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sacrificada para salvar cinco vidas, então o bem maior estaria preservado.
Aplicada ao Dilema do Bonde, é possível concluir que sacrificar uma pessoa
para salvar cinco é uma ação ética e tutelável pelo Direito. A ideia de uma
pessoa morta para salvar cinco parece mais aceitável pela sociedade.
Já o raciocínio moral categórico, de acordo com o filósofo Immanuel
Kant, o agir moralmente é agir em função de um dever, esse em consonância
com a lei moral, verdadeiro imperativo categórico que visa tratar as pessoas
como fins em si mesmas, pois somos dotados de escolhas, e não apenas seres
guiados pela natureza, visto que, categoricamente errado matar uma pessoa
inocente mesmo que em nome da salvação de cinco vidas.
Dito de outra forma, o ser humano não deveria ser usado jamais como
instrumento para um fim, objeto de uma vontade. O indivíduo, dotado de
dignidade pelo simples fato de existir, deve ser considerado um fim em si
mesmo e todos os atos devem ser praticados para que se atinja um benefício
distribuído comum entre todos. Nesse sentido, para identificar a eticidade de
um ato, seria necessário refletir se a sua universalização traria consequências
aceitáveis para o todo.
A aplicação da teoria de Kant ao dilema do bonde resultaria na inação e,
consequentemente, na morte de cinco pessoas. A partir do momento em que
se opta por salvá-las, a pessoa que morrerá estaria servindo como instrumento
para a salvação das demais. Dado que o ser humano não pode ser usado
como objeto para um fim, a escolha não seria ética e poderia ser combatida
pelo Direito.
Sob ambas as teorias, porém, nota-se que a informação sobre os fatos é
um componente essencial para a escolha. Seja qual for a decisão, a ética
estará ao lado daquele que decide baseado nas informações que dispõe.