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Fundamentação Teórica
O direito fiscal é o conjunto de normas que regulam as relações fiscais, sejam, as
relações relativas à obrigação do imposto – direito fiscal material, sejam as relações
relativas à actividade administrativa de aplicação das leis do imposto, à fiscalização dos
deveres fiscais e ao estabelecimento e aplicação graciosa ou contenciosa das
correspondentes sanções, aos meios graciosos e contenciosos de garantia dos direitos
emergentes da percepção do imposto – direito fiscal formal.
Alguns dos princípios de justiça fiscal que fundamentam uma tributação justa, são o
principio da capacidade tributária (igualdade no domínio dos impostos), o principio da
não retroactividade dos impostos (reconduzido ao principio da protecção da confiança
ínsito na ideia de Estado de direito democrático, ou mesmo ao principio da capacidade
contributiva), o principio do respeito pelos princípios fundamentais, o principio da
progressividade, da consideração e favorecimento fiscal da família, da beneficiação
fiscal das cooperativas, entre outros.
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As garantias dos contribuintes no ordenamento jurídico angolano
Conforme iremos observar, ao longo do presente estudo das garantias dos contribuintes,
em qualquer destas dimensões os mecanismos garantisticos visam evitar condutas
ilegais da administração e potenciar os contribuintes na fiscalização do agir
administrativo, determinando um papel activo dos mesmos.
Antes de mais, impõe-se, na perspectiva das garantias dos contribuintes, se comece por
delimitar o poder tributário, “buscando os seus fundamentos e precisando-lhe os limites
que a salvaguarda das esferas particulares recomendam”.
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manifestação da soberania do Estado só por este pode ser exercida10 –, aquele professor
parece utilizar, em sinonímia, os conceitos de soberania fiscal e o de poder tributário, ao
referir que “na actualidade, à face das ordens jurídicas vigentes, não se admite uma
soberania fiscal, ou um poder tributário, um poder de imposição, de criação de impostos
que não caiba ao próprio Estado”. Acrescentando que, “constituindo a soberania fiscal
um dos aspectos da soberania do Estado, o seu fundamento último há-de confundir-se
com o fundamento filosófico e político do próprio Estado.
Antes do constitucionalismo
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ficou bem expresso a partir das Cortes de Coimbra de 1261. Quatro anos depois, ao ser
recusado um subsídio pedido aos concelhos sem convocação das Cortes, o princípio
afirma-se novamente com inegável vigor. Em 1372, as Cortes recusam, pela primeira
vez, um pedido feito por D. Fernando, e não aceitam as SISAS gerais que o rei
pretendia lançar e as quais vêm a ser votadas só 15 anos depois e apenas por um ano. Se
até ao terceiro quartel do século XIV as prerrogativas das Cortes no lançamento dos
impostos são ainda incertas, representando mais uma aspiração do que uma realidade,
no período que se alarga até ao fim do século seguinte e que termina pelo advento
crescente do absolutismo real, o direito de os povos, reunidos em Cortes, intervirem na
criação dos tributos, consolida-se e é geralmente respeitado. Assim, D. João I convocou
as Cortes mais de vinte vezes durante o seu reinado e, embora nem sempre tenha
obedecido ao princípio da votação dos impostos pelos representantes da Nação,
reconheceu, no entanto, o dever de o fazer, abstendo-se de lançar um pedido destinado a
custear a conquista de Ceuta para não ter de convocar as Cortes, tornando assim público
o projecto da expedição. Os seus sucessores até D. João II, respeitaram também o
mesmo princípio, tendo convocado as Cortes com relativa frequência – D. Duarte, em
cinco anos de reinado, reuniu as Cortes quatro vezes e D. Afonso V, em trinta e cinco
anos, vinte e três vezes. Durante a menoridade de D. Afonso V, nas Cortes de Torres
Novas de 1438, determinou-se a convocação anual das Cortes e designaram-se como
suas atribuições privativas, entre outras, as relativas ao lançamento de tributos (a
promessa da reunião anual das Cortes fora feita já por D. João I, o qual a cumpriu até
1402) Nas Ordenações Afonsinas, o lançamento de contribuições gerais aparece, porém,
como prerrogativa régia, dependendo apenas do acordo dos membros do conselho real,
sem referência às Cortes; era, todavia, de direito consuetudinário a intervenção destas
(as Ordenações, de resto, regulando todas as funções do reino, omitem por completo o
regimento das Cortes, talvez por se entender que não dependia da vontade do rei). O
fortalecimento do poder real levou ao progressivo enfraquecimento das Cortes e à sua
reunião espaçada, a partir de D. João II. Durante os vinte e seis anos do reinado de D.
