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FACULDADE

CURSO

NOME

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA, COMO IDENTIFICAR E TRATAR,


TENTATIVA DE ORGANIZAR UM PROTOCOLO BRASILEIRO

CIDADE-ESTADO

2021
NOME

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA, COMO IDENTIFICAR E TRATAR,


TENTATIVA DE ORGANIZAR UM PROTOCOLO BRASILEIRO

Trabalho de conclusão de curso


apresentado a Faculdade XXX, no curso de
XXX sob orientação da profª:

CIDADE-ESTADO

2021
FOLHA DE APROVAÇÃO
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
“A persistência é o caminho do êxito”
Charles Chaplin
RESUMO

A síndrome de abstinência de álcool é o título dos sinais que surgem toda vez
que um bebedor pesado para repentinamente e minimiza consideravelmente a
ingestão de álcool. Com a Síndrome de Abstinência de Álcool, se pode experimentar
uma mistura de ansiedade física e leve, sintomas emocionais e também exaustão a
náusea. Alguns indicadores são tão intensos quanto convulsões e alucinações. Em
sua forma mais severa, pode ser possivelmente mortal. Os sintomas podem piorar
em 2 a 3 vezes, além de vários sintomas mais leves podem persistir por dias em
certos indivíduos. Eles podem ser aparentes sempre que acorda com menos álcool
no sangue. Indivíduos que são fãs de bebidas alcoólicas ou talvez que bebam muito
regularmente e não são capazes de diminuí-la progressivamente correm um risco
alto. A síndrome é muito mais comum em adultos, embora adolescentes e crianças
que bebem com frequência possam apresentar sintomas. Também está vulnerável
se já teve sintomas de abstinência ou mesmo precisou de desintoxicação
relacionada à saúde por causa de um problema com a bebida. Assim, beber demais
excita e irrita o sistema nervoso. Se um indivíduo bebe todos os dias, seu corpo se
torna dependente de bebidas alcoólicas a longo prazo. Se isso ocorrer, o sistema
nervoso principal não poderá se ajustar facilmente à escassez de álcool. Se o
indivíduo parar de beber repentinamente ou mesmo diminuir consideravelmente a
quantidade de bebidas alcoólicas que ingere, pode resultar na síndrome.

PALAVRAS-CHAVE: Álcool. Desintoxicação. Excessivamente.  Alucinações.


ABSTRACT

Alcohol withdrawal syndrome is the title of the signs that appear whenever a
heavy drinker suddenly stops and considerably minimizes alcohol intake. With
Alcohol Withdrawal Syndrome, you may experience a mixture of physical and mild
anxiety, emotional symptoms as well as exhaustion and nausea. Some indicators are
as intense as seizures and hallucinations. In its most severe form, it can be possibly
deadly. Symptoms can worsen 2-3 times, and several milder symptoms can persist
for days in certain individuals. They can be apparent whenever you wake up with less
alcohol in your blood. Individuals who are fans of alcoholic beverages or perhaps
who drink heavily regularly and are unable to progressively lessen it are at high risk.
The syndrome is much more common in adults, although teenagers and children who
drink frequently can experience symptoms. You are also vulnerable if you have ever
had withdrawal symptoms or even needed a health-related detox because of a
drinking problem. Thus, drinking too much excites and irritates the nervous system. If
an individual drinks every day, their body becomes dependent on alcoholic
beverages in the long run. If this happens, the main nervous system will not be able
to adjust easily to the alcohol shortage. If the individual suddenly stops drinking or
even considerably reduces the amount of alcoholic beverages they drink, it can result
in the syndrome.

KEYWORDS: Alcohol. Detox. Overly. hallucinations


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA, COMO IDENTIFICAR E TRATAR,


TENTATIVA DE ORGANIZAR UM PROTOCOLO BRASILEIRO

2.1. CONCEITO

2.2. SINAIS E SINTOMAS

2.3. PROGRESSÃO

2.4. RETIRADA PROLONGADA

2.5. FISIOPATOLOGIA

2.6. KINDLING

2.7. DIAGNÓSTICO

2.8. TRATAMENTO

2.8.1. Benzodiazepínicos

2.8.2. Vitaminas

2.8.3. Anticonvulsivantes

2.8.4. Prevenção de novos beber

2.9. PROGNÓSTICO

3. MÉTODO

4. RESULTADOS

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

ANEXOS
1. INTRODUÇÃO

O consumo de álcool tem acompanhado os humanos por milhares de anos.


