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Quando esses países se veem em uma crise, são socorridos por governos de
diversos países para contornar a crise. Para obterem lucro, essas empresas
monopolistas buscam principalmente nos países subdesenvolvidos matérias-
primas, mão-de-obra barata e assim, a ampliação dos mercados
consumidores pelo mundo. Os setores que utilizam de mão de obra mais
qualificada costumam ficar na sede ou em países desenvolvidos
Para estimular o processo de integração do globo, os países capitalistas
adotaram políticas neoliberais, que visam diminuir a intervenção do estado
nas esferas sociais e econômicas. Com este modelo de estado mínimo, os
serviços públicos devem ser privatizados, fazendo com o que antes eram
direitos dos cidadãos fornecidos pelo governo, passassem a ser vistos como
mercadoria, sendo vendidos para eles.
A crise de 2008
A crise financeira de 2008 ocorreu devido a uma bolha imobiliária nos Estados
Unidos, causada pelo aumento nos valores imobiliários, que não foi acompanhado
por um aumento de renda da população. Nesse período, houve uma grande
expansão do crédito no mercado norte-americano, no país, era muito comum a
prática de hipoteca. Esta é uma modalidade de crédito na qual as pessoas obtêm
um empréstimo bancário e colocam o imóvel como garantia de que o empréstimo
será pago (se não pagarem o empréstimo, o banco toma o imóvel da pessoa). Além
disso, a pessoa pode hipotecar o mesmo imóvel diversas vezes, ou seja, contrair
vários empréstimos, mas com o mesmo imóvel como garantia de todos eles.
Com a expansão do crédito, conforme explicado no início do texto – e com um
histórico de juros baixos no país – as pessoas passaram a hipotecar suas casas
para investir em mais imóveis, o que gerou uma valorização destes, alimentando
ainda mais o mercado imobiliário.
O maior problema dessa expansão desordenada do crédito foi que uma parte
considerável dos empréstimos foi concedida a pessoas que não possuíam
condições de pagar, como desempregados e pessoas que não tinham renda
comprovada. São os chamados hipotecas de alto risco.
Outro fator que contribuiu para a crise foi a estagnação da renda das famílias,
movimento que vinha ocorrendo desde os anos 80. Além disso, os altos gastos do
governo americano com as Guerras do Afeganistão e Iraque também contribuíram.
Isso porque os gastos do Governo americano com as guerras foram elevados e
contribuíram para o aumento da inflação no país. Com o aumento da inflação, o
Federal Reserve (equivalente ao Banco Central) aumentou os juros a partir de 2004,
na tentativa de diminuir a inflação. Entretanto, isso estrangulou financeiramente as
famílias, que não conseguiam mais crédito nem honrar com as dívidas provenientes
das hipotecas.
Isso quer dizer que quem tinha dinheiro investido em bancos e em ações pediu para
sacá-lo com medo de perdê-lo, e os bancos não tinham como cobrir tantos saques.
Nos dias seguintes, as bolsas mundiais perderam mais de 30% do seu valor, ou seja,
as empresas de capital aberto (as que comercializavam ações) valiam 30% menos
do que antes da crise.
Na sequência, a AIG – uma das maiores seguradoras do país – teve seu crédito
rebaixado por ter subscrito mais contratos de derivativos de crédito do que sua
capacidade de pagá-los. Isso significa que a seguradora informou que teria a
capacidade de quitar mais empréstimos do que tinha dinheiro para fazer. Com isso,
o governo norte-americano decidiu intervir e injetar recursos públicos para salvar a
empresa (ou seja, pegou dinheiro dos contribuintes para salvar uma empresa
privada).
Com isso, foram adotadas reformas que diminuiram o papel do Estado e beneficiaram o
capital, como redução de direitos trabalhistas, alterações nos sistemas de previdência e
privatização de estatais principalmente as voltadas à exploração de produtos como petróleo
e minérios.
Os resultados dessa onda neoliberal foram o sucateamento das condições de trabalho, o
aumento do desemprego, da pobreza e da dependência em relação aos países mais
desenvolvidos, e o crescimento das dívidas interna e externa e da inflação. Não tardou para
que inúmeros movimentos populares ganhassem as ruas, em enormes manifestações
contra reformas e exigindo mais justiça social
O dia 11 de setembro passou a ser visto como o marco de uma nova etapa histórica A partir
dessa data, houve uma intensificação das guerras e dos ataques estadunidenses aos
países que supostamente davam abrigo a terroristas muçulmanos e cresceram os ataques
de organizações fundamentalistas, também de origem islâmica, ao mundo ocidental
Para entender o que levou a esses acontecimentos, é preciso compreender a história dos
Estados Unidos no fim do século XX Após a Segunda Guerra Mundial, o país despontou
como potência mundial e durante a Guerra Fria, ampliou sua indústria bélica, conseguindo
relativa estabilidade económica até a década de 1970,
Seu substituto, George Bush, também era do Partido Republicano. Ele envolveu os Estados
Unidos na Guerra do Golfo (1991), contra o Iraque. As tensões começaram em 1990,
quando o presidente iraquiano Saddam Hussein determinou a invasão do vizinho Kuwait e o
acusou de ser o responsável pela baixa no preço do petróleo.
A guerra terminou com a desocupação do Kuwait Morreram 100 mil soldados e 7 mil civis
iraquianos, 30 mil kuwaitianos e 510 homens da coalizão. O governo seguinte nos Estados
Unidos foi comandado por Bill Clinton, do Partid Democrata. Ele permaneceu no poder por
dois mandatos, de 1993 a 2000, e manter a política neoliberal
Essa foi a Segunda Guerra do Golfo e terminou com a prisão do líder iraquiano, em 2003
Ele foi julgado, condenado e executado por um tribunal de guerra organizado sob influência
estadunidense O iraque, assim, passou para a esfera de dominação dos Estados Unidos
As guerras do fim do século xx e início do século XXI, em sua maioria, tiveram os Estados
Unidos e seus aliados como protagonistas Não foi por acaso que se desenrolaram em áreas
estratégicas para o capitalismo internacional apesar de pretextos como "combate ao
terrorismo" e "luta pela democracia”, esses conflitos caracterizaram-se por uma acirrada
disputa por matérias primas e regiões estratégicas.
Uma consequência desses conflitos é a questão dos refugiados e das grandes migrações
contemporâneas. O fluxo de pessoas com destino à Europa, partindo da Africa, da Ásia e
das Américas, aumentou após a Segunda Guerra Mundial, quando o continente passou a
demonstrar fortes índices de recuperação económica e supera os desastres da guerra
Uma redução nas taxas de natalidade, aliada ao crescimento económico, elevou o padrão e
a expectativa de vida da população e, ao mesmo tempo, ampliou a oferta de empregos,
principalmente os de pouca remuneração, que não atraiam os europeus. Assim, populações
das ex-colónias imigraram para a Europa em busca de trabalho. Grande parte era originária
do norte da Africa e do Oriente Próximo, como argelinos, marroquinos, tunisianos e turcos,
entre outros. Inicialmente, eram migrações temporárias, nas quais as pessoas se
empregavam na Europa, guardavam algum dinheiro e retornavam a seus locais de origem.