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O que é uma açã o correta e uma açã o incorreta? O que diferencia uma da outra?
Existe certo e errado? Nesse caso, de onde ele vem? É uma ordem divina? Sã o
leis da natureza? Ou nã o passa um julgamento subjetivo?
Ética normativa
A ética normativa é uma á rea da filosofia que procura definir o que é uma açã o
certa e uma açã o errada, o que diferencia uma açã o boa de uma má . O debate
sobre essas questõ es está presente na filosofia pelo menos desde Só crates e
os Sofistas e por isso, ao longo desses mais de dois mil anos, vá rias teorias
alternativas foram elaboradas como uma tentativa de respostas.
Iniciada por Aristó teles, essa abordagem procura ver a açã o humana como um
tudo e questiona o que é um bom cará ter ou uma vida virtuosa. O conceito
central, para avaliar se uma açã o é correta ou nã o, é o a noçã o de virtude.
Deontologia
Conhecida como ética do dever, esse grupo de teorias argumenta que os seres
humanos possuem certos direitos bá sicos e que agir corretamente é respeitar
esses direitos. Geralmente esses direitos sã o vistos como absolutos e nã o devem
ser desrespeitados mesmo que isso gere consequências benéficas ou prejudiciais
para um grande nú mero de pessoas.
Essa é uma das correntes principais do pensamento moral atualmente, pois está
presente no conceito de direitos humanos, por exemplo. Entre as teorias que
adotam uma perspectiva deontoló gica, podemos destacar a teoria moral de Kant,
a teoria da justiça de Rawls e a teoria política de Locke. Os filó sofos
considerados contratualistas ou defensores da chamada lei natural também
fazem parte dessa abordagem.
Consequencialismo
Os filó sofos, desde Só crates pelo menos, refletiram sobre a natureza do certo e
do errado. E alguns deles propuseram teorias gerais para explicar o que é uma
açã o correta. Umas dessas teorias é o utilitarismo. Os dois principais filó sofos
associados a essa teoria sã o ingleses e viveram no século XIX: Jeremy Bentham e
John Stuart Mill.
Sabendo disso, você já deve imaginar o que os utilitaristas teriam a dizer sobre o
dilema do trem. Fazendo um cá lculo simples, a sobrevivência das cinco pessoas
gera claramente mais bem-estar e menos sofrimento. Portanto, deveríamos
puxar a alavanca.
Consequencialismo
Porém, para um utilitarista devemos julgar a açã o (ou a falta de açã o) por suas
consequências, pelo seu resultado. E, nesse caso, esse foi pior que teria sido se
tivesse puxado a alavanca. Sua nã o açã o resultou em cinco mortes. Sua açã o teria
resultado em apenas uma. Portanto, considerando apenas as consequências para
a felicidade geral, como quer o utilitarismo, fica evidente qual a açã o correta.
Você vai ao laborató rio e se senta com a equipe responsá vel pelo experimento e
fala com eles sobre tudo o que você sempre quis fazer na vida – descreve sua
vida perfeita, a mais ideal, a mais prazerosa, a mais alegre e mais satisfató ria
possível. Entã o eles te induzem a um coma do qual você nunca mais sairá . Eles
colocam seu corpo inconsciente em um tanque de líquido em uma sala escura e
cobrem sua cabeça com eletrodos.
A maior parte das pessoas certamente nã o trocaria a vida real, mesmo que
repleta de sofrimento e com poucos momentos de felicidade, por uma vida
fictícia. Nozick argumentou, através desse experimento mental, contra a ideia
utilitarista de que devemos considerar apenas o bem-estar das pessoas afetadas
por um determinado curso de açã o.