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➢ causada por fatores de ordem econômica, ou seja, fora do controle da sociedade empresária e afins
(aqui, nenhuma responsabilidade por ser imputada aos sócios e administradores)
➢ desencadeadas/amplificadas por atos ilícitos de administradores e sócios
princípios:
introdução à falência
a garantia dos credores é representada pelos bens do patrimônio do devedor (credor pode promover a
execução do patrimônio do devedor)
é obrigatória a execução concursal pois todos os credores têm direito a totalidade do seu crédito
se o devedor possui um patrimônio menor que sua dívida, a execução deve ser concursal → deve abranger a
totalidade de credores, totalidade de bens, todo passivo e todo ativo do devedor
os credores do devedor que não possui condições de saldar integralmente suas obrigações devem receber um
tratamento paritário
➢ devedor empresário
➢ insolvência
➢ sentença declaratória da falência
sempre que o devedor é legalmente empresário, a execução concursal de seu patrimônio faz-se pela falência
quando o devedor empresário não consegue pagar suas dívidas, o juiz deve instaurar o processo de execução
concursal para satisfazer os credores → esse é o processo da falência
insolvência
é indiferente a inferioridade do ativo em relação ao passivo para que o empresário seja submetido à execução
por falência
para instauração da execução por falência, a insolvência não se caracteriza pelo estado patrimonial, mas sim
pela ocorrência de um dos fatos previstos em lei
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou
títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do
pedido de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes
dentro do prazo legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: (ou seja,
praticar ato de falência)
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar
com bens suficientes para solver seu passivo;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
§ 1º Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência
com base no inciso I do caput deste artigo.
§ 2º Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar.
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos
executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos
instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.
§ 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida
pelo juízo em que se processa a execução.
§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a
caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.
se ficar caracterizado qualquer desses 3 incisos, será decretada a falência, mesmo que o empresário tenha
ativo superior ao passivo; mas se nenhuma dessas hipóteses ficarem demonstradas, mesmo com o passivo seja
superior ao ativo, não será decretada falência
*a insolvência é presumida, pois o que foi elencado nos incisos do art. 94 normalmente são praticados por
quem se encontra em falência*
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou
títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do
pedido de falência;
➢ impontualidade injustificada = inexistência de relevante razão para o inadimplemento da obrigação
líquida (obrigação representada por título executivo judicial ou extrajudicial)
➢ a prova da impontualidade é o protesto do título
➢ o valor dos títulos em atraso deve ser de pelo menos 40 salários-mínimos
✓ credores com crédito individual que não atinjam 40 SM podem se juntar em litisconsórcios
caso a soma atinja esse valor
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes
dentro do prazo legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
➢ aqui entende-se que atos de falência são comportamentos que, presumidamente, revelam a insolvência
patrimonial do devedor
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar
pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores,
negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
➢ negócio simulado
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar
com bens suficientes para solver seu passivo;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
➢ garantia real
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
competência
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou
decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha
sede fora do Brasil.
principal estabelecimento = maior volume de negócios da empresa; principal estabelecimento sob o ponto de
vista econômico
o juízo da falência é universal, ou seja, todas as ações referentes aos bens, interesses e negócios da massa
falida serão processadas e julgadas pelo juízo em que tramita o processo de execução concursal por falência
➢ chamado de aptidão atrativa do juízo falimentar → conhecer e julgar todas as medidas judiciais de
conteúdo patrimonial referentes ao falido ou a massa falida
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e
negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o
falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prosseguimento com o
administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do
processo.
pedido de falência
o devedor por pedir falência se quiser, mas a regra geral é que o credor peça, pois busca receber o que lhe é
devido
fora isso, o credor possui a legitimidade ativa para o pedido de falência independentemente do atendimento de
requisitos específicos
credor deve exibir seu título, mesmo que não vencido → pode fazer isso caso prova a impontualidade do
devedor relativamente a obrigação de que terceiro seja credor
➢ pedido deve vir com o balanço patrimonial, relação de credores e contrato social
➢ devedor deposita em cartório os livros mercantis que serão encerrados pelo juiz e entregues ao
administrador judicial da falência
➢ juiz proferirá a sentença declaratória de falência sem prévia oitiva do MP
* quando a falência for requerida por terceiros, o empresário devedor deve ser citado para responder no prazo
de 10 dias, e sua resposta só pode consistir na contestação (não pode reconvenção ou reconhecimento da
procedência do pedido)
➢ requerido só contesta:
✓ juiz profere sentença denegatória e condena o requerente nas verbas de sucumbência) ou;
✓ profere sentença declaratória de falência
➢ requerido contesta e deposita:
✓ se acolher a defesa, o juiz profere sentença denegatória de falência, e o requerido pode
realizar o levantamento do depósito
✓ se desacolher a defesa, também profere sentença denegatória, pois houve depósito elisivo,
impedindo a decretação de falência; o requerente é autorizado a levantar o depósito
➢ requerido só deposita:
✓ juiz profere sentença denegatória e o requerente levanta o depósito
➢ requerido deixa transcorrer o prazo sem contestar ou depositar:
✓ juiz profere sentença declaratória de falência, instaurando a execução concursal do patrimônio
do devedor
tem caráter constitutivo, pois introduz o falido e seus credores no regime jurídico-falimentar
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus
administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido
de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-
se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
➢ termo legal da falência é o lapso temporal anterior à decretação da quebra que tem importância para a
ineficácia de determinados atos do falido perante a massa
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores,
indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar
nos autos, sob pena de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1º do art. 7º desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas
nos §§ 1º e 2º do art. 6º desta Lei;
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo
ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em
provas da prática de crime definido nesta Lei;
VIII - ordenará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil que
procedam à anotação da falência no registro do devedor, para que dele constem a expressão “falido”, a data da
decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art.
