Você está na página 1de 22

A PARADIPLOMACIA COMO FORMA DE ATUAÇÃO DE ENTES

SUB-NACIONAIS PARA

COOPERAÇÃO ECONÔMICA: A EXPERIÊNCIA DE SANTA


CATARINA

Viviane Ferreira1

Charles Alexandre Souza Armada2

INTRODUÇÃO

Com o fim da Guerra Fria (1947-1991) as transformações globais atingiram os


fluxos econômicos, culturais, migracionais e demais, de modo que novas soluções
tiveram que surgir para atender a demanda que se apresentava, assim sendo, novos
atores irromperam no cenário a fim de dirimir as complexidades que as relações
internacionais estavam se emaranhando. Neste enredo, os entes sub-nacionais se
mostram cada vez mais capazes de defender os interesses regionais e locais, na medida
em que Estados tendem a lidar com a diplomacia da política externa no âmbito nacional.

Tendo a soberania resguardada no Direito Internacional, característica intrínseca


dos Estados, estes continuam sendo os grandes players das relações internacionais,
desde a Paz de Westfália (1648), que os concebeu como tal. Desta feita, a emergência
de novos atores é vista, em um primeiro momento, com desconfiança, na
incompreensão das benesses que estes poderiam abarcar. Por conseguinte, os ditos
entes-subnacionais não são reconhecidos no DIP, mas possuem margem para atuação na
cooperação econômica e outros projetos, acarretando no desenvolvimento regional e
contribuindo para a grandeza da nação.

Isto posto, o presente trabalho se dispõe a tratar da paradiplomacia como um meio


para o desenvolvimento brasileiro. A metodologia aplicada será a pesquisa bibliográfica
e a partir desta, formular o texto. Desta maneira, dissertar-se-á a respeito da prática

1
Viviane Ferreira, graduanda no 6˚ período de Relações Internacionais na Universidade do Vale do Itajaí
(UNIVALI). E-mail: vivianefer25@hotmail.com
2
Mestre e Doutor em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Mestre em
Direito Ambiental e Sustentabilidade pela Universidade de Alicante, Espanha. Doutor em Direito pela
Universidade de Alicante, Espanha. Docente dos cursos de Relações Internacionais e Direito da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. E-mail: charlesarmada@hotmail.com
paradiplomática brasileira no âmbito da cooperação econômica no objetivo de
exteriorizar os ganhos do dinamismo que esta traz e mais especificamente, expor o caso
de Santa Catarina.

À vista disso, na primeira seção será abordado a paradiplomacia de maneira que


poder-se-á compreendê-la do ponto de vista jurídico internacional e da Constituição
brasileira. Em seguida, será versado sobre os benefícios que a cooperação econômica da
paradiplomacia praticada pelos entes sub-nacionais trazem para o Brasil. Por fim, na
seção posterior será discorrido mais especificamente o caso de Santa Catarina e a
atuação da SAI (Secretaria de Assuntos Internacionais) na atração de investimentos para
o estado.

1 O ENTENDIMENTO JURÍDICO DA PARADIPLOMACIA NAS RELAÇÕES


INTERNACIONAIS

Os estudos sobre a paradiplomacia, como é concebida atualmente, teve início na


década de 1980. Os juristas se preocuparam com a atuação de entes sub-nacionais nas
relações internacionais, no que tange a validade da assinatura de tratados, “ou seja, se
essa categoria de entes governamentais pode ser considerada também sujeita de Direiro
Internacional Público (DIP).3 Neste sentido, para a Teoria Clássica, apenas Estados e
Organizações Internacionais, estão aptos a celebrar tratados e elaborar normas
internacionais, nas palavras de Farias e Rei, “somente os Estados são suscetíveis de
adquirir os direitos resultantes desses acordos e de exercê-los, exigindo sua observância,
inclusive, pelos meios de solução das controvérsias disponíveis internacionalmente
(pacíficos ou coercitivos)”.4

3
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 46 Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
4
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
Desta forma, conforme Farias e Rei, os sistemas jurídicos ainda são reticentes
quanto ao reconhecimento da paradiplomacia praticada pelo Estados federados, e o
complemento que estes trazem para o país, na verdade, alguns visualizam como um
problema a soberania. Para os autores, o DIP e os Estados marginalizam a
paradiplomacia a ponto de não considerar que seria “indispensável para consolidação do
soft power dos Estados”, além disso, contribuiria para a defesa de demandas locais e
regionais, perfazendo o papel de agregador na política nacional. 5
Já para Godoy, a
paradiplomacia está representando a descentralização da política externa, sendo assim,
“em situações de conflito com o poder central ou em situações de complementaridade
ao Estado nacional, o exercício da cooperação internacional tem se consolidado como
estratégia das localidades para o alcance de objetivos diversos.”6

Apesar do não reconhecimento internacional, os entes sub-nacionais criam redes e


coalizões com o propósito de cooperação e desenvolvimento, aponta Farias e Rei
“participação por meio de redes transnacionais vem permitindo a introdução silenciosa,
gradativa e cada vez mais importante dos governos subnacionais nos fóruns
internacionais”7, portanto, esses novos atores estão abrindo espaço através de
negociações construindo várias camadas na diplomacia.

Nesta seara, abre-se precedentes para a modernização do DIP e do entendimento a


respeito da paradiplomacia, já que esta não depende do reconhecimento do Estado para

5
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
6
GODOY, Sérgio. Cooperação Internacional, desenvolvimento local e disputa de hegemonias: a
experiências de montevidéu (uy), rosário (ar) e santo andré (br). Saarbrucken: Novas Edições
Acadêmicas, 2014. 161 p. Disponível em: https://blogfonari.files.wordpress.com/2016/02/livro-
cooperac3a7c3a3o-internacional-desenvolvimento-local-e-disputa-de-hegemonia-experic3aancias-de-
montevidc3a9u-rosc3a1rio-e-santo-andrc3a9.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021
7
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
acontecer, nas palavras de Farias e Rei, “a segurança jurídica dessas relações se assenta
na magnitude e importância da cooperação multilateral para enfrentamento dos
problemas globais e não necessariamente em um reconhecimento formal de algo que já
se encontra consolidado no sistema internacional”8.