Apesar da grande maioria das pessoas não desenvolver uma relação prejudicial com
essa substancia, sabe se que inúmeros problemas de saúde, sociais e econômicos
estão intimamente relacionados ao seu uso.
A síndrome de abstinência alcoólica (SAA) se refere aos sintomas que podem
surgir quando ocorre a cessão abrupta do consumo de álcool em pessoas que
sofrem de dependência alcoólica ou alcoolismo crônico.
A SAA caracteriza-se por um conjunto de sinais e sintomas que surgem nas
primeiras 6 horas após a diminuição ou interrupção do consumo de álcool. Sabe-se
que o tempo e a intensidade desse consumo são diretamente proporcionais a
gravidade de sua apresentação. Quanto maior o consumo de álcool, maior é a
probabilidade de desenvolver sintomas de abstinência do álcool ao parar de beber.
Segundo a Organização mundial de saúde, (OMS) estima-se que 43% da
população mundial consomem álcool e que, desses, pelo menos 5,1% já sofrem de
transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, como por exemplo a
dependência alcoólica. (BMJ 4) Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos com
consumidores adultos, identificou uma prevalência de dependência alcoólica de
10,2% naqueles adultos que bebiam mais de 8 doses por semana e de 10,5%
naqueles bebedores que consomem álcool de forma esporádica (mais de 4 doses
em uma ocasião). (BMJ8) Estima-se que desses pacientes com dependência
alcoólica, aproximadamente 50% terão SAA em algum momento de suas vidas.
(BMJ 5)
Nos hospitais clínicos é comum encontrar pacientes, internados pelos mais
variados motivos, desenvolverem SAA, estima-se que 8% desses pacientes
desenvolveram em algum grau SAA, sendo que esse numero sobe para 16%
quando se avalia pacientes provenientes de unidades de terapia intensiva (UTI).
(BMJ10,11,12,13)
Alguns estudos mostram uma prevalência de ate 25% de alucinações em
pacientes com SAA e 10% desenvolveram convulsões. Se inadequadamente
tratada, 5% desses pacientes poderão desenvolver Delirium tremmens (DT),
geralmente 48-72h após a ultima dose. (BMJ 5-18-19)
Uma vez que o alcoolismo e problemas relacionados ao uso de álcool
configuram-se como um dos principais problemas de saúde publica, o presente
estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa em protocolos(diretrizes) sobre
Síndrome de abstinência alcoólica em países que são referencia no combate a
epidemia do alcoolismo e da síndrome de abstinência, visando criar um consenso
para orientar o profissional de saúde, na avaliação, diagnostico e tratamento da SAA
e também das complicações clinicas e psiquiátricas associadas.
Uma das formas que seria possível criar um protocolo de identificação de SAA
e seu manejo, seria buscar um conjunto de evidencias empíricas em protocolos já
consolidados como referencias no assunto, podendo avaliar suas singularidades e
divergências em termos de objetivos, escolha de instrumentos para avaliações e
manejo. Foram selecionados seis protocolos de países da América do Sul, América
do Norte, Europa, e órgãos internacionais, usando como critérios de escolha o grau
de competência (expertise) das instituições, o grau de qualidade dos participantes, o
tema e a evidências cientificas.
Justifica-se a escolha do tema, a importância de organizar medidas baseadas
em evidencias a respeito da melhor pratica medica quando se trata de SAA. Quando
se compara, diretrizes em outras temas da medicina, seja em número de
publicações ou em qualidade de informação, se percebe que os transtornos
induzidos por álcool ainda ficam aquém frente a sua relevância clinica.
Pensando nisso, a metodologia que será utilizada é a bibliográfica. Neste
sentido, para a elaboração do trabalho, foi usado algumas bases de pesquisas
como: Core, Scielo (Scientific Eletronic Libraly Online); Pepsic (Periódicos
Eletrônicos de Psicologia) e Google Acadêmico a fim de se identificar publicações
envolvendo a o tema proposto, além dos guidelines (protocolos), já anunciados
acima.
2. SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA, COMO IDENTIFICAR E TRATAR,
TENTATIVA DE ORGANIZAR UM PROTOCOLO BRASILEIRO

2.1. CONCEITO

A Síndrome de Abstinência do Álcool (SAA) é um conjunto de sinais e


sintomas que podem ocorrer após uma diminuição ou cessação no consumo de
álcool em pacientes com dependência alcoólica. A SAA pode ser considerada um
estigma da síndrome de dependência alcoólica (SDA) e por muitos autores é
considerada um indicador de consumo crônico e abusivo da substancia. Os
sintomas frequentemente incluem nervosismo, tremores, suor, vômitos, batimento
cardíaco acelerado e febre baixa. (NATIONAL CLINICAL GUIDELINE CENTRE,
2010). Os piores sinais podem incluir convulsões, ouvir ou ver coisas que outras
pessoas não podem ver e delirium tremens (DTs). Os sintomas geralmente
começam aproximadamente 6 horas após a ultima ingesta alcoolica, são ainda
piores em 24 a 72 horas e melhoram em 7 dias. (SIMPSON, WILSON,
NORDSTROM, 2016).
A abstinência de álcool pode ocorrer em pessoas que dependem do álcool.
Isso pode acontecer após uma redução planejada ou não planejada na ingestão de
álcool. O mecanismo subjacente envolverá uma capacidade de resposta reduzida
dos receptores GABA no cérebro. O procedimento de retirada é geralmente usado
fazendo uso da escala de avaliação do Instituto Clínico para Retirada de Álcool
(CIWA Ar). (SCHUCKIT, 2014)
O tratamento padrão para a abstinência do álcool é usando
benzodiazepínicos, por exemplo, clordiazepóxido ou diazepam. Frequentemente, as
quantidades fornecidas são baseadas nos sintomas de um indivíduo. A tiamina é
regularmente recomendada. Problemas eletrolíticos e também a baixa glicose no
sangue também deve ser tratados. A terapia precoce melhora os resultados.
(SIMPSON, WILSON, NORDSTROM, 2016).
No mundo ocidental, cerca de 15% dos indivíduos têm dificuldades com o
transtorno do uso de álcool em vários pontos. (SCHUCKIT, 2014). Cerca de metade
dos indivíduos com transtorno do uso de álcool desenvolverá sintomas de
abstinência ao reduzir o uso, com 4% desenvolvendo sintomas graves. Entre os
indivíduos com sintomas graves, no máximo 15% morrem. (SIMPSON, WILSON,
NORDSTROM, 2016). Os sintomas de abstinência do álcool foram mencionados
novamente em 400 a.C por Hipócrates. Não se pensa que se tornou um problema
generalizado até o século 18. (MARTIN, 2014).

