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SUB-NACIONAIS PARA
Viviane Ferreira1
INTRODUÇÃO
1
Viviane Ferreira, graduanda no 6˚ período de Relações Internacionais na Universidade do Vale do Itajaí
(UNIVALI). E-mail: vivianefer25@hotmail.com
2
Mestre e Doutor em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Mestre em
Direito Ambiental e Sustentabilidade pela Universidade de Alicante, Espanha. Doutor em Direito pela
Universidade de Alicante, Espanha. Docente dos cursos de Relações Internacionais e Direito da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. E-mail: charlesarmada@hotmail.com
paradiplomática brasileira no âmbito da cooperação econômica no objetivo de
exteriorizar os ganhos do dinamismo que esta traz e mais especificamente, expor o caso
de Santa Catarina.
3
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 46 Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
4
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
Desta forma, conforme Farias e Rei, os sistemas jurídicos ainda são reticentes
quanto ao reconhecimento da paradiplomacia praticada pelo Estados federados, e o
complemento que estes trazem para o país, na verdade, alguns visualizam como um
problema a soberania. Para os autores, o DIP e os Estados marginalizam a
paradiplomacia a ponto de não considerar que seria “indispensável para consolidação do
soft power dos Estados”, além disso, contribuiria para a defesa de demandas locais e
regionais, perfazendo o papel de agregador na política nacional. 5
Já para Godoy, a
paradiplomacia está representando a descentralização da política externa, sendo assim,
“em situações de conflito com o poder central ou em situações de complementaridade
ao Estado nacional, o exercício da cooperação internacional tem se consolidado como
estratégia das localidades para o alcance de objetivos diversos.”6
5
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
6
GODOY, Sérgio. Cooperação Internacional, desenvolvimento local e disputa de hegemonias: a
experiências de montevidéu (uy), rosário (ar) e santo andré (br). Saarbrucken: Novas Edições
Acadêmicas, 2014. 161 p. Disponível em: https://blogfonari.files.wordpress.com/2016/02/livro-
cooperac3a7c3a3o-internacional-desenvolvimento-local-e-disputa-de-hegemonia-experic3aancias-de-
montevidc3a9u-rosc3a1rio-e-santo-andrc3a9.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021
7
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
acontecer, nas palavras de Farias e Rei, “a segurança jurídica dessas relações se assenta
na magnitude e importância da cooperação multilateral para enfrentamento dos
problemas globais e não necessariamente em um reconhecimento formal de algo que já
se encontra consolidado no sistema internacional”8.
8
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021.
9
GODOY, Sérgio. Cooperação Internacional, desenvolvimento local e disputa de hegemonias: a
experiências de montevidéu (uy), rosário (ar) e santo andré (br). Saarbrucken: Novas Edições
Acadêmicas, 2014. 161 p. Disponível em: https://blogfonari.files.wordpress.com/2016/02/livro-
cooperac3a7c3a3o-internacional-desenvolvimento-local-e-disputa-de-hegemonia-experic3aancias-de-
montevidc3a9u-rosc3a1rio-e-santo-andrc3a9.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021
10
FARIAS, Valéria Cristina; REI, Fernando. Reflexos jurídicos da governança global subnacional. a
paradiplomacia e o direito internacional: desafio ou acomodação. Revista de Direito Internacional,
[S.L.], v. 13, n. 1, p. 319-339, 5 ago. 2016. Centro de Ensino Unificado de Brasilia.