22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que
informem a existência de bens e direitos do falido;
XIII - ordenará a intimação eletrônica, nos termos da legislação vigente e respeitadas as prerrogativas
funcionais, respectivamente, do Ministério Público e das Fazendas Públicas federal e de todos os Estados,
Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da
falência.
se houve dolo da parte requerente, o juiz deve condená-lo ao pagamento de indenização em favor do requerido
administração da falência
o administrador judicial é o agente criado por lei para o desempenho de certas atribuições relacionadas
exclusivamente com a administração da falência → ele é o agente auxiliar do juiz
em nome próprio, o adm. judicial deve cumprir as funções cometidas pela lei
a função do adm. judicial é indelegável, mas ele pode contratar funcionários para auxiliá-lo, solicitando
aprovação do juiz
apuração do ativo
com a sentença declaratória de falência, inicia-se o processo falimentar, instaurando-se a execução coletiva do
devedor empresário
verificação de crédito
tarefa do adm. judicial → deve levar em conta a escrituração e os documentos do falido, assim como todos os
elementos que forem fornecidos pelos credores
➢ os que não forem relacionados devem apresentar a habilitação de seus créditos perante o adm. judicial
objetivos: realização do ativo (venda dos bens arrecadados e cobrança dos devedores do falido) e pagamento
do passivo (satisfação dos credores admitidos)
nas sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada, os bens destes são arrecadados pelo administrador
judicial juntamente com os sociais → são vendidos primeiro os bens da sociedade, só sendo vendidos os dos
sócios se não for possível pagar os credores
no final, o adm. judicial vai apresentar a prestação de contas e, após o julgamento destas, o relatório final →
aqui constará o valor do ativo e do apurado, do passivo e pagamentos realizados, especificando se existe
crédito residual em relação a algum credor
reabilitação do falido
para voltar a exercer atividade empresarial, o falido deve obter, necessariamente, a reabilitação
a partir da decretação da falência, o devedor perde o direito de administrar e dispor de seu patrimônio → só
perde a propriedade de seus bens depois da liquidação
a administração dos bens do falido compete aos órgãos da falência a partir da decretação da quebra
não sendo incapaz, o falido poderá praticar todos os atos da vida civil não patrimoniais
Art. 104. A decretação da falência impõe aos representantes legais do falido os seguintes deveres:
III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e
sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei;
o falido fica impedido de se reestabelecer como empresário enquanto não for reabilitado
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da
falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à
respectiva anotação em seu registro.
os bens do falido serão arrecadados → arrecadação é o ato judicial de constrição dos bens do patrimônio do
devedor específico do processo falimentar (equivale a penhora na execução individual)
o adm. judicial deve arrecadar todos os bens de propriedade do falido, mesmo que se achem na posse de
terceiros, também devem ser arrecadados todos os bens na posse do falido, mesmo que não sejam de sua
propriedade (serão restituídos aos seus proprietários, que deverão ingressar na falência com pedido de
restituição)
obs: não são arrecadados os bens absolutamente impenhoráveis, nem os gravados com cláusula de
inalienabilidade
a guarda e a conservação dos bens arrecadados são da responsabilidade do administrador judicial, podendo o
falido ser nomeado depositário → as despesas decorrentes são da massa falida
continuação provisória da empresa do falido
na sentença declaratória de falência, o juiz deve se pronunciar sobre a continuação provisória das atividades
do falido ou a lacração de seu estabelecimento, mas o juiz pode denegar as duas medidas, pois não são
medidas de adoção obrigatórias
o juiz permitirá a continuação provisória da empresa se achar que essa pode ser a solução mais interessante ao
propósitos da falência, se pela tradição da marca explorada, ou pela relevância social e econômica da empresa
(achar que o fim da empresa vai atingir a economia regional, local ou nacional)
um terceiro que teve seu bem arrecadado por estar na posse do falido pode entrar com pedido de restituição ou
embargos de terceiro
embargos de terceiro: quando o terceiro não tem nenhuma relação jurídica com o falido, mas tem bens de seu
patrimônio arrecadados
deferido o pedido, o bem será restituído em espécie (a própria coisa encontrada em posse do falido); a
restituição será feita em dinheiro se:
patrimônio separado
o patrimônio separado não integra a massa falida e continua a ser gerido e liquidado tendo em vista
unicamente o objetivo que inspirou sua constituição
atos ineficazes
o empresário, ao ver que se encontra em situação pré-falencial, pode tentar fraudar credores ou a finalidade da
execução coletiva (par conditio creditorum)
pode simular atos de alienação de bens de seu patrimônio ou instituir em favor de credor uma garantia real em
troca de alguma vantagem indevida
são atos ineficazes diante da massa falida, mas produzem amplamente todos os efeitos perante os demais
sujeitos de direito
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de
crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio
extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não
seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de
dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa
falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito,
ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação
anterior.
