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Informações gerais
> Qual a finalidade do processo de insolvência?
O processo de insolvência tem como objetivo a satisfação, pela forma mais eficiente
possível, dos direitos dos credores. De acordo com o artigo 1.º do Código de Insolvência e
Recuperação de Empresas (CIRE), trata-se de um processo de execução universal (uma vez que
todo o património do devedor insolvente responde pelas suas dívidas), que tem como finalidade
a satisfação dos credores. Essa satisfação alcança-se pela forma prevista num plano de
insolvência, que se baseará na recuperação do devedor ou na liquidação do seu património e
repartição do seu produto pelos credores.
Além disso, goza de precedência face ao trabalho ordinário do tribunal. Aliás, o seu
carácter urgente é notório ainda pelo facto de o juiz ter apenas três dias úteis para fazer a
apreciação liminar do pedido (artigo 27.º do CIRE) e, igualmente, três dias úteis para declarar a
insolvência, quando a apresentação seja feita pelo devedor (artigo 28.º do CIRE).
Além destes, também outros sujeitos podem ser declarados insolventes: as heranças
jacentes, sociedades civis, estabelecimento individual de responsabilidade limitada, entre outras.
Notar que este dever não se aplica aos devedores singulares não titulares de empresa
(artigo 18.º, n.º 2 do CIRE). E
Este dever de apresentação não existe nos casos de insolvência meramente iminente,
uma vez que aí não se está perante uma situação consumada e não se deve excluir a
possibilidade de os dados se virem a alterar. Além disso, quanto aos devedores titulares de
empresa, existe uma presunção absoluta de que conhecia a situação de insolvência após três
meses de incumprimento generalizado das suas obrigações (artigo 18.º, n.º 3 do CIRE).
É culposa a situação que tiver sido criada ou agravada em virtude de uma atuação
dolosa ou com culpa grave o devedor ou dos seus administradores, nos três anos anteriores ao
início do processo de insolvência (artigo 186.º, n.º 1 do CIRE), sendo fortuita quando assim não
tiver sido originada.
Ora, existe uma presunção inilidível (isto é, não afastável por prova em contrário),
quando o devedor não seja pessoa singular e os seus administradores pratiquem certos atos
(artigo 186.º, n.º 2), nomeadamente, quando tenham destruído, danificado, inutilizado, ocultado
ou feito desaparecer todo ou parte considerável do património do devedor; quando tenham
disposto dos bens do devedor em proveito pessoal ou de terceiros; quando hajam comprado
mercadorias a crédito, revendendo-as ou entregando-as em pagamento por preço sensivelmente
inferior ao corrente, antes de satisfeita a obrigação; quando tenham criado ou agravado
artificialmente passivos ou prejuízos ou reduzidos lucros, causando, por exemplo, a celebração
pelo devedor de negócios ruinosos em seu proveito ou no de pessoas com sejam especialmente
relacionadas com aqueles.
Desta peça deve constar as razões que conduziram à situação de insolvência, oferecendo
os meios de prova necessários, além dos demais documentos, que a lei exige.
Se o requerente não for o próprio devedor (por exemplo, um credor), da petição inicial
deve constar a verificação de algum fator indicativo do artigo 20.º do CIRE, além de ter que
justificar a sua posição de credor ou responsável pelos créditos sobre a insolvência. Do artigo
20.º do CIRE, resultam, enquanto factos indicativos da situação de insolvência de um devedor,
por exemplo, a suspensão generalizada do pagamento das obrigações vencidas; fuga do titular
da empresa ou dos administradores do devedor ou abandono do local em que a empresa tem as
sede ou exerce a sua principal atividade, relacionados com a falta de solvabilidade do devedor e
sem designação de substituto idóneo; dissipação, abandono, liquidação apressada ou ruinosa de
bens e constituição fictícia de créditos.
se o devedor tiver requerido que a administração lhe fique confiada (artigos 36.º, n.º 1, al. e),
223.º e 224.º CIRE).
Ora, a massa insolvente será constituída por todo o património do devedor, na data em
que for declarada a sua insolvência (artigo 46.º, n.º 1) do CIRE). Além desse património,
também fazem parte da massa insolvente os bens e direitos de carácter patrimonial e que
possam ser convertidos em dinheiro, adquiridos na pendência do processo de insolvência. Por
isso, podem fazer parte da massa insolvente direitos de propriedade, direitos de uso, reservas de
propriedade, entre outros. Notar que se o devedor insolvente for casado em regime de
comunhão de bens, a massa insolvente compreende, igualmente, a sua meação nos bens
comuns.
Por outro lado, serão excluídos da massa insolvente os direitos do devedor que tenham
natureza não patrimonial, bem como os bens que sejam absolutamente impenhoráveis (artigo
46.º, n.º 2 do CIRE). Já os bens relativamente impenhoráveis só poderão integrar a massa
insolvente se forem voluntariamente os apresentar (artigo 46.º, n.º 2 do CIRE).
