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ISTITUTO SUPERIOR POLITECNICO TOCOISTA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS

DÍVIDAS PÚBLICAS DE MÉDIO E LONGO PRAZO

GRUPO Nº1
DOCENTE: ADELINA MIALA

LUANDA 2022/2023
ISNTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO TOCOISTA
ISPT
DEPARTAMENTO DE CIÈNCIAS ECONÔMICAS

DÍVIDAS PÚBLICAS MÉDIO E LONGO PRAZO

GRUPO Nº1

LUANDA 2022/2023
INTEGRANTES DO GRUPO

Nome Nº
Ana Paulino José 180384
Engrácia Lima Manuel 190091
Inês António César 191066
Janeth António Baptista 191351
Nkengue Paulina Ambrósio 190281
Orcela Ndenga Diedone Sebastião 190896
ÍNDICE

Dedicatória....................................................................................................................... I
Agradecimentos ………………..…..…………………………..…………………....… II
Lista de Abreviaturas E Siglas ……………………………………………………....... III
Resumo ………………………….…...……….………………………………….....… IV
Abstract ………………….…….………………………………………………….….... V
Introdução……………………………………………………………………………… 6
1. Objectivo…………………………………………………………………………….. 7
1.1 Gerais …………………………………………………………………………….… 7
1.2 Específicos …………………………………………….…………….………………7
2. Fundamentação Teorica .............................................................................................. 8
2.1 Conceito e Evolução da Dívida Pública..................................................................... 8
2.1.1 O Crédito Público na Antiguidade .......................................................................... 9
2.1.2 O Crédito Público na Idade Média.......................................................................... 9
2.1.3 Origem da Dívida Pública em Angola ................................................................. 10
2.2 Classificação da Dívida Pública.............................................................................. 11
2.3 Finalidade da Dívida Pública ................................................................................... 13
2.4 Instrumentos Representativos de Dívida.................................................................. 14
2.5 A Visão Econômica Acerca da Dívida Pública. ...................................................... 14
2.6 O Déficit Fiscal como Indutor da Dívida Pública ................................................... 15
2.7 Teorias da Divida Pública ........................................................................................ 16
2.7.1 Teoria Clássica da Dívida Pública ........................................................................ 16
2.7.2 A Teoria da Equivalência Ricardiana. ................................................................. 17
2.8 Estratégia da Dívida Pública ................................................................................... 18
3. Conclusão .................................................................................................................. 19
Referências Bibliograficas ............................................................................................. 20
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho á todos colegas, pois de alguma forma este material servirá de apoio
para eles e para todos que saibam tirar proveito do mesmo.

I
AGRADECIMENTOS

Gratidão a Deus Todo-Poderoso pelo fôlego de vida.

Agradecemos aos nossos pais pela compreensão que connosco tiveram durante o tempo em
que, por estarmos envolvidos com o as actividades do presente trabalho deixamos de fazer
algumas coisas que envolviam a nossa atenção.

Á nossa querida professora Adelina pela disponibilidade do tema em questão, pois


aprendemos bastante.

II
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BT- Bilhetes de tesouro

FMI- Fundo Monetário Internacional

OT-ME- Obrigações de tesouro não reajustável em moeda

OT-NR- Obrigações de tesouro em moedas estrangeiras

OT-TXC- Obrigações de tesouro em moeda nacional indexadas a taxa de Câmbio

OTINBT- Obrigações de tesouro em moeda nacional indexadas aos bilhetes de tesouro

PIB- Produto Interno Bruto

USD- Dolar americano

III
RESUMO

O presente trabalho resulta no trabalho de pesquisa realizado, cujo o foco foi centrado
no processo de evolução da divida pública. Durante décadas, a maior parte dos investimentos
realizados pelo estado tem sido financiada com recursos de terceiros, num processo de
endividamento crescente, que finalmente acabou por esgotar-se, encontrando seu limite na
incapacidade do estado de, com as suas próprias receitas fazer frente aos compromissos
assumidos anteriormente e, ao mesmo tempo realizar os investimentos necessários a
continuidade do desenvolvimento social e económico. Estas dívidas podem diferentes
características e classificações, desde média e longo prazo ás dívidas internas e externas.