2.2. SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas e sinais de abstinência de bebidas alcoólicas ocorrem


principalmente no sistema nervoso central. A gravidade da abstinência pode variar
de sintomas leves, como ansiedade e distúrbios do sono, até sintomas graves e com
risco de vida, por exemplo, alucinose por álcool, delirium tremens e instabilidade
autonômica.
A abstinência geralmente começa de seis a vinte e quatro horas após a
bebida anterior. É capaz de durar até uma semana. Para serem classificados como
uma síndrome de abstinência de bebidas alcoólicas, os indivíduos devem ter um
mínimo de 2 dos seguintes sintomas: aumento de tremor nas mãos, insônia, vômitos
ou náuseas, alucinações transitórias (auditivas, táteis ou visuais), ansiedade,
agitação psicomotora, convulsões tônicas clônicas, além de instabilidade
autonômica. (BAYARD et.al, 2004).
A gravidade dos problemas é determinada por muitos elementos, o mais
importante dos quais seria o nível de consumo de álcool, a duração do consumo de
álcool e o passado histórico de abstinência de bebidas alcoólicas. Os sintomas
também podem ser agrupados e classificados: (BAYARD et.al, 2004).
Alucinose por álcool: os pacientes têm alucinações transientes, gráficas,
auditivas ou talvez táteis, mas, de outra forma, são claras. (BAYARD et.al, 2004).
Convulsões de abstinência: as convulsões acontecem dentro de 48 horas
após a interrupção das bebidas alcoólicas e acontecem como uma convulsão tônico-
clônica generalizada ou talvez por um curto episódio de muitas convulsões.
(MANASCO, et.al, 2012).
Delirium tremens: estado hiperadrenérgico, diaforese, tremores,
desorientação, diminuição da atenção / consciência e alucinações auditivas e
visuais. (BAYARD et.al, 2004). Isso normalmente acontece vinte e quatro a setenta e
duas horas após a cessação das bebidas alcoólicas. O delirium tremens é
considerado o tipo grave de abstinência e ocorre em 5 a 20% dos indivíduos em
desintoxicação e em 1/3 dos indivíduos com crises de abstinência. (MANASCO,
et.al, 2012).

2.3. PROGRESSÃO

Geralmente, a gravidade dos sinais experimentados depende de quanto e da


duração do consumo anterior de álcool, além da quantidade e gravidade das
retiradas anteriores. Na verdade, a maioria desses sinais agudos pode ocorrer duas
horas após a cessação; esse rápido início, além da imprevisibilidade da síndrome,
precisa de hospitalização pré-planejada, terapia coordenada com um médico ou
talvez, no mínimo, entrada rápida para atendimento médico; um sistema de
assistência de familiares ou amigos também deve ser lançado antes de se aproximar
da desintoxicação. Assim, de acordo com (WEBMD, 2021) em casos que são
muitos, no entanto, os sintomas se prendem a um período de tempo sensivelmente
previsível, conforme exemplificado abaixo:
De 6 a 12 horas após a ingestão da bebida anterior, ocorrem sintomas de
abstinência como tremores, ansiedade, sudorese, dor de cabeça, náusea ou mesmo
vômito. Outros sintomas comparáveis também podem aparecer neste momento. 12
a vinte e quatro horas após a cessação, o problema é capaz de avançar para
problemas principais como confusão, alucinações (com compreensão da realidade),
agitação, tremor, juntamente com doenças relacionadas.
24 a 48 horas após a ingestão anterior de etanol, o potencial de convulsões
deve ser antecipado. Enquanto isso, nenhum dos sintomas de abstinência anteriores
teria diminuído. As convulsões apresentam o perigo de morte para um indivíduo que
consome muito álcool.
Embora a situação do indivíduo geralmente comece a melhorar após 48
horas, os sintomas de abstinência frequentemente continuam a aumentar no
progresso e na gravidade do delirium tremens, que é reconhecido por alucinações
que são indistinguíveis da verdade, confusão séria, convulsões, pressão arterial
elevada, então febre. que pode persistir entre quatro a doze dias. (WEBMD, 2021).

2.4. RETIRADA PROLONGADA 


Uma síndrome de abstinência de álcool de longo prazo ocorre em pessoas
com transtorno de uso de álcool quando os sintomas de abstinência permanecem
além do estágio agudo de abstinência, mas frequentemente com uma intensidade
subaguda de gravidade e gradualmente diminuindo com a gravidade com o passar
do tempo. Esta síndrome é frequentemente conhecida como síndrome pós-
abstinência grave. Alguns sintomas de abstinência podem persistir por pelo menos
uma temporada após a interrupção do consumo de álcool. Os sinais podem incluir
desejo por bebidas alcoólicas, falta de prazer em questões tipicamente agradáveis
(conhecidas como anedonia), embaçamento sensorial, desorientação, vômito e
náusea ou talvez dor de cabeça. (MARTINOTTI, et al. 2008).
A insônia é um indicador muito comum de abstinência contínua que continua
após o estágio agudo de abstinência do álcool. A insônia também afetou a taxa de
recaídas. A pesquisa descobriu que a trazodona ou magnésio é capaz de ajudar a
se livrar do sinal de alerta de abstinência crônica da insônia ao recuperar indivíduos
com transtorno de uso de álcool. A insônia é difícil de tratar nessas pessoas porque
muitos dos auxiliares de sono padrão (por exemplo, agonistas do receptor de
benzodiazepina e agonistas do receptor de barbitúrico) funcionam por meio de um
mecanismo de receptor GABA A e, portanto, são resistentes ao álcool. No entanto, a
trazodona não é tolerante cruzada com o álcool. O estágio agudo da síndrome de
abstinência do álcool às vezes pode ser prolongado. O delirium tremens prolongado
foi encontrado na literatura da área de saúde como uma característica viável, mas
incomum, da abstinência de bebidas alcoólicas. (HORNYAK, et.al, 2004)

