Você está na página 1de 27

Conceitos BÁSICOS

para compreender LACAN

Referência

O sujeito lacaniano:
Entre a linguagem e o
gozo
Bruce Fink

Professora Ms. Denise Ribeiro Bueno de Barros


Significante
Significado

Porque eu posso garantir o que


eu falo mas, não o que você
escuta....
Ferdinand de Saussure
SIGNIFICADO
CONCEITO

árvore
IMAGEM ACÚSTICA
SIGNIFICANTE
SIGNIFICANTE S S
SIGNIFICADO S S - S -S ...
DESMATERIALIZAÇÃO DA SUBJETIVIDADE

Lacan avança em direção a uma concepção


pós-moderna de subjetividade.

Ela prescinde do individualismo, do


psicologismo e do materialismo para sustentar uma
concepção de sujeito do inconsciente como efeito de
enunciação discursiva.

Ou seja, o sujeito é mais um ato performativo


do que propriamente uma substância.

Assim entendido o sujeito do inconsciente é


uma posição discursiva e não um lugar psíquico.
O INCONSCIENTE é
estruturado como uma
LINGUAGEM...
PARADIGMA SUBJETAL
Na perspectiva lacaniana, o inconsciente se mostra como uma propriedade induzida pela
estrutura linguística e a imbricação do sujeito nas malhas do discurso será desenvolvida
por Lacan até as suas mais extremas consequências.

Diante disso, o paradigma geral para compreensão do objeto psicanalítico sofre uma
mudança fundamental, já que se ultrapassa a dicotomia interno-pulsional e externo-
objetal que marcava as tradições precedentes no campo psicanalítico.

A alteridade é pensada agora em termos de uma estrutura simbólica geral, universal e


impessoal, do qual o sujeito é efeito e encontra-se em posição de alienação.

A própria noção de sujeito passa por transformações radicais, de forma que não se articula
mais à referência moderna de “eu psicológico”.
Isso justifica então a proposição de Mezan(2014) de um paradigma próprio para o campo
lacaniano: o subjetal.
DESMATERIALIZAÇÃO DA SUBJETIVIDADE
É por conta dessa visão não psicológica de
subjetividade que a teoria lacaniana prefere falar em
registros do que em aparelho psíquico, no sentido
clássico.

Os registros são lógicas e âmbitos de produção,


organização e direcionamento da pulsão e do desejo, ou
seja, são as dimensões da realidade subjetiva, segundo a
perspectiva lacaniana.

Os registros se superpõem e se articulam


produzindo os diversos modos de expressão subjetiva,
por meio de um enlaçamento próprio que Lacan
denominou NÓ BORROMEANO, por referência ao brasão
de uma família medieval
REGISTROS: QUADRODE REFERÊNCIA

IMAGINÁRIO

REAL SIMBÓLICO
REAL SIMBÓLICO IMAGINÁRIO

Silêncio
Indizível Dúvidas Certezas
Elimine o real com o que ficamos?

Certeza / Ambiguidade

Não admite falta – temos a


Paixão
insiste no objeto completo
Elimine o Simbólico com o que ficamos?

Certezas/ ou ausência de sentido

Paranoia/ ódio

Ou vc é igual a mim e eu te amo


ou diferente e eu te destruo
Elimine o imaginário, com o que ficamos

Duplo sentido/ indizível

Ignorância / não sabe nada

Falta a certeza imaginária / não se fixa


em nada
REGISTROS: QUADRO DE REFERÊNCIA

•Simbolização no nível das imagens.


•Referência é a lógica da
IMAGINÁRIO
representação como correspondência.
•Metáfora da “consistência”.

•Simbolização no nível da linguagem


verbal.
SIMBÓLICO
•Referência é o signo linguístico como
uma lógica da diferença.
•Metáfora da “insistência”.

REAL Aquilo que escapa à simbolização.


•Referência não é a realidade objetiva,
mas a lógica compulsiva própria à pulsão.
•Metáfora da “ex-istência”.
INTERESSE PELA PSICOSE PARANÓICA
Lacan desenvolveu sua tese de doutorado em psiquiatria a partir do trabalho na
enfermaria especial de alienados da Chefatura de Polícia de Paris, sob a orientação de
Clérambault, intitulada “Da Psicose Paranóica e suas Relações com a Personalidade”, em
1931.

Lacan escreveu sua tese propondo um novo quadro nosográfico de psicose, denominado
“paranóia de autopunição”, nos quais um sujeito delirante encontrava um efeito de cura na
produção de um ato criminoso.
Essa tese foi ilustrada por um caso que se tornou clássico: “Aimée” (uma funcionária
pública fascinada por uma atriz famosa a ponto de atacá-la com uma navalha na saída do
teatro).

Posteriormente, em 1933, publicou um texto sobre outro caso de crime paranóico, o das
“Irmãs Papin” (duas irmãs empregadas domésticas em Paris que certo dia mataram e
esquartejaram suas patroas).
ESTÁ D I O D O ES P E L H O
a passagem do auto erotismo para o narcisismo

Recurso ao experimento de Henri Wallon para afirmar o olhar


materno como constituinte da imagem corporal do bebê e da sua
identidade egóica por identificação ao significante do desejo
materno.
NARCISISMOE ESTÁDIO DO ESPELHO
Nesta identificação com uma imago que não é mais do que a promessa daquilo que virá a
ser, há uma falácia: o sujeito se identifica com algo que não é. Na verdade, acredita ser o
que o espelho, ou, digamo-lo logo, o olhar da mãe lhe reflete. Identifica-se com um
fantasma; usando o termo lacaniano, com um imaginário.

Desde muito cedo, o homem fica preso a uma ilusão, da qual procurará se aproximar pelo
resto de sua vida. (...) Portanto vemos que o estágio do espelho não é apenas um
momento do desenvolvimento do ser humano. É uma estrutura, um modelo de vínculo
que operará durante toda a vida.

No seio da teoria lacaniana, é conceitualizado como um dos três resgistros que definem o
sujeito: o registro imaginário. (BLEICHMAR & BLEICHMAR, 1992, p. 144)
Existimos porque somos
nomeados...
A existência é produto da Linguagem!
ESQUEMA L
Fantasia
Objeto a

S a’
Eu Pequeno
0utro
Je

Inconsciente

a Ideal de ego
A
Eu Vc deve ser isso Grande
Ego outro
Moi
SIGNIFICANTE “FALO”
O falo não é o pênis. A referência à castração não é, em nenhum momento, uma
alusão à privação do órgão genital masculino.

Constitui uma referência à função do pai, como mediador da relação entre a mãe e a
criança. Essa função paterna se interpõe na relação diádica, imaginária, especular, que
é verificada entre o bebê e a mãe.

Para poder ser o terceiro e intermediar o vínculo diádico, o pai deve transmitir a Lei,
fato que se atualiza por ser o portador do nome.

A castração é uma metáfora que desloca e interdita o significante do desejo materno


por um novo significante, o “nome-do-pai”.

Portanto, o objeto fálico é, antes de mais nada, um objeto cuja natureza está em ser
um elemento significante.
OS TEMPOS DO ÉDIPO
1 Narcisismo Primário: Estágio do Espelho

Mãe Relação diádica com a mãe (“Simbiose”)


Identificação com a imago antecipatória dada pelo olhar do
outro
1 Criança Alienação no imaginário materno (Ser o falo materno)
É
2 Narcisismo Secundário: Passagem do Ser ao Ter

Relação diádica com a mãe e introdução da rivalidade fraterna


2 Privação da mãe pelo pai real
SER OU Identificação com o desejo do outro (Ter o falo materno)
NÃO
SER
NP Ingresso na simbolização da lei e confronto com a Castração

3 Édipo Propriamente Dito: Recalque Primário

3 TER OU
NÃO
Relação triangular mãe, bebê e pai
TER Assunção da castração e identificação com o nome-do-pai
CASTRAÇÃO (Lei) Alienação no Simbólico paterno (Cultura)
Mundo
ID conflito EGO conflito
Exterior

NEUROSE PSICOSE

O EGO ocupa uma posição intermediária entre o ID e o mundo exterior


A Neurose é o resultado de um conflito entre o EGO e o ID
A Psicose é o resultado de um conflito entre o EGO e o mundo exterior
ESQUEMA L
Fantasia
Objeto a

S a
Eu Pequeno
0utro
Je

Inconsciente

a Ideal de ego
A
Eu Vc deve ser isso Grande
Ego outro
Moi
Castração simbólica 1914 –Introdução ao Narcisismo

AUTOEROTISMO NARCISISMO AMOR DE OBJETO


Fase oral Fase anal Fase fálica P. de latência Fase genital

Surgimento do eu Surgimento do
superego

Estádio do espelho Castração simbólica


REAL IMAGINÁRIO SIMBÓLICO RSI
AUTOEROTISMO NARCISISMO RELAÇÃO DE OBJETO INVESTIMENTO

AUTOERÓTICA NARCÍSICA OBJETAL LIBIDO


CORPO ESPEDAÇADO CORPO PRÓPRIO CORPO ERÓGENO
(FUROS) (UM) (UM COM FUROS) CORPO
NÃO -SENTIDO SENTIDO DUPLO SENTIDO LINGUAGEM
DELÍRIO NÃO DELÍRIO FANTASIA
SISTEMATIZADO SISTEMATIZADO “REALIDADE”
PSICOSE
MELANCOLIA PARANÓIA PERVERSÃO/ NEUROSE ESTRUTURA

ESQUIZOFRENIA

Você também pode gostar