IV
ABSTRACT

This work results from the research work carried out, whose focus was centered on the
public debt evolution process. For decades, most of the investments made by the state have been
financed with third-party resources, in a process of growing indebtedness, which finally ended
up running out, finding its limit in the inability of the state to, with its own revenues, face up to
the previously assumed commitments and, at the same time, carry out the investments necessary
for the continuity of social and economic development. These debts can have different
characteristics and classifications, from medium and long term to internal and external debts.

V
INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, especialmente na segunda metade deste século, o endividamento


público tem representado uma das principais fontes de financiamento do desenvolvimento
económico do mundo, notadamente nas economias emergente dos países da industrialização
tardia, em que as limitações determinadas pela capacidade construtiva dos agentes económicos,
aliadas politicas ineficientes de arrecadação de tributos, têm sido factores preponderantes da
consolidação de uma situação de crise fiscal recorrente, em que o montante de tributos auferidos
revela-se, a cada período, insuficiente para fazer frente aos gastos sociais e o investimento nas
infraestrutura necessárias para que se alcance o desenvolvimento social e económico desejado.
A divida surge e aumenta sempre que o governo gasta mais do que arrecada. Assim, quando os
impostos e demais receitas não são suficientes para cobrir as despesas, o governo é financiado
por seus credores (pessoas físicas, empresas, bancos e etc), dando origem a divida pública.
Assim como o bom uso do crédito por um cidadão facilita o alcance de grandes conquistas (a
compra da sua própria casa, por exemplo) o endividamento público se bem administrado,
permite ampliar o bem-estar da sociedade e favorece o bom funcionamento da economia.

Este capítulo tem como finalidade a formalização da ideia de sustentabilidade da


politica de endividamento. Tem também por objectivo apresentar varias medidas ou
metodologias de avaliação que oferecem uma maneira disciplinada de sinalizar se uma politica
é sustentável ou não. Finalmente, e não menos importante, procurar-se aqui mostrar como
administração da divida publica pode desempenhar um papel fundamental na determinação de
sua sustentabilidade.

6
1. OBJECTIVO

1.1 Gerais

Cuja finalidade é proporcionar o desenvolvimento, as alterações, processos, mudanças


na sua totalidade, ou seja, com o objectivo de que seu efeito seja melhorar na qualidade de vida
e a dinâmica de uma economia abrangente.

1.2. Específicos

Cuja finalidade é de estudar e analisar as mudanças de financiamento publico em que


a sua incitação nasce para uma divida publica, de modo a alcançar os objectivos estabelecidos
e de melhorar a qualidade de vida de um país.

7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1 CONCEITO E EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA


Dívida: é um compromisso que alguém assume, podendo ser uma pessoa ou uma
empresa que possui esse compromisso com outra pessoa.

Dívida pública: é aquela que é feita pelo estado e que é reconhecida por títulos que
geram juros. A divida pública é uma forma de governos captarem recursos no mercado para
manter investimentos e programas sociais durante um deficit fiscal

Dívida de Médio e longo Prazo: é o período de entrega ou estipulado do prazo de


pagamento considerando um período acima de 12 meses.

Com modalidade de pagamentos trimestral, quadrimestral. Ou mesmo semestralmente


com prazo de liquidação anual.

A dívida pública abrange empréstimos contraídos pelo estado junto a instituições


financeiras publicas ou privadas, no mercado financeiro interno ou externo, bem como junto a
empresas, organismos nacionais e internacionais, pessoas ou outros governos.

O endividamento público constitui um instrumento fundamental para distribuição


intertemporal ótima das politicas publicas. E por meio dele que as previsões dos bens públicos
podem ser temporariamente dissociadas das arrecadações dos recursos para lhe fazer face. Para
que o instrumento do endividamento possa cumprir de forma adequada seu papel, faz se
necessário que o emissor adote uma politica crível, em que os valores contratualmente
estipulados sejam honrados. Em outras palavras, a politica fiscal tem de ser sustentável.

A dívida pública de um país é considerada sustentável se a restrição orçamentaria do


governo pode ser satisfeita sem ruptura nas politicas monetária e fiscal. Como vamos abordar
ao longo do trabalho isso implica que o valor da divida publica não deve ser superior ao valor
presente de todos os superavits primários futuros.