2.5. FISIOPATOLOGIA

O uso crônico de álcool leva a modificações nos hormônios cerebrais,


principalmente no telefone GABAérgico. Várias adaptações acontecem, como
alterações na regulação negativa e na expressão gênica dos receptores GABA A.
Durante a abstinência intensa de álcool, também ocorrem mudanças, como a
regulação positiva dos receptores GABA A com regulação negativa e alfa4 dos
receptores GABA A com alfa3 e alfa1. As alterações neuroquímicas que acontecem
durante a abstinência do álcool podem ser minimizadas com medicamentos usados
para desintoxicação intensa. Com a abstinência de bebidas alcoólicas e também
medicamentos de tolerância cruzada, essas alterações na neuroquímica lentamente
voltam ao normal. (SANNA, et al. 2003).
Além disso, as adaptações no sistema NMDA ocorrem como resultado da
intoxicação alcoólica repetida e são necessárias na hiperexcitabilidade do sistema
nervoso principal durante a síndrome de abstinência alcoólica. Os níveis de
homocisteína, que podem ser aumentados durante o uso persistente de álcool,
aumentam ainda mais durante a abstinência e também podem levar à
excitotoxicidade, desvios de ECG (em alguns casos, um aumento no EEG do
intervalo QT e) anormalidades (incluindo EEG quantificado irregular) podem ocorrer
durante a retirada prematura. (SANNA, et al. 2003).
Disfunção do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal e melhora da liberação do
hormônio liberador de corticotropina ocorrem durante a abstinência alcoólica
prolongada e aguda e aumentam os sintomas de abstinência tanto prolongados
quanto agudos. Os sintomas de anedonia / disforia, que podem persistir durante a
abstinência contínua, podem ser causados pela subatividade da dopamina.

2.6. KINDLING 

Kindling é uma tendência em que a desintoxicação repetida de álcool resulta


em um aumento da gravidade da síndrome de abstinência. Por exemplo, pessoas
que bebem muito podem no início não apresentar sintomas de abstinência, mas a
cada vez que o consumo de álcool é acompanhado pela cessação, seus sintomas
de abstinência se intensificam e podem levar ao delirium tremens total com
convulsões. Indivíduos com transtorno de uso de álcool com convulsões durante a
desintoxicação são muito mais propensos a ter episódios anteriores de
desintoxicação de bebidas alcoólicas do que indivíduos que não tiveram convulsões
durante a desintoxicação. Além disso, os indivíduos com síndromes de abstinência
anteriores são muito mais propensos a ter sintomas de abstinência de álcool muito
mais difíceis do ponto de vista médico. (SANNA, et al. 2003).
O galho é capaz de resultar em complicações e também aumentar a chance
de recaída, danos cerebrais relacionados ao álcool e déficits cognitivos. O uso
indevido de álcool crônico e a queima de várias abstinências de álcool podem
resultar em alterações permanentes nos receptores GABA A. O mecanismo por trás
do kindling será a sensibilização de vários sistemas neuronais e também a
dessensibilização de métodos neuronais adicionais, que resultam em desequilíbrios
neuroquímicos progressivamente mais graves. Isso, por sua vez, resulta em
sintomas de abstinência muito mais profundos, convulsões, incluindo ansiedade,
além de neurotoxicidade. (BECKER, 1998).
O uso excessivo de álcool está relacionado à melhora da impulsividade,
prejuízo da memória operacional espacial e aprendizagem mental prejudicada.
Acredita-se que esses efeitos negativos sejam causados pelas consequências
neurotóxicas da abstinência repetida do álcool na plasticidade neuronal aberrante e
também no dano cortical. Tempos repetidos de intoxicação intensa acompanhados
por desintoxicação intensa têm efeitos profundos na mente e estão relacionados a
um risco elevado de convulsões, além de déficits cognitivos. As consequências na
mente se assemelham às observadas em indivíduos que consomem bebidas
alcoólicas em excesso e que frequentemente se desintoxicam, mas
significativamente menos intensas do que em indivíduos com transtorno do uso de
álcool que não têm nenhum registro de desintoxicação antes. Portanto, a síndrome
de abstinência grave parece ser o elemento mais crucial em causar prejuízo ou dano
à função cerebral. As regiões do cérebro mais hipersensíveis aos danos do consumo
excessivo de álcool são definitivamente a amígdala, juntamente com o córtex pré-
frontal. (BECKER, 1998).
Adolescentes que sofrem repetidas abstinências do consumo excessivo de
álcool apresentam deficiências de memória não-verbal de longo prazo. Pessoas com
transtorno de uso de álcool que tiveram 2 ou mais abstinências de álcool têm muito
mais disfunção cognitiva do lobo frontal do que indivíduos que tiveram apenas uma
ou nenhuma abstinência anterior. A inflamação dos neurônios é recomendada por
causa do dano cognitivo relacionado à abstinência. O surgimento de retiradas
repetidas resulta no acúmulo de alterações neuroadaptativas. Além disso, o graveto
deve funcionar como a causa raiz dos danos cognitivos observados em pessoas que
bebem muito. (BECKER, 1998).