Isto porque a massa insolvente tem em vista o pagamento dos credores, depois de
satisfeitas as dívidas da massa – tendo estas prioridade em face dos credores. Não será assim, se
o devedor (pessoa singular) tiver requerido, antes da sentença, a exoneração do passivo restante
(artigo 39.º, n.º 8 do CIRE).
que sejam autores ou exequentes em ações que corram contra o insolvente e exista ou não
sentença transitada em julgado nesses mesmos processos.
E porquê? Porque, uma vez declarada a insolvência, todos os pagamentos feitos aos
credores serão feitos no âmbito deste processo e aquela obsta à instauração e ao prosseguimento
de qualquer Acão executiva contra a massa insolvente. Além disso, se os credores tiveram
ganho aquelas ações, não podem exercer os seus direitos fora do processo.
É muitas vezes o não ser capaz de liquidar, em devido tempo, uma dívida, o que leva os
devedores a se vincularem a um novo crédito. Assim, é muito comum, contra o devedor
insolvente ou em situação de insolvência iminente já correrem ações executivas, com vista ao
pagamento de dívidas que aquele contraiu e não conseguiu liquidar.
(artigo 88.º, n.º 3 do CIRE). O administrador deve, então, comunicar aos agentes de execução
designados do encerramento dos processos.
Nos três meses que se seguem à declaração de insolvência, não podem ser propostas
execuções com vista ao pagamento de dívidas da massa insolvente (artigo 89.º, n.º 1 do CIRE).
ainda direito a ser indemnizado pelos prejuízos que haja sofrido, até ao valor ao valor da
contraprestação que a massa insolvente possa exigir à contraparte, abatido o quantitativo que a
outra parte tenha direito, e constitui um crédito sobre a insolvência.
Nas situações em que o insolvente for o locatário, o contrato de locação não é suspenso
pela declaração de insolvência, mas o administrador pode denunciar esse contrato, a menos que
o locado se destine à habitação (casa arrendada) do insolvente. Mas se a coisa locada ainda não
tiver sido entregue ao locatário à data da declaração de insolvência deste, o locador ou
administrador de insolvência podem resolver o contrato (artigo 108.º, n.º 5 do CIRE).
Deste modo, podem ser resolvidos os atos prejudiciais à massa, praticados dentro dos
dois anos anteriores à data do início do processo de insolvência (artigo 120.º, n.º 1 do CIRE).
E que atos podem ser prejudiciais para a massa? Todos aqueles que diminuam, frustrem,
dificultem, ponham em perigo ou retardem a satisfação dos credores (n.º 2 do artigo 120.º do
CIRE).
Quanto a estes, há uma ordem de pagamento: primeiro, paga-se aos credores que
tenham garantias reais (artigo 174.º), como a hipoteca ou o penhor; depois, paga-se aos credores
privilegiados (artigo 175.º), como sejam os créditos do Estado ou autarquias locais; em terceiro
lugar, pagam-se os credores comuns (artigo 176.º), isto é, todos os credores que não sejam
privilegiados ou garantidos; e, finalmente, paga-se aos credores subordinados (artigo 177.º),
definidos pelo artigo 48.º do CIRE: créditos detidos por pessoas especialmente relacionadas
com o devedor, créditos cuja subordinação haja sido convencionada, créditos sobre a
insolvência que, em virtude da resolução em benefício da massa, resultem para terceiro de má
fé, entre outros.
10360 – Processo de Insolvência
(artigo 231.º do CIRE); quando o administrador da insolvência conclua que a massa insolvente é
insuficiente para fazer face às suas dívidas (artigo 232.º do CIRE), quando não tenha sido
declarado encerrado aquando do despacho inicial referente ao pedido de exoneração do passivo
restante (artigo 230.º, n.º 1 do CIRE).
Finalmente, os credores poderão reclamar junto do devedor os seus direitos que não
hajam ficado satisfeitos com o processo de insolvência (porque os credores cujos créditos não
hajam sido inteiramente satisfeitos podem ainda vir a reclamar esses direitos, algumas pessoas
singulares insolventes requerem a exoneração do passivo restante que não for liquidado com o
processo).
> O que é?
O Processo Especial de Revitalização (PER) tem como finalidade permitir a uma
empresa que esteja numa situação economicamente difícil ou em situação de insolvência
iminente, mas que ainda seja passível de ser recuperada, negociar com os credores com vista a
um acordo (plano de recuperação) que leve a revitalização daquela (artigo 17.-A, n.º 1 do
CIRE).
Plano de Recuperação.
O que é:
O plano de recuperação é um acordo entre os credores de um devedor - empresa - que
prevê o modo de pagamento dos respetivos créditos através da revitalização do devedor,
permitindo-lhe continuar a exercer a sua atividade económica.