http://dx.doi.org/10.5102/rdi.v13i1.3642. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Valeria-
Farias-2/publication/
306300315_Reflexos_juridicos_da_governanca_global_subnacional_a_paradiplomacia_e_o_direito_inter
nacional_desafio_ou_acomodacao/links/5a3d45090f7e9ba8688e8ae6/Reflexos-juridicos-da-governanca-
global-subnacional-a-paradiplomacia-e-o-direito-internacional-desafio-ou-acomodacao.pdf. Acesso em:
31 mar. 2021
11
RODRIGUES, Gilberto Marcos Antonio. Relações internacionais de cidades: paradiplomacia sui
generis?. In:Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 36., 2012,
Caxambu. Anais [...] . Caxambu: Anpocs, 2012. p. 1-22. Disponível em:
https://scholar.google.com.br/scholar?start=10&q=paradiplomacia+direito+internacional&hl=pt-
BR&as_sdt=0,5. Acesso em: 31 mar. 2021
paradiplomática, a exemplo do Brasil, África do Sul e México.12 Embora que a
jurisdição internacional não reconheça os entes sub-nacionais como sujeitos de direito,
alguns Estados já compreendem a importância daqueles no desenvolvimento da nação,
assim como o fez a Argentina que realizou reformas em sua Constituição em 1994,
alterando os artigos 124, 125 e 126, favorecendo as províncias para atuarem
internacionalmente, evidencia Simini e Teoro.13
A Constituição Federal de 1988 assegura que, uma vez que adotou o federalismo,
o poder político é compartilhado com os estados federados, mas no âmbito
12
RODRIGUES, Gilberto Marcos Antonio. Relações internacionais de cidades: paradiplomacia sui
generis?. In: Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, 36., 2012,
Caxambu. Anais [...] . Caxambu: Anpocs, 2012. p. 1-22. Disponível em:
https://scholar.google.com.br/scholar?start=10&q=paradiplomacia+direito+internacional&hl=pt-
BR&as_sdt=0,5. Acesso em: 31 mar. 202
13
SIMINI, Danilo Garnica; TEORO, Mayara Souza. Paradiplomacia na América Latina e a
problemática de sua legitimidade constitucional: uma comparação Brasil e Argentina. Nucleus, [S.L.],
v. 14, n. 2, p. 47-54, 31 out. 2017. Fundacao Educational de Ituverava.
http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2176. p. 5 Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/268033061.pdf. Acesso em: 31 jan. 2021
14
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 70 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?
id=q0M5CwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=paradiplomacia&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwi1pZvT2tjvAhXOK7kGHaNOBtAQ6AEwA3oECAUQAg#v=onepage&q=p
aradiplomacia&f=false. Acesso em: 31 mar. 2021.
internacional, possuem uma só direção e representação, nas palavras de Ribeiro “a
União é a única entidade com capacidade político-jurídica no plano internacional”. 15
Neste sentido, os entes sub-nacionais se submetem a diplomacia exercida pelo
Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) no que tange a política externa, cuidando
para que não haja desconformidade nos acordos firmados com os demais atores
internacionais, que irá ferir os princípios do ordenamento jurídico brasileiro.
15
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 66 p. Disponível em: https://books.google.com.br/books?
id=q0M5CwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=paradiplomacia&hl=pt-
BR&sa=X&ved=2ahUKEwi1pZvT2tjvAhXOK7kGHaNOBtAQ6AEwA3oECAUQAg#v=onepage&q=p
aradiplomacia&f=false. Acesso em: 31 mar. 2021.
16
SIMINI, Danilo Garnica; TEORO, Mayara Souza. Paradiplomacia na América Latina e a
problemática de sua legitimidade constitucional: uma comparação brasil e argentina. Nucleus, [S.L.],
v. 14, n. 2, p. 47-54, 31 out. 2017. Fundacao Educational de Ituverava.
http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2176. p. 5 Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/268033061.pdf. Acesso em: 31 jan. 2021.
17
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da Amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 69 Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
Cabe relembrar que já foi apresentada no Congresso Nacional a PEC 475/2005, a
“PEC da Paradiplomacia”, que objetivava alterar o artigo 23 da Constituição Federal,
adicionando um parágrafo para que “estados, Distrito Federal e municípios pudessem
promover atos e celebrar acordos ou convênios com entes subnacionais estrangeiros
mediante prévia autorização da União”, porém esta foi arquivada pela Mesa Diretora da
Câmara dos Deputados.19
18
APRIGIO, André Edson Ribeiro de Souza. A paradiplomacia e a atuação internacional de governos
subnacionais. 2015. 150 f. Tese (Doutorado) - Curso de Escola de Economia e Gestão, Departamento de
Relações Internacionais e Administração Pública, Universidade do Minho, Braga, 2015. Disponível em:
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/35618/1/Andr%c3%a9%20Edson%20Ribeiro%20de
%20Souza%20Aprigio.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021.
19
SIMINI, Danilo Garnica; TEORO, Mayara Souza. Paradiplomacia na américa latina e a
problemática de sua legitimidade constitucional: uma comparação Brasil e Argentina. Nucleus, [S.L.],
v. 14, n. 2, p. 47-54, 31 out. 2017. Fundacao Educational de Ituverava.
http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2176. p. 5 Disponível em:
https://core.ac.uk/download/pdf/268033061.pdf. Acesso em: 31 mar. 2021.