2.7. DIAGNÓSTICO
Muitos hospitais utilizam o processo do Instituto Clínico para Avaliação da
Abstinência de Álcool (CIWA) para avaliar a quantidade de abstinência contida e
também, consequentemente, a quantidade de medicamentos necessários. Quando
há suspeita de uso indevido de álcool, embora a história da bebida não seja clara, o
teste de valores elevados de transferrina deficiente em carboidratos ou talvez
gamalutamil transferase pode ajudar a esclarecer o exame de dependência e abuso
de álcool. CIWA também foi reduzido (agora conhecido como CIWA Ar), mantendo
sua confiabilidade e validade, para ajudar a avaliar os pacientes de forma mais
eficaz devido à natureza potencialmente mortal da abstinência de bebidas
alcoólicas. (SULLIVAN, et.al, 1989).
Todos os outros distúrbios que podem apresentar sintomas semelhantes são
a síndrome de abstinência das benzodiazepinas (um problema adicionalmente
causado em grande parte pela adaptação do receptor GABA A).

2.8. TRATAMENTO

Os benzodiazepínicos atuam na redução dos sintomas e também na


interrupção das convulsões. Certos suplementos também serão um componente
imensamente importante no controle da síndrome de abstinência do álcool. Em
todos aqueles com sintomas graves, geralmente é necessária terapia hospitalar.
Naqueles com muito menos sintomas, a terapia em casa pode ser viável com visitas
diárias a um profissional de saúde.

2.8.1. Benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos atuam na redução dos sintomas e também na


interrupção das convulsões.Certos suplementos também serão um componente
imensamente importante no controle da síndrome de abstinência do álcool. Em
todos aqueles com sintomas graves, geralmente é necessária terapia hospitalar.
Naqueles com muito menos sintomas, a terapia em casa pode ser viável com visitas
diárias a um profissional de saúde.
Os benzodiazepínicos seriam os medicamentos geralmente usados para
tratar a abstinência de álcool e são eficazes e seguros geralmente na supressão dos
sintomas de abstinência de bebidas alcoólicas. (BIRD; MAKELA 1994). Esta
categoria de medicamento geralmente é eficiente para conter os sintomas, mas
pode ser utilizada com extremo cuidado. Embora os benzodiazepínicos tenham uma
longa história de bons resultados no tratamento e também na prevenção da
abstinência, não há consenso sobre o que é perfeito para trabalhar. Os agentes
usados com mais frequência são os benzodiazepínicos de ação prolongada, como o
diazepam e o clordiazepóxido. Eles são considerados melhores do que outros
benzodiazepínicos por causa da terapia do delírio e permitem tempos muito mais
longos entre as doses. No entanto, os benzodiazepínicos com meia-vida
intermediária, como o lorazepam, podem ser mais seguros em indivíduos com
problemas de fígado. Os benzodiazepínicos apresentam uma vantagem protetora
contra os sintomas de abstinência de bebidas alcoólicas, em certas convulsões, em
comparação com muitas outras técnicas típicas de tratamento.
A principal controvérsia entre o uso de benzodiazepínicos de ação curta e de
longa ação gira em torno da facilidade de uso. Drogas de ação mais longa, como o
diazepam, podem ser administradas com muito menos frequência. No entanto, há
provas de que "regimes desencadeados por sintomas", como os usados no remédio
lorazepam, são igualmente eficazes e seguros, embora tenham reduzido a duração
da terapia e também a quantidade de medicamentos usados.
Embora os benzodiazepínicos sejam extremamente eficientes no tratamento
da abstinência do álcool, eles devem ser utilizados com cuidado. Os
benzodiazepínicos devem ser usados simplesmente por curtos períodos em
indivíduos com transtorno do uso de álcool que atualmente não dependem deles,
pois eles discutem a tolerância cruzada com o álcool. Existe a ameaça de mudar a
dependência do álcool com a dependência de benzodiazepínicos ou talvez de
adicionar uma dependência adicional.
Além disso, a característica interrompida do receptor GABA benzodiazepínico
é um elemento da dependência do álcool, e então os benzodiazepínicos crônicos
podem interromper a recuperação completa dos efeitos mentais induzidos pelo
álcool. A mistura de álcool e benzodiazepínicos é capaz de amplificar as
consequências psicológicas indesejáveis um do outro, desencadeando
consequências deprimentes intensas na disposição e passos suicidas intensificados,
e são contra-indicados, exceto para a abstinência de bebidas alcoólicas. (BIRD;
MAKELA 1994).
2.8.2. Vitaminas

Pessoas com transtorno do uso de álcool geralmente carecem de um pouco


de nutrição, o que pode levar a problemas graves durante a abstinência do álcool,
como a melhora da síndrome de Wernicke. Para ajudar a evitar a síndrome de
Wernicke, essas pessoas devem receber uma preparação multivitamínica com
quantidades adequadas de ácido fólico e tiamina. Durante a abstinência do álcool, a
administração profilática de piridoxina, ácido fólico ou tiamina intravenosa é sugerida
antes de iniciar qualquer carboidrato contendo alimento ou talvez líquido. Esses
suplementos geralmente são colocados juntos em um recipiente de banana para
administração intravenosa.

