos franceses
do Maranhão.
d) ( ) Numa visão tradicional, Martim Soares Moreno é considerado o fundador oficial
do Ceará.
e) ( ) A base da fundação de Fortaleza foi criada pelos holandeses, na figura de Matias
Beck, que, chegando ao Ceará, construiu o forte de Schoonenborck, ficando este, após a
expulsão dos flamengos, sob a direção governamental do capitão-mor Álvaro de
Azevedo Barreto.
e) ( ) Os missionários da Companhia de Jesus Francisco Pinto e Luís Filgueira, com
"objetivos catequéticos", chegaram às terras do Siará Grande em 1607, mas não foram
bem-sucedidos.
05. (UFC- adaptada) "O couro era o boi. O avanço coloniza dor ganhava terreno
financiando currais onde antes somente pisava o índio bravio. E cada curral iria ser uma
fazenda, que se garantia juridicamente com a obtenção da sesmaria ou data". (Fonte:
GIRÃO, Raimundo. Pequena História cio Ceará. 4" edição. Fortaleza: UFC, 1984, p.
85-86).
Sobre o texto acima, relativo ao período colonial do Ceará, marque (V) se as afirmativas
forem verdadeiras e (F) se forem falsas.
a) ( ) O desenvolvimento do Ceará colonial foi propiciado pela expansão das fazendas
de gado.
b) ( ) O Ceará:foi conquistado pêlos donos de frotas que expulsaram os indígenas da
região.
c) ( ) O colono português radicado no Ceará dedicou-se, unicamente, às tarefas
relacionadas com as charqueadas.
d) ( ) A única função desempenhada pelos escravos nos engenhos cearenses foi a de
vaqueiro.
e) ( ) O povoamento e a colonização do Ceará relacionam-se, diretamente, com a.
atividade pastoril.
f) ( ) O ciclo do couro foi responsável não só pela ocupação dos sertões cearenses, mas
também de toda a faixa litorânea do Nordeste.
07. (UFC) Leia com atenção o texto abaixo e depois responda ao que se pede:
"As secas de 1777-78 e 1790-93 são apresentadas (...) como causa única dos primeiros
impasses desenvolvimentistas do criatório do Ceará e pela falência das charqueadas (...).
Não deve ser esquecido, porém, que naquele período o Ceará não apenas perdeu parte
do rebanho e ganhou um competidor no comércio de carne seca, um outro fato foi
acrescido à economia cearense, a partir daí (...)". (Fonte: GIRÃO, Valdelice Carneiro.
As oficinas ou charqueadas no Ceará. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desportes,
1984, p. 127).
a) Explique o que eram as charqueadas.
b) Analise o outro elemento responsável pela falência das charqueadas, considerando o
contexto histórico.
09. (UFC) A indústria têxtil inglesa demandou, no século XIX, quantidades crescentes
de algodão. Provedores tradicionais dessa matéria-prima, como a Índia e o Egito, foram
substituídos pelos Estados Unidos; mas, na década de 1860, os conflitos entre o norte e
o sul desse país interromperam o fornecimento. Nessa década, o algodão se converteu
no principal produto das exportações cearenses.
Em relação ao cultivo de algodão no Ceará, em 1860, é correto afirmar que:
A) Realizou-se com a utilização, de forma generalizada, da mão-de-obra escrava.
B) foram trazidos trabalhadores das áreas de seringais decadentes, criando-se o
SEMTA, Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores do Amazonas.
C) Foi realizado com parceiros, escravos e trabalhadores livres.
D) Realizou-se a abolição prematura da escravidão, e se ofereceram salários atraentes
para os ex-escravos.
E) foi introduzido por imigrantes norte-americanos, provenientes das áreas algodoeiras.
10. (UNIFOR) A economia cearense foi marcada por dois grandes ciclos econômicos: o Ciclo
do Gado (séculos XVIII e XIX) e o Ciclo do Algodão (séculos XIX e XX). Marque a alterativa
correta
b) Com a riqueza do algodão, a cidade de Aracati, com seu porto natural na foz do rio
c) A pecuária extensiva foi a responsável pela ocupação dos sertões do Ceará, principalmente ao
couro”.
e) A pecuária extensiva cearense localizava-se no litoral, às margens das praias, já que o interior
11. (UFC) O contato dos indígenas "cearenses" com os invasores europeus contribuiu
para:
a) o fortalecimento da identidade étnico-cultural dos indígenas diante da superioridade
da cultura européia.
b) a coesão social entre as diversas tribos indígenas através dos aldeamentos.
c) o fortalecimento da cultura indígena dos aldeamentos jesuíticos.
d) o processo de perda da identidade cultural dos indígenas.
e) que os missionários católicos evitassem o genocídio e o etnocídio dos indígenas no
Ceará.
