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1. Introdução......................................................................................................................................1
1.1. Objectivo.....................................................................................................................................1
1.1.1. Geral.....................................................................................................................................1
1.1.2. Específico.............................................................................................................................1
1.2. Metodologias...............................................................................................................................1
CAPÍTULO II................................................................................................................................2
2. Empréstimos públicos....................................................................................................................2
2.1. Conceito:.................................................................................................................................2
2.1.2. Breve Historial dos Empréstimos Públicos...........................................................................2
2.2. Recurso ao crédito.......................................................................................................................4
2.3. Espécies de empréstimos.............................................................................................................5
1. Empréstimos forçados e voluntários...........................................................................................5
2. Empréstimos perpétuos e temporários........................................................................................6
3. Empréstimos a curto e a longo prazo..........................................................................................6
4. Empréstimo interno e externo........................................................................................................6
2.4. Regime jurídico dos empréstimos públicos.................................................................................7
2.5. Processo de emissão de empréstimos públicos............................................................................8
2.6. O empréstimo público e os contratos do estado...........................................................................9
I. Elementos essenciais.................................................................................................................10
II. Elementos acessórios...............................................................................................................10
2.7. O Empréstimo Público como Contrato......................................................................................11
3. Conclusão.....................................................................................................................................15
4. Referências bibliográficas............................................................................................................16
1. Introdução
1.1. Objectivo
1.1.1. Geral
Conhecer o empréstimo público recorrido pelo Estado para a satisfação das necessidades
colectivas.
1.1.2. Específico
Conceituar o empréstimo público;
Descrever o historial do desenvolvimento dos empréstimos públicos;
Mencionar os diversos tipos de empréstimos públicos;
Descrever o processo de emissão dos empréstimos públicos.
1.2. Metodologias
Para a realização deste trabalho usou-se a consulta bibliográfica e busca por
informações em algumas páginas de internet, com a finalidade de obter conteúdos
relevantes ao trabalho.
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CAPÍTULO II
2. EMPRÉSTIMOS PÚBLICOS
2.1. Conceito:
Para Franco, (2010:91) “o empréstimo público é um acto pelo qual o Estado beneficia de
uma transferência de meios de liquidez, constituindo-se na ulterior obrigação de os
reembolsar e/ou pagar juros”.
O empréstimo público abrange uma vasta gama de operações financeiras mais ampla do
que o empréstimo privado, na forma típica de mútuo: rendas (perpétua ou vitalícia) e, até,
consolidados (figura desconhecida do direito privado).
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Na Idade Média não se notou o desenvolvimento dos empréstimos públicos, eles ainda se
revestiam do carácter de obrigação pessoal do governante e eram destinados ao
financiamento das guerras. A produção não gerava excedentes que pudessem ser empregues
nos empréstimos e o sistema financeiro existente ainda era muito rudimentar, a doutrina
religiosa e a concepção moral dominantes na época, que condenava a prática de
negociações usurárias.
Essas funções assumidas pelo Estado o obrigaram a buscar novas fontes de recursos, como
os meios materiais indispensáveis para atingir esses objectivos, passando a incrementar o
seu sistema tributário e a melhorar o gerenciamento de suas despesas e receitas, além de,
recorrer aos empréstimos públicos.
Na Europa do final do século XVIII e início do século XIX, na Inglaterra, foi possível notar
um significativo desenvolvimento na utilização dos empréstimos públicos, embora com o
estigma de processo financeiro maléfico e transferidor de encargos excessivos das gerações
presentes para as gerações futuras.
Após décadas uma maior aceitação do recurso aos empréstimos públicos se fez presente no
século XX, a partir de 1930, por influência das ideias de John Maynard Keynes, que
preconizava ser o endividamento público um instrumento de intervenção do Estado na
economia para a manutenção do pleno emprego.
As ideias ganharam seguidores após a Segunda Guerra Mundial, pois, com o crescimento
do Estado, resultante da sua evolução do Estado Polícia para o Estado Providência, os
recursos disponíveis não eram suficientes à consecução dos fins sociais e ao atendimento
das necessidades públicas, e a utilização dos empréstimos públicos passou a ser encarada
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como uma alternativa viável, mediante a qual o Estado poderia angariar os referidos
recursos e cumprir com o seu papel social.
A partir de 1970, quando os países passaram por graves crises financeiras e orçamentárias,
em parte, devido ao abuso na utilização dos empréstimos públicos sem um adequado
planeamento de médio e longo prazos, com o consequente descontrole do endividamento, é
que passou a haver novamente uma certa rejeição à ideia de recorrer a tal expediente como
meio eficaz de aquisição de recursos financeiros.
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subsequentes, por mais de um ano, de certo por vários anos. O Estado contrai empréstimos
para cobrir o défice do orçamento, recorre ao crédito a médio ou a longo prazo.
Este empréstimo visa a redução do poder de compra, é claro que o estado se encontra
inibido de utilizar o seu produto na cobertura de despesas. Tem de o manter em saldo, até
que as circunstâncias se modifiquem a ponto de ser aconselhadas a política contrária a
política do fomento do poder de compra. O estado contrai empréstimos para esterilizar
poder de compra convém-lhe geralmente recorre ao crédito a curto prazo.