2.8.3. Anticonvulsivantes

Evidências muito limitadas sugerem que a pregabalina ou o topiramato podem


ser úteis na terapia da síndrome de abstinência de bebidas alcoólicas. Evidências
limitadas apóiam a aplicação de carbamazepina ou gabapentina para o tratamento
de abstinência moderada ou leve de álcool como uma terapia única ou como um
tratamento de combinação junto com outros medicamentos; no entanto, a
gabapentina não parece ser útil no tratamento de abstinência alcoólica grave e,
portanto, não é recomendada para uso neste cenário específico. (HAMMOND; et.al,
2015).
Uma avaliação Cochrane de 2010 também concluiu que a prova para apoiar o
trabalho dos anticonvulsivantes em relação aos benzodiazepínicos no tratamento da
abstinência do álcool não é suportada. Paraldeído junto com hidrato de cloral indica
superioridade sobre clordiazepóxido para efeitos colaterais com risco de vida,
juntamente com a carbamazepina pode ter benefícios para certos sintomas.
Medicamentos anticonvulsivantes de longo prazo geralmente não são
recomendados para indivíduos que tiveram convulsões anteriores devido à
abstinência. (HAMMOND; et.al, 2015).
2.8.4. Prevenção de novos beber 

Encontra-se 3 medicamentos utilizados para auxiliar na prevenção do retorno


ao consumo de álcool: naltrexona, dissulfiram e acamprosato. Eles são usados após
a retirada. A clonidina atua em conjunto com os benzodiazepínicos para aliviar
vários dos sintomas. Nenhuma conclusão pode ser tirada sobre a eficácia ou talvez
a segurança do baclofeno para a síndrome de abstinência de bebidas alcoólicas
devido à baixa qualidade e à insuficiência de evidências.
Os antipsicóticos, como o haloperidol, são freqüentemente usados junto com
os benzodiazepínicos para controlar a agitação ou psicose. Os antipsicóticos são
capazes de piorar a abstinência do álcool ao diminuir o limiar convulsivo. Clozapina,
olanzapina ou talvez fenotiazinas de potência mínima (como clorpromazina) são
especialmente arriscadas; se usado, muita atenção é necessária. Embora o etanol
intravenoso pudesse teoricamente ser consumido, as evidências para permitir seu
uso, pelo menos em indivíduos muito doentes, são insuficientes. (HAMMOND; et.al,
2015).

2.9. PROGNÓSTICO

Deixar de controlar com eficácia a síndrome de abstinência do álcool pode


resultar em danos cerebrais irreversíveis ou talvez em morte. Tem sido
recomendado que lesões cerebrais devido à abstinência do álcool possam ser
evitadas pela administração de antagonistas NMDA, antagonistas de
glicocorticóides. [e antagonistas de cálcio 41]
A utilização contínua de benzodiazepínicos é capaz de impedir a recuperação
de deficiências cognitivas e psicomotoras do álcool. Fumar é capaz de adiar ou
mesmo impedir a recuperação das vias mentais em pessoas com transtorno de uso
de álcool em recuperação. (HAMMOND; et.al, 2015).
3. MÉTODO

Uma vez que o alcoolismo e problemas relacionados ao uso de álcool


configuram-se como um dos principais problemas de saúde pública, o presente
estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa em protocolos(diretrizes) sobre
Síndrome de abstinência alcoólica em países que são referência no combate a
epidemia do alcoolismo e da síndrome de abstinência. Uma das formas que seria
possível criar um protocolo de identificação de SAA e seu manejo, seria buscar um
conjunto de evidencias empíricas em outros protocolos, podendo avaliar suas
singularidades e divergências em termos de objetivos, escolha de instrumentos para
avaliações e manejo. Foram selecionados seis protocolos de países da América do
Sul, América do Norte, Europa, e internacionais, usando como critérios de escolha o
grau de competência (expertise) das instituições, o grau de qualidade dos
participantes, o tema e a evidências cientificas.
Das diretrizes analisadas, foi retirado informações sobre alcoolismo e suas
dimensões, especialmente a síndrome de abstinência alcoólica (SAA). Entre eles foi
buscado responder perguntas sobre a intoxicação alcoólica e o manejo, avaliação de
dependentes de álcool e a estratificação de risco para SAA nesses pacientes. Mas,
o foco principal foi a SAA, buscando extrair informações como sua avaliação, quais
ferramentas foram usadas para estratificar níveis de gravidade, avaliação de
preditores de gravidade de SAA, complicações da SAA e quais as condutas
recomendadas, como a escolha de local de tratamento, escolha de tratamento, não
farmacológico e farmacológico.
4. RESULTADOS

