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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA – PÓS LABORAL

DIREITO FISCAL

Nomes:
Armando Agostinho Fumo
Cardoso Fernando Miambo
Claudina Jacinto Naife
Flávia Muianga Malache
Direito Fiscal

O Direito Fiscal faz parte do ramo económico-financeiro e o seu estudo situa-se na


compreensão de como o Estado actua, pensa, estrutura e regula a forma como obtém receita,
em particular, a receita fiscal. Essencialmente, o estudo do Direito Fiscal visa compreensão
sobre a forma como o Estado intervém do ponto de vista económico-financeiro.

É comum o Direito Fiscal ser conhecido como uma expressão que tem sido usada como
sinónimo do Direito Tributário ou simplesmente Direito dos impostos. E, nesse sentido, seria
um ramo de Direito Financeiro, que corresponde às insuficiências do património do domínio
público para suportarem as despesas crescentes da comunidade.

QUESTOÕES

1. Âmbito do Direito Fiscal


R: Direito Fiscal é o ramo ou sub-ramo de Direito composto por um conjunto de normas
jurídicas que disciplinam os impostos, tendo por objecto as normas que disciplinam o
nascimento, o desenvolvimento e a extinção das relações jurídicas suscitadas pela percepção
do imposto.

Direito Fiscal abrange uma grande multiplicidade de normas jurídicas, das quais podemos
destacar:

 Normas de soberania fiscal – aquelas que asseguram os princípios fundamentais do


sistema fiscal, incluindo a formulação da lei fiscal. Fazem parte do Direito
Constitucional, formando o que se costuma chamar por Direito Constitucional Fiscal.

 Normas relativas ao nascimento, desenvolvimento e extinção fiscal, quer as que se


referem à incidência do imposto, quer as que têm um carácter procedimental, ao
disciplinarem o lançamento, a liquidação e a cobrança do imposto, incluindo,
igualmente normas atinentes à fiscalização dos obrigados fiscais e normas relativas às
garantias administrativas dos contribuintes.
 Normas relativas às obrigações acessórias impostas ao contribuinte ou a terceiros,
designadamente, de natureza declarativa ou contabilística, destinadas a possibilitar ou
controlar a percepção dos impostos.

 Normas sancionatórias fiscais – estabelecem sanções, quer de natureza penal, quer


de natureza contra-ordenacional, a aplicar aos infractores dos comandos jurídico-fiscais
e regulam o respectivo processo (ver os art. 41 e 43, da Lei no 15/2002, de 26 de Junho).

 Normas relativas ao processo fiscal – aquelas que estabelecem as garantias


contenciosas dos contribuintes (processo de impugnação judicial) e regulam a cobrança
coerciva dos impostos (processo de execução fiscal).

 Normas do Direito Fiscal Internacional – aquelas que regulam os conflitos


internacionais da legislação fiscal (ex. acordos parafiscais contra a dupla tributação).
Por isso, são também designadas por normas de conflito internacional.

2. Natureza Direito Fiscal


R:Natureza jurídica do Direito Fiscal ou tributario como maior meio de angariação de recursos
ao Estado, a tributação transcende quaisquer interesses individuais. Portanto, o direito
tributário é de direito público.

3. Autonomia do Direito Fiscal


R: A questão de autonomia tem sido discutida sob três perspectivas fundamentais, a
nomeadamente: legislativa, didáctica e científica.
Entretanto, os autonomistas defendem total autonomia do Direito Fiscal resultante do facto de
as suas normas constar de legislação especificamente tributária. Ainda da autonomia didáctica,
emergente da necessidade prática de dar origem à leccionação das matérias jurídico-fiscais nas
várias universidades e institutos superiores. E, finalmente, defendem uma autonomia científica,
entendendo que o Direito Fiscal é um verdadeiro ramo de direito público, cientificamente
autónomo, e não apenas um mero sector normativo.
4. Fontes do direito fiscal
R: A expressão “fontes de Direito” admite diversos entendimentos, ou conteúdos. Um
substancial respeita à origem e à razão vinculativa das normas; outro formal, abrange os
revestimentos pelos quais os preceitos jurídicos se revelam, são enunciados, se apresentam
aos seus destinatários. É neste sentido formal que a expressão vai aqui ser empregada.

A Constituição material, abrange necessariamente, os mais diversos sectores. Assim, não


será concebível que o direito á vida, o direito a constituir família, a não retroactividade da lei
penal, o poder paternal, etc., não tenham relevância, e ao nível das formas fundamentais,
impondo-se ao legislador ordinário, se a Constituição escrita, por demasiado sucinta, ou por
qualquer outro motivo, não tiver enunciado tais princípios ou direitos. Não há dúvida que a
difusão das “declarações de direitos” e das regras fundamentais do chamado “Estado de
Direito” vieram reforçar a orientação neo-jusnaturalista e dar volume à ideia de uma
Constituição material que se sobrepõe à Constituição formal. Esta sobreposição poderá mesmo
suscitar o problema de uma admissível inconstitucionalidade formal, por inobservância de
alguma ou mais regras da Constituição material.

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