Devem ser fornecidos aos credores todos os elementos que permitam confirmar a
viabilidade económico-financeira da empresa. O plano de recuperação deve ainda descrever as
medidas adequadas à sua implementação e integrar todos os elementos importantes para a sua
aprovação pelos credores e para a homologação pelo Juiz.
Com efeito, as dívidas fiscais e à Segurança Social podem ser pagas em prestações
mensais e iguais, até ao limite máximo de 150 prestações. Se a dívida exceder 51.000,00€
nenhuma das prestações pode ser inferior a 1020,00€.
Aprovação:
Para que o plano de recuperação possa ser aprovado é necessário que seja votado
favoravelmente pelos credores. A regra na contagem dos votos é 1 Euro, 1 voto, ou seja, é
atribuído um voto por cada Euro de crédito.
Deve ainda apresentar declaração subscrita, há não mais de 30 dias, por contabilista
certificado ou por revisor oficial de contas, sempre que a revisão de contas seja legalmente
exigida, atestando que não se encontra em situação de insolvência atual.
Após este momento, as partes declarantes dispõem de 2 meses, que pode ser prorrogado
por mais um, para concluírem as negociações (artigo 17.º-D, n.º 5 do CIRE).
Por fim, se o juiz nomear administrador judicial provisório, o devedor fica impedido
praticar atos de especial relevo sem a autorização daquele (artigo 17.º-E, n.º 2 do CIRE).
Sendo o plano de recuperação aprovado por unanimidade, deve ser assinado por todos,
sendo remetido ao processo, para a homologação ou recusa deste pelo juiz. Se não houver
aprovação unânime, o plano é remetido ao tribunal, considerando-se aprovado se:
sendo votado por credores cujos créditos representem, pelo menos, um terço do total
dos créditos relacionados com direito de voto, recolha o voto favorável de mais de dois terços
da totalidade dos votos emitidos e mais de metade dos votos emitidos correspondentes a
créditos não subordinados, não se considerando como tal as abstenções; ou
O processo pode terminar, ou porque os declarantes concluam não ser possível chegar a
um acordo, ou pelo decurso do tempo para concluírem as negociações (2 ou 3 meses).
A empresa que queira lançar mão do PER, deve ter em atenção o facto de o
encerramento do processo a impedir de recorrer ao mesmo durante os dois anos que seguintes.
Aprovação:
Para que o plano de recuperação possa ser aprovado é necessário que seja votado
favoravelmente pelos credores. A regra na contagem dos votos é 1 Euro, 1 voto, ou seja, é
atribuído um voto por cada Euro de crédito.
recuperação possa ser admitido à votação), desde que, recolha o voto favorável de credores que
representem mais de ½ (metade) dos votos, sendo que, mais de metade destes votos favoráveis
devem corresponder a créditos não subordinados.
Efeitos:
O início do processo especial de revitalização (PER) tem os seguintes efeitos:
Com efeito, as dívidas fiscais e à Segurança Social podem ser pagas em prestações
mensais e iguais, até ao limite máximo de 150 prestações. Se a dívida exceder 51.000,00€
nenhuma das prestações pode ser inferior a 1020,00€.
Por outro lado, pode igualmente ser invocada a prescrição das dívidas correspondentes,
a qual pode ser decretada diretamente pelo juiz do tribunal do comércio onde corre o processo
especial de revitalização (PER).
> O que é?
É um processo extrajudicial, que corre termos junto da Conservatória do Registo
Comercial, e que permite a um devedor, que se encontre em situação económica difícil ou em
10360 – Processo de Insolvência
As pessoas singulares que não sejam empresárias em nome individual não podem
recorrer ao RERE - regime extrajudicial de recuperação de empresas. Em alternativa, as pessoas
singulares que não explorem nenhuma empresa podem recorrer ao processo especial para
acordo de pagamento (PEAP), que é um processo destinado a permitir a sua recuperação e
reestruturação e, assim, evitar a insolvência pessoal.
10360 – Processo de Insolvência
Finalidade:
O RERE - regime extrajudicial de recuperação de empresas - destina-se a promover
negociações por via extrajudicial entre o devedor e todos ou alguns dos seus credores com vista
à aprovação de um acordo de reestruturação que preveja uma alteração da composição, das
condições ou da estrutura do passivo e/ou do ativo do devedor, incluindo o capital social, ou
uma combinação destes elementos, incluindo a venda de ativos ou de partes de atividade, com o
objetivo de que a empresa sobreviva, na totalidade ou em parte.
Aprovação:
Ao contrário do que acontece com o processo especial de revitalização (PER) o acordo
de reestruturação não precisa de ser votado. Como se trata de um procedimento voluntário cada
um dos credores vota favoravelmente o acordo apenas se aceitar a reestruturação do respetivo
crédito. Se não aceitar o acordo de reestruturação o seu crédito permanecerá inalterado.