Os Estados não estão conseguindo lidar com todos os assuntos pertinentes ao


ambiente nacional e internacional no que concerne as demandas regionais ou até mesmo
municipais, para o autor Godoy, as estruturas da política internacional estão mudando,
governos locais estão articulando, em face da falta de resposta dos Estados nacionais. 9 A
exemplo disto, pode-se citar a Convenção de Diversidade Biológica, na reunião ocorrida
em Nagoya (2010), que ratificou o Plano de Ação de Governos Subnacionais, Cidades e
Outras Autoridades Locais, reconhecendo a importância dessa atuação no amparo da
biodiversidade.10 E ainda, entre o Rio-92 à Rio+20, em 2012, “o papel dos atores
subnacionais na agenda ambiental global tem sido cada vez mais crucial”, aponta
Rodrigues.11

Ademais, o federalismo tem concedido espaço para os estados federados e


municípios conduzirem as políticas públicas, desta forma há a expansão para a prática

8
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
9
GODOY, Sérgio. Cooperação Internacional, desenvolvimento local e disputa de hegemonias: a
experiências de montevidéu (uy), rosário (ar) e santo andré (br). Saarbrucken: Novas Edições
Acadêmicas, 2014. 161 p. Disponível em: https://blogfonari.files.wordpress.com/2016/02/livro-
cooperac3a7c3a3o-internacional-desenvolvimento-local-e-disputa-de-hegemonia-experic3aancias-de-
montevidc3a9u-rosc3a1rio-e-santo-andrc3a9.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021
10
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021
11
RODRIGUES, Gilberto Marcos Antonio. Relações internacionais de cidades: paradiplomacia sui
generis?. In:Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 36., 2012,
Caxambu. Anais [...] . Caxambu: Anpocs, 2012. p. 1-22. Disponível em:
https://scholar.google.com.br/scholar?start=10&q=paradiplomacia+direito+internacional&hl=pt-
BR&as_sdt=0,5. Acesso em: 31 mar. 2021
paradiplomática, a exemplo do Brasil, África do Sul e México.12 Embora que a
jurisdição internacional não reconheça os entes sub-nacionais como sujeitos de direito,
alguns Estados já compreendem a importância daqueles no desenvolvimento da nação,
assim como o fez a Argentina que realizou reformas em sua Constituição em 1994,
alterando os artigos 124, 125 e 126, favorecendo as províncias para atuarem
internacionalmente, evidencia Simini e Teoro.13

Em síntese, ainda que o DIP não abranja os atores paradiplomáticos na sua


jurisdição, a paradiplomacia está se consolidando como uma forma de ação para os
entes sub-nacionais, estando na tutela dos Estados e estes, devem entender a real
dimensão desta movimentação. Além do mais, as estruturas internacionais estão se
modificando, a globalização está tornando as relações mais complexa, neste sentido,
novas soluções estão emergindo, portanto os Estados devem estar aptos a receber e lidar
com estes novos atores.

1.1 A paradiplomacia á luz da Constituição Federal brasileira

A paradiplomacia dos municípios e estados no Brasil vem aumentando desde a


década de 1980, segundo Ribeiro, as ações conjuntas de alguns municípios para
alcançar projeção internacional eram mais facilmente empreendidas por grandes cidades
brasileiras, ainda que haja alguma assimetria da atuação destas em relação a União,
devido a CF/88, “evidencia-se também um crescente aumento da capacidade de
articulação interna e internacional dos municípios, seja através de associações e
entidades representativas [...]”.14

A Constituição Federal de 1988 assegura que, uma vez que adotou o federalismo,
o poder político é compartilhado com os estados federados, mas no âmbito

12
RODRIGUES, Gilberto Marcos Antonio. Relações internacionais de cidades: paradiplomacia sui
generis?. In: Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 36., 2012,
Caxambu. Anais [...] . Caxambu: Anpocs, 2012. p. 1-22. Disponível em:
https://scholar.google.com.br/scholar?start=10&q=paradiplomacia+direito+internacional&hl=pt-
BR&as_sdt=0,5. Acesso em: 31 mar. 202
13
SIMINI, Danilo Garnica; TEORO, Mayara Souza. Paradiplomacia na América Latina e a
problemática de sua legitimidade constitucional: uma comparação Brasil e Argentina. Nucleus, [S.L.],
v. 14, n. 2, p. 47-54, 31 out. 2017. Fundacao Educational de Ituverava.
http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2176. p. 5 Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/268033061.pdf. Acesso em: 31 jan. 2021
14
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 70 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?
id=q0M5CwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=paradiplomacia&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwi1pZvT2tjvAhXOK7kGHaNOBtAQ6AEwA3oECAUQAg#v=onepage&q=p
aradiplomacia&f=false. Acesso em: 31 mar. 2021.
internacional, possuem uma só direção e representação, nas palavras de Ribeiro “a
União é a única entidade com capacidade político-jurídica no plano internacional”. 15
Neste sentido, os entes sub-nacionais se submetem a diplomacia exercida pelo
Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) no que tange a política externa, cuidando
para que não haja desconformidade nos acordos firmados com os demais atores
internacionais, que irá ferir os princípios do ordenamento jurídico brasileiro.

