Você está na página 1de 6

Introdução

No presente trabalho faremos uma abordagem sobre o alcoolismo, para isso precisamos
entender o seu conceito. Segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
alcoolismo é uma doença crônica capaz de levar o paciente a outras complicações
médicas, como a cirrose e a hepatite.
Desenvolvimento

O ALCOOLISMO é caracterizado pela vontade incontrolável de beber, falta de controle


ao tentar parar a ingestão, tolerância ao álcool (doses cada vez maiores para sentir os
efeitos da bebida) e dependência física, que se manifesta com sintomas físicos e
psíquicos nas situações de abstinência alcoólica

Para além do uso ocasional de bebidas alcóolicas, o alcoolismo é uma condição em que
o indivíduo faz constantemente o uso abusivo e descontrolado desse tipo de bebida.

Aos poucos, o organismo perde a sensibilidade ao álcool, e a pessoa com alcoolismo


tem que fazer o uso de quantidades cada vez maior da substância, tornando-se um vício
progressivo.

As principais causas da doença


Vários fatores podem contribuir para o surgimento da doença. Em seguida, confira
alguns deles:

Genética

Por mais que o ambiente tenha uma grande influencia no alcoolismo, há evidências de
que fatores genéticos aumentam o risco de desenvolver a doença.

Um estudo realizado por pesquisadores de Nova York, nos EUA, revelou que as pessoas
que consomem álcool frequentemente podem ter uma predisposição genética. Os
números são claros: a tendência ao alcoolismo pode chegar a 50% nos filhos de pais
alcoólatras.

Transtornos mentais

Pessoas que sofrem com algum transtorno mental, como depressão, ansiedade e
bipolaridade também são mais vulneráveis ao alcoolismo. Isso significa que há mais
chances de desenvolverem a doença se consumirem bebidas alcoólicas em alta
quantidade.

Influências ambientais

O ambiente no qual estamos inseridos também tem poder de influência. Se amigos e


familiares bebem em excesso, a tendência é que o indivíduo passe a beber bastante
também. Claro que não é uma regra, mas são fatores ambientais que podem contribuir.
Sinais de alcoolismo
Entre os principais sintomas de alcoolismo, podemos destacar:

desejo incontrolável de ingerir bebidas alcoólicas;

depois que começa a beber, não consegue parar ou mesmo reduzir o ritmo de consumo
de álcool;

necessidade de altas doses de álcool para poder sentir o efeito da bebida.

Além disso, um alcoólatra sente ainda os sintomas clássicos da abstinência, ao ficar sem
consumir a substância:

 suor;
 tremedeira;
 ansiedade;
 nervosismo;
 angústia;
 náusea e enjoo.

O diagnóstico do alcoolismo é feito com o auxílio de um médico, como um psiquiatra


ou mesmo psicólogo.

Tratamento e Prevenção
O tratamento do alcoolismo precisa, necessariamente, começar a partir da vontade do
paciente de mudar aquele comportamento e de reconhecer que o consumo excessivo,
progressivo e abusivo de bebidas alcoólicas causa problemas para a sua vida.

Muitas vezes, o tratamento do alcoolismo pode ser multidisciplinar, envolvendo a


participação de profissionais como psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e até
mesmo hepatologistas, caso o paciente possua problemas no fígado em decorrência do
abuso da bebida.

Ao todo, são mais 80 mil médicos das mais diversas especialidades, disponíveis para
auxiliar no tratamento e no diagnóstico de condições diversas.

A prevenção do alcoolismo consiste na regulamentação e limitação da venda de bebidas


alcoólicas, em taxar o álcool para aumentar o custo de aquisição e em disponibilizar
tratamento a baixo custo.

O tratamento é feito em várias etapas. A interrupção do consumo deve ser controlada,


uma vez que a abstinência pode levar ao aparecimento de problemas de saúde. Um dos
métodos de controlo mais comuns nesta etapa é a administração de benzodiazepinas
como o diazepam. Durante esta etapa, a pessoa pode ser internada numa instituição de
saúde ou manter-se em casa sob vigilância atenta da família, amigos ou médicos.
Terapia nutricional
O tratamento preventivo das complicações do álcool incluem o uso a longo prazo de
multivitaminas, além de vitaminas específicas como B12 e folato.