14. (UECE) As três vilas mais importantes do Ceará no Período da Pecuária (1720-
1790) eram:
A)Aracati, Sobral e Icó
B)Sobral, Icó e Fortaleza
C)Aquiraz, Fortaleza e Icó
D)Icó, Aracati e Fortaleza
15. "Na manhã do dia 11, Pereira Filgueiras, após reunir seus soldados e cercar as
principais estradas do Grato, invade a vila, restabelecendo a antiga ordem. Homens
armados, cavalos correndo, poeira, ansiedade, medo. Era a repressão. O Capitão-Mor dá
vivas a Monarquia e ao Rei, no que é correspondido pêlos cratenses, alguns dos quais há
poucos dias "ferozes" republicanos (...) José Martiniano de Alencar é o único que se
dispõe a resistir, pateticamente, com uma faca. Inútil. Logo é detido. Oito dias após seu
início, a revolução pernambucana e liberal de 1817 no Ceará está derrotada." (FARIAS,
Airton de. Senador Alencar. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha. 2000. p, 34).
Sobre a participação cearense na "Revolução" pernambucana de 1817, marque a opção
errada.
a) O movimento de cunho liberal e influenciado pela Revolução Francesa e
independência dos EUA propunha a independência do Brasil.
b) Para garantir a adesão cearense, foi enviado de Pernambuco o jovem seminarista José
Martiniano de Alencar.
c) A participação cearense foi muito pequena, ficando restrita ao Cariri e à família
Alencar, chefiada por D. Bárbara de Alencar.
d) Os rebeldes cearenses, da mesma forma que os pernambucanos, acabaram fuzilados;
em praça pública.
22. (UFC) "A chamada revolução de 1832, liderada por Joaquim Pinto Madeira, coronel
que ocupava o posto de comandante de armas do Cariri cearense, melhor seria
caracterizada corno revolta, pois não traria mudanças profundas ou substanciais na
região em que se produziu" - João Alfredo Montenegro. A respeito do movimento que o
texto se refere, analise as seguintes afirmativas e marque a opção correta:
I. Reunia forças políticas em torno do movimento a favor da restauração de Pedro I.
II. Caracterizava-se por sua feição liberal à semelhança dos movimentos de 1817 e
1824.
III. Pretendia tão somente alterar a fase política do país com a proclamação da
República.
IV. Concorreu para sua eclosão a rivalidade política entre os coronéis do Crato e Jardim
que disputavam o domínio político do Cariri.
a) I e IV estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I e III estão corretas.
d) II e IV estão corretas.
e) III e IV estão corretas.
25. (UFC) A partir do século XVIII, contribuíram para consolidar Fortaleza como
principal centro urbano do Ceará. Marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso.
a) ( ) A emancipação do Ceará da jurisdição de Pernambuco.
b) ( ) A fundação do Forte Schoonenborch pelos holandeses.
c) ( ) O declínio das "oficinas" de salga e exportação de carne no Aracati.
d) ( ) A ação do boticário António Rodrigues Ferreira, presidente da Câmara Municipal,
em prol da urbanização.
e) ( ) O traçado urbano da capital pelo arquiteto Adolfo Herbster.
f) ( ) O aumento da exportação algodoeira em virtude da Guerra de Secessão.
29.(UFC – adaptada). “(...) A EFB (Estrada de Ferro Baturité) surge quando o Ceará
vai-se incorporando ao mercado internacional através de seus produtos (...), ora sofre as
influências do mercado externo, ora as conseqüências da política nacional e ora
interferência de fatores internos quer históricos, quer naturais”.
(Fonte FERREIRA, Benedito Genésio. A estrada de ferro de Baturité: 1870-1930.
Fortaleza: UFC/Stylus, 1989,p. 194).