De acordo com Simini e Teoro, somente o artigo 52, inciso V da constituição


federal autoriza a atuação internacional de entes sub-nacionais, mas atrela ao Senado
Federal a competência para autorizar operações externas de natureza financeira nos
níveis federais, estaduais e municipais.16 Este dispositivo constitucional confirma que a
centralidade das ações deve se concentrar no governo federal, vetando a celebração de
tratados internacionais por parte dos estados e municípios mas deixa margem para estes
firmarem contratos. Sendo assim, conforme a tradição diplomática brasileira, a
Constituição de 1988 não autoriza devidamente aos entes sub-nacionais a atuarem
livremente nas relações internacionais.

Porém, o artigo 18 da Constituição Federal estabeleceu que os estados,


municípios, distrito federal e a União, são autônomos entre si para a organização
política e administrativa, desta feita, nas palavras de Gomes Filho, “a CF/88 redefiniu
claramente o pacto federativo e criou o federalismo triniano”. 17 Neste sentido, Aprigio
elucida que, há a partilha de competências entre a União e os entes sub-nacionais, desta
forma, todos estão juridicamente equiparados no plano hierárquico, porém a CF não
institucionalizou explicitamente a paradiplomacia dos atores sub-nacionais, mas
afirmou as atribuições da União para com as relações internacionais.18

15
 RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 66 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?
id=q0M5CwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=paradiplomacia&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwi1pZvT2tjvAhXOK7kGHaNOBtAQ6AEwA3oECAUQAg#v=onepage&q=p
aradiplomacia&f=false. Acesso em: 31 mar. 2021.
16
SIMINI, Danilo Garnica; TEORO, Mayara Souza. Paradiplomacia na América Latina e a
problemática de sua legitimidade constitucional: uma comparação brasil e argentina. Nucleus, [S.L.],
v. 14, n. 2, p. 47-54, 31 out. 2017. Fundacao Educational de Ituverava.
http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2176. p. 5 Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/268033061.pdf. Acesso em: 31 jan. 2021.
17
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da Amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 69 Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
Cabe relembrar que já foi apresentada no Congresso Nacional a PEC 475/2005, a
“PEC da Paradiplomacia”, que objetivava alterar o artigo 23 da Constituição Federal,
adicionando um parágrafo para que “estados, Distrito Federal e municípios pudessem
promover atos e celebrar acordos ou convênios com entes subnacionais estrangeiros
mediante prévia autorização da União”, porém esta foi arquivada pela Mesa Diretora da
Câmara dos Deputados.19

Ainda assim, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), buscou interagir


com os estados e municípios brasileiros através da criação de escritórios nas principais
capitais para conhecer as demandas regionais, e afirmar o seu papel como principal ator
nas formulações da política externa.20 Para o Itamaraty, não deixa de ser indispensável a
atuação dos municípios e estados federados nas relações internacionais, pois estes
possuem um grau de dinamismo capaz de agilizar certos acordos, sendo assim, pode-se
denotar a valorização da paradiplomacia pelo governo federal “através da realização de
fóruns, encontros e seminários sobre a coordenação das ações e negociações
internacionais dos Estados e Municípios”, conforme ressalta Gomes Filho.21

Assim sendo, os estados federados e municípios atuam nas relações internacionais


em consonância com o Ministério das Relações Exteriores, visto que este, reafirma a
sua liderança diplomática de acordo com a CF/88 nas atribuições que lhe competem,
todavia incentiva o protagonismo dos entes sub-nacionais na medida em que estes estão

18
APRIGIO, André Edson Ribeiro de Souza. A paradiplomacia e a atuação internacional de governos
subnacionais. 2015. 150 f. Tese (Doutorado) - Curso de Escola de Economia e Gestão, Departamento de
Relações Internacionais e Administração Pública, Universidade do Minho, Braga, 2015. Disponível em:
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/35618/1/Andr%c3%a9%20Edson%20Ribeiro%20de
%20Souza%20Aprigio.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021.
19
SIMINI, Danilo Garnica; TEORO, Mayara Souza. Paradiplomacia na américa latina e a
problemática de sua legitimidade constitucional: uma comparação Brasil e Argentina. Nucleus, [S.L.],
v. 14, n. 2, p. 47-54, 31 out. 2017. Fundacao Educational de Ituverava.
http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2176. p. 5 Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/268033061.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021.
20
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da Amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 69. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
21
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da Amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 84. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
se mostrando capazes de contribuir para o desenvolvimento e cooperação nacional,
assim como será abordado na seção seguinte.

2 A PARADIPLOMACIA ECONÔMICA DOS ESTADOS BRASILEIROS

Com o aumento da dependência após o fenômeno da globalização, os entes


subnacionais se esforçam para transpor os cenários econômicos internacionais, a fim de
que possam alcançar a prosperidade através da proatividade e para isso, a
paradiplomacia clássica corresponde aos seus objetivos. Ribeiro aduz que, “[...]os
grandes dossiês paradiplomáticos clássicos seriam a política econômica e comercial a
promoção de investimentos estrangeiros, a atração de centros de decisões, a promoção
de exportações,” e ainda complementa com setores importantes, como “a ciência e
tecnologia, a energia, o ambiente, a educação, assim como a imigração, a mobilidade
das pessoas, as relações multilaterais e os direitos do homem”.22

De acordo com Rieger e Brum 23, a paradiplomacia clássica, nascente na esteira do


liberalismo, com o intuito de atrair investimentos para as regiões que o propagavam,
pode ser utilizada como um meio de exposição de entes subnacionais que não possuem
tanta visibilidade. Ribeiro24 explica que, esta mudança de perspectiva pode ser
encontrada no abandono dos modelos de desenvolvimento nacional no intuito de
promover o livre-comércio como motor de crescimento, concentrando estratégias para
atração de empresas estrangeiras em territórios específicos.

