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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Aluna: Ana Heloysa Vieira Tavares


Curso: Direito Período: 7° Turno: Noturno
Professor: Gilliard Cruz Targino

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Créditos públicos

- Conceito
Na experiência diária, entendemos o recebimento de crédito como sendo um
contrato firmado em que uma das partes necessita de uma quantia que não tem,
e por isso, é lhe concedido um empréstimo, sob a condição de devolver,
geralmente acrescida de juros e em prazo pré estabelecido.
Quando se trata de créditos públicos podemos ter o mesmo entendimento, com a
pequena diferença de que o contrato será firmado entre dois entes jurídicos,
sendo um deles o estado. Ou seja, é a operação de crédito em que o estado pega
ou empresta recursos, viabilizados pra que o governo cumpra obrigações
financeiras com quem quer que seja, especialmente com o próprio povo.
O crédito público deve ser orientado pelos princípios da legalidade, moralidade,
publicidade, eficiência, impessoalidade, transparência e seriedade. E é uma
operação segura, uma vez que se encontra fortemente regulada no ordenamento
jurídico brasileiro, preocupando- se em impor limites aos governantes.

- Elementos constitutivos
Pra que se efetive uma operação de crédito são necessários:
1. a existência de capital
2. Relação de confiança entre as partes
3. O interesse público (finalidade socialmente relevante)

- Crédito público x Empréstimo público x Dívida pública


Antes de tudo é necessário estabelecer a diferença entre crédito público e dívida
pública: a dívida é um dos elementos que compõem o crédito público.
Havendo crédito público (disponibilidade do capital almejado), poderá o estado
recorrer a um empréstimo público (meio de obtenção), a fim de prover suas
necessidades/ fazer frente às despesas, e dessa operação de crédito surgirá a
dívida pública.

- Dívida pública federal


Um conceito importante dentro dessas operações é a dívida pública federal, que
é a dívida contraída pelo governo para financiar o déficit orçamentário (que é
formado quando o governo não consegue arrecadar receitas suficientes para
fazer frente às suas despesas).
Essa dívida pode ser definida como dívida mobiliária, quando contraída por
meio de títulos públicos; e de dívida contratual quando por meio de contratos.
Atualmente, a dívida pública federal brasileira está sendo estimada como sendo
seis trilhões, e pra ser sanada algumas coisas podem ser feitas, por exemplo, a
reforma tributária, a venda de patrimônios, a privatização de empresas, etc.

- Linha do tempo (história)


Nos séculos antes de Cristo já existiam registros de negócios com características
semelhantes à dos empréstimos públicos, que eram firmados pelos imperadores
e grandes figuras de notoriedade, no entanto, naquela época eram destinados a
satisfazer necessidades dos próprios governantes, uma vez que o rei/ imperador
era considerado o próprio estado.
Com o fim do sistema de produção feudal e o início do capitalismo, foi que os
empréstimos públicos começaram a evoluir, se moldar e consequentemente, se
tornarem mais frequentes. A maior aceitação desse aconteceu no século XX,
momento em que foi entendido como instrumento de intervenção estatal para a
manutenção do pleno emprego, e essa ideia ganhou ainda mais força após a
segunda guerra mundial.
Dessa forma, a utilização dos empréstimos deixou de ser relacionada a situações
extraordinárias e passou a ser uma mera forma de obtenção de recursos e uma
alternativa viável a isso.
- Natureza jurídica
1. como ato unilateral de soberania - nesse caso, elencamos a autodeterminação
e auto obrigação do estado, não sendo suscetíveis de quaisquer controles que
podem compelir o poder público devedores ao seu cumprimento.
2. Como contrato - por não poder ser emitido sem a intervenção do legislativo.
Nesse caso, o estado participa revestido de prerrogativas, de modo que não há
igualdade na relação contratual

Obs: quanto à natureza dos créditos públicos existem algumas teorias, mas a
que prevalece na doutrina é que tem natureza contratual, sendo regido pelo
direito administrativo, tendo em vista que o estado não figura em posição de
igualdade, nem tem a mesma liberdade que o particular na operação, justamente
pelos limites impostos aos governantes (ex: autorização legislativa e previsão
orçamentária como sendo pré requisitos)

- Classificação:
Segundo a doutrina, esses podem ser classificados:
1. quanto ao uso do poder de império -> sendo empréstimos compulsórios caso
o exerçam, e empréstimos públicos voluntários caso não (são assumidos
voluntariamente pelos investidores)
2. Quanto a origem dos recursos -> sendo empréstimos internos se forem
emprestadores nacionais (são títulos da dívida pública), e empréstimos externos
quando provenientes de fontes internacionais.
3. Quanto a pessoa jurídica tomadora do empréstimo -> dívida pública federal -
união, estadual - estados e DF e municipal - município
É importante salientar ainda que esses podem ser contraídos diretamente com
outro estado ou junto a instituições financeiras - podendo serem essas de direito
público (ex: bancos estatais internacionais) ou de direito privado (ex: FMI).

4. Quanto ao prazo -> sendo amortizável quando fundado em prazo curto de


resgate, e perpétua quando contraída sem período definido (o ente é obrigado a
pagar apenas os juros)

- Conceito doutrinário importante:


Majoritariamente a doutrina entende que os empréstimos/ créditos públicos são
considerados ingresso público, tendo em vista que não aumentam o patrimônio
do estado. Já segundo o art. 11 da lei 4.320/64 os valores oriundos de
empréstimos são receitas de capital, ou seja, os empréstimos públicos são
receitas públicas.

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