Tendo como base o texto acima e os conhecimentos de História do Ceará, podemos
afirmar (marque V ou F):
a) ( ) a FFB procurava atender a demanda de transporte para o café e o algodão,
produzidos no Ceará.
b) ( ) na construção da EFB explorava-se a mão-de-obra de flagelados das secas que se
abatiam sobre o Ceará.
c) ( ) como “o sertanejo é antes de tudo um forte", nos períodos de seca, a
produtividade do seu trabalho aumentava.
d) ( ) a inserção do Ceará no mercado internacional se fazia com a produção e
comercialização de produtos primários.
e) ( ) a construção da EFB excluía o Ceará do quadro da divisão internacional do
trabalho.
36. (UFC) Sobre a economia cearense entre os períodos colonial e imperial, marque a
opção certa.
a) O trabalho de vaqueiro no Ceará colonial era ocupado por homens livres que
recebiam salários.
b) A cultura algodoeira foi responsável pelo povoamento da terra cearense a partir do
século XVI.
c) As oficinas de charque e a comercialização da carne seca fizeram do Cariri a
principal região econômica do Ceará colonial.
d) A predominância da exportação do algodão pelo porto de Fortaleza contribuiu para
consolidar a capital como principal centro urbano do Ceará no século XIX.
e) O café no Ceará só foi cultivado nas regiões de Sobral e Camocim, e não teve
nenhuma expressividade na economia exportadora cearense do século passado.
37. “Santo, milagreiro, visionário. Charlatão, herege, coronel de batinas.Talvez não haja
em nossa história uma figura mais controvertida que Pe Cícero Romão Batista.Entre os
últimos anos do século XIX e as primeiras décadas do século passado, o patriarca de
Juazeiro envolveu-se em uma série de embates políticos e religiosos que ainda hoje
suscitam apaixonados debates.Não é ousado dizer que foi o cearense mais conhecido de
todos os tempos - sua popularidade espalhou-se por todo o país, movimentou romarias
durante décadas inteiras, foi alvo de discussões no parlamento, na imprensa e nos meios
intelectualizados, colocou a cúpula da Igreja Católica em situação delicada, acirrou
discórdias e lutas entre facções políticas.Um homem polêmico.” (Farias, Airton de.
História da sociedade cearense. Fortaleza. Livro Técnico. 2003.)
Sobre Pe. Cícero é falso afirmar:
A) A questão religiosa de juazeiro é resultado das divergências entre a postura
romanizadora da alta hierarquia da Igreja e a prática cotidiana próxima do misticismo
popular dos padres do Sertão.
B) Enquanto a devoção ao Pe. Cícero contou com apoio do coronelismo e da oligarquia
acciolyna no Ceará, Canudos sofreu repressão dos latifundiários e do estado.
C) Sua atuação política fê-lo prefeito de Juazeiro, vice-governador e deputado, o que em
boa parte era articulado por Floro Bartolomeu
D) O encontro de Lampião com Pe.Cícero provocou muita repercussão, aumentando o
preconceito contra os fiéis de Juazeiro
E) A igreja Católica, após alguma indecisão, acabou reconhecendo o milagre de
Juazeiro e a santidade de Pe. Cícero.
seus seguidores.
c) Os movimentos religiosos foram resultado de uma forte e bem articulada conversão das
d) A liderança religiosa que exerceu o Padre Cícero sobre seus seguidores capacitou-o a manter
sobre eles uma liderança política, coisa que fez até o final de sua vida.
42. (UECE) Sobre a política cearense, no alvorecer do século XX, é correto afirmar que:
A) caracterizou-se pelo exercício da ampla participação popular.
B) era polarizada pela disputa entre os partidos Comunista e Conservador.
C) os governadores do Estado eram nomeados pelo Imperador.
D) ao contrário dos demais Estados, aqui já havia o voto feminino.
E) foi dominada pelo grupo oligárquico de Nogueira Accioly.
