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Introdução

O uso de bebidas alcoólicas é


tão antigo quanto a própria
humanidade. Determinar o limite entre
o beber social, o uso abusivo ou
nocivo de álcool e o alcoolismo
(síndrome de dependência do álcool) é
por vezes difícil, pois esses limites são
ténues, variam de pessoa para pessoa
e de cultura para cultura.
Adolescência
A adolescência é uma transformação profunda que impõe ao jovem grandes
exigências de adaptação, relacionadas com as novas funções biológicas, novas formas de
relação interpessoal e novas responsabilidades familiares e sociais. Esta fase é
frequentemente definida pela negativa, uma vez, que é associada às drogas, ao sexo, à
educação, aos problemas de imposição de limites, violência, delinquência, entre outros.

Um aspecto fundamental relativamente


aos hábitos alcoólicos na adolescência
é a facilidade de acesso à bebida.
Embora a sua venda seja proibida aos
menores de 18 anos.
As 4 Fases Liquidas da Vida
Conceitos Chave

Álcool: é uma droga socialmente aceite, o que leva a que seja uma
substância de uso e abuso em todo o mundo.

Bebidas Alcoólicas: apesar de diferentes aspectos, sabores e cheiros, todas


tem uma coisa em comum, uma substância química cientificamente
denominada por álcool etílico ou etanol, conhecido como álcool.
Alcoolismo: “É uma doença causada pelo uso imoderado de bebidas
alcoólicas, que faz sofrer não só o individuo, mas toda a família, os que com
ele trabalham e com quem vive ou se relaciona.”

Alcoólicos: “são bebedores excessivos, cuja dependência em relação ao


álcool se acompanha de perturbações mentais, da saúde física, da relação
com os outros e do seu comportamento social e económico. Devem
submeter-se a tratamento.”(OMS, 2001, pp.15)
Problemas ligados ao álcool: “… consequências nocivas do consumo de
álcool. Estas consequências atingem não só o bebedor, mas também a família e
a colectividade em geral. As perturbações causadas podem ser físicas, mentais
ou sociais e resultam de episódios agudos, de um consumo excessivo ou
inoportuno, ou de um consumo prolongado.” (OMS, 1982, pp. 15/16)

Alcoologia: “disciplina consagrada a tudo aquilo que diz respeito ao álcool


etílico, quanto a: produção, distribuição, consumo normal e patológico e
implicações deste, suas causas e consequências, quer a nível individual
(orgânico, psicológico e espiritual), quer a nível colectivo (nacional e
internacional, social, económico e jurídico).” (OMS, 1982, pp. 16)

Alcoolémia: taxa de álcool no sangue, ou seja, as gramas de álcool puro


existentes por litro de sangue, em determinado momento.
Factores que influenciam o
consumo de álcool
Psicológicos
Genéticos
Culturais

Personalidade

Sociais
Consumo aceitável de álcool por
dia

Homem: 20grs. de álcool puro Distribuídos pelas


principais
refeições
Mulher: 16grs. de álcool puro
Conteúdo de álcool de algumas bebidas
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Absorção do Álcool

Após a ingestão de uma bebida alcoólica, a absorção do álcool é imediata,


por difusão passiva, não necessitando de ser digerido. E a concentração de
álcool no sangue aumenta.

A velocidade a que aumenta e diminui a


concentração de álcool no sangue depende de
factores individuais e metabólicos.

O fígado é capaz de degradar apenas 24 gramas de álcool por dia.


Curva de Alcoolémia
(consecutiva à absorção de ¾ litros de vinho de 10 graus, num homem
com 60kg) Fonte:World Drink Trends 2000

Tempo (horas a partir da absorção)


Jejum
Durante a Refeição
Distribuição do Álcool

Quando o álcool passa para a corrente sanguínea, este difunde-se

facilmente por todo o organismo, em função do conteúdo hídrico de cada

órgão ou tecido.

Por isso, atinge principalmente:


 Fígado

 Cérebro

 Rins

 Coração

 Músculos
Eliminação do Álcool
Apenas 10% do total de álcool ingerido é eliminado pelos pulmões, suor e
urina. Sendo que a sua transformação, acontece a nível do cérebro, rins e
tubo digestivo.

Os restantes 90% são transformados,


quase na sua totalidade no fígado, mais
precisamente a nível do hepatócito.
Agudo/embriaguez

ALCOOLISMO

Crónico/verdadeira doença alcoólica


Alcoolismo agudo/embriaguez
Alcoolismo crónico/verdadeira doença
alcoólica
Situação de dependência física e psicológica.

Existe uma ingestão continua e excessiva de bebidas alcoólicas,


normalmente durante vários anos.

As perturbações manifestam-se sobre os vários órgãos e sistemas do


individuo:
 Sistema Digestivo
 Sistema Cardiovascular
 Sistema Hemático
 Aparelho Locomotor
 Sistema Nervoso
 Perturbações sexuais
 Efeitos do Álcool durante a Gravidez
Sistema digestivo:
Pancreatites agudas e crónicas;

Alterações a nível do fígado:


- hepatites alcoólicas
- insuficiências hepáticas alcoólicas
- cirroses alcoólicas
Sistema Cardiovascular
O álcool tem efeito vasodilatador sobre os pequenos vasos periféricos.

São frequentes:
Hipertrofia e dilatação com insuficiência cardíaca
Hipertensão arterial
Miocardiopatia Alcoólica
Alterações do ritmo cardíaco
Acidentes vasculares cerebrais
Morte súbita
Sistema Hemático:

Anemia
Diminuição de plaquetas
Alteração da coagulação do
sangue
Aparelho Locomotor:

Fracturas
Osteoporose
Mialgias
Cãibras
Atrofias musculares
Sistema Nervoso:

Alterações de Carácter (facilmente irritável, impulsivo, ansioso);

Alterações de memória e aprendizagem;

Alterações de sono (insónia,…);

Perturbações de visão e psico-motoras.


Perturbações Sexuais
 No Homem:  Na Mulher:

 Atrofia testicular
 Amenorreia
 Diminuição da fertilidade
 Patologia Ovárica
 Diminuição da barba
 Menopausa precoce
 Perda de Libido
 Diminuição da fertilidade
 Impotência
Aborto espontâneo repetido
 Alterações da ejaculação
 Atrofia prostática
Efeitos do álcool durante a gravidez

Devido à facilidade que as moléculas de etanol, têm


em atravessar a barreira placentária , verificamos que depois
da ingestão de uma única dose de álcool, a concentração de
etanol no sangue da mãe aumenta rapidamente. Enquanto no
feto a concentração máxima terá lugar algum tempo mais
tarde, nunca atingindo valores tão elevados como na mãe.

O álcool tem efeitos tóxicos directos no processo de divisão celular, sendo,


portanto, o risco de malformações mais elevado, quanto a alcoolização da grávida se fizer
por episódios agudos, nos primeiros meses de gravidez, provocando alcoolemias elevadas
durante o período embrionário, como por exemplo a Síndrome Alcoólica Fetal.
A Síndrome Alcoólica Fetal surge com ingestão de álcool nos primeiros
meses de gravidez. E é caracterizada por:

Atraso de crescimento global


Anomalias morfológicas como microcefalia, fendas palpebrais
diminuídas, nariz curto e de base larga, lábio superior quase inaparente,
assimetria facial, testa curta e abaulada, alteração das articulações, ...
Malformações cardíacas; renais, com rim em ferradura;
anomalias uretrais; hemangiomas e outras.

Ao longo do desenvolvimento da criança podem surgir várias


perturbações neuro-comportamentais: criança com diminuição do
desenvolvimento estaturoponderal, com défice de desenvolvimento
afectivo e intelectual, com quocientes intelectuais baixos que, com
frequência, se encontram associados a microcefalia.
Consequências do alcoolismo na
família
Desagregação
Dificuldades do lar e da
materiais e família
económicas

Violência Perturbações
doméstica relacionais

Síndrome
Alcoólica Atrasos do Ingestão mais
Fetal desenvolvimento precoce de
álcool
Consequências do alcoolismo no
trabalho

O aumento crescente do numero de acidentes, baixas de performance e de


rendimento profissional, faltas constantes

Despromoção profissional e financeira

Desemprego ou Reforma antecipada por invalidez precoce


Consequências do alcoolismo na
sociedade
Crimes
Delitos sexuais
Criminalidade

Homicídios

Perturbações
relacionais Acidentes
de viação Degradação da
saúde e do
nível de vida
Prevenção Primária
Reduzir a incidência dos PLA;

Moderação do consumo de bebidas alcoólicas;

Limitar o acesso ás bebidas alcoólicas;

Alertar os jovens nas consultas;

Prevenção do consumo de álcool durante a gravidez e a amamentação;

Prevenção dos efeitos do álcool em crianças , jovens e adultos.


Prevenção Prevenção
Secundária Terciária

Intervenção precoce no Medidas terapêuticas que

diagnostico e tratamento limitem as sequelas da

imediato dos indivíduos já doença;

atingidos.
Medidas de reintegração
social.
O sucesso do tratamento depende:
Da motivação;
Do aceitar de um processo de mudança.

Intervenção dirigida ao doente abrangendo o seu meio sócio-


familiar, laboral e comunitário.
Falsos
conceitos
O Álcool Aquece

O álcool tem um efeito vasodilatador que é responsável pelo rubor e


pela sensação de calor á superfície da pele.

Verifica-se um aumento da temperatura


cutânea.

Passa a haver uma maior circulação periférica


de sangue.
O Álcool dá Força

O álcool tem uma acção euforizante e anestésica que encobre a fadiga


muscular.

A ingestão de bebidas alcoólicas, em vez de relaxamento, provoca


euforia, adormece a sensação de fadiga e dá a ilusão de uma nova energia.
O Álcool Ajuda a Digestão

Comer ate ficar “cheio”, dificulta a digestão e é muitas vezes motivo para o
uso de digestivos (Aguardente, Whisky, etc.).

O álcool provoca um esvaziamento mais rápido

do estômago, facilitando a passagem dos alimentos

para o intestino, sem que estejam completamente

digeridos
O Álcool é um Medicamento
O efeito anestésico do etanol aumenta a sensação do “bem estar” do
individuo, por outro lado vai camuflar sintomas que são a forma de o
organismo sinalizar algumas disfunções.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, diminui drasticamente as


defesas do organismo.
O Álcool Alimenta

O álcool fornece 7 quilo calorias por grama , que são


consideradas vazias e pouco rentável
Conclusão
O consumo excessivo de álcool acarreta consequências físicas,
psicológicas e sociais, nas quais se incluem, por exemplo a dificuldade de
concentração, falta de memória, cirrose hepática, perda de força muscular,
impotência, infertilidade, etc.

Desta forma, é fundamental prevenir o consumo excessivo e desregrado


de álcool nas crianças e nos jovens como forma de evitar a dependência desta
droga na idade adulta.
Bibliografia:

• MELLO, M.ª Lucília, BARRIAS, José et BREDA, João (2001) - “Álcool e

Problemas Ligados ao Álcool em Portugal”, Direcção Geral de Saúde,

Lisboa.

• MELLO, Maria Lucília (1998) – “Manual de alcoologia para o clínico

geral”, Ed. Delagrange, Coimbra.


Obrigada pela
atenção
Trabalho elaborado por:

Mariana Marques

Susana Ferreira

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