Ainda, os prestadores de serviços essenciais (água, luz, gás, etc.) ficam impedidos de
interromper o fornecimento dos mesmos por dívidas relativas a serviços prestados em momento
anterior ao depósito
É por isso que se recomenda que, logo que a sua empresa se encontre numa situação
económica difícil, e o quanto antes, deve recorrer ao RERE, com vista á obtenção de acordo
com os principais credores e, assim, encontrar uma solução que possibilite a revitalização da
mesma. Isto é, quanto mais cedo procurar negociar com os credores no sentido de encontrar
uma solução benéfica para todos, maior será a probabilidade de vir a ser bem-sucedido. Atacar o
problema desde o início pode ser crucial para garantir a continuidade da empresa.
O devedor pode ainda designar um credor líder, que será o interlocutor preferencial dos
credores no contacto com o devedor, ou mais do que um credor líder, na medida em que os
credores considerem que a tutela dos seus interesses justifica essa pluralidade, ou acordar na
nomeação de um comité de credores, para acompanhar a atividade do devedor no decurso das
negociações.
Sempre que forem credoras do devedor ou que com este mantenham acordo
prestacional, a segurança social e a AT, os trabalhadores e as organizações representativas dos
trabalhadores, participam obrigatoriamente nas negociações a realizar ao abrigo do RERE,
mesmo que não subscrevam o protocolo de negociação.
> O que é?
Trata-se de um processo especial para acordo de pagamento, destinado ao devedor
pessoa singular (isto é, que não seja empresa), e que se encontre em situação económica difícil
ou em situação de insolvência meramente iminente, permitindo ao devedor estabelecer
negociações com os seus credores.
Finalidade:
O processo especial para acordo de pagamento (PEAP) destina-se a permitir a
recuperação e revitalização das pessoas singulares através da aprovação de um acordo de
pagamento, que preveja uma reestruturação do seu passivo, evitando-se assim, a sua insolvência
pessoal.
Por sua vez, o processo especial de revitalização (PER) passou a ser um mecanismo de
recuperação destinado exclusivamente a empresas.
Para iniciar o PEAP, o devedor deve entregar junto do Tribunal competente para
declarar a sua insolvência requerimento comunicando a manifestação de vontade, juntando
ainda:
A declaração escrita assinada pelo devedor e pelo menos um dos seus credores;
Lista de todas as ações de cobrança de dívida pendentes contra o devedor;
Comprovativo da declaração de rendimentos do devedor;
Comprovativo da sua situação profissional ou, se aplicável, situação de
desemprego,
Relação de todos os credores, com indicação dos respetivos domicílios, dos
montantes dos seus créditos, datas de vencimento, natureza e garantias de que
beneficiem, e da eventual existência de relações especiais;
Relação de bens que o devedor detenha em regime de arrendamento, aluguer ou
locação financeira ou venda com reserva de propriedade, e de todos os demais
bens e direitos de que seja titular, com indicação da sua natureza, lugar em que
se encontrem, dados de identificação registral, se for o caso, valor de aquisição
e estimativa do seu valor atual.
credores que não tenham subscrito a declaração que deu início ao processo, que deu início a
negociações com vista à elaboração de acordo de pagamento, convidando-os a participar.
Se esta, após publicação, não for impugnada no prazo de cinco dias úteis, converte-se
de imediato em lista definitiva.
O PEAP obsta, antes de mais, à instauração de quaisquer ações para cobrança de dívidas
contra o devedor. Ainda, e durante todo o tempo que em decorrerem as negociações, suspende,
quanto ao devedor, as ações em curso com idêntica finalidade, extinguindo-se aquelas logo que
seja aprovado e homologado acordo de pagamento.
Caso tenha sido previamente requerida a insolvência de devedor, desde que ainda não
tenha sido proferida sentença de insolvência, o processo é suspenso, extinguindo-se logo que
aprovado e homologado acordo de pagamento.
Por fim, fica o devedor impedido de praticar atos de especial relevo a nível patrimonial,
sem que previamente tenha obtido autorização por parte do administrador judicial provisório.
10360 – Processo de Insolvência
Sendo o acordo de pagamento aprovado por unanimidade, deve ser assinado por todos,
sendo remetido ao processo, para a homologação ou recusa deste pelo juiz.
sendo votado por credores cujos créditos representem, pelo menos, um terço do
total dos créditos relacionados com direito de voto, recolha o voto favorável de
mais de dois terços da totalidade dos votos emitidos e mais de metade dos votos
emitidos correspondentes a créditos não subordinados, não se considerando
como tal as abstenções; ou
recolha o voto favorável de credores cujos créditos representem mais de metade
da totalidade dos créditos relacionados com direito de voto, e mais de metade
destes votos correspondentes a créditos não subordinados, não se considerando
como tal as abstenções.
O processo pode terminar, ou porque os declarantes concluam não ser possível chegar a
um acordo, ou pelo decurso do tempo para concluírem as negociações (2 ou 3 meses).
