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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOTUPORANGA

ATUAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO NA ECONOMIA, VISÃO


SOBRE A ATUAÇÃO DO ESTADO E SUA ATUAL FORMA DE
INTERVENÇÃO NA ECONOMIA

ANA MARIA LOURENÇO GARCIA


RA:110857 – 3° período, A

VOTUPORANGA- SP
2024
1. Introdução

O presente ensaio acadêmico tem por objetivo analisar a importância da atuação do


Estado brasileiro na economia do país, destacando suas formas de atuação. Além disso,
será abordada a evolução histórica dos modelos de Estado liberal, social e neoliberal
adotado atualmente, a fim de compreender como a relação entre Estado e economia tem se
transformado. Por fim, serão discutidas as perspectivas da intervenção estatal e de que
forma elas atuam na economia do país.

2. Participação do Estado na Economia brasileira.

Desde tempos remotos, observa-se uma distinção entre as esferas do Estado e da


economia. No Estado liberal, o qual preconiza a não intervenção estatal na economia e a
total liberdade dos indivíduos, a regulação se dava pela lei da oferta e da procura. De
acordo com Adam Smith, o Estado liberal possuía apenas três deveres, sendo, a realização
de obras públicas, a defesa da sociedade contra inimigos externos e a proteção de
indivíduos contra as ofensas mútuas. No entanto, ao longo da história, verificou-se que
este protótipo não foi eficaz, resultando em desigualdades sociais acentuadas.

Decorrente deste cenário, com o surgimento de novas necessidades sociais,


emergiu o Estado social. Nesse viés declarou Norberto Bobbio(2000,p.42), “[…] da crítica
das doutrinas igualitárias contra a concepção e prática liberal do Estado é que nasceram as
exigências dos direitos sociais […]”. O Estado Social, caracterizado por uma postura
assistencialista e intervencionista, atuava como mediador na regulação da economia para
garantir um equilíbrio entre os mais ricos e os mais pobres, e também garantindo o bem-
estar, ambos como direitos políticos.

No entanto, tanto o modelo liberal quanto o Estado social enfrentaram críticas por
serem levados a extremos prejudiciais. Enquanto o primeiro favorece excessivamente os
interesses individuais em detrimento do coletivo, o segundo assume a responsabilidade
por prover todas as necessidades dos cidadãos.

Nesse contexto, a abordagem de um Estado neoliberal, que concilie a liberdade


econômica dos indivíduos com a regulação estatal para evitar excessos, mostra-se como
uma solução mais equilibrada. Dessa forma, o Estado poderia intervir na economia de
maneira variada, atuando como um agente regulador que promova o bem-estar social sem
comprometer a liberdade de busca pela plenitude individual.

Desse modo, o Estado imposto atualmente, tomou essa abordagem gerenciadora


(neoliberal), ocasionando uma constitucionalização da economia, ou seja, o estado passou
a atuar na economia do país de forma direta e indireta desempenhando papéis essenciais,
com fulcro na Constituição Federal.

3. Formas de intervenções do Estado na economia do país

O Estado pode intervir na economia do país de diversas formas, com o objetivo de


promover o desenvolvimento econômico, garantir a estabilidade financeira e promover a
justiça social. Algumas das formas de intervenções do Estado na economia, de acordo com
pesquisas são nomeadas como intervenção direta ou indireta.

Portanto, seria considerada intervenção direta aquela situação jurídica em que o


Estado desempenharia o papel de empresário, se envolvendo ativamente na atividade
produtiva, seja como empresa pública, sociedade de economia mista, ou como
administrador de empresas.

O Estado exerce diversas formas de intervenção direta no âmbito econômico e


social, visando promover mudanças e alcançar objetivos específicos. Essas intervenções
podem ocorrer por meio da absorção, participação, indução ou direção.

Um exemplo de intervenção direta por absorção é a estatização de empresas em


dificuldade econômica que desempenham funções essenciais de interesse público e
coletivo. Na Europa e no Brasil, há casos em que o Estado absorve empresas para garantir
o interesse coletivo, assumindo o controle societário.