A síndrome da abstinência alcoólica (SAA), ocorre em pacientes com


dependência alcoólica quando seu consumo diário de álcool é interrompido ou
diminuído.
Em 2018, no Global status report on alcohol and health, A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estimou que 43% da população mundial consumia de
álcool.
Em 2016, a prevalência global dos transtornos decorrentes do uso de bebidas
alcoólicas, definido como uso prejudicial de álcool ou dependência alcoólica, foi de
5.1% entre os consumidores com mais de 15 anos.
O World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP), estima
que de 7- 12,5% da população dos países ocidentais, tenha algum grau de
dependência alcoólica e que desses aproximadamente 50% desenvolverão algum
sintoma de abstinência alcoólica com a redução ou interrupção do consumo de
álcool.
Foram escolhidos 6 protocolos sobre síndrome de abstinência alcoólica, um
brasileiro, Abuso e Dependência de Álcool publicado em 2012 por Associação
Brasileira de Psiquiatria, 2 europeus, NICE Pathways: Alcohol-Use Disorders
publicado por National Institute for Health and Care Excellence , Última publicação
em 2019, Assessment and management of alcohol dependence and withdrawal in
the acute hospital, publicado por Royal College of Physicians, com sua publicação
em 2012. Da América do norte, foi escolhido o The ASAM Clinical Practice Guideline
on Alcohol Withdrawal Management publicado por American Society of Addiction
Medicine com sua ultima publicação em 2020. Quanto aos protocolos internacionais
foram escolhidos, o World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP)
Guidelines for Biological Treatment of Substance Use and Related Disorders
publicado por The World Journal of Biological Psychiatry, ultima publicação em 2008
e o Management of alcohol withdrawal publicado por World Health Organization
ultima publicação em 2012.
Com base nessas diretrizes, vemos um conhecimento solidificado sobre oque
fazer e oque não fazer frente a síndrome de abstinência alcoólica (SAA). A SAA é
um estigma da síndrome de dependência alcoólica e indica o consumo crônico de
álcool e é, muitas vezes uma janela que possibilita o primeiro passo no tratamento
de dependência de álcool e, se bem feito, aumenta as chances da adesão do
paciente ao tratamento. Todos os protocolos reforçam a importância, quando for
possível, de se rastrear a história de consumo de álcool. Para isso os guidelines
sugerem a aplicação do CAGE e a coleta de informações da relação do paciente
com o álcool.
O protocolo norte americano, enfatiza nas suas primeiras identificações, a
importância de se aplicar um rastreio universal de consumo de álcool em qualquer
medical setting, usando uma escala como a CAGE para rastreio e a AUDIT para
avaliar extensão do problema alcoólico. Após rastrear os pacientes com problemas
alcoólicos, os protocolos citam a importância de se diagnosticar SAA. O Protocolo
brasileiro, diz que 90% dos pacientes desenvolvem sintomas nas primeiras 24 horas
após interrupção de álcool e 5% desenvolvem SAA grave nas 48 horas seguintes a
interrupção, destes, 3% podem evoluir para as complicações da SSA, principalmente
delírio e convulsões. Nesse caso o exame clinico é essencial, para avaliar condição
geral do paciente, avaliar comorbidades clinicas e psiquiátricas, ideias suicidas e
comprometimento cognitivo importante.
Além disso o protocolo NICE do Reino Unido, fala sobre a importância de
coletar história de SAA previa, passado de convulsões e outras complicações como
DT e alucinoses alcoólica, visto que quadros prévios de SAA complicada podem
indicar um prognóstico pior em uma possível SAA.
Uma escala presente em todos os protocolos escolhidos, é a CIWA-AR
(Clinical Institute Withdrawal Assessment from Alcohol-revised), que auxilia como
ferramenta para avaliação de gravidade e de evolução da SAA. Assim a aplicação
dessa escala, em conjunto com a avaliação clínica, auxilia na tomada de decisões
frente a escolha do local de tratamento, seja ele hospitalar ou ambulatorial/domiciliar
e na decisão da necessidade de uso de medicações.
Os protocolos classificam um quadro leve de SAA, quando o CIWA-AR é
menor ou igual a 8. Nesses casos os pacientes normalmente não necessitam de
internação hospitalar. Mas em algumas circunstancias pode ser necessário a
internação mesmo em quadro leves, como por exemplo, quando pacientes menores
de 16 anos, baixo suporte social e/ou se importantes déficits cognitivos presentes.
Escores da CIWA-AR entre 8 e 15, classificam um caso moderado de SAA.
Nesse caso o paciente ainda pode ser tratado de maneira ambulatorial, porem é
necessário mais cuidado e normalmente se usa medicações. O protocolo brasileiro
aconselha manter esses pacientes em observação para avaliar evolução do quadro.
Escores maior ou igual a 19 indicam SAA grave e todos os protocolos
concordam que esses pacientes necessitam tratamento hospitalar e medicações.
Após diagnosticar e estratificar a gravidade da SAA, os guidelines
recomendam que se use a escala revisada CIWA-AR para auxiliar a orientar a
farmacoterapia durante a fase de tratamento. Ela é usada tanto em ambientes
hospitalares (unidades clínicas e cirúrgicas) quanto em enfermarias psiquiátricas.
O Protocolo inglês do NICE e o norte americano recomendam aplicar uma
escala chamada Prediction of Alcohol Withdrawal Severity Scale (PAWSS) em todos
os pacientes com SAA. O propósito da PAWSS não é diagnosticar ou determinar a
gravidade da SAA, mas identificar populações sob risco que possam se beneficiar
da terapia profilática para prevenir o desenvolvimento de SAA grave e suas
sequelas. Um escore de PAWSS maior que 4, sugere pior prognostico ajudando a
estratificar risco do paciente.
Os objetivos do tratamento do SAA são redução dos sintomas da abstinência,
auxiliar na abstinência de longo prazo e detectar e tratar comorbidades clinicas ou
psiquiátricas.
É Consenso dos protocolos que o tratamento de primeira linha para sintomas
da abstinência alcoólica e convulsões relacionadas a esta são os benzodiazepicos
(BZDs). Nenhum benzodiazepínico isolado é superior a outro, porem as diretrizes
concordam que deve se optar por BZDs de longa ação, devido a facilidade do
manejo, exceto em pacientes com hepatopatia grave, quando deve se optar por
BDZs de curta ação como o lorazepam. Os medicamentos por via oral são
adequados para a abstinência leve, mas a administração intravenosa (IV) de
benzodiazepínicos é preferível para a SAA moderada a grave.
Há duas abordagens para o tratamento com BDZs, seja ela de regime fixo ou
abordagem de sintomas desencadeados. As diretrizes citam as duas possibilidades
como boas alternativas, porem concordam que a prescrição baseada em sintomas,
usando a escala CIWA-AR, e se essa estiver maior que 8 pontos pode ser benéfica
ao paciente pois normalmente se usa menos medicações. A dificuldade de se usar
esse regime se restringe a necessidade de haver profissional treinado que possa
avaliar e aplicar a escala nos pacientes, algo que nem sempre está disponível na
realidade brasileira.
Quanto ao uso de outras medicações, as diretrizes são um pouco
controversas quanto ao uso de anticonvulsivantes desde o início do tratamento ou
apenas se houver convulsões. Os guidelines brasileiro, norte americano e europeu,
se posicionam que na presença de convulsões o uso de anticonvulsivantes não se
mostrou superior a BZDs, e, portanto, não são recomendados.
Com relação as complicações da SSA, as diretrizes focam na prevenção
desses casos, para tanto, a maior parte das diretrizes, reforça a necessidade de
aplicar a escapa PAWSS, para identificar pacientes que possam evoluir de forma
complicada e se necessário, agir de maneira profilática nesse caso.
Em relação ao Delirium tremens (DT), as diretrizes recomendam o tratamento
em hospital com recursos avançados, e cuidados de suporte, BZDs e exclusão de
outros diagnósticos. As convulsões alcoólicas, como citado acima, o tratamento é
realizado com BZDs, e sempre se atentar para excluir outras causas de convulsões,
como TCE e AVC, por exemplo.
O paciente em abstinência pode apresentar sintomas alucinatórios,
desenvolvendo um quadro de alucinose alcoólica. Nesse caso a diretriz brasileira
recomenda o uso de haloperidol 5mg injetável, caso o paciente se encontre muito
agitado.
Clonidina pode ser usado nos casos de pacientes em SAA e com hipertensão
arterial resistente a outras medidas.
A suplementação com tiamina é capitulo importante no manejo dos pacientes
com SAA. A diretriz brasileira orienta a nunca administrar glicose sem uso prévio de
tiamina, devido a elevado risco de desenvolvimento de encefalopatia de wernicke.
Os colegas brasileiros recomendam 200mg IM uma vez por dia nos primeiros dias.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como visto, a dependência de álcool ou talvez o transtorno por uso de álcool