O devedor que queira lançar mão do PEAP, deve ter em atenção o facto de o
encerramento do processo o impedir de recorrer ao mesmo durante os dois anos que seguintes.
De qualquer modo, se o processo for instaurado apenas contra um dos cônjuges, o outro
cônjuge, com a anuência do outro e independentemente do acordo do requerente, pode
apresentar-se à insolvência no âmbito do mesmo processo.
Se quer der entrada do pedido de insolvência for um dos credores ou o responsável legal
pelas dívidas do devedor, deve justificar, na petição inicial, a origem, a natureza e o montante
do seu crédito ou a sua responsabilidade pelos créditos sobre a insolvência, respetivamente, bem
como oferecer os elementos que possua quanto ao ativo e passivo do devedor. Além disso, deve
oferecer todos os meios de prova de que disponha e indicar testemunhas. Neste caso, o devedor
10360 – Processo de Insolvência
é depois citado pessoalmente, sendo alertado de que, se não se opuser, têm-se por confessados
os factos alegados, e de que deve ter os documentos acima enumerados disponíveis para
entregar ao administrador de insolvência.
o devedor, quando se encontre em situação de revelia absoluta por não ter sido
pessoalmente citado;
o cônjuge, os ascendentes, descendentes e afins em 1.º grau da linha reta da
pessoa insolvente, se tiver fundamento na fuga do devedor relacionada com a
sua falta de liquidez;
o cônjuge, herdeiro, legatário ou representante do devedor, quando este faleça
antes de o deduzir oposição;
os credores;
os responsáveis legais pelas dívidas da insolvência.
Estes mesmos sujeitos, e mesmo o devedor que não se pudesse opor por embargos,
cumulativa ou alternativamente, podem interpor recurso da sentença de declaração de
insolvência, se entenderem que aquela nunca deveria ter sido proferida (artigo 42.º do CIRE).
E porque é assim? Porque se procura impedir o devedor de praticar atos que diminuam
o seu ativo, ou que aumente o seu passivo. Assim, defende-se o seu património, por forma a
melhor poder garantir aos credores o seu direito a serem ressarcidos pelos seus créditos. Então,
10360 – Processo de Insolvência
com a declaração de insolvência, o devedor não pode gerir os seus bens, até os credores serem
pagos ou até que a massa insolvente deixe de existir.
Deste plano, deve constar uma proposta de satisfação dos credores, acautelando os seus
interesses. A apresentação deste plano de pagamento comporta a confissão de que se encontra
em situação de insolvência, pelos menos iminente, pelo devedor.
Se os credores não recusarem o plano ou se a recusa for suprida, o plano é tido por
aprovado (artigo 257.º, n.º 1 do CIRE), podendo a aceitação ser tácita. No caso de o plano de
pagamentos tiver sido aceite por credores que detenham 2/3 do valor total dos créditos, o
tribunal pode suprir a aprovação dos restantes.
Este instituto visa a proteção dos devedores que sejam pessoas singulares, bem como,
de algum modo, responsabilizar as empresas que durante anos tenham concedido créditos
fáceis, contribuindo para o endividamento das famílias. O que se pretende é possibilitar às
pessoas singulares o chamado fresh restart, possibilitando-lhes um recomeço de uma vida livre
de dívidas, que, não fora este instituto, manteriam para sempre! Assim concilia-se a necessidade
de ajudar as pessoas singulares a terem um novo começo, com o perdão das dívidas que não
fiquem pagas, com o dever de ressarcir os credores pelos seus direitos.
O pedido de exoneração do passivo restante deve ser feito pelo devedor juntamente com
a petição inicial, ou nos dez dias que se sigam à citação, nos casos em que contra si foi
instaurado o processo de insolvência (artigo 236.º, n.º 1 do CIRE).
No final desse período, se o devedor cumprir todos os seus deveres o Juiz profere
despacho final de exoneração (perdão) dos créditos que ainda subsistam. Após o despacho de
exoneração ou despacho final, o devedor fica totalmente liberto das dívidas da insolvência,
incluindo a dívida relativa ao crédito à habitação.
Este período de três anos designa-se o período de cessão, uma vez que o tribunal fixa o
rendimento mínimo que o devedor nunca entregará e que lhe permite ter uma vida digna, sendo
tudo o resto cedido ao fiduciário. É com estes valores que os credores da insolvência serão
pagos.
> O que faz parte deste rendimento que deve ser entregue ao
Fiduciário?
Do rendimento disponível fazem partes todos os rendimentos que advenham a qualquer
título ao devedor, excluindo-se os créditos futuros emergentes de contratos de trabalho ou de
prestação de serviços, cedidos a terceiros, pelo período em que a cessão se mantenha eficaz,
bem como o que seja razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor
e do seu agregado familiar (salvo decisão fundamentada em contrário, nunca mais de três vezes
o salário mínimo), para o exercício da atividade profissional do devedor e para outras despesas
ressalvadas pelo juiz (artigo 239.º, n.º 3 do CIRE).