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2.1.1 O CRÉDITO PÚBLICO NA ANTIGUIDADE

Desde a remota Antiguidade encontram-se vestígios de empréstimos a governantes, a


maioria das vezes para fazer frente a despesas de guerra ou para equipar embarcações que
partiam para alguma expedição comercial ou exploratória. Encontramos em Baleeiro (1981, p.
432) o seguinte relato sobre um estudo de Xenofonte a respeito das rendas de Atenas, em que
são oferecidas aos cidadãos subscrições de empréstimos com o objetivo de equipar as triremes,
barcos de guerra de propriedade pública, com a advertência sobre o risco do capital empregado,
nos seguintes termos” Como não se pode saber se as expedições serão bem ou mal sucedidas,
ninguém terá a certeza de rever o dinheiro subscrito ou de reaver o que se pagou”. No entanto,
lembra que: “...nenhum investimento renderá tanto aos cidadãos pelo capital antecipado; o
subscritor de 10 minas, percebendo três óbulos por dia, retirará 20%, ou seja, tanto quanto um
empréstimo de grande risco. O subscritor de cinco minas recebe mais de 1/3 de seu capital em
juros

2.1.2 O CRÉDITO PÚBLICO NA IDADE MÉDIA


Até o final da Idade Média pouca coisa havia evoluído em termos de empréstimos públicos.
Os empréstimos medievais e até os dos primeiros séculos da Idade Moderna, eram negócios
pessoais do Príncipe, conforme a maior ou menor confiança que inspirasse aos burgueses
possuidores de recursos financeiros. Dessa forma, as dívidas contraídas pelo soberano
constituíam obrigações pessoais do devedor, não se transferindo aos herdeiros e sucessores, os
quais somente honrariam essas obrigações se o desejassem, por magnanimidade ou em respeito
à memória do antecessor, não sendo, portanto, vinculados por obrigação moral ou de direito
vigente na época. Na verdade, grande parte da dívida pública nesse período era constituída junto
aos fornecedores do soberano, com o fornecimento de materiais, gêneros alimentícios, cavalos,
carroças, fardamentos para as tropas, armas e equipamentos para a guerra. Poucos, entretanto,
estavam dispostos a colocar recursos em forma de ouro ou moedas nas mãos dos soberanos e,
os que o faziam, cobravam juros altíssimos. Segundo Baleeiro (1981, p. 435): Já nos Séculos
XVII e XVIII, pensadores como Montesquieu, Colbert, Saint-Simon e Quesnay, na França; e
David Hume e Adam Smith, na Inglaterra, condenavam o empréstimo público como processo
financeiro, chegando alguns a aconselhar e justificar o repúdio às obrigações dele decorrentes.

9
Para esses pensadores, o empréstimo provocava a ruína das nações, afastava os capitais das
aplicações produtivas da agricultura, do comércio e da industria, aniquilando-os em despesas
estéreis de consumo, enquanto se formava uma classe parasitária de pessoas que, graças aos
juros, não trabalhavam, nem assumiam riscos de empresas

2.1.3 ORIGEM DA DÍVIDA PÚBLICA EM ANGOLA


Até meados dos anos 80, a divida externa de Angola (menos de 3 biliões de dólares
americanos) não tinha uma dimensão preocupante, quando o preço do barril do petróleo veio a
experimentar uma importante queda. Em 1994, entretanto, a divida ascendeu a 11 bilhões de
dólares americanos e nos anos seguintes até 1999 (estimativa). A quebra deve-se ao facto de um
eventual “perdão” não assumido oficialmente de parte da divida militar a Rússia. No que diz
respeito ao serviço da divida, em 1998, este correspondia a 37% dos rendimentos do petróleo
equivalente a mais de 18% que em 1996. Se Angola pagasse a divida total, isto é, se não
acumulasse os atrasos, o serviço da divida elevar-se-ia a 62% dos rendimentos do petróleo em
1999. Neste ano se o preço petróleo tivesse permanecido em 11 USD, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) estimava que o serviço da divida teria absorvido quase metade dos
rendimentos do petróleo. Quer os juros atrasados. Quer o serviço da divida são sempre
crescentes desde 1994, com excesso do ano de 1999.

A divida externa cresceu muito rapidamente desde 2001 como resultado de um défice
enorme, alcançando o USD 2,2 bilhões neste período.

As recentes alterações positivas no preço do petróleo têm reduzido substancialmente o


tamanho da divida externa de Angola em relação ao PIB e as exportações com tudo o problema
da divida de Angola estará na sua própria estrutura de grande dependência em empréstimos
garantido pelo petróleo, a curto prazo, mais muito desperdício o que aprofunda a vulnerabilidade
externa do país aos voláteis preços do petróleo internacionalmente. O compromisso do país de
procurar grandes empréstimos garantidos pelo petróleo enfraquece a sua posição externa. A
posição externa de Angola é vulnerável aos choques registados no mercado petrolífero
internacional que pode ter de enfrentar problemas de liquidez se os preços do petróleo caírem
subitamente.