seja capaz de destruir a vida de um indivíduo, muitos continuam e abusam
propositalmente da medicação para evitar a abstinência de álcool. A desintoxicação
mais a abstinência são infames na comunidade de viciados por serem psicológica e
fisicamente perturbadores.
Se feito em casa sem atenção médica, a abstinência de bebidas alcoólicas
pode ser letal. No entanto, esse momento de limpeza pode ser o passo inicial para
colocar tudo de volta nos trilhos. Após a desintoxicação, a pessoa estará preparada
para entrar em uma clínica de reabilitação de álcool e descobrir as habilidades de
uma vida sóbria que o ajudarão ao longo do processo de cura de longo prazo.
Nesse sentimento específico, a abstinência do álcool é um par de sintomas
perigosos e angustiantes que se originam do cérebro humano sem a influência das
bebidas alcoólicas no método. A retirada é um método que começa várias horas
após o uso final e também cria sinais intensos que podem continuar de quatro a
cinco vezes.
A abstinência do álcool é algo que afeta o organismo do corpo. Quando um
indivíduo chega a um estado de dependência de bebidas alcoólicas - o estado físico
em que o corpo e a mente precisam de álcool para se sentirem muito bem e também
para ter um desempenho normal - seu corpo encontra sintomas de abstinência de
bebidas alcoólicas, pois não há mais bebidas alcoólicas em seu corpo. telefone. Os
sintomas de abstinência acontecem durante a desintoxicação, um processo
totalmente natural em que todo o corpo funciona para eliminar as toxinas prejudiciais
do programa e atingir uma nova harmonia.
A abstinência é uma experiência psicológica e fisicamente incômoda - muito,
portanto, a maioria dos bebedores pesados continuará bebendo, apesar dos efeitos
negativos, apenas para evitar a abstinência. O álcool é o principal depressor do
Sistema Nervoso (SNC). Com o consumo excessivo e contínuo de álcool, o álcool
perturba as características naturais do cérebro, perturbando os neurotransmissores
que enviam mensagens no SNC.
Além disso, o abuso de álcool afeta a dopamina, um neurotransmissor
conectado ao sistema de incentivos do corpo. Este neurotransmissor particular
regula a energia, motivação e prazer. A dopamina também ajuda a sensação de
interesse, humor, cognição e coordenação motora do corpo. O álcool libera
dopamina quando ingerido. À medida que o corpo começa a criar uma tolerância
maior para bebidas alcoólicas, a mente se torna muito mais determinada pelo
composto dos neurotransmissores de bem-estar. Quando o consumo persistente de
álcool é interrompido abruptamente, a criação de dopamina também pode ser
interrompida, criando sintomas psicológicos e físicos de abstinência.
O principal neurotransmissor ligado ao relaxamento é o ácido gama
aminobutírico (GABA). Da mesma forma, o GABA ajuda a produzir endorfinas no
cérebro humano e criam uma sensação de bem-estar. O consumo excessivo de
álcool acarreta um desequilíbrio GABA ao qual o cérebro humano se acostuma, pois
regula sua geração de neurotransmissores para descrever o impacto do álcool.
Quando o consumo de álcool termina, a estabilidade da substância no cérebro
humano é interrompida, o que resulta em sinais físicos e psicológicos prejudiciais da
abstinência do álcool.
Assim, a desintoxicação profissional de saúde será a melhor alternativa no
que diz respeito a parar de beber. Após a desintoxicação, a pessoa estará
preparada para iniciar a terapia para a dependência do álcool. Por experiência
própria, a reabilitação é uma técnica de terapia estabelecida para o vício do álcool,
uma vez que aborda os lados psicológicos e físicos da doença.
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ANEXOS
Fonte: https://www.uniad.org.br/artigos/2-alcool/sindrome-de-abstinencia-alcoolica/

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