Então, o devedor não poderá esconder ou dissimular os rendimentos que aufira, seja a
que título for, além de ter que informar o tribunal e o fiduciário sobre os seus rendimentos e
bens, quando isso lhe seja solicitado.
O devedor deve, ainda, entregar ao fiduciário todas as quantias que não tenham sido
excluídas da cessão, isto é, se o juiz fixou a quantia de € 600 euros como o mínimo para a
sobrevivência digna do devedor, mas este aufira a título de salário € 700, deverá entregar os €
100 remanescentes ao fiduciário (valor com que este pagará as dívidas da insolvência e,
posteriormente, aos credores).
Neste período, os credores são pagos exclusivamente pelo fiduciário, não devendo o
devedor pagar absolutamente nada fora do processo.
Por isso, se algum credor o contactar para efetuar um pagamento sob pena de moverem
uma execução contra si, não receie vir a ser executado ou vir a ter o seu salário penhorado, pois
durante este período não poderão atacar o seu património.
titular, não terá de se preocupar mais com isso, uma vez que a exoneração funciona com um
perdão dessas dívidas.
No entanto, há dívidas que são excluídas da exoneração, pelo que após os cinco anos os
credores poderão (e deverão) voltar a exigir-lhe o seu cumprimento. Assim, a exoneração não
abrange (artigo 245.º, n.º 2 do CIRE) os créditos por alimentos; as indemnizações por factos
ilícitos dolosos praticados pelo devedor, os créditos por multas, coimas e outras sanções
pecuniárias por crimes ou multas; e os créditos tributários (dívidas ás finanças, por exemplo).
Além disso, como se trata de uma pessoa e não de uma empresa, que pode ser encerrada
quando se encontre mergulhada em dívidas, poderá pedir a exoneração do passivo restante.
Neste caso, cumprindo os seus deveres, ao fim de cinco anos fica liberto dos seus créditos,
mesmo aqueles que não hajam sido inteiramente liquidados. Se, por exemplo, tiver feito um
crédito no valor de 10 mil euros e, findos os cinco anos, apenas 7 mil tiverem sido pagos, não
terá de pagar o remanescente (3 mil euros)!
Plano de pagamentos:
Em alternativa, na insolvência pessoal, a Lei admite que o devedor possa também pedir
a insolvência com a apresentação de um plano de pagamentos aos credores. Trata-se
substancialmente de uma proposta de reestruturação do passivo do devedor. Assim, pode
nomeadamente, prever um alargamento dos prazos de cumprimento, redução das taxas de juro,
perdão de parte do capital, constituição de garantias, etc.
O plano de pagamentos terá que ser negociado com os credores de modo a salvaguardar
os seus interesses, uma vez que está sujeito à sua aprovação e à homologação pelo Juiz.
Assim, por exemplo, se o devedor estiver a ser alvo de uma penhora de vencimento a
declaração de insolvência tem como consequência, por força da Lei, o seu levantamento
imediato.
Por outro lado, deixa de ser permitido aos credores a instauração de novas ações
judiciais (declarativas ou executivas) para a cobrança coerciva dos respetivos créditos.
A exoneração final (isto é, no final dos três anos do período de cessão) não opera em
relação aos créditos tributários nem aos créditos da Segurança Social, o que significa que não
haverá perdão dessas dívidas decorridos os três anos do período de cessão. Contudo, durante os
três anos do período de cessão, pelo menos, uma parte do produto dos pagamentos que o
insolvente fizer à fidúcia será afeto ao pagamento das dívidas às Finanças e à Segurança Social.
Insolvência de empresas
As pessoas colectivas estão obrigadas a apresentar-se à insolvência, nos trintas dias que
se sigam à constatação de se encontrarem em tal situação, isto é, quando se encontrarem
impossibilitadas de cumprir as suas obrigações vencidas (art. 18.º, n.º 1 do CIRE).
Sobre as pessoas colectivas impende uma presunção inilidível (que não admite prova
em contrário) de que a situação de insolvência era conhecida quando tenham decorrido, pelo
menos, três meses sobre o incumprimento generalizados de obrigações de algum deste tipo:
tributárias; de contribuições e quotizações para a segurança social; dívidas emergentes do
contrato de trabalho ou da violação ou cessação deste contrato; rendas de qualquer tipo de
locação, prestações do preço da compra ou de empréstimo garantido pela respectiva hipoteca,
relativamente ao local onde o devedor realize a sua actividade (artigo 20.º, n.º 1, al. g) ex vi do
artigo 18.º, n.º 3 do CIRE).
São estes que decidem se o pagamento dos seus créditos será feito por recurso à
liquidação integral do património do devedor ou nos termos previstos no plano de insolvência
que venha a ser aprovado, ou, pelo contrário, se se mantém a actividade e a reestruturação da
empresa, na titularidade do devedor ou de terceiros, nos moldes do plano de reestruturação, para
assim fazer gerar a receita necessária para “salvar” a empresa e pagar aos seus credores.