10
No que diz respeito a divida interna, o governo está empenhado em manter, a médio
prazo um excedente orçamental a fim de conter a divida interna e de resolver o stock da divida
privada de modo sustentável e equitativo. O governo está a trabalhar no programa para emitir
dividas a médio prazo (1 a 7 anos) de modo a superar a divida privada interna.

Historicamente, nos últimos 8 anos, a evolução da dívida pública caracterizou-se por


dois momentos distintos. O primeiro momento, entre o período de 2010 até 2014, é marcado
pela estabilidade do stock da dívida em volta dos 33% do PIB, e pela concentração de credores
Bilaterais na carteira da dívida, onde se destacavam a República Popular da China e a República
Federativa do Brasil. O segundo momento, entre o período de 2014 até 2018, é determinado por
um crescimento contínuo do stock da dívida pública, que passou de 39% em finais de 2014 para
84% do PIB em Dezembro de 2018. Outra particularidade, refere-se ao aumento do acesso ao
sector privado externo, por via do crescimento da dívida comercial, que passou de 39% para
54% do stock da dívida externa, e das emissões de Eurobonds , cujo stock em 2018 atingiu o
montante de USD 5 mil milhões. Esta tendência de crescimento da dívida, no segundo momento,
coincide com a queda prolongada do preço do barril do petróleo no mercado internacional a
partir de 2014. Adicionalmente, a desvalorização da moeda nacional face ao dólar acentuou o
crescimento da dívida, devido a existência de títulos indexados ao dólar e de dívida em moeda
estrangeira, quando expressas em Kwanzas.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

A dívida pública pode ser classificada quanto ao grau de responsabilidade principal e acessória:

 Dívida Principal ou Pública – divida em que o Estado (ou outra entidade pública) é o
devedor efectivo de determinadas quantias, pela qual responde as suas receitas. Na
divida principal ainda se distinguem duas situações:
 Dívida Efectiva – Quando a entidade credora não é uma entidade pública.
 Dívida Fictícia – Quando a entidade credora é outra entidade pública.

 Dívida acessória – Quando o Estado (ou outra entidade pública) responde


subsidiariamente pelas dividas de terceiros, sendo posteriormente reembolsado, segundo
as seguintes modalidades:
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 Dívidas com Reembolso de Encargos – Quando o Estado procede ao reembolso
dos empréstimos como se fosse devedor principal;
 Dívida com o Aval do Estado – Quando o Estado se substitui ao devedor
principal quando este não cumpre.

A divida pública pode ser classificada quanto ao lugar de emissão dos empréstimos:

 Dívida interna – Se os empréstimos são emitidos no mercado nacional,


independentemente do tipo de moeda e da nacionalidade dos credores.
 Dívida externa – Se os empréstimos são emitidos em mercados estrangeiros,
independentemente do tipo da moeda e da nacionalidade dos credores.

A divida pode ser classificada quanto a duração dos empréstimos:

 Dívida flutuante (de curto prazo) – Divida que resulta de empréstimo temporário de
curto prazo, contraído geralmente para suprir défices momentâneos de tesouraria.
Engloba também os saldos credores de contas correntes do Estado e das Regiões
autónomas no Banco de Angola e noutras instituições financeiras.
 Dívida fundada (de médio e longo prazo) – divida que resulta de empréstimos
perpétuos e dos empréstimos temporários de médio e longo prazo. Compreende:
 Dívida perpetua ou consolidada – divida que resulta de empréstimos perpétuos,
isto é, empréstimo em que o Estado fica obrigado a pagar um determinado juro
anual, não estando obrigado a proceder ao reembolso do capital, podendo, no
entanto, gozar da faculdade de os reembolsar (empréstimos remíveis) ou não
gozando de tal faculdade (empréstimo não remíveis).
 Dívidas temporárias – divida que resulta de empréstimos temporários a medio
e longo prazo, em que o estado assume a obrigação de reembolsar o capital
emprestado num prazo certo (divida amortizável) ou num prazo incerto, por
morte do credor.