A intervenção por participação ocorre quando o Estado adquire cotas de empresas,


sem deter o controle total, com o objetivo de regular o mercado. Um exemplo é a
participação do Estado no Banco do Brasil, que influencia as taxas de juros de
empréstimos para implementar políticas públicas.

Na intervenção por indução, o Estado utiliza instrumentos para estimular


determinados comportamentos conforme as leis vigentes. Por exemplo, o governo pode
reduzir impostos sobre produtos médicos para incentivar sua importação durante a
pandemia de COVID-19.

Por fim, a intervenção por direção é quando o Estado impõe regulações e normas
que as empresas devem seguir. Um exemplo é a Anatel, representante do Estado, que
estabelece valores para serviços de telefonia fixa.

Por conseguinte, poderíamos caracterizar como intervenção indireta aquela


situação jurídica em que o Estado atuaria apenas como um orientador, incentivador da
atividade econômica entre os particulares, através da formulação e implementação de
políticas econômicas.

Nesse âmbito, a intervenção indireta ocorre por meio da concessão e permissão de


serviços públicos, quando o Estado não atua diretamente. Nesses casos, o Estado realiza
licitações e concede autorizações para que particulares exerçam funções consideradas
essenciais, como forma de fiscalização por meio de agências reguladoras, de acordo com
os artigos 174 e 175 da Constituição Federal.

Por fim, conclui-se que em ambos os casos, as intervenções do Estado têm como
objetivo promover o desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais,
garantir a concorrência justa no mercado e proteger o interesse público. No entanto, é
importante que essas intervenções sejam realizadas de forma equilibrada e transparente,
para evitar distorções e garantir a eficiência Estado brasileiro no sistema econômico.

4. Conclusão

Em suma, a participação do Estado brasileiro na economia tem evoluído ao longo


dos anos, transitando por diferentes modelos de intervenção. Atualmente, a abordagem de
um Estado neoliberal, que concilia a liberdade econômica com a regulação estatal, tem se
apresentado como uma solução mais equilibrada. A Constituição Federal estabelece as
bases para essa atuação, permitindo que o Estado intervenha de forma direta e indireta na
economia, visando promover o desenvolvimento econômico, garantir a estabilidade
financeira e promover a justiça social. Portanto, conclui-se que é de fundamental
importância que essas intervenções sejam realizadas de maneira transparente, a fim de
garantir o bem-estar social e a eficiência do sistema econômico do país.

5. Referências Bibliograficas

BOBBIO, Norberto.Igualdade e liberdade.4a ed. Rio de Janeiro: Ediouro,2000.

SILVA, Washington Eduardo.AS formas de atuação do Estado no domínio econômico:limites


constitucionais sob a perspectiva do Poder Judiciário.Piracicaba:Cadernos de Direito,2017.

ARAÚJO, Pedro Zambarda, Europa já considera estatizar empresas para prevenir falências com
coronavírus. ESSENCIAL, 17 mar. 2020.

Disponível:[https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/europa-ja-considera-estatizar-
empresas-para-prevenir-falencias-com-coronavirus/].

VARDÉLIO, Andréia, Governo Zera imposto de importação de medicamentos contra a COVID-


19.AGÊNCIA BRASIL, 26 mar.2020. Disponível:[https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2020-
03/governo-zera-imposto-de-importacao-de-medicamentos-contra-covid-19].

DIREITO ECONÔMICO – Origem, Princípios, Características e Bases Constitucionais.YouTube.


Duração:11min.44seg. Disponível:[https://youtu.be/GBX8f-NTq4M?feature=shared]

Participação do Estado na Economia: Intervenção Direta e Intervençaõ Indireta – Direito


Econômico.YouTube.Duração:14min.37seg. Disponível:[https://youtu.be/ur2DcnGx674?feature=shared

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