Isto porque são considerados “responsáveis legais” as pessoas que, nos termos da lei,
respondam pessoal e ilimitadamente pela generalidade das dívidas do insolvente, ainda que a
título subsidiário.
Neste sentido, tal como os demais credores, deverão fazer uma reclamação de créditos.
De qualquer modo, se não forem pagos pela massa insolvente, podem ainda recorrer ao fundo
de garantia salarial.
Administrador de insolvência
O que é:
O administrador de insolvência é um órgão muito importante no processo de
insolvência pessoal e de insolvência de empresas.
Funções:
Essencialmente, o administrador de insolvência tem como funções assumir o controlo
da massa insolvente, proceder à sua administração e liquidação e repartir o produto final pelos
credores.
Nomeação:
O administrador de insolvência é nomeado pelo Juiz, de entre os administradores de
insolvência inscritos na lista oficial. Caso o processo de recrutamento assuma grande
complexidade, o juiz pode, a requerimento de qualquer interessado, nomear mais do que um
administrador da insolvência, cabendo nesse caso ao interessado propor a pessoa a nomear, e
pagar a sua remuneração, caso a massa insolvente não seja suficiente.
Na primeira assembleia de credores realizada após a designação efetuada pelo Juiz, por
maioria de votos e votantes, podem os credores eleger outra pessoa para o cargo de
administrador de insolvência, desde que previamente e à votação se junte aos autos a aceitação
do proposto.
Responsabilidade:
A Lei estabelece ainda a responsabilidade civil, disciplinar e fiscal dos administradores
de insolvência pelos danos causados ao devedor e aos credores.
Massa insolvente
10360 – Processo de Insolvência
O que é?
A massa insolvente é um património autónomo composto por todos os bens e direitos
(ativo) que integram o património do devedor à data da declaração de insolvência, bem como
pelos bens e direitos que este adquira na pendência do processo de insolvência.
Finalidade:
A massa insolvente destina-se a ser liquidada (vendida) para que o respetivo produto
possa ser afeto ao pagamento aos credores do processo de insolvência, depois de pagas as suas
próprias dívidas (as dívidas da massa insolvente, como por exemplo: os custos do processo de
insolvência, os honorários do administrador de insolvência, despesas com a apreensão e venda
dos bens, etc...).
Assim, o dinheiro obtido com a liquidação da massa insolvente será afeto, em primeira
linha, ao pagamento das dívidas (ou dos créditos) da massa insolvente e, no remanescente, ao
pagamento dos créditos sobre a insolvência.
1) Casamento:
No caso de o insolvente ser casado em regime de comunhão de adquiridos ou em
regime de comunhão geral de bens, a massa insolvente compreende, não apenas os bens
próprios do devedor como ainda a sua meação nos bens comuns (ver os nossos artigos: bens
próprios no regime de comunhão de adquiridos e bens comuns do casal: quais são, meação e
partilha).
2) Bens impenhoráveis:
Não se integram na massa insolvente, porém, os bens absolutamente impenhoráveis. Já
os bens relativamente penhoráveis e os bens parcialmente penhoráveis apenas podem ser
integrados na massa insolvente se forem voluntariamente apresentados pelo devedor.
10360 – Processo de Insolvência
3) Outros:
A massa insolvente compreende ainda os bens que o devedor for adquirindo na
pendência do processo de insolvência e, bem assim, aqueles que forem sendo reintegrados no
processo, através do exercício pelo administrador de insolvência da resolução em benefício da
massa insolvente.
Perguntas frequentes:
1) A massa insolvente tem NIF (número de identificação fiscal)?
R: Não.
10360 – Processo de Insolvência
Insolvência familiar
10360 – Processo de Insolvência
Por outro lado, para que ambos os cônjuges possam apresentar-se em conjunto à
insolvência é necessário que em relação a ambos se verifique uma situação de insolvência, ou
seja, que em relação a ambos se verifique a impossibilidade de cumprimento de todas as
obrigações vencidas.
Assembleia de credores
Assembleia de credores para apreciação do relatório (1.º) e órgão
assembleia de credores (2.º):
A expressão “assembleia de credores” pode querer designar uma audiência importante
no processo de insolvência: a assembleia de credores de apreciação do relatório.
Competências:
A assembleia de credores tem muitas competências no processo de insolvência. Assim,
compete designadamente a este órgão:
Convocação e Participação:
A assembleia de credores é convocada pelo Juiz, por iniciativa própria ou a pedido do
administrador de insolvência, da comissão de credores ou de um credor ou grupo de credores
cujos créditos representem, na estimativa do juiz, pelo menos um quinto do total de créditos não
subordinados (ver: créditos subordinados).
Têm o direito de nela participar todos os credores, podendo, para isso, fazer-se
representar por mandatário, com poderes especiais para o efeito.