A divida pública pode ser classificada quanto a sua negociabilidade:

 Dívida negociável – divida livremente transmissível representada por títulos de curto,


medio e longo prazo, geralmente cotadas em bolsas.

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 Dívida não negociável – divida cujo grau de transmissibilidade é reduzido ou nulo.
Estes conceitos não coincidem com os da divida pública titulada e não titulada.
 Dívida titulada – aquela em que os direitos e deveres emergentes da contracção de um
empréstimo público são incorporados em certos documentos, em condições definidas
por lei.
 Dívida não titulada – aquela em que os direitos e deveres emergentes de operações
financeiras não estão incorporadas em “títulos documentais”, embora estejam registados
ou contabilizados e possam assim ser objecto de meio de prova.

2.3 FINALIDADE DA DÍVIDA PÚBLICA

Tem como finalidade manter a economia funcionando, ou seja, assegurar os investimentos e


prestações de serviços pelo governo. Em momentos de crise, aumentar os gastos públicos e uma
forma de estimular a actividade económica, promovendo ações sociais ou obras para beneficiar
a população.

No entanto o que nos remete a recorrer a um financiamento público é a confrontação


das nossas despesas públicas com as nossas receitas na finalidade de vermos e sabermos que os
recursos disponíveis suprem as necessidades ou despesas públicas motivo este que recorremos
ou obtemos quando as despesas são maiores que as receitas surgindo assim uma dívida pública
que se consterna em uma equação que consiste em:

Orçamento Geral do Estado= Despesas públicas- Receitas Públicas

A dívida pública é utilizada por vários países para proporcionar equilíbrio fiscal e
manter investimentos e programas sociais em momentos de crise. Quando os recursos captados
pelo governo não são utilizados em investimentos na economia podem provocar uma situação
de endividamento ainda pior.

Se os recursos captados forem destinados em sua maioria para os investimentos em


infraestrutura e bem-estar, promove-se o crescimento económico. ‘’ o problema ocorre quando
o endividamento é utilizado para o que chamamos de custeio de prolongamento de dividas
anteriores’’ explica Brambilla. Assim, o governo emite títulos públicos, comprometendo-se a

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paga-los com juros em um prazo estabelecido. Os investidores adquirem esses títulos e, com
isso, o governo possa conseguir continuar com a quitação das dívidas públicas.

2.4 INSTRUMENTOS REPRESENTATIVOS DE DÍVIDA


Os instrumentos representativos de divida pública titulada podem ser de curto, médio
e longo prazo. As principais tipologias de títulos são:

 Obrigações do tesouro (médio e longo prazo – 2 a 24 anos):


 Obrigações do tesouro não reajustável em moeda nacional (OT-NR)
 Obrigações do tesouro em moedas estrangeiras (OT-ME)
 Obrigações do tesouro em moeda nacional indexadas a taxa de câmbio (OT-
TXC)
 Obrigações do tesouro em moeda nacional indexadas aos bilhetes do tesouro
(OTINBT)

 Bilhetes do tesouro (BT)- curto prazo, emitidos:


 A 91 dias;
A 182 dias,
 A 364 dias.

2.5 A VISÃO ECONÔMICA ACERCA DA DÍVIDA PÚBLICA.


Para a ciência econômica, a dívida pública centra-se em três fatores: impostos,
consumo e poupança, com reflexos na taxa de juros e no montante de recursos destinados a
investimentos (Mankiw, 1995, Capítulo 16). Nesse campo, dividem-se os economistas em duas
correntes principais. Uns defendem a concepção clássica ou tradicional, pela qual a redução de
impostos financiada pelo endividamento público causaria, de imediato, um aumento no
consumo, redução da poupança e, consequentemente, aumento nas taxas de juros. Haveria, no
curto prazo, uma vantagem para as gerações presentes, com o aquecimento da economia e a
geração de empregos. Entretanto, como haverá uma redução na poupança nacional, diminuirão
as fontes de recursos para investimentos futuros, além de desviar os recursos disponíveis para o
pagamento dos encargos decorrentes da dívida. A outra concepção, chamada de Teoria da
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Equivalência Ricardiana, sustenta que a redução de impostos via aumento da dívida pública, por
si só, não aumenta o consumo, não havendo, por esse raciocínio, diferença entre o financiamento
por meio de aumento de impostos ou por meio da obtenção de recursos via empréstimos. Essas
teorias, entretanto, serão tratadas mais detalhadamente nos tópicos seguintes.