Para Rieger e Brum, a paradiplomacia pode ser um instrumento de inserção de


cidades periféricas no ambiente internacional, visto que há assimetrias das grandes
cidades ou regiões foco dos centros econômicos em contrapartida as mais provincianas.
Em suas palavras:

Considera-se que os instrumentos propostos pela paradiplomacia no


âmbito regional, envolvendo novas dinâmicas de cooperação e
governança em prol do desenvolvimento socioeconômico de

22
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 39 p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-
9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
23
RIEGER, Fernando Camara; BRUM, Argemiro Luís. Paradiplomacia: uma dinâmica para o
desenvolvimento de territórios periféricos? 2018. p 13, Simpósio latino-americano de desenvolvimento
regional, Unijuí, Ijuí, 2018. Disponível em:
https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/slaedr/article/view/10584/9261. Acesso em: 02 maio
2021
24
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 39 p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-
9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
regiões periféricas, constituem-se em uma nova perspectiva de
ação, uma vez que as relações intermunicipais podem fomentar
projetos conjuntos de inserção e atração de investimentos de
forma coordenada. Na prática, portanto, a paradiplomacia institui,
possivelmente, armações de políticas públicas “fora dos caminhos
batidos” das ações governamentais.(Rieger e Brum)25

Para tanto, Hocking citado por Ribeiro ressalta duas estratégias para a prática
paradiplomática dos entes subnacionais: atuar diretamente no cenário internacional,
“representando o papel de atores internacionais “principais”, buscando seus próprios
interesses; e indiretamente, como mediadores, exercendo influência sobre governos
nacionais para atingir os seus propósitos.”26 Sendo assim, os atores regionais estão aptos
a consolidar negociações que os beneficiem empregando a proatividade ou ainda,
empreender execuções paradiplomáticas através do governo nacional, mas neste caso, a
ação se torna mais custosa.

Por conseguinte, os problemas decorrentes do contato mais profundo nas


integrações regionais, cita-se a imigração, fluxo de capitais, crime organizado e tráfico,
dentre outros, requerem ações locais, desta forma, o autor Godoy exemplifica
ressaltando os projetos de cooperação entre os países da tríplice fronteira Brasil,
Argentina e Paraguai, na qual, os governos das cidades envolvidas participam do projeto
Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) e da Rede Mercocidades. 27
Menciona-se também o trabalho realizado pela Secretaria do Governo de Pernambuco,
criada com o propósito de intercambiar as atividades das instituições federais, a fim de
localizar projetos que contribuem para o desenvolvimento do estado, assim como,
captar recursos, resolver pendências e outros, salienta Siqueira.28

25
RIEGER, Fernando Camara; BRUM, Argemiro Luís. Paradiplomacia: uma dinâmica para o
desenvolvimento de territórios periféricos? 2018. p 13, Simpósio latino-americano de desenvolvimento
regional, Unijuí, Ijuí, 2018. Disponível em:
https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/slaedr/article/view/10584/9261. Acesso em: 02 maio
2021

26
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 57 p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-
9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
27
GODOY, Sérgio. Cooperação Internacional, desenvolvimento local e disputa de hegemonias: a
experiências de Montevidéu-Uruguai, Rosário-Argentina e Santo André-Brasil. 2011. 40 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Ciências da Integração Regional, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-05112012-111327/publico/
2011_SergioGodoy.pdf. Acesso em: 02 maio 2021.
28
SIQUEIRA, João Ricardo Pessoa Xavier de. A paradiplomacia como instrumento viabilizador do
desenvolvimento local: estudo de caso a partir da atuação internacional do estado de Pernambuco e da
cidade do Recife. 2012. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2012. Disponível em:
http://pos-graduacao.uepb.edu.br/ppgri/download/Joao-Ricardo.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
No entanto, conforme foi descrito na primeira seção, os entes subnacionais estão
sujeitos ao aval da parte federal para captação de recursos, a qual o Estado atua como
viabilizador dos trâmites para contratação da operação, assim como elucida Maia e
Saraiva29:

No período 1980-2009, o setor público estadual brasileiro


(administração direta e empresas públicas) contratou no exterior 204
operações de crédito, totalizando a cifra de US$ 20,97 bilhões a
preços históricos. Desse valor total, mais da metade (51%), ou US$
10,7 bilhões, proveio do Banco Mundial (99 operações), ao passo que
o BID respondeu por 34,9% ou US$ 7,32 bilhões (71 operações). Isso
implicou que os dois organismos multilaterais aportaram em conjunto
85,9% do total captado pelos estados brasileiros durante as três
últimas décadas.

Continua o autor, no final de 2014, o número total de projetos de governos


estaduais totalizou em 306, adquirindo empréstimos de 40,03 bilhões de dólares,
correspondendo a aproximadamente metade do valor total dos investimentos, sendo a
outra parte coberta por montantes locais.30 Isto posto, compete ao ente subnacional a
articulação direta com o agente internacional, nas palavras de Maia e Saraiva, “a
formatação do projeto e a definição de seu escopo, prioridades, ações, custos recursos
externos e contrapartida local são realizadas exclusivamente pela interlocução das
equipes do estado e do agente financiador”.31

Deste modo, a captação de recursos internacionais pelos entes subnacionais é


controlada pela esfera administrativa de ordem federal, contendo-se as normas
burocráticas e legais, mas há certa liberdade para os primeiros no quesito negociações
junto aos órgãos multilaterais e bilaterais, no entanto, de acordo com Maia e Saraiva,
“permanece a vedação à captação direta de recursos via emissão de títulos

29
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 maio 2021
30
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 maio 2021
31
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 mai0 2021
“subsoberanos” nos mercados externos”32, desta forma, os governos regionais detém-se
as suas competências, não podendo haver discrepâncias para com o Estado nacional
brasileiro.