Voto:
A regra na contagem dos votos é 1 Euro, 1 voto, ou seja, é atribuído um voto por cada
Euro de crédito. Os créditos subordinados não conferem direito de voto, exceto quando a
deliberação da assembleia de credores incida sobre a aprovação de um plano de insolvência.
Via de regra, as deliberações da assembleia de credores são tomadas pela maioria dos
votos emitidos, não se considerando como tal as abstenções, seja qual for o número de credores
presentes ou representados (quórum constitutivo), ou a percentagem dos créditos de que sejam
titulares (quórum deliberativo).
Direção:
A assembleia de credores é presidida pelo Juiz, cabendo a este, por conseguinte, a
direção dos trabalhos.
10360 – Processo de Insolvência
Comissão de credores
O que é:
A comissão de credores é um órgão do processo de insolvência pessoal ou de
insolvência de empresas que tem como funções fiscalizar a atividade do administrador de
insolvência e prestar-lhe colaboração.
A comissão de credores não é, porém, um órgão obrigatório, uma vez que a assembleia
de credores pode prescindir da sua existência, podendo também o Juiz proceder à sua não
nomeação quando o considere justificado, atenta a reduzida dimensão da massa insolvente.
Nomeação e composição:
A comissão de credores é nomeada pelo Juiz, podendo nesse caso ser composta por três
ou cinco membros efetivos e dois suplentes, devendo o encargo da presidência recair
preferencialmente sobre o maior credor da empresa.
A opção pelos restantes membros da comissão de credores deve garantir uma adequada
representação das várias classes de credores (banca, fornecedores, trabalhadores, etc…), exceto
quanto aos titulares de créditos subordinados. Para esse efeito, quando haja trabalhadores, e
estes detenham créditos sobre a empresa é necessário que, pelo menos, um dos seus membros
seja seu representante.
Funções:
Para além de exercer funções de fiscalização e colaboração em relação ao administrador
de insolvência, a comissão de credores pode ainda desempenhar outras funções que lhe forem
especialmente atribuídas bem como funções consultivas relativamente a decisões do Tribunal.
1) Funções de fiscalização:
No que respeita às funções de fiscalização, a comissão de credores tem, entre outras, as
seguintes competências:
2) Funções de colaboração:
No que concerne às funções de colaboração com o administrador judicial compete-lhe,
nomeadamente:
Funcionamento e deliberações:
A comissão de credores reúne sempre que for convocada, quer pelo respetivo presidente
quer por, pelo menos, dois dos seus membros. Por se tratar de um órgão colegial (composto por
uma pluralidade de membros), a comissão forma a sua vontade através de deliberações.
A comissão de credores não pode deliberar sem a presença da maioria dos seus
membros (quórum constitutivo); as deliberações são tomadas por maioria relativa de votos dos
membros presentes (quórum deliberativo).
Bens impenhoráveis
Nos termos da Lei, há efetivamente, bens impenhoráveis, ou seja, bens que não podem
ser penhorados.
Há, portanto, na penhora, que distinguir entre bens penhoráveis e bens impenhoráveis.
10360 – Processo de Insolvência
Contudo, no caso de o bem estar em compropriedade, o que pode ser objeto de penhora
é o direito de compropriedade sobre o bem. Por sua vez, se os bens integrarem uma comunhão
de bens, como a comunhão hereditária (herança), o que pode ser objeto de penhora é o quinhão
hereditário, que é a fração ou quota da herança a que tem direito o herdeiro. Ver o nosso artigo:
penhora de quinhão hereditário. No caso da comunhão conjugal, admite-se, em certos termos, a
penhora de bens comuns do casal. Ver o nosso artigo: penhora de bens comuns do casal.
Pelo que, a habitação própria e permanente do executado e/ou do seu agregado familiar
continuará a ser sua propriedade; porém, o imóvel passará a ter um ónus, que é a penhora que
incide sobre o imóvel (estando sujeita a registo predial) e que se destina a assegurar:
» Legislação
Legislação mais importante no que concerne à apresentação à insolvência de pessoas
singulares e empresas:
A redação dada pela Lei n.º 16/2012, de 20 de Abril, trouxe algumas alterações
significativas ao Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE).
Em matéria de garantias, o artigo 17º-H, aditado pela lei citada supra, prevê que os
credores que proporcionem financiamento ao devedor durante o processo, gozam de especial
10360 – Processo de Insolvência
Quanto a atos que podem ser resolvidos em benefício da massa insolvente, apenas o
podem ser os praticados dentro dos dois anos que antecedem a data de início do processo de
insolvência, ao invés dos anteriores 4 anos. Além disso, o direito de impugnar a resolução passa
a caducar no prazo de três meses, tendo vigorado até aqui o prazo de 6 meses.
Nos casos de maior complexidade, passa ainda a ser possível o juiz nomear mais do que
um administrador de insolvência, a pedido de qualquer interessado.