Manuel foram convocadas apenas quatro vezes e no de D. João III unicamente três.
Por sua vez, o alvará de 9 de Maio de 1654, ao regular este imposto, estabeleceu o
princípio, que viria a ser consagrado mais tarde, segundo o qual caberia à assembleia
dos representantes da Nação a distribuição da Contribuição Directa. Este período de
reconhecimento efectivo do princípio da votação dos impostos em Cortes foi, todavia,
de bem curta duração. Em 1668 exerceram as Cortes, pela última vez antes do
constitucionalismo, o seu direito de votar os impostos; o progressivo fortalecimento do
poder real permitiu que D. Pedro II dissolvesse, por tumultuárias, as Cortes convocadas
em 1674 para a votação dos tributos. Como algumas Câmaras se recusassem a pagar os
impostos por não terem sido votados em Cortes – o que prova ser ainda pensamento
comum a limitação do poder real em matéria tributária, apesar da crescente tendência
absolutista – o mesmo monarca, não negando a legitimidade do argumento, justificou-se
invocando as despesas e a urgente necessidade e prometendo convocar as Cortes logo
que as circunstâncias o permitissem. O seu sucessor adoptou idêntico comportamento e,
embora não se atrevendo também a negar aquela prerrogativa, foi continuando a ordenar
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o pagamento dos antigos impostos e justificando a criação de um novo tributo,
desculpando-se com a urgente necessidade das receitas correspondentes e mantendo a
falaz promessa de convocar as Cortes quando as condições o possibilitassem. Com
Pombal e o despotismo esclarecido os direitos do povo são claramente negados e, até à
revolução liberal de 1820, não mais as Cortes voltaram a ser convocadas nem os
representantes da Nação a intervir no lançamento dos impostos.
Com o Constitucionalismo
Para os fazer actuar, concederam-se, pela primeira vez, aos contribuintes uma panóplia
de meios de defesa, verdadeiras armas de luta contra o poder tributário:
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infracções que houver notado; havendo do governo as informações que julgar
necessárias para esse fim;”
Depois disto, cumpre-nos, agora, analisar a Carta Constitucional de 1826. Também aqui
era da atribuição das Cortes, em concreto da Câmara dos Deputados, a iniciativa sobre
impostos (art. 35º § 1º)26, fixar anualmente as despesas públicas e repartir a
Contribuição Directa (art. 15º § 8º), sendo as mesmas Cortes Gerais quem, anualmente
estabelecia “todas as contribuições directas” (art. 137º). Esta situação haveria de
manter-se no Acto Adicional de 1832 que reformou e alterou alguns preceitos daquela
carta. Em termos de garantias dos contribuintes, foram introduzidos, pela Carta
Constitucional, importantes princípios, uns com futura repercussão no Direito Fiscal,
outros imediatamente:
“Ninguém pode ser obrigado a fazer ou deixar de fazer senão o que a Lei
ordena ou proíbe.” (art. 9º do Capítulo I)
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Conclusão
Aqui chegados, cumpre dizer que tratámos neste trabalho o tema das garantias dos
contribuintes, na tentativa de responder à questão de saber se as mesmas constituem ou
não meios idóneos, consistentes e eficazes para a defesa dos contribuintes em face da
actuação ilegal da Administração Fiscal. Contudo fiscalização é uma atividade
profissional que surge em resposta as necessidades e às aspirações da sociedade, ela é
essencial para a categoria, afim de proteger e zelar pelos interesses da sociedade e, além
disso, assegurar o exercício profissional de pessoas qualificadas e habilitadas para
prestar serviços de qualidade.
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Referências Bibliográficas
Campelo - file:///C:/Users/Sr/Downloads/Campelo_Raquel%20(2).pdf
Crt-03 - https://www.crt03.gov.br/voce-conhece-e-sabe-a-importancia-de-uma-
fiscalizacao/
Wikipedia -
Constituição nacionaç –