Apesar de a terapia nutricional não ser um tratamento propriamente para o alcoolismo,


ela trata as dificuldades que podem surgir anos após o uso intenso de álcool. Muitos
dependentes de álcool tem a síndrome da resistência à insulina, um distúrbio metabólico
no qual a dificuldade do corpo em processar açúcares causa um suprimento
desequilibrado na corrente sanguínea. Apesar do distúrbio poder ser diminuído com
uma dieta hipoglicêmica, ele pode afetar o comportamento e as emoções, efeitos
colaterais que freqüentemente são observados entre os dependentes em tratamento. Os
aspectos metabólicos desta dependência são freqüentemente negligenciados, gerando
resultados ruins para os tratamentos.

Grupos de ajuda mútua

O aconselhamento em grupo através de ajuda mútua é um dos meios mais comuns de


ajudar os alcoólicos a manter a sobriedades. Muitas organizações já foram formadas
para proporcionar esse serviço, sendo a mais conhecida delas os Alcoólicos Anônimos.
Estes grupos costumam atuar com base no Programa de 12 passos.

Racionamento e moderação

Os programas de racionamento e moderação do uso do álcool não forçam uma


abstinência completa. Apesar de a maioria dos alcoólicos serem incapazes de limitar o
seu consumo através destes programas, alguns passam a beber moderadamente. Muitas
pessoas se recuperam do alcoolismo. Um estudo realizado em 2002 nos Estados Unidos
mostrou que 17,7% das pessoas que tinham sido diagnosticadas como dependentes do
álcool a mais de um ano (anteriormente à pesquisa) retornaram ao consumo de baixo
risco de álcool.

Consequências a curto prazo


Quanto mais alta for a concentração de álcool no sangue, mais severas poderão ser as
alterações da consciência e os sintomas de intoxicação alcoólica:

 Comportamento desadequado;
 Humor instável;
 Falta de discernimento;
 Fala arrastada;
 Défice de atenção;
 Problemas de memória, incluindo-se “apagões” de memória
 Falta de coordenação;
Uma intoxicação alcoólica pode ser ultrapassada no espaço de algumas horas e não
deixar qualquer sequela. Nos casos mais graves, porém, a situação pode evoluir para
coma alcoólico ou até mesmo resultar em morte.

Consequências a médio e longo prazo

O alcoolismo tem vários efeitos e muito negativos sobre a saúde física e psíquica, que
na maioria das vezes causam prejuízos graves nos vários contextos em que a pessoa se
move, sejam eles laboral, familiar ou social, e que estão relacionados com exclusão
social, acidentes de trânsito, comportamentos agressivos, etc.

Problemas físicos

Gastrointestinais: Úlcera, varizes esofágicas, gastrite, gordura no fígado (esteatose


hepática), hepatite, pancreatite, cirrose;

Neuromusculares: Cãibras, perda de força muscular, dormência, distúrbios de


coordenação;

Cardiovasculares: Hipertensão, arritmias, aumento do risco de acidente vascular


isquémico;

Sexuais: Redução da libido, ejaculação precoce, disfunção erétil, infertilidade.

Transtornos mentais

Depressão: O álcool tem um efeito depressor sobre o sistema nervoso central e aumenta
o risco de perturbações de humor e de depressão, que se revelam pelos sintomas
habituais, desinteresse, perda ou aumento de peso, perturbações do sono, fadiga, perda
de energia ou agitação, pensamentos negativos e de culpabilização, diminuição da
capacidade de pensamento ou concentração, e, nos casos mais severos, pensamentos
suicidas.

Abstinência: Ocorre quando, após um período de alcoolismo intensivo, há uma


paragem no consumo ou uma redução abrupta e significativa das quantidades ingeridas.
Pode revelar-se algumas horas depois ou surgir até quatro a cinco dias após esse
momento e os sintomas são: taquicardia, tremores nas mãos, insónia, náuseas e vómitos,
alucinações, inquietação, agitação e ansiedade. Nos casos mais graves, a situação de
delirium tremens é acompanhada de febre, convulsões e confusão mental.

Demência: A memória é frequentemente afetada não só pela ação do álcool como pela
má nutrição, que torna frequente nos alcoólicos a carência de vitamina B1, essencial
para a manutenção da capacidade de armazenar novas memórias. “A degradação da
memória, causada pelo consumo excessivo de álcool, pode perdurar e inclusive agravar-
se ao longo dos anos”, alerta José Fernando Santos Almeida.

Psicose: Induzida pelo álcool, consiste sobretudo em alucinações e ideias delirantes


(ideias falsas que resistem a toda a argumentação lógica e ao teste da realidade)
Conclusão
Contudo podemos concluir que o uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas
alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando
a conseqüências irreversíveis. O alcoolismo atrapalha a vida de uma pessoa em
diferentes âmbitos e aspectos, afetando, inclusive, seus familiares, amigos e até mesmo
colegas de trabalho.

Você também pode gostar