43. (UECE) "O Ceará é uma terra condenada mais pela tirania dos governos do que pela
inclemência da natureza." (Fonte; TEÓFILO, Rodolfo. A seca de 1915. Fortaleza UFC,
1980. p. 31)
Esta frase, escrita em 1916, expressa uma revolta com aquilo que o autor via acontecer
no governo deste período. Marque a alternativa que indica corretamente algumas
características da política cearense na Primeira República:
a) A crítica do conservador Rodolfo Teófilo se dirigia às iniciativas democráticas e
socializantes que o governo de Franco Rabelo vinha implementando desde a queda de
Accioly em 1912.
b) O controle político era assegurado pelo domínio oligárquico e coronelista, em que se
sobressai a presença de Nogueira Accioly como principal oligarca do Estado.
c) Apesar do rígido controle oligárquico sobre o governo, havia um clima de liberdade
de expressão, em que os jornalistas e críticos do governo podiam manifestar-se sem
medo de repressão.
d) As oligarquias que se sucediam no poder tinham que enfrentar freqüentes revoltas
urbanas, como a Sedição de Juazeiro, em 1914.
49. (CEFET) A Sedição de Juazeiro caracterizou-se por ser um movimento político que:
a) promoveu a manutenção da oligarquia de Accioly no poder, com o mesmo como
Presidente do Estado do Ceará.
b) derrubou o governo de Matos Peixoto e inaugurou a Revolução Tenentista no Ceará.
c) provocou a derrubada de Franco Rabelo, e as oligarquias conservadoras voltaram a
mandar no Ceará, mas sem a liderança de Nogueira Accioly.
d) defendeu os direitos sociais das camadas mais humildes e sertanejas, gerando uma
sociedade alternativa, mais justa e humana, sob a liderança de José Lourenço.
e) ratificou a Política das Salvações no estado cearense, colocando, no controle estadual,
o democrata Liberato Barroso e pondo fim ao nepotismo da oligarquia Paula Rodrigues.
50. (UFC) "Povo cearense, começa hoje o regime de ginecocracia: às treze horas
empossar-se-á o governador eleito pelo voto das beatas inconscientes e dos padres
politiqueiros. Guardai, neste instante, um minuto de silêncio em homenagem aos mortos
da Revolução."
(SOUZA, Sirnone, As interventorias no Ceará - 1930-1935, Apud. SOUZA. Simone-
coord. História do Ceará. Fortaleza. UFC/Fundação Demócrito Rocha/Stylus
Comunicação, 1989, p, 331).
O texto acima se refere ao contexto histórico do pós-30 cearense, no qual as seguintes
forças políticas polarizaram a disputa eleitoral:
a) LEC (Liga Eleitoral Católica) e LCT (Legião Cearense do Trabalho).
b) Integralistas e Liga Eleitoral Católica.
c) Oligarquias mais tradicionais e os integralistas.
d) Círculos Operários Católicos e Legião Cearense do Trabalho.
e) Setores Liberais e Liga Eleitoral Católica.
51. (UECE) "Esta preocupação em conter a politização e emancipação do operariado
por parte do governo getulista concorre para explicar o surgimento e expansão de
movimentos políticos como a LCT (Legião Cearense do Trabalho), no contexto de 30”.
(FONTE, Sebastião R. A Legião Cearenses do Trabalho. Apud, SOUZA, Simone-
coord. História do Ceará. Fortaleza: UFC/FDR/Styllus, 1989. p. 360.)
Com relação ao avanço destes movimentos no Ceará, podemos afirmar que:
a) a força e a organização do movimento operário no Ceará, sob a liderança doa
comunistas, impediram que a influência do movimento legionário se expandisse.
b) o objetivo da LCT era harmonizar as relações entre capital e trabalho, eliminando a
influência de grupos comunistas e anarquistas sobre o operariado.
c) o trabalho dos legionários foi decisivo para a propaganda anti-getulista no Ceará,
através de greves, comícios e outras ações de massa.
d) a LCT, corno os Círculos Operários Católicos (COC), realizou um amplo papel de
conscientização dos operários sobre seus direitos e sobre a situação de exploração em
que viviam.
54. (CEFET) “Ao chegar na nova localidade, o beato José Lourenço só encontrou ‘mato
e pedra’, nada que lembrasse produção. (...) Ergueram-se pequenas casas, cercas,
barragens, armazéns (...). Passaram a cultivar cereais e frutos, e a criar diversos animais
domésticos. (...) Criou-se uma sociedade igualitária, de sistema econômico coletivo, que
impunha aos seus membros a cooperação para assegurar a existência e o
desenvolvimento, tendo como base de tudo a religião.” (Farias, Airton de. História da
sociedade cearense. Fortaleza. Livro Técnico. 2003).