20
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da Amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 69. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
21
GOMES FILHO, Francisco. A paradiplomacia subnacional no Brasil: uma análise da política de
atuação internacional dos governos estaduais fronteiriços da Amazônia. 2011. 276 f. Tese (Doutorado) -
Curso de Relações Internacionais, Instituto de Relações Internacionais, Universidade Federal de Brasília,
Brasília, 2011. Cap. 2. P. 84. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/9379/1/2011_FranciscoGomesFilho.pdf. Acesso em: 31 mar.
2021
se mostrando capazes de contribuir para o desenvolvimento e cooperação nacional,
assim como será abordado na seção seguinte.
22
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 39 p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-
9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
23
RIEGER, Fernando Camara; BRUM, Argemiro Luís. Paradiplomacia: uma dinâmica para o
desenvolvimento de territórios periféricos? 2018. p 13, Simpósio latino-americano de desenvolvimento
regional, Unijuí, Ijuí, 2018. Disponível em:
https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/slaedr/article/view/10584/9261. Acesso em: 02 maio
2021
24
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 39 p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-
9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
regiões periféricas, constituem-se em uma nova perspectiva de
ação, uma vez que as relações intermunicipais podem fomentar
projetos conjuntos de inserção e atração de investimentos de
forma coordenada. Na prática, portanto, a paradiplomacia institui,
possivelmente, armações de políticas públicas “fora dos caminhos
batidos” das ações governamentais.(Rieger e Brum)25
Para tanto, Hocking citado por Ribeiro ressalta duas estratégias para a prática
paradiplomática dos entes subnacionais: atuar diretamente no cenário internacional,
“representando o papel de atores internacionais “principais”, buscando seus próprios
interesses; e indiretamente, como mediadores, exercendo influência sobre governos
nacionais para atingir os seus propósitos.”26 Sendo assim, os atores regionais estão aptos
a consolidar negociações que os beneficiem empregando a proatividade ou ainda,
empreender execuções paradiplomáticas através do governo nacional, mas neste caso, a
ação se torna mais custosa.
25
RIEGER, Fernando Camara; BRUM, Argemiro Luís. Paradiplomacia: uma dinâmica para o
desenvolvimento de territórios periféricos? 2018. p 13, Simpósio latino-americano de desenvolvimento
regional, Unijuí, Ijuí, 2018. Disponível em:
https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/slaedr/article/view/10584/9261. Acesso em: 02 maio
2021
26
RIBEIRO, Maria Clotilde Meirelles. Globalização e novos atores: a paradiplomacia das cidades
brasileiras. Salvador: Edufba, 2009. 57 p. Disponível em: http://books.scielo.org/id/zxnbn/pdf/ribeiro-
9788523212018-03.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
27
GODOY, Sérgio. Cooperação Internacional, desenvolvimento local e disputa de hegemonias: a
experiências de Montevidéu-Uruguai, Rosário-Argentina e Santo André-Brasil. 2011. 40 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Ciências da Integração Regional, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.
Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-05112012-111327/publico/
2011_SergioGodoy.pdf. Acesso em: 02 maio 2021.
28
SIQUEIRA, João Ricardo Pessoa Xavier de. A paradiplomacia como instrumento viabilizador do
desenvolvimento local: estudo de caso a partir da atuação internacional do estado de Pernambuco e da
cidade do Recife. 2012. 67 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Estadual da Paraíba, João Pessoa, 2012. Disponível em:
http://pos-graduacao.uepb.edu.br/ppgri/download/Joao-Ricardo.pdf. Acesso em: 02 maio 2021
No entanto, conforme foi descrito na primeira seção, os entes subnacionais estão
sujeitos ao aval da parte federal para captação de recursos, a qual o Estado atua como
viabilizador dos trâmites para contratação da operação, assim como elucida Maia e
Saraiva29:
29
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 maio 2021
30
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 maio 2021
31
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 mai0 2021
“subsoberanos” nos mercados externos”32, desta forma, os governos regionais detém-se
as suas competências, não podendo haver discrepâncias para com o Estado nacional
brasileiro.
