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Após a queda da União Soviética e a vitória dos Estados Unidos, o liberalismo se

tornou o principal modelo econômico a ser implementado, de acordo com o autor,


houve um momento de pensamento único mundial, o que influenciou na eleição de
diversos presidentes na América Latina complacentes a doutrina neoliberal. A
hegemonia americana se expandia através dos meios de comunicação, como programas
de televisão, rádios e filmes, contribuindo para a propagação dos ideais estadunidenses
como aplicáveis em qualquer país.

Desta feita, o Brasil se encontrava em uma crise econômica devido aos


financiamentos externos tomados no período militar, o que acarretou na elevação e
oscilação desenfreada dos preços. Para sanar este problema, o governo vigente adotou o
neoliberalismo, possibilitando a abertura do mercado brasileiro, privatizando empresas
estatais e a desregulamentação da economia. Esta atitude permitiu a entrada de produtos
e empresas estrangeiras, que se encontravam em um patamar tecnológico mais avançado
em relação as empresas nacionais, conduzindo-as a falência em razão do choque de
competitividade.

A vista disso, Samuel Pinheiro Guimarães, se coloca como um crítico ferrenho ao


que ele denomina como Mercado, em suas palavras, “a total liberdade do capital”, visto
que, a iniciativa privada tanto nacional quanto internacional não está apta a criar regras
para a sociedade, já que o seu objetivo final é maximizar os lucros, portanto não estão
preocupados com projetos de crescimento da nação, deixando de lado uma parcela
significativa da população em favor de uma pequenina elite econômica. Por
conseguinte, na opinião do autor, basear a política de governo inteiramente no modelo
ultra neoliberal, torna-se uma estratégia ‘simplista’, que não leva em consideração as
complexidades da sociedade brasileira.

Samuel enfatiza o papel do Estado no progresso do país, sendo este o responsável


por promover um ambiente propício para a proliferação de negócios dentro da
economia, reduzir as disparidades sociais e vulnerabilidades externas, desta forma, o
desenvolvimento da nação estará sendo direcionada pelas mãos estatais, reduzindo os
riscos de interferências de nações ou empresas estrangeiras.
O autor destaca que, um ‘projeto para o Brasil’ deve ter a participação da
iniciativa privada, capital estrangeiro, Estado e do trabalho, além de ampliar a
participação da população em diversas áreas públicas, inclusive deve-se ter uma atenção
maior em relação a defesa do território nacional. Ademais, o governo vigentes não
devem dobrar-se as vontades das potências internacionais, mas sim, afirmar a soberania
nacional e amplificar a presença brasileira nas decisões que afetam o rumo do país.

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