Os empréstimos voluntários são chamados de empréstimos patrióticos, que são aqueles que são
emitidos em situações de grave crise nacional, apelando para os sentimentos patrióticos dos
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subscritores e os voluntários. Ou são empréstimos voluntários que o Estado assim consegue contrair
em condições menos onerosas do que as condições correntes, (Ribeiro, 1997:201).
Obter um empréstimo a juros mais baixo do que o corrente no mercado: assim o juro
corrente é de 6%, mas o Estado não quer pagar mais do que 4%, nessas condições, são
coagidos, os capitalistas a emprestar ao Estado a 4, quando tem a possibilidade de
emprestar a 6 aos particulares.
Apesar de o Estado se dispor a pagar o juro corrente, os capitalistas se negam a emprestar.
Os capitalistas discordam com a orientação politica ou social do Governo e se recusam a
dar lhes meios financeiros de que precisa para realizar a sua obra. Os capitalistas preferem
comprar valores reais (ouro, divisas, prédios) a dar a juros o seu dinheiro: e o que sucede
quando esta em desenvolvimento um processo de inflação.
Podem ser: Irremíveis, quando o Estado não goza da faculdade de realizar o reembolso; Remíveis, o
Estado fica com a faculdade de efectuar o reembolso quando quiser. Trata-se de duas espécies de
rendas perpétuas de juros que o Estado se obriga a satisfazer sem limite de tempo.
Empréstimos temporários são aqueles em que existe um prazo certo para o reembolso final, que
põe termo ao empréstimo.
Empréstimos a longo prazo são aqueles que são contraídos para vencerem definitivamente
em período orçamental diferente daquele em que nasceram, a prazo superior a um ano.
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Os empréstimos internos são contraídos em moeda nacional e todos empréstimos externos
são contraídos em moeda estrangeira. Mas há empréstimos internos contraídos em moeda
estrangeira, assim como há empréstimos externos contraídos em moeda nacional.
Assim, em tempos certos tipos de relações de empréstimos tenham sido estabelecidos como
relações políticas, derivadas da soberania do estado e não como uma relação social que
atribui direitos subjectivos.
O empréstimo público pode ser visto, como uma mera relação creditória de Direito Privado,
comparável a de qualquer entidade privada que contraia um empréstimo, ou considerá-la
como um contrato de Direito Publico em que o poder se limita a renunciar a autoridade.
Tudo depende do regime jurídico escolhido, onde o direito encara a relação do Estado com
os particulares. Os empréstimos externos são actos de Direito Privado e os internos são
contratos de Direito Público.
O contrato de Direito Público em cada relação de empréstimo, apesar de autorizada por lei,
estabelece-se com o Estado-administrador, não sendo um contrato administrativo, mas uma
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modalidade autonomia de contrato financeiro de Direito Público mais próximo do Direito
Comercial.
1. Autorização legislativa:
O processo de emissão de empréstimos públicos tem de começar por uma autorização da
Assembleia da República, nos termos da aliena p) do n o 2 do Artigo 179 da CRM, salvo se
tratar de empréstimo a curto prazo. A necessidade de autorização da Assembleia deriva da
natureza dos empréstimos públicos, pois vão criar encargos futuros que repercutirão sobre
outras gerações.
Entende se que ela seja uma questão de Estado (não só do governo), reservando-se a esfera
legislativa da competência da Assembleia da República, constituída por representantes do
Povo (os contribuintes), a autorização para a contracção de novos empréstimos com
vigência superior a esfera anual. A autorização implica a definição de condições gerais,
cujo conteúdo tem sido interpretado pela Assembleia da Republica.
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Compreende o conjunto dos órgãos e instituições do Estado que intervêm nos processos de programação,
captação de recursos e gestão de meios de pagamento e abrange ainda as respectivas normas e procedimentos,
(Artigo 51 da Lei no 9/2002 de 12 de Fevereiro).
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Só após serem praticados esses actos é publicada a obrigação geral do Empréstimo, que
corresponde a uma declaração do Ministro das Finanças, em que a Nação se declara
devedora da importância em dados termos e condições. Trata-se de um reconhecimento
constitutivo da divida, que é, segundo a lei, o facto gerador da relação.2
3. Subscrição:
A subscrição pode ser feita de várias formas: directo junto ao público, na bolsa, através de
negociações com os bancos ou outras instituições financeiras. A subscrição pública é facultada em
certos serviços oficiais ou entidades financeiras (bancos no país; ou consórcios de bancos no
estrangeiro). Na emissão na bolsa, o Estado coloca os títulos na bolsa à semelhança de quaisquer
outros títulos.
Esta relação jurídica terá elementos: conteúdo (elemento jurídico que constitui a estrutura
de toda a relação), sujeitos, objecto (mediato), factos que a constituem, modificam ou
extinguem, uma estrutura de garantia.
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Quando a publicação da obrigação geral é feita no “Boletim da República”, considera-se emitido o
empréstimo.