O texto acima refere-se a um movimento ocorrido no Ceará:
A) Confederação do Equador
B) Sedição de Juazeiro
C) Caldeirão
D) Sedição de Pinto Madeira.
E) Batalha da borracha
55. (UECE) Na década de 40 deste século, uma grande migração de cearenses para a
Amazônia foi amplamente incentivada pelo governo federal. Assinale a alternativa que
identifica corretamente os objetivos desta migração:
a) fornecer empregos aos flagelados cearenses da seca de 1930, através da criação de
núcleos coloniais, com distribuição de terras e crédito aos colonos.
b) ocupar as áreas amazônicas ameaçadas pelo capital internacional, a Marcha para o
Oeste, e fornecer mão-de-obra para as indústrias de Manaus.
c) realizar a reforma agrária na região amazônica.
d) aliviar as pressões demográficas decorrentes do acentuado êxodo rural no Ceará e
fornecer mão-de-obra para a produção de borracha destinada aos países aliados durante
a II Guerra Mundial.
de flagelados.”
retirantes.
para a capital.
A) apenas em I e III.
B) apenas em II e III.
C) em I, II e III.
D) apenas em I e II.
60. (UFC) O "Governo dos Coronéis", que dominou a política cearense na década de 80
e nos primeiros anos da década de 1980, caracteriza-se:
a) por ser um governo que representou a continuidade das práticas efetivadas pelas
velhas-oligarquias cearenses no poder.
b) pelas práticas populares que marcaram a administração dos coronéis que estiveram
no poder durante o regime militar.
c) por ser uma administração entregue a governantes de formação militar, afirmando a
força do governo central, marcada pela tecnocracia.
d) pelo controle da política local por um segmento empresarial ligado à indústria e ao
capital financeiro.
e) pela expansão do clientelismo, mas com a introdução de uma nova forma de fazer
política, estimulando o pluripartidarismo.
61. “Essa visão pacífica e de concórdia sobre o Ceará, sem atritos, conflitos, lutas e
movimentos sociais, obviamente que não se sustenta quando se analisa amiúde a
história local (...) Em meio ao caldeirão político e cultural dos anos 60, vários cearenses
tiveram a ousadia de empunhar armas num sonho audacioso visando derrubar o sistema
capitalista vigente e possibilitar a criação de uma sociedade diferente, mais justa, digna
com os mais pobres e excluídos, e que fosse uma etapa para a implantação do
socialismo no Brasil. Os militantes desses grupos realizaram treinamentos militares,
praticaram assaltos (melhor dizendo, “ações de expropriação da burguesia” ou “ações de
resgate da riqueza que a burguesia explorava do povo”), travaram combates contra as
forças do Estado, cometeram erros e assassínios, sonharam, viveram perigosamente,
foram derrotados, torturados, mortos, achincalhado e por fim, esquecidos pelas
correntes historiográficas mais conservadoras”. In: FARIAS, Airton de. Além das
Armas: Guerrilheiros de Esquerda no Ceará Durante a Ditadura Militar. Fortaleza: Livro
Técnico, 2007.
- Sobre a Ditadura Militar no Ceará, marque a opção verdadeira:
A) Com o Golpe Militar de 1964, o governador cearense Virgílio Távora, por suas
ligações com as esquerdas e com o presidente da República João Goulart, acabou
deposto, sendo substituído por Paulo Sarasate.
B) Apesar do Golpe de 1964, a mobilização popular continuou bastante ativa no Ceará
nos anos seguintes, destacando-se o Pacto Sindical, o PCB e os estudantes, que
realizaram grandes manifestações de rua, tendo como ponto de concentração o CÉU
(Clube do Estudante Universitário).
C) As principais organizações armadas a agirem no Ceará foram Ação Libertadora
Nacional (ALN) e Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), responsáveis
por várias ações revolucionárias, como o assalto do Banco Mercantil, da Coca-cola, do
“carro pagador” do London Bank e Banco do Brasil de Maranguape, e que acabaram
desbaratadas pela repressão.
D) Ao contrário do que se pensa comumente, a repressão da Ditadura Militar no Ceará
foi branda, contando o governo com apoio de amplos setores da imprensa e sociedade
no combate à “subversão”.