Consoante ao autor José Nelson Bessa Maia, os entes subnacionais não se limitam
apenas a captação de recursos dos organismos internacionais, mas incidem um efeito
positivo no desenvolvimento da nação, uma vez que, motivados a obtenção de crédito a
longo prazo em moeda estrangeira a fim de conseguir juros mais baixos para
financiamento de projetos, os governos regionais se tornam agentes de ampliação
econômica e reduzem pontos de estrangulamento como pobreza e atrasos estruturais.
Nas palavras do autor, “a assistência técnica e a capacitação institucional, assim como o
acesso e disseminação de “melhores práticas” extraídas da experiência internacional são
efeitos colaterais virtuosos do entrelaçamento” 33 entre os governos subnacionais
brasileiros e os órgãos de financiamento internacional neste sentido, refletindo no
balanço de pagamentos do país, beneficiando a nação como um todo.
2.1 A paradiplomacia dos estados de Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa
Catarina
32
MAIA, José Nelson Bessa; SARAIVA, José Flávio Sombra. A paradiplomacia financeira em países
emergentes de estrutura federativa. Desafios, [S.L.], v. 28, n. 1, p. 141, 28 jan. 2016. Colegio Mayor
de Nuestra Senora del Rosario. http://dx.doi.org/10.12804/desafios28.1.2016.03. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/22939/3/ARTIGO_ParadiplomaciaFinanceiraPaises.pdf.
Acesso em: 02 mai0 2021
33
MAIA, José Nelson Bessa. A paradiplomacia financeira dos estados brasileiros: evolução, fatores
determinantes, impactos e perspectivas. 2012. p 474 . Tese (Doutorado) - Curso de Relações
Internacionais, Universidade de Brasília, Brasília, 2012. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/10948/1/2012_JoseNelsonBessaMaia.pdf. Acesso em: 02 maio
2021.
34
ISER, Guilherme de Cruzeiro. Os entes subnacionais nas relações internacionais: o fenômeno da
paradiplomacia. 2013. p 47. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/81385/000904668.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 02 maio 2021.
acentuada, formalizando acordos, protocolos de cooperação e missões comerciais com
outros estados e provícias estrangeiras.
Santa Catarina é um dos estados que mais se destaca na paradiplomacia, isto porque
fatores como a formação sociocultural derivada da imigração europeia e
consequentemente ter se solidificado como um dos maiores exportadores brasileiros,
concede ao estado, maior facilidade para com os entes internacionais. Iser complementa
que, os esforços das instituições catarinenses como as universidades, o setor
empresarial, agentes estaduais além da própria sociedade civil contribuem para os
resultados positivos alcançados pelo estado. Em 2003, fora criada a Secretaria de
Articulação Internacional e o Conselho Estadual de Comércio Exterior, responsável por
orientar o comércio exterior de Santa Catarina 36. Atualmente, está em vigor a Secretaria
de Assuntos Internacionais (SAI).
35
ISER, Guilherme de Cruzeiro. Os entes subnacionais nas relações internacionais: o fenômeno da
paradiplomacia. 2013. p 49. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/81385/000904668.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 02 maio 2021
36
ISER, Guilherme de Cruzeiro. Os entes subnacionais nas relações internacionais: o fenômeno da
paradiplomacia. 2013. p 50. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/81385/000904668.pdf?sequence=1&isAllowed=y.
Acesso em: 02 maio 2021
os compõem. Logo, os eixos Cetro-Oeste e Nordeste não possuem uma atividade
paradiplomática tão intensa principalmente por não encontrarem respaldo em seus
respectivos governos.37 Neste sentido, a evidência do comércio exterior e cooperação
internacional pode ser vista como elementos que corroboram para a diminuição das
disparidades econômicas dentro do Brasil. Sendo assim, abordaremos na próxima seção,
o estado de Santa Catarina, como um caso de sucesso na paradiplomacia.
38
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018. P
97. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021.
39
Governo de Santa Catarina. Disponível em: https://www.sc.gov.br/noticias/temas/desenvolvimento-
economico/joinville-itajai-florianopolis-e-blumenau-lideram-o-pib-catarinense#:~:text=O%20Estado
%20teve%20uma%20alta,Geografia%20e%20Estat%C3%ADstica%20(IBGE). Acesso em: 09 maio
feita, pode-se destacar o trabalho da SAI como um dos órgãos propulsores da economia
catarinense, portanto, será tratado um breve histórico de suas atividades.
