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º ano
2. Cuidados de saúde
– perspectiva do doente
2
–– Adeus – disse a raposa. –– Vou contar o tal segredo. É muito simples:
só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos…
–– O essencial é invisível para os olhos –– repetiu o principezinho para
nunca mais se esquecer.
–– Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa
importante.
–– Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… –– repetiu o
principezinho, para nunca mais se esquecer.
3
Quem sou eu?
Ser humano -
homem
PESSOA - sujeito
Eu
afirmação do eu e da existência
sou
pessoa
teatro grego: máscara, algo usado para se fazer ouvir (personare),
desempenhar um papel e um personagem. Cada um terá o seu papel individual
no palco do teatro do mundo;
direito romano: sujeito. Para Cícero, pessoa é «sujeito de direitos e deveres»;
Cristianismo (reflexão sobre a unidade de Cristo na dupla natureza e unidade
na trindade de Deus) elaborou doutrina do ser pessoa: «relação e inter-relação»
como constitutivos dinâmicos do ser humano;
Boécio: «substância individual de natureza racional»;
S.Tomás de Aquino: «natureza racional subsistente em si».
5
Ser pessoa…
6
Pessoa humana…
sujeito
auto-consciência
inteligência
jo mim
EU v e a
os
auto… me u tr
êem
o eu oso e v
mim próprio m jo s m
co ve o
o u tr
co
m
oso
m o
co
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Proposta de trabalho
medo
ira ser feliz
repulsa
pessoal
tristeza
realização
felicidade
social
exercício de alteridade;
dimensão inter-relacional.
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À procura de amigos (manual de sobrevivência)
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Declaração Universal dos Direitos do Homem (ONU, 1946)
objectivos práticos:
codificar direitos de grupos humanos:
- minorias étnicas e
religiosas,
- de classes etárias,
- dos doentes em geral,
- dos doentes mentais,
- dos doentes terminais,
- das crianças hospitalizadas
DOENTE
Sã o (...) o s bens
e ssenc ialment e hu mano s ,
o u seja , aqu e le s bens q u e,
c o nst it uindo a ve rda de ira
pro pried ad e d o ho me m,
lhe c o rrespo nd em
e xa c t ame nt e e nqu ant o
ho me m. (...) s ão d ire it o s
u niv ersais,
ersais , sit u ad o s ac ima
d e t o do o E st a do
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“Cada homemé único, de
tal modo que, comcada
nascimento, algo
singulamente novo entra no
mundo”
Hannah Aren
16dt
Mas que significa afinal respeitar o homemenquanto homem...
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Quais são os princ ípios f u ndame nt ais que
salvaguardam o re spe ito pela dignidade humana?
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Vida
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Privacidade
25
Direito à
Justiça
“ninguém pode ser
arbitrariamente preso,
detido ou exilado”
26
Direito a uma
Pátria
28
Liberdade
Religiosa
“toda a pessoa tem direito à liberdade de
pensamento, de consciência e de religião; este
direito implica a liberdade de mudar de
religião ou de convicção, assim como a
liberdade de manifestar a religião ou
convicção, sozinho ou em comum, tanto em
público como em privado, pelo ensino, pela
prática, pelo culto e pelos ritos”
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Liberdade de
Expressão
“todo o indivíduo tem direito à liberdade
de opinião e de expressão, o que implica o
direito de não ser inquietado pelas suas
opiniões e o de procurar, receber e
difundir, sem consideração de fronteiras,
informações e ideias por qualquer meio de
expressão ”
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Direito à Saúde
“toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para
lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar,
principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao
alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços
sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego,
na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros
casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias
independentes da sua vontade
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33
Educação
36
Direito à
Dignidade
[…de ser
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Humanização dos cuidados de saúde
Código Deontológico
Pessoa moral
direitos /deveres R.E.P.E.
Elemento da equipa
Responsabilidade ;
Valores;
Discernimento.
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Direitos dos Doentes
1
a ser tratado no respeito pela dignidade humana
2
ao respeito pelas suas convicções culturais, filosóficas e religiosas
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Direitos dos Doentes
3
a receber os cuidados apropriados ao seu estado de saúde,
no âmbito dos cuidados preventivos, curativos, de reabilitação
e terminais
4
à prestação de cuidados continuados
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Direitos dos Doentes
5
a ser informado acerca dos serviços de saúde existentes, suas
competências e níveis de cuidados
6
ser informado sobre a sua situação de saúde
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Direitos dos Doentes
7
a obter uma segunda opinião sobre a sua situação de saúde
8
a dar ou recusar o seu consentimento, antes de qualquer acto
médico ou participação em investigação ou ensino clínico
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Direitos dos Doentes
9
à confidencialidade de toda a informação clínica e elementos
identificativos que lhe respeitam
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de acesso aos dados registados no seu processo clínico;
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Direitos dos Doentes
11
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a apresentar, por si ou por quem o represente, sugestões ou
reclamações
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Deveres dos Doentes
1
de zelar pelo seu estado de saúde
2
de fornecer aos profissionais de saúde todas as informações
necessárias para um correcto diagnóstico e adequado tratamento
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Deveres dos Doentes
3
de respeitar os direitos dos outros doentes
4
de colaborar com os profissionais de saúde, respeitando as
indicações que lhe são dadas e, por si, livremente aceites
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Deveres dos Doentes
5
de respeitar as regras de funcionamento dos serviços de
saúde
6
de utilizar os serviços de saúde de forma apropriada e de
colaborar na redução de gastos desnecessários
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2.3. Consentimento Informado
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Consentimento… conceito
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Consentimento… conceito
Prevenção;
• natureza Somática Identificação
genética;
Actos
Diagnóstico;
• natureza Psíquica
Terapia;
Experimentação.