Consoante ao autor José Nelson Bessa Maia, os entes subnacionais não se limitam
apenas a captação de recursos dos organismos internacionais, mas incidem um efeito
positivo no desenvolvimento da nação, uma vez que, motivados a obtenção de crédito a
longo prazo em moeda estrangeira a fim de conseguir juros mais baixos para
financiamento de projetos, os governos regionais se tornam agentes de ampliação
econômica e reduzem pontos de estrangulamento como pobreza e atrasos estruturais.
Nas palavras do autor, “a assistência técnica e a capacitação institucional, assim como o
acesso e disseminação de “melhores práticas” extraídas da experiência internacional são
efeitos colaterais virtuosos do entrelaçamento” 33 entre os governos subnacionais
brasileiros e os órgãos de financiamento internacional neste sentido, refletindo no
balanço de pagamentos do país, beneficiando a nação como um todo.

2.1 A paradiplomacia dos estados de Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa
Catarina

Verifica-se que o primeiro caso em que uma instituição formalizada na área


paradiplomática fora constituída, foi a Assessoria de Relações Internacionais, junto a
Secretaria de Governo, no governo de Leonel Brizola com o auxílio do politólogo
Clóvis Brigagão, em 1983 no Rio de Janeiro. Por conseguinte, aponta Iser 34, algumas
regiões desenvolveram melhor a paradiplomacia, a exemplo do Rio Grande do Sul, em
que por manter contato com a Argentina, pode-se notar a inserção global e regional

32
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 mai0 2021

33
MAIA, José Nelson Bessa. A paradiplomacia financeira dos estados brasileiros: evolução, fatores
determinantes, impactos e perspectivas. 2012. p 474 . Tese (Doutorado) - Curso de Relações
Internacionais, Universidade de Brasília, Brasília, 2012. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/10948/1/2012_JoseNelsonBessaMaia.pdf. Acesso em: 02 maio
2021.
34
ISER, Guilherme de Cruzeiro. Os entes subnacionais nas relações internacionais: o fenômeno da
paradiplomacia. 2013. p 47. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/81385/000904668.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 02 maio 2021.
acentuada, formalizando acordos, protocolos de cooperação e missões comerciais com
outros estados e provícias estrangeiras.

Já o estado de São Paulo, percebe-se uma participação internacional menos ativa


se comparada aos outros estados. Apesar da maior contribuição ao PIB do país, São
Paulo é comumente representado pelo governo central e pelos ministros da diplomacia
brasileira, visto que os interesses econômicos se aglomeram neste estado, portanto a sua
participação em integrações regionais e políticas exteriores próprias eram mínimas. O
autor Iser menciona que alguns governos paulistas se preocuparam com o setor
econômico e trataram de atrair empresas multinacionais para o estado, assim foi criada a
Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, aprofundando-se nas questões
internacionais, focou-se na divulgação do turismo e a inserção competitiva de São Paulo
na economia global.35

Santa Catarina é um dos estados que mais se destaca na paradiplomacia, isto porque
fatores como a formação sociocultural derivada da imigração europeia e
consequentemente ter se solidificado como um dos maiores exportadores brasileiros,
concede ao estado, maior facilidade para com os entes internacionais. Iser complementa
que, os esforços das instituições catarinenses como as universidades, o setor
empresarial, agentes estaduais além da própria sociedade civil contribuem para os
resultados positivos alcançados pelo estado. Em 2003, fora criada a Secretaria de
Articulação Internacional e o Conselho Estadual de Comércio Exterior, responsável por
orientar o comércio exterior de Santa Catarina 36. Atualmente, está em vigor a Secretaria
de Assuntos Internacionais (SAI).

Considerando os estados citados acima, a autora Ferreira, observa que alguns


elementos impulsionadores colaboram para a atuação paradiplomática, neste sentido,
indica-se o fator geográfico em que a concentração de riqueza se dá principalmente nas
regiões Sul-Sudeste favorecendo o desenvolvimento da paradiplomacia nos estados que

35
ISER, Guilherme de Cruzeiro. Os entes subnacionais nas relações internacionais: o fenômeno da
paradiplomacia. 2013. p 49. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/81385/000904668.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 02 maio 2021
36
ISER, Guilherme de Cruzeiro. Os entes subnacionais nas relações internacionais: o fenômeno da
paradiplomacia. 2013. p 50. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/81385/000904668.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 02 maio 2021
os compõem. Logo, os eixos Cetro-Oeste e Nordeste não possuem uma atividade
paradiplomática tão intensa principalmente por não encontrarem respaldo em seus
respectivos governos.37 Neste sentido, a evidência do comércio exterior e cooperação
internacional pode ser vista como elementos que corroboram para a diminuição das
disparidades econômicas dentro do Brasil. Sendo assim, abordaremos na próxima seção,
o estado de Santa Catarina, como um caso de sucesso na paradiplomacia.

3 A INSERÇÃO INTERNACIONAL DE SANTA CATARINA

Conforme falado anteriormente, o estado de Santa Catarina possui uma veia


paradiplomática decorrente do seu histórico cultural, desta forma, é moldado o
desenvolvimento econômico, político e social ligado aos assuntos internacionais,
principalmente no que tange o comércio exterior. Nas palavras de Borba:

O Estado de Santa Catarina apresenta forças profundas que o levam à


paradiplomacia. O papel do perfil sócio demográfico do estado da
colonização empreendedora de descendentes europeus, formou uma
base motivacional para as empreitadas no cenário internacional. Os
descendentes de alemães, italianos e outros europeus contribuíram e
contribuem para alavancar e sustentar as Relações Internacionais do
estado, e como consequência dessa construção histórica, o setor
privado e a sociedade civil é naturalmente mais internacionalizada. 38

Isto posto, entende-se os indicadores econômicos que o estado catarinense


apresenta. Santa Catarina representou o quarto maior crescimento do país em 2018,
apresentando um PIB de R$ 298,23 bilhões, tendo alta de 3,7% em relação ao ano
anterior. O estado ainda, traz quatro municípios no Ranking dos Municípios com maior
PIB entre as 100 maiores economias do país, sendo Joinville (28º), Itajaí (36º),
Florianópolis (45º) e Blumenau (56º). Juntos, somam mais de R$ 94 bilhões. 39 Desta
37
FERREIRA, Diandra Schatz. Paradiplomacia nas cidades brasileiras: elementos impulsionadores
internos. 2019. Disponível em:
http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/28351/4/ParadiplomaciaCidadesBrasileiras.pdf. Acesso em:
02 maio 2021.

