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pulso que sabe pesar todas as coisas de nodo concreto e COCren-

måos o suficicnte para o nosso viver.


Essa sabedoria praticac
cultivamosa:sabedoria caímos no obscuran-
4. Quando, porem, nào
tismo do nmundo,cm manobras de cncobrimcnto, dissimulaçao)e repres-
sBoda verdade de nOsO ser. Ahistória da humanidade (e lambém a bio-
gratia de cadaindividuo) clegendade erros e desatinos.. Ah, se pudésse-
ms viver na sabedoria de nOSsO Ser! Se pudesse a existência-hun)ana
noite!
brilbar no mundo como brilham as estrelas na escuridäo da
Sobre a terra por toda partc acontece o obscurecimento do
mundo, cujos processos eSsenciais så0: a luga dos deuses
destruicão da terra, a mnassificação do homem, a primaziada
mediocridade (HEIDEGGER, M. Introduçdo àmetafisica. Rio
de Janciro, 1963, p. 71).
5, Subjetivamente a filosolia consiste no eslorço (conatus) de avi
var a luz natural pertencente a nosso ser. No desempenho decsse esforco
recordanos asabedoria da vida. Recordar a sabedoria da vida nào é
acumular informaçõeseruditas nem muito saber. E voltar-se para a luz
que ja somos. Ea arte de pensar por nóS mesmos. Eum pensar autocorre
tivo, que investiga a simesmo com o propósito de pensar melhor.
6. Naarte de pensar por nóS mesmos aprimoramos a sabedoria de
nosso ser como na arte de ouvir aprimoramos o entendimento dos
sons. Entào, no ouvir degustamos o saber do som eno pensar degusta
mos a sabedoria da vida.
As abelhas, nos seus voos de exploração, degustam o nmel. Elas pes
quisam a floração da natureza. Nós temos que pesquisar a rcalização da
existência-humana-no-mundo. Aqui, nos scus gestos c modos, há o
dourado mcl, a sabedoria que procuramos. Na arte de pensar por nos
mesmos, podemos recolhê-la, deliciosoe reconfortante alimento.
Saber pensar nâo éalgo que se obtém por técnica, receita ou
método. Saber pensar nåoé só aplicar a lógica c a verilicaçao
aos dados da experiência.
Precisamos,pois, compreender qucregras, que princípios re
gem o pensamento que nos laz organizaro rcal, isto , selecio0
nar/privilegiar certos dados, climinar/subalternizar outros.

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Precisamos adivinhar aque impulsos obscuros, aque necessi
dades de nosso ser, aque idiossincrasia de nosso espírito obe
dece ou responde aquilo que consideramos como verdade.
Em uma palavra, saber pensar significa, indissociavelmente,
saber pensar o seu próprio pensamento.
Precisamos pensar-nos ao pensar, conhecer-nos ao conhecer.
Eessa existência reflexiva fundamental, que nåo é só a do filó
sofo profissional e nao deve estender-se apenas ao homem de
ciência, Imas deve ser ade cada ume de todos (MORIN, E.
Para sair do século XX. Rio de Janeiro, 1987,p. Il).
7. As liçòes que seguem,indicadas no sumário, n£o são apenas pa
lavras, ideias,cmoçòes, objetos de saber,são primordialmente modos
humanos de existir e,consequentemente, sào exercicios práticos de fi
losofia. Na arte de pensá-los corretamente, recordamos a sabedoria, a
inquietação congênita ao nOsso ser, como na arte de habitar a casa re
cordamos a inquictaçào origináriade nosso impulso de moradia. E o
pouco que conseguimos nos deixa recompensados e felizes.
Mas otempo daverdadeira atividade filosofica, daverdadeira
atividade artística, sào os momentos em que cu, com entendi
mentocsentidos, leio dentro do mundo de modo puramente
objetivo; estes momentos nào såo intencionais, nào såo vo
luntários, cles såo a mim dados, a mim particularmente, såo o
que me laz ilósofo; neles concebo a essência do mundo, sem
simultaneamente saber que aconcebo. Seu resultado sera, tre
quentemente, só muito tempo depois, demodo fraco,extrat
doda lenmbrança, repetindo-se em conceitos e assim fixado de
modo duradouro (SCHOPENHAUER, A., apud MAlA, Muriel.
A outra face do Nada. Petropolis, 1991, p. 38).

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