[Código Penal, art.º 150º conj. com o n.º 1 do art.º 156º e o art.º 157º]
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Elementos do Consentimento Informado
competência;
comunicação;
voluntariedade;
consentimento.
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Subdivisão dos Elementos do Consentimento Informado
I. pré-condições:
1. competência (para compreender e agir)
2. voluntariedade (em decidir)
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Competência
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Comunicação
Informação:
• «verdade comunicada ao doente» – nunca mentir, a mentira destrói a relação
de confiança;
• dar informações necessárias para que o doente esteja apto a decidir livremente
a orientação da sua vida – princípio da Autonomia.
Quem informa:
• equipa de saúde – bom conhecimento das condições do doente;
• Médico – diagnóstico e prognóstico;
• Enfermeiros – «Informar o indivíduo e a família no que respeita aos cuidados
de enfermagem» [Decreto Lei n.º 104/98 de 21 Abril, art. 84.º a) ]
A quem se informa:
doente – quando capacitado para receber a informação;
família
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Comunicação
Linguagem:
acessível;
familiar;
sem terminologia técnica;
explicação dos riscos e possíveis complicações.
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Comunicação
Informação necessária:
• explicar situação clínica envolvente;
• necessidade de procedimento ou tratamento proposto,
• reconhecimento dos riscos e benefícios envolvidos;
• procedimentos alternativos, seus benefícios, riscos e efeitos secundários;
• consequências para o paciente em não aceitar a proposta terapêutica;
• duração aproximada do tratamento e as condições materiais que lhe estão
associadas;
• o direito do paciente em não consentir, ou após o consentimento abandonar o
procedimento em qualquer altura.
[German, 1998]
Omissão de Informação:
• privilégio terapêutico;
• a pedido do doente. omitir ≠ mentir
Compreensão:
comunicação eficaz
• Compreensão empática
• Aceitação incondicional
• Autenticidade
• Respeito
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Código Deontológico do Enfermeiro Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes
Art.º 84.º - Dever de Informação (Ministério da Saúde /DGS)
Consentimento:
implícito ou presumido (tácito);
oral ou formalizado (escrito);
termo de responsabilidade;
substituição;
testamento vital.
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Consentimento Informado
pedido de informação
consentimento revelação de riscos
respeito pela
obrigação jurídica autonomia da
pessoa
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Consentimento Informado
Problemas éticos:
autonomia princípio da
do doente beneficência
Vs.
DOENTE PROFISSIONAL
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Consentimento Informado
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Variantes de Consentimento
princípio da beneficência
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Situações de Urgência
70
Menores de Idade
pessoas com:
deterioração mental (demência)
[na ausência de representantes legais]
• agir segundo o princípio da beneficência (legis artis);
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quando não é possível consenso entre a decisão do doente e a equipa
terapêutica, a última palavra compete ao doente, no respeito pelo princípio da
autonomia, a não ser que se sobreponham certos direitos da sociedade ou
princípios de deontologia profissional.
Caso:
adulto recusa, por razões religiosas, uma transfusão de
sangue, considerada indispensável para lhe salvar a
vida.
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a autonomia de um indivíduo pode ser restringida pelos direitos de uma
sociedade democrática, sobretudo pelo interesse da segurança pública, pela
protecção dos direitos e liberdades de terceiros, pela protecção da saúde pública
e pela prevenção do crime.
assim se
compreende
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Doação de órgãos para transplantação – post mortem
75
Consentimento e experimentação clínica
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Consentimento e experimentação clínica
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Experimentação clínica
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Experimentação clínica
Problemas éticos:
Princípio da Princípio da
autonomia beneficência
Vs.
utilidade da
DOENTE investigação
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Experimentação clínica
Procedimento do consentimento:
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Pessoas sem capacidade para consentir
(Comissões de Ética)
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2.4. Segredo Profissional
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Conceito
• SEGREDO NATURAL
- aquele que nasce e segue a própria natureza das coisas;
- independente de qualquer compromisso;
- não depende da vontade nem do contexto;
• SEGREDO PROMETIDO
- surge da promessa livremente feita e da palavra dada;
- guardar segredo sobre determinado assunto após o seu conhecimento;
- contrato estabelecido de não revelar a terceiros o que se teve conhecimento;
• SEGREDO CONFIADO
- fundamenta-se num acordo (Explicito ou Implícito) antes do conhecimento;
• SEGREDO SACRAMENTAL
- ligado à confissão;
- absoluto e totalmente inviolável;
- obriga incondicionalmente e para sempre;
- em caso de violação comete-se uma falta ética grave.
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Tipos de segredo
SEGREDO PROFISSIONAL
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Conteúdo do segredo
Juramento de Hipócrates:
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Razões que justifiquem o segredo
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Código Deontológico do Enfermeiro
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Revelação do segredo profissional
bem comum;
• quando estiver em jogo a defesa do bem muito importante de terceira
no segredo;
• quando da sua não revelação se segue um prejuízo grave para a própria
relação
sem segredo profissional/ doente
prejudicada
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© Francisco Miranda Veiga – 2005
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