É também economicamente relevante a origem dos recursos, se externos ou internos.


O empréstimo interno — aquele obtido dentro de uma mesma unidade econômica, voluntário
ou compulsório — irá retirar de circulação uma parte dos capitais privados, que seriam
destinados a investimentos ou consumo, reduzindo, num primeiro momento, a circulação de
bens e de capital, podendo causar estagnação econômica ou até recessão. No entanto, quando
pagos pelo governo, o capital retornará a essa mesma economia, acrescidos dos juros
correspondentes, operando o efeito inverso. O empréstimo externo — aquele adquirido de outra
unidade econômica — tem a vantagem de não retirar de circulação os capitais internos e, ainda,
acrescentar à economia os capitais externos. Assim que, sendo maior o volume de recursos
disponíveis para a sociedade, no caso de dívida externa, maior será a renda nacional que se
obterá. Deste maior volume de renda nacional obter-se-ia uma maior arrecadação a título de
impostos, a qual servirá para financiar o pagamento dos encargos futuros, formando o círculo
virtuoso. A desvantagem virá no futuro, em que uma parte da renda interna deverá ser subtraída
para o pagamento de amortizações e encargos, além das dificuldades institucionais que sempre
acompanham a dívida externa, também já anteriormente mencionadas.

2.6 O DÉFICIT FISCAL COMO INDUTOR DA DÍVIDA PÚBLICA

O déficit fiscal, embora seja pré-requisito básico para a criação da dívida pública, não é
sinônimo desta. Ao incorrer em déficit, o governo passa a administrar uma situação de
desequilíbrio orçamentário, necessitando recorrer ao setor privado para, de alguma forma,
buscar os recursos necessários à sua cobertura. A dívida pública constitui-se num dos diversos
meios de que dispõe o administrador público para financiar déficits orçamentários ou fiscais.

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2.7 TEORIAS DA DIVIDA PÚBLICA
2.7.1 TEORIA CLÁSSICA DA DÍVIDA PÚBLICA

De acordo com a Teoria Clássica (Musgrave, 1976), o financiamento do deficit público


ou de investimentos através da tributação implicará a redução de recursos antes disponíveis para
a formação de capital privado ou destinados ao consumo, o que poderia comprometer as taxas
de crescimento econômico, num cenário em que estas dependam do consumo e do capital
circulante. Assim, a decisão entre financiamento por tomada de empréstimo ou por aumento de
impostos envolve uma escolha entre aumentar o consumo presente, com elevação das taxas de
produção e de emprego, beneficiando a geração atual, em detrimento das gerações futuras, no
primeiro caso; e uma retirada de recursos de grande parte da formação de capital privado e uma
outra do consumo privado para o financiamento de investimentos que irão beneficiar as gerações
futuras com a sacrifício da geração presente, no segundo caso.

Como se vê, é uma questão de se buscar um ponto de equilíbrio, de acordo com o


cenário político, econômico e social vigente em uma determinada unidade econômica, de modo
a contemplar a geração atual, sem comprometer as gerações futuras e realizar os investimentos
necessários para o futuro sem sacrificar em demasia a geração presente. Uma política fiscal que
tem por alvo acentuar o crescimento, confia no financiamento por coleta de impostos, ao passo
que a destinada a suportar o consumo presente se apoia no financiamento por empréstimos.

No entanto, o financiamento através da tributação seria a alternativa mais corretamente


aplicável para suprir déficits primários, em que as despesas correntes superam as receitas
próprias; e também para os investimentos em obras e serviços de curta durabilidade, de modo a
não comprometer gerações futuras com encargos que lhes trouxeram nenhum benefício.

Por outro lado, a utilização do endividamento como forma de financiamento justifica-


se em duas situações: a) quando o déficit público for a causa básica de um processo
inflacionário, o que inviabilizaria sua cobertura através da emissão de moeda e apresentaria um
cenário desfavorável para a majoração real de tarifas e tributos; b) quando se tratar de
financiamento para investimentos de longo prazo e longa duração, em que os benefícios do
investimento se estendam ao longo do tempo, favorecendo várias gerações, de forma que
também os custos, assim como os benefícios, sejam distribuídos entre a população efetivamente
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favorecida, de acordo com os princípios da “equidade entre gerações” e “pagamento conforme
o uso”, os quais serão vistos a seguir.