38
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018. P
97. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021.
39
Governo de Santa Catarina. Disponível em: https://www.sc.gov.br/noticias/temas/desenvolvimento-
economico/joinville-itajai-florianopolis-e-blumenau-lideram-o-pib-catarinense#:~:text=O%20Estado
%20teve%20uma%20alta,Geografia%20e%20Estat%C3%ADstica%20(IBGE). Acesso em: 09 maio
feita, pode-se destacar o trabalho da SAI como um dos órgãos propulsores da economia
catarinense, portanto, será tratado um breve histórico de suas atividades.

Após a sua criação em 2003, a SAI teve como primeiro Secretário o diplomata
catarinense Roberto Colin, que já havia acompanhado o governador Luiz Henrique
Silveira enquanto prefeito de Joinville, nas negociações em Moscou com a Escola
Teatro Ballet Bolshoi entre 1996 e 2000. De acordo com Borba, a SAI é um órgão
autônomo, possuindo autonomia administrativa, financeira e técnica, neste sentido, o
órgão planeja, coordena e supervisiona as atividades internacionais, tendo em termos
legais, as mesmas características de uma Secretaria de Estado.40

Durante a gestão de Luiz Henrique da Silveira, a SAI tinha como objetivo a


atração de investimentos, dessa maneira, o setor produtivo seria atingido de modo
positivo, assim, destaca Borba, missões oficiais foram feitas para Reino Unido,
Espanha, Suíça e Canadá, deste último, o governador conheceu o Ontário Export,
responsável pela atração de investimentos canadense, servindo de base para a criação do
INVESTE SC, fruto de uma parceria público-privada, entre a Secretaria de
Desenvolvimento Sustentável (SDS) e a Federação das Indústrias de Santa Catarina
(FIESC). O INVESTE SC faz a parte de divulgação do estado, por meio de websites e
feiras nacionais e internacionais como para o Panamá, Japão, República da Coréia e
Alemanha, a fim de ampliar a pauta de exportação catarinense.41

O governador LHS, realizou oito contratos com operadoras de turismo para Santa
Catarina, além de negociar a restauração da Ponte Hercílio Luz. Entre as missões
relacionadas ao turismo, destaca-se a realizada para a Alemanha, juntamente com a
EMBRATUR, que proporcionou a cidade de Florianópolis sediar o 9˚ Fórum Mundial
de turismo do World Travel and Turism Council (WTTC), em 2009, sendo que no

2021
40
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018. P
119. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
41
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018. P
131. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
mesmo ano foi realizada a Cúpula do programa da WTTC Latin America Program na
capital catarinense, resultando na divulgação do país e da região, acrescenta Borba.42

No quesito cooperação internacional, Santa Catarina participou do programa


Intercâmbio Brasil-Rússia, que permitia aos alunos e professores trocas de experiências
com a cultura russa, ressalta-se também, a 1 competição de Piano de Santa Catarina, na
qual contou com a presença de avaliadores técnicos russos. Já no ramo da educação, o
Figueirense Futebol Clube negociou um convênio com a Fundação Lagsdor russa, o que
propiciou um intercâmbio esportivo no estádio Orlando Scarpelli. (BORBA)43

No governo de João Raimundo Colombo, Gleich 44 elucida que houve as


negociações, em 2011, para a instalação da empresa Bayerische Motoren Werke
(BMW), no mesmo ano, a empresa têxtil coreana Hyosung se estabelece no município
de Araquari, e em 2012, a BMW se instala no mesmo município, também há a entrada
da General Motors em Joinville e Huay Lighting no município de Tubarão,
negociações essas que foram capitaneadas pela SAI. De acordo com Piseta, o projeto de
instalação da BMW no estado, movimentou um investimentos de 200 milhões de euros,
sendo que o faturamento anual atinge 2 bilhões de reais, criando mil empregos diretos e
cinco mil indiretos, segundo a autora, este pode ser um fato que contribui para Santa
Catarina ser um dos estados que mais gera emprego no país.45

Borba acrescenta que, em 2013 instalou-se na cidade de Joinville, quatro


escritórios de representação da empresa International Business Machines Corporation
(IBM), multinacional de computadores e tecnologia. Ainda em 2013, negociou-se a
42
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021

43
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
44
GHEICH, Francys. Relações Internacionais No Âmbito Subnacional: Atração de Investimentos e os
Planos De Desenvolvimento Do Estado De Santa Catarina. 2016. 29 Artigo de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Relações Internacionais) – Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2016.
45
PISETA, Mariana Cury. Paradiplomacia: uma análise de santa catarina e de sua relação com o
mercosul. 2014. 44 f. Monografia (Especialização) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/128084/Monografia%20da%20Mariana
%20Cury.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
abertura do mercado japonês para a carne suína catarinense. Outras missões oficiais
foram realizadas e houve também a recepção aos países membros da Associação dos
Países do Sudeste Asiático (ASEAN) e alguns países europeus que estiveram em
contato com o estado de Santa Catarina.46

Houve a tentativa de desativação da SAI em 2018, por conta da contenção de


gastos e os assuntos internacionais passaram a serem tratados pela Assessoria
Internacional, no entanto, após a entrada de Carlos Moisés da Silva no governo de Santa
Catarina, a SAI voltou com as suas atividades, mas focadas na repatriação dos cidadãos
brasileiros por causa da pandemia do Covid-19.