64. Sobre o Ceará na segunda metade do século XIX, marque a opção falsa:
a) Nesse momento Fortaleza se consolida como principal centro urbano cearense, o que se
deveu, sobretudo, ao comércio exportador, ao êxodo rural e à política centralizadora do
Império.
b) Há uma profunda valorização da cultura e do pensamento local, opondo-se ao modelo
da Belle Époque, tido então como fruto da ação imperialista européia sobre o Ocidente.
c) Teve-se a abolição da escravatura negra, em 1884, fato dos mais exaltados na
historiografia local, apesar de o Ceará apresentar poucos cativos e estes terem um peso
pequeno na economia cearense.
d) A seca de 1877-79 assola o Ceará, aumentando a tensão social – diante disso, os setores
dominantes criaram abarracamentos, utilizaram mão-de-obra dos flagelados em
construções públicas e chegaram a pagar passagens retirando populares da província.
e) Após uma euforia inicial, quando era grande o número de voluntários para a Guerra do
Paraguai, o governo imperial passou a recrutar à força sertanejos para “defender a
Pátria”, o que gerou inúmeros conflitos e perseguições.
B) ( ) No Ceará, o predomínio das oligarquias na política loca teve fim com a revolução
de 1930.
D) ( )A cidade de Fortaleza foi fundada no século XVIII, para conter a ação de piratas
ingleses no litoral cearense.
69 Sobre a revolta liderada por Joaquim Pinto Madeira, no Ceará, em 1831, e a relação com o
contexto político do período regencial no Brasil, assinale a alternativa correta.
A) Exigiu o retorno do imperador D. Pedro I, estando alinhado aos ideais restauradores.
B) Defendeu os interesses políticos dos proprietários de terras das Vilas do Crato e Jardim.
C) Liderou e teve apoio em 1831 dos liberais envolvidos nos movimentos de 1817 e 1824.
D) Atuou em defesa da projeção política nacional do Presidente de Província do Ceará.
E) Debelou no Cariri os conflitos adversos à instauração da Regência Trina Provisória.
71 (UECE) Atente para o que se diz sobre o Forte Schoonenborch, fundado pelos
holandeses em 1649, naquela que seria a capital cearense:
I- Foi a primeira construção que irradiou o núcleo urbano de Fortaleza. Ele foi,
naquele contexto, um espaço centralizador de atividades.
II- Além de sua importância estratégico-militar, uma das suas funções era vigiar os
nativos rebeldes.
III- Depois da expulsão dos Holandeses, a Coroa Portuguesa conquistou o Forte e
rebatizou-o de Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.
73 “Desta forma, em 1924, com base no Relatório do então Diretor de Higiene Pública
do Ceará, Dr. Clóvis Barbosa de Moura, percebia-se o funcionamento de uma máquina
de controle médico na capital e no interior.”
PONTE, Sebastião Rogério. Fortaleza Belle Epoque: Reforma Urbana e Controle
Social (1860-1930). Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2001. p. 15-122.
Atente para o que se diz acerca da criação de uma rede de controle médico no estado do
Ceará, no início da década de 1920, referida no excerto acima.
I. Análises e discursos desse porte são indicativos de que, no período em questão,
instaurava-se um movimento médico-higienista, no sentido de operar
transformações na saúde pública da capital e do interior do Ceará.
II. É plausível considerar que no Ceará, no período citado, foi difícil a aceitação da
chamada medicina científica entre a maioria da população, habituada que
estava a uma medicina, digamos, popular e mais acessível.
1-C
2 - VVFVVV
3–A
4–D
5 – VVFFVF
6–B
7–
8-B
9–C
10 – C
11 – D
12 – B
13 – VVVF
14 – A
15 – D
16 –
17 – D
18 – E
19 – A
20 – B
21 – B
22 – A
23 – E
24 – VVVFV
25 – VFVFFV
26 – C
27 – D
28 – D
29 – VVFVF
30 – D
31 – B
32 – B
33 –
34 – D
35 – B
36 – D
37 – E
38 – B
39 – D
40 – A
41 – D
42 – E
43 – B
44 - FVVFF
34 – B
46 – E
47 – C
48 – B
49 – C
50 – E
51 – B
52 – C
53 – VVVVVFVV
54 – C
55 – D
56 – C
57 – B/C
58 – D
59 – VVVV
60 – C
61 – C
62 – C
63 – C
64 – B
65- C
66 - A
68 - A
69 –A
70 - C
71 – D
72 – D
73 – C
74 - B