2.7.2 A TEORIA DA EQUIVALÊNCIA RICARDIANA.

A faculdade de contrair dívidas, como meio de realização dos fins do Estado já se integra
no caráter geral do processo econômico de repartição do custo de funcionamento do governo e,
ao mesmo tempo, de redistribuição da renda nacional, atividades peculiares à administração das
finanças públicas. A concepção de que o empréstimo público dividia com as gerações futuras o
custo de um investimento público do presente já era entendimento consagrado entre os
financistas do século XVIII. No inicio do século seguinte, o economista David Ricardo, em seu
estudo sobre o “Funding Sistem”, viria a iniciar uma controvérsia sobre a repartição dos
encargos da dívida no tempo, a qual tem sido realimentada por várias gerações de financistas,
(Baleeiro, 1981, p.442), debate esse que perdura até os dias de hoje.

Ao contrário da Teoria Clássica, a chamada Teoria da Equivalência Ricardiana sustenta


que não há diferença entre o financiamento de investimentos por meio de endividamento ou por
meio de majoração de tributos. O princípio defendido é o de que a dívida pública atual é
equivalente aos impostos futuros e, se os consumidores estiverem suficientemente atentos ao
futuro, verão que os impostos futuros, a serem utilizados para pagamento da dívida, são
equivalentes aos impostos presentes, mudando apenas o momento de sua cobrança.

Portanto, segundo a teoria de Ricardo, financiar o governo por meio da dívida pública
é o mesmo que financiá-lo por meio de impostos. Da mesma forma, uma redução de impostos
financiados pela dívida pública deixaria inalterado o consumo e aumentaria a poupança, eis que
o consumidor racional pouparia o acréscimo de renda disponível para poder pagar, no futuro, o
provável aumento nos impostos (Mankiw, 1996, Capítulo 16).

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2.8 ESTRATÉGIA DA DÍVIDA PÚBLICA

O principal objectivo da estratégia consiste na implementação de acções que permitam


melhorar o perfil de custo e risco da dívida e que apoiem a sua sustentabilidade. Dando
seguimento a este desiderato, o Estado Angolano aderiu a uma Facilidade de Financiamento
Alargada do Fundo Monetário Internacional, que não só permitirá uma consolidação fiscal, por
via da racionalização da despesa, mas também facilitará a recuperação económica diversificada
e sustentável.

Estes efeitos conduzirão a redução das necessidades de financiamento, ao mesmo


tempo que permitirão implementar um programa de financiamento mais alinhado com os
objectivos do Plano Nacional de Desenvolvimento, no vector da sustentabilidade das finanças
públicas. Neste contexto, descrimina-se as principais directrizes da estratégia de endividamento
a serem alcançadas.

 Fomento do mercado doméstico e alargamento da maturidade;


 Redução da indexação e da exposição ao mercado petrolífero.

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3. CONCLUSÃO

O presente trabalho cujo foco principal centrou-se na modalidade e na sustentabilidade


da dívida pública, em especial o seu surgimento por meio de um défice fiscal, pois quando as
receitas são inferiores as despesas públicas por realizar há, a então necessidade de recorrer a
uma alternativa que possibilite a sustentabilidade social de modo a manter um equilíbrio
económico. Estas dividas são feitas através de títulos de medio e longo prazo. A atividade
financeira do Estado consiste em arrecadar recursos para atender às necessidades básicas da
população, cabe aos gestores públicos gerir de forma adequada esses recursos já que são
escassos, de modo a comprometer o mínimo possível suas receitas correntes com pagamento de
dívidas, tanto de curto quanto de longo prazo. Dessa forma, poderá aplicar mais em áreas básicas
como educação, saúde, saneamento entre outras.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CARVALHO, Deusvaldo. Administração Financeira e Orçamentária e Contabilidade Pública.


Ed. Campus, 2004.

CARVALHO, José Carlos de. Orçamento Público: teoria e questões atuais comentadas. 2. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

FATTORELLI, Maria Lúcia. Auditoria cidadão da dívida pública Júlio de Castilhos -2.ed –
Porto Alegre

Livro da Dívida Pública: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/livro-divida-publica


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Plano Anual de Financiamento: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/plano-anual


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Relatório Mensal da Dívida: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/relatorio-mensal dadivida

Relatório Anual da Dívida: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/relatorio-anual dadivida

TREUHERZ, Rolf Mário. Administração da dívida pública- São Paulo- Pioneiroa, 1979.

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