Após a sua criação em 2003, a SAI teve como primeiro Secretário o diplomata
catarinense Roberto Colin, que já havia acompanhado o governador Luiz Henrique
Silveira enquanto prefeito de Joinville, nas negociações em Moscou com a Escola
Teatro Ballet Bolshoi entre 1996 e 2000. De acordo com Borba, a SAI é um órgão
autônomo, possuindo autonomia administrativa, financeira e técnica, neste sentido, o
órgão planeja, coordena e supervisiona as atividades internacionais, tendo em termos
legais, as mesmas características de uma Secretaria de Estado.40
O governador LHS, realizou oito contratos com operadoras de turismo para Santa
Catarina, além de negociar a restauração da Ponte Hercílio Luz. Entre as missões
relacionadas ao turismo, destaca-se a realizada para a Alemanha, juntamente com a
EMBRATUR, que proporcionou a cidade de Florianópolis sediar o 9˚ Fórum Mundial
de turismo do World Travel and Turism Council (WTTC), em 2009, sendo que no
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40
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018. P
119. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
41
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018. P
131. Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
mesmo ano foi realizada a Cúpula do programa da WTTC Latin America Program na
capital catarinense, resultando na divulgação do país e da região, acrescenta Borba.42
43
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
44
GHEICH, Francys. Relações Internacionais No Âmbito Subnacional: Atração de Investimentos e os
Planos De Desenvolvimento Do Estado De Santa Catarina. 2016. 29 Artigo de Conclusão de Curso
(Bacharelado em Relações Internacionais) – Universidade do Vale do Itajaí, Balneário Camboriú, 2016.
45
PISETA, Mariana Cury. Paradiplomacia: uma análise de santa catarina e de sua relação com o
mercosul. 2014. 44 f. Monografia (Especialização) - Curso de Relações Internacionais, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/128084/Monografia%20da%20Mariana
%20Cury.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
abertura do mercado japonês para a carne suína catarinense. Outras missões oficiais
foram realizadas e houve também a recepção aos países membros da Associação dos
Países do Sudeste Asiático (ASEAN) e alguns países europeus que estiveram em
contato com o estado de Santa Catarina.46
46
BORBA, Alice Helena Heil de. As Relações Internacionais do Estado de Santa Catarina. 2018.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Relações Internacionais, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/190098/PGRI0066-D.pdf?sequence=-
1&isAllowed=y. Acesso em: 09 maio 2021
47
Ministério da Economia. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso em: 09 maio
2021
48
LEIS ESTADUAIS. Decreto Nº 1.141, de 9 de fevereiro de 2021. Dispinível em:
https://leisestaduais.com.br/sc/decreto-n-1141-2021-santa-catarina-institui-o-programa-para-atracao-de-
investimentos-e-incentivos-a-novos-negocios-para-o-estado-de-santa-catarina-investsc-e-estabelece-
outras-providencias Acesso em: 09 maio 2021
I - acompanhar os trabalhos desenvolvidos no INVESTSC;
III - propor diretrizes para atração de investimentos e incentivos a novos negócios para
o Estado, no âmbito do INVESTSC; e
De acordo com Bohn e Krieger, o foco da SAI durante a gestão de Carlos Moisés
será a cooperação com os Estados Unidos, a exemplo disto, o governador e autoridades
locais juntamente com o chefe de desenvolvimento global do grupo americano Hard
Rock, Todd Hricko, reuniram-se em junho de 2019 para discutir a instalação de um
restaurante do grupo na capital catarinense.49
COSIDERAÇÕES FINAIS
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BOHN, Raíssa dos Santos; KRIEGER, Victoria Caroline. Paradiplomacia: um estudo das políticas
externas do estado de Santa Catarina. 2019. Disponível em: file:///C:/Users/usuario/Downloads/156-708-
1-PB.pdf. Acesso em: 09 maio 2021.
Ademais, os estados não se limitam apenas a captação de recursos, visto que são
usados para promover investimentos locais, e consequentemente na melhora da vida dos
cidadãos, além de contribuir para e diminuição da pobreza e no crescimento econômico
da nação. Os entes subnacionais também, estão aptos a realizar cooperações seja no
setor econômico, culturais, de sustentabilidade, sociais, de imigração e outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS