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A relação bancária, estabelecida entre os bancos e os seus clientes, é uma relação de permanente
informação entre as partes. O Direito bancário é um direito de informações, em face da perfeita
predeterminação dos intervenientes (banqueiro e cliente), e tendo em conta o valor das
operações e a necessidade extrema da precisão, as informações redobram de valor e assumem
um papel pioneiro em termos de regulação.1
No decurso desta relação, o banco em alguns casos e com a devida autorização do seu cliente,
pode prestar informações sobre este a terceiros; prestar aconselhamento sobre várias questões
relativas a sua relação e, para além, disso podem os bancos trocar entre si informações no âmbito
da actividade bancária.
Modalidades
-Clausulas gerais, quando decorrem de prescrições indeterminadas, com relevo para a boa fé in
contrahendo ou para a absorvancia da boa fé na execução dos contratos (art227/1 e art762/2 CC)
- Lei escrita, quando e referido por lei expressa a tanto dirigida (art573CC), e pode incluir-se
aqui o dever de informação que foi expressamente acordado por contrato entre as partes.2
1
CORDEIRO, Menezes Antonio , Manual de Direito Bancario , 2ªed., Almedina,p365
2
Ibidem.,p364
Deveres de informação substanciais, aqueles em que o obrigado esta adstrito a veicular a
verdade que conheça, descrevendo-a, em termos explícitos e deveres de informação formais,
aqueles em que o obrigado fica apenas vinculado a transmitir uma mensagem pré-fixada.3
Informações ao cliente
Na relação jurídico bancária, as partes podem trocar determinadas informações. Quando se trate
de um cliente, isto é, pessoa com a qual o banco tem uma relação duradoura, o banco poderá
estar obrigado a prestar as informações que, ex bona fide, tenham a ver com a relação em curso.
No Direito bancário, a informação requerida aos bancos é no essencial, de tipo técnico-jurídico.
A factualidade ligada aos negócios bancários, particularmente os que tenham a ver com dinheiro
é, em regra, bastante simples.4
Informações do cliente
No que diz respeito aos bancos, as informações dos clientes estão sujeitas ao dever de segredo
profissional e, como tal, apenas reveláveis nos termos da lei, com a autorização do cliente, ou no
âmbito de centralização do risco de crédito. E é preciso tomar em consideração que o dever de
informação dos bancos apenas existe na parte em que não contenda com o dever geral do segredo
bancário, e a sua intensidade varia em função do grau de experiencia do cliente. 6 A parte
referente ao segredo bancário, corresponde a um limite do dever de informação.
4
Ibidem., p368
5
Vide Artigo 45 da Lei n15/99 de 1 de Novembro
6
WATY, Teodoro Andrade, Direito Bancario, 2011.,P140
directa lhe advém de prestar informações sobre os seus clientes, para alem do acréscimo de
trabalho que isso representa. Como já foi referido as informações a prestar nos casos previstos na
lei estão sobre segredo profissional, elas respeitam apenas a factos e devem cingir-se ao
estritamente necessário para o acatamento dos preceitos em jogo.7
7
CORDEIRO, Menezes A.,ob. Cit., p370