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Os elementos essenciais do empréstimo são aqueles sem cuja verificação não há ou deixa
de a haver, relação de empréstimo.
I. Elementos essenciais: são formados pelos direitos e recíprocos deveres que emergem da
operação de subscrição:
2. Direito a juros e dever de remunerar: é um dever que por vezes é cumulativo com o de
reembolsar, e que outro o substitui. É a obrigação que recai sobre o devedor público de
pagar juros ou rendas, como remuneração pelo uso de capital.
As remunerações de capital podem ser constituídas por juros, que correspondem, de acordo
com as condições de mercado monetário-financeiro, à remuneração do uso do capital do
prestamista, ou rendas, que são mais altas do que juros, integrando a remuneração do uso
do capital e uma parcela da sua restituição.
II. Elementos acessórios: são aqueles que em certos empréstimos, não existem
obrigatoriamente em todos. Pela sua natureza são variados, que se reconduzem à ideia
principal de vantagens especiais concedidas aos credores, são exemplos:
1. Isenção de impostos sobre os rendimentos: trata se de uma garantia que pode justificar
em igualdade de circunstâncias, os prestamistas optem por um empréstimo público e
também que o Estado pague juros reais inferiores ao normal nos mercados. Pode ainda
conceder-se, em casos mais raros, isenção de impostos sucessórios.
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incorporadas ao custo de vida, moedas estrangeiras (garantia de cambio), ao ouro, ou
valores ou indicadores julgados estáveis consoante as circunstâncias de conjuntura.
4. Prémios de emissão: clausula pela qual se estabelece que a subscrição e feita abaixo do
par e reembolso ao par, havendo um diferencial a favor do prestamista. A subscrição é
abaixo do par, ao par ou acima do par, consoante a quantia entregue em subscrição é
menor, igual ou superior ao valor indicado no título (valor nominal).
Os empréstimos públicos são tão obrigatórios quanto os empréstimos privados, pois o facto
do empréstimo público apresentar-se como um contrato de direito público não atenuaria
este seu carácter obrigatório, (Trotabas, 1947:391).
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obrigado a subscrever o empréstimo, de modo que somente o subscrevem aqueles que
assim quiserem.
Nos empréstimos públicos internos, há que fazer referência à distinção das três funções
típicas do Estado, quais sejam: a executiva, a legislativa e a judicial.
A lei pode vir a modificar os efeitos de um contrato de direito público, tanto quanto pode
modificar os efeitos de um contrato de direito privado. É inválida a afirmação de que no
caso dos empréstimos públicos é o Estado, ou seja, é o devedor, que modifica os efeitos do
referido contrato, pois uma vez observada aquela tripartição funcional descrita, o devedor é
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o Estado-Administração, e quem modificaria os efeitos do contrato mediante a lei seria o
Estado-legislador.
Daí a sua justificativa para a presença nesse tipo de contrato das ditas cláusulas
exorbitantes que não só poderiam beneficiar o Estado, mas também, em muitos casos,
apresentarem-se mais favoráveis aos prestamistas do que as condições usuais de mercado, a
fim de atraí-los à contratação, em última análise, procurando sempre o bem da
colectividade.
Elencando a sequência uma série de características que, destacariam que o regime jurídico
do contrato de empréstimo público seria exclusivamente administrativo, uma vez que o ente
público tomador do empréstimo ostentaria uma série de prerrogativas que o colocariam em
uma posição de supremacia no seio do negócio contratual.
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actividade gestora normal dos entes públicos, ou seja, esse contrato seria utilizado como um
dos instrumentos de execução dos serviços públicos que o Estado tem para si
encomendados.
c) A posição desigual das partes no contrato: as partes ocupam uma posição desigual como
consequência da existência das prerrogativas em favor do ente público tomador do
empréstimo, até mesmo porque ele representaria o interesse colectivo e não um mero
interesse particular.
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3. Conclusão
Terminado o trabalho, concluímos que o Estado é cada dia mais, não só a pessoa política,
jurídica e moral representativa da colectividade, mas também o expoente da solidariedade
social. O empréstimo público deixou de ser um recurso extraordinário, como antes a ele se
referiam os financistas clássicos, passando a ser considerado uma forma ordinária de
ingresso, ou seja, um verdadeiro e natural recurso do Estado.
Hoje em dia o empréstimo público é um recurso normal, que não está ligado às
circunstâncias extraordinárias, pois o empréstimo, do ponto de vista do direito financeiro,
não é mais que uma técnica para conseguir determinados fins. Uma regulação normativa da
actividade do Estado, dirigida a consegui-los.
Na maioria dos países, os empréstimos públicos vêm sendo considerados como um
processo normal e ordinário de suprimento dos cofres públicos.
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4. Referências bibliográficas
Franco, S. (2010). Finanças Públicas e Direito Financeiro (4a ed., Vol. I e II). Coimbra:
Medina.
Trotabas, L. (1947). Empréstimos Públicos e a sua Natureza Jurídica (9a ed.). Paris:
Dalloz.
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