Os últimos dois anos 2019 e 2020 foram conturbados devido a pandemia do


Covid-19, por conta disso, o Brasil apresentou um quadro de desaceleração na
economia. Mesmo assim, Santa Catarina conseguiu manter o padrão no volume de
movimentação do comércio exterior dos últimos três anos, segundo dados do Ministério
da Economia, as exportações totalizaram em U$8,9 bilhões em mercadorias em 2019, o
que significa uma participação de 4% do total exportado pelo Brasil, contra U$16,9
bilhões em importações realizadas. No ano de 2020, o valor ficou em torno de U$8,12
bilhões em vendas e as importações totalizaram U$ 16 bilhões 47. Pode-se observar que o
estado catarinense possui a balança comercial negativa, devido o volume de
importações.

Para melhorar a captação de investimentos no estado, o governo do estado de


Santa Catarina instituiu o Programa para Atração de Investimentos e Incentivos a Novos
Negócios para o estado de Santa Catarina (INVESTSC) pelo decreto Nº 1.141, de 9 de
fevereiro de 202148, assim, o programa será responsável por agregar informações
econômicas e disseminá-las para angariar potenciais projetos de investimento e novos
negócios para o estado. Fica instituído o Núcleo Interinstitucional que lhe compete de
acordo com o art. 3˚:

46
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
47
Ministério da Economia. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso em: 09 maio
2021
48
LEIS ESTADUAIS. Decreto Nº 1.141, de 9 de fevereiro de 2021. Dispinível em:
https://leisestaduais.com.br/sc/decreto-n-1141-2021-santa-catarina-institui-o-programa-para-atracao-de-
investimentos-e-incentivos-a-novos-negocios-para-o-estado-de-santa-catarina-investsc-e-estabelece-
outras-providencias Acesso em: 09 maio 2021
I - acompanhar os trabalhos desenvolvidos no INVESTSC;

II - propor políticas gerais para o desenvolvimento econômico regional, mediante ações


que atraiam e facilitem investidores, nacionais e estrangeiros, e os informem sobre as
possibilidades oferecidas pelo Estado;

III - propor diretrizes para atração de investimentos e incentivos a novos negócios para
o Estado, no âmbito do INVESTSC; e

IV - supervisionar e orientar as atividades do Grupo de Trabalho do INVESTSC (GT


INVESTSC).

De acordo com Bohn e Krieger, o foco da SAI durante a gestão de Carlos Moisés
será a cooperação com os Estados Unidos, a exemplo disto, o governador e autoridades
locais juntamente com o chefe de desenvolvimento global do grupo americano Hard
Rock, Todd Hricko, reuniram-se em junho de 2019 para discutir a instalação de um
restaurante do grupo na capital catarinense.49

COSIDERAÇÕES FINAIS

Os atores subnacionais estão se tornando cada vez mais presentes no ambiente


internacional, consolidando a paradiplomacia como instrumento de ação para projetar
seus interesses, apesar disto, o Direito Internacional não reconhece os entes federados
como sujeitos de direito, desta forma, não competem a esses a formalização de tratados.
Porém, com o fenômeno da globalização, esses novos atores abrem espaço para dirimir
as demandas, sejam elas internas ou externas, estando aptos a atuar com mais precisão,
visto que estão mais próximos a realidade locais.

Assim sendo, a Constituição Federal brasileira reconhece os entes federados, mas


no âmbito internacional, possuem apenas um direcionamento, tendo que se reportar ao
comando do Ministério das Relações Exteriores. Os entes federados estão aptos a
celebrar acordos, desde que não haja discrepâncias com as entidades federais. Nesta
seara, os estados brasileiros praticam a paradiplomacia, focando principalmente nas
questões econômicas, ficando a mercê das autoridades federais a aprovação e
tramitações burocráticas das captações de recursos internacionais.

49
BOHN, Raíssa dos Santos; KRIEGER, Victoria Caroline. Paradiplomacia: um estudo das políticas
externas do estado de Santa Catarina. 2019. Disponível em: file:///C:/Users/usuario/Downloads/156-708-
1-PB.pdf. Acesso em: 09 maio 2021.
Ademais, os estados não se limitam apenas a captação de recursos, visto que são
usados para promover investimentos locais, e consequentemente na melhora da vida dos
cidadãos, além de contribuir para e diminuição da pobreza e no crescimento econômico
da nação. Os entes subnacionais também, estão aptos a realizar cooperações seja no
setor econômico, culturais, de sustentabilidade, sociais, de imigração e outros.

Outrossim, a disparidade em relação a frequência das atividades paradiplomáticas


entre os estados brasileiros, pode ser compreendida através do histórico de
implementação, percebe-se que o estado de Santa Catarina conserva uma vocação
natural para os assuntos internacionais, devido o seu fator de imigração. Santa Catarina
é um dos estados mais prósperos do país, constata-se isso pelo número de investimentos
que o estado atrai e a dinâmica de sua economia. Além do mais, destaca-se a atuação da
SAI como agente principal na atração de investimentos e promoção do estado
catarinense que desde a sua criação em 2003 até o presente momento, tem trabalhado
em favor do crescimento de Santa Catarina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RIEGER, Fernando Camara; BRUM, Argemiro Luís. Paradiplomacia: uma dinâmica


para o desenvolvimento de territórios periféricos? 2018. Simpósio latino-americano de
desenvolvimento regional, Unijuí, Ijuí, 2018. Disponível em:
https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/slaedr/article/view/10584/9261.
Acesso em: 02 maio 2021

GODOY, Sérgio. Cooperação Internacional, desenvolvimento local e disputa de


hegemonias: a experiências de Montevidéu-Uruguai, Rosário-Argentina e Santo André-
Brasil. 2011. Tese (Doutorado) - Curso de Ciências da Integração Regional,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em:
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-05112012-111327/publico/
2011_SergioGodoy.pdf. Acesso em: 02 maio 2021.

RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia


das cidades brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. Disponível em:
http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02 mai.
2021
SIQUEIRA, João Ricardo Pessoa Xavier de. A paradiplomacia como instrumento
viabilizador do desenvolvimento local: estudo de caso a partir da atuação
internacional do estado de Pernambuco e da cidade do Recife. 2012. Dissertação
(Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Estadual da Paraíba, João
Pessoa, 2012. Disponível em: http://pos-graduacao.uepb.edu.br/ppgri/download/Joao-
Ricardo.pdf. Acesso em: 02 maio 2021

MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia


financeira em países emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n.
1, 28 jan. 2016. Colegio Mayor de Nuestra Senora del Rosario.
http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceira
Paises.pdf. Acesso em: 02 maio 2021

MAIA, José Nelson Bessa. A paradiplomacia financeira dos estados brasileiros:


evolução, fatores determinantes, impactos e perspectivas. 2012. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Universidade de Brasília, Brasília, 2012. Disponível
em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/10948/1/2012_JoseNelsonBessaMaia.pdf.
Acesso em: 02 maio 2021.

ISER, Guilherme de Cruzeiro. Os entes subnacionais nas relações internacionais: o


fenômeno da paradiplomacia. 2013. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações
Internacionais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/81385/000904668.pdf?
sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 02 maio 2021.

FERREIRA, Diandra Schatz. Paradiplomacia nas cidades brasileiras: elementos


impulsionadores internos. 2019. Disponível em:
http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/28351/4/ParadiplomaciaCidadesBrasileira
s.pdf. Acesso em: 02 maio 2021.

GHEICH, Francys. Relações Internacionais No Âmbito Subnacional: Atração de


Investimentos e os Planos De Desenvolvimento Do Estado De Santa Catarina. 2016. 29
Artigo de Conclusão de Curso (Bacharelado em Relações Internacionais) –
Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2016.
PISETA, Mariana Cury. Paradiplomacia: uma análise de Santa Catarina e de sua
relação com o Mercosul. 2014. Monografia (Especialização) - Curso de Relações
Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. Disponível
em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/128084/Monografia%20da
%20Mariana%20Cury.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021

BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa


Catarina. 2018. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?
sequence=-1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021

Ministério da Economia. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso


em: 09 maio 2021

LEIS ESTADUAIS. Decreto Nº 1.141, de 9 de fevereiro de 2021. Dispinível em:


https://leisestaduais.com.br/sc/decreto-n-1141-2021-santa-catarina-institui-o-programa-
para-atracao-de-investimentos-e-incentivos-a-novos-negocios-para-o-estado-de-santa-
catarina-investsc-e-estabelece-outras-providencias Acesso em: 09 maio 2021

Governo de Santa Catarina. Disponível em:


https://www.sc.gov.br/noticias/temas/desenvolvimento-economico/joinville-itajai-
florianopolis-e-blumenau-lideram-o-pib-catarinense#:~:text=O%20Estado%20teve
%20uma%20alta,Geografia%20e%20Estat%C3%ADstica%20(IBGE). Acesso em: 09
maio 2021

RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia


das cidades brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. Disponível em:
http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02
maio 2021

APRIGIO, André Edson Ribeiro de Souza. A paradiplomacia e a atuação


internacional de governos subnacionais. 2015. Tese (Doutorado) - Curso de Escola de
Economia e Gestão, Departamento de Relações Internacionais e Administração Pública,
Universidade do Minho, Braga, 2015. Disponível em:
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/35618/1/Andr%c3%a9%20dson
%20Ribeiro%20de%20Souza%20Aprigio.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021.
SIMINI, Danilo Garnica; TEORO, Mayara Souza. Paradiplomacia na américa latina
e a problemática de sua legitimidade constitucional: uma comparação Brasil e
Argentina. Nucleus, [S.L.], v. 14, n. 2, 31 out. 2017. Fundacao Educational de
Ituverava. http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2176. p. 5 Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/268033061.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021.

GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da


política de atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da Amazônia.
2011. 276 f. Tese (Doutorado) - Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações
Internacionais, Universidade Federal de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf.
Acesso em: 31 mar. 2021

RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia


das cidades brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?
id=q0M5CwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=paradiplomacia&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwi1pZvT2tjvAhXOK7kGHaNOBtAQ6AEwA3oECAUQAg#
v=onepage&q=paradiplomacia&f=false. Acesso em: 31 mar. 2021

FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global


subnacional. a paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou
acomodação. Revista de Direito Internacional, [S.L.], v. 13, n. 1, 5 ago. 2016. Centro
de Ensino Unificado de Brasilia. http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível
em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia
_e_o_direito_internacional_desafio_ou_acomodacao/links/
5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-global-subnacional-a-
paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em: 31
mar. 2021

RODRIGUES, Gilberto Marcos Antonio. Relações internacionais de cidades:


paradiplomacia sui generis?. In:Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em
Ciências Sociais, 2012, Caxambu. Anais [...] . Caxambu: Anpocs, 2012. p. 1-22.
Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?
start=10&q=paradiplomacia+direito+internacional&hl=pt-BR&as_sdt=0,5. Acesso em:
31 mar. 2021

Você também pode gostar