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada
mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
➢ a ineficácia é condicionada à prática do ato em certo lapso temporal, mas prescinde de fraude
➢ tenha ou não havido intuito fraudulento, o ato será ineficaz perante a massa falida se praticado dentro
do prazo da lei
➢ é irrelevante se o falido agiu ou não com fraude para que se suspenda a eficácia
os atos referidos nos incisos I a III e VII não são ineficazes se tiverem sido praticados com base no plano de
recuperação da empresa judicialmente aprovado
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio
fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
obs: sobre os atos elencados no art. 129, é irrelevante a indagação acerca de qualquer elemento subjetivo,
atinente às motivações das partes (se houve ou não intuito fraudulento, é indiferente) → lista casos de
ineficácia objetiva; já o art. 130, independentemente da época em que o ato foi realizado, se ele objetivou
fraudar credores ou a finalidade da execução coletiva, não produzirá seus efeitos perante a massa falida →
ineficácia subjetiva
a ineficácia subjetiva deve ser declarada judicialmente, numa ação própria, chamada revocatória → o juízo
competente é o da falência
o regime jurídico dos contratos de qualquer empresário muda segundo ele esteja falido ou não
a falência autoriza a resolução dos contratos bilaterais (aqueles que nenhuma das partes deu início ainda ao
cumprimento das obrigações assumidas) → ou seja, são excluídos aqueles que, mesmo bilaterais no sentido do
direito obrigacional comum, tiveram sua execução iniciada por uma das partes
o contrato unilateral também pode ser resolvido pelo adm. judicial, nas mesmas condições
Art. 118. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar cumprimento a contrato
unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção
e preservação de seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada.
outro efeito da falência é a suspensão da prescrição das obrigações do falido, que voltam a fluir apenas com o
trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência → não se suspende a prescrição das obrigações
de que era credor o falido
a partir do início da verificação dos crédito e até o fim do processo falimentar, o credor tem os seguintes
direitos no processo falimentar:
➢ intervir, como assistente, em qualquer ação ou incidente em que a massa seja parte ou interessada
➢ fiscalizar a administração da massa
➢ requerer e promover, no processo de falência, o que for do interesse dos credores, tendo direito à
indenização pelas despesas que fizer na defesa do interesse geral da massa
➢ examinar, sempre que desejar e independentemente de autorização judicial, os livros e demais
documentos da massa
princípio da preservação da empresa: decorre do princípio da função social da empresa (reconhece que
existem vários interesses que giram em torno da atividade econômica empresarial) → a crise da empresa tem
impacto social porque esses interesses, que ultrapassam os dos sócios da sociedade empresária em dificuldade,
ficam ameaçados
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-
financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à
atividade econômica.
viabilidade da empresa: somente as empresas viáveis devem ser objeto de recuperação judicial (ou
extrajudicial); o exame de viabilidade deve ser feito em função de vetores como a importância social, a mão
de obra e tecnologia empregadas, o volume do ativo e do passivo, o tempo de existência da empresa e seu
porte econômico
lista exemplificativa:
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre
outros:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva;
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou
de terceiro;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a
data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural,
sem prejuízo do disposto em legislação específica;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos
do devedor.
XVIII - venda integral da devedora, desde que garantidas aos credores não submetidos ou não aderentes
condições, no mínimo, equivalentes àquelas que teriam na falência, hipótese em que será, para todos os fins,
considerada unidade produtiva isolada.
normalmente, os planos deverão combinar dois ou mais meios, tendo em vista a complexidade que cerca as
recuperações empresariais
➢ pode ser convocada pelo juiz nas hipóteses legais ou sempre que conveniente; e pelos credores, desde
que a soma de seus créditos represente pelo menos 25% do total do passivo do recuperando
➢ na primeira assembleia, é exigido a presença de credores titulares de mais da metade do passivo em
cada classe; se isso não for alcançado, haverá uma segunda assembleia, onde os trabalhos se instalarão
validamente com qualquer número de credores
em princípio, todos os credores admitidos na recuperação judicial têm direito a voz e voto na assembleia →
são credores admitidos os que se encontram na última lista publicada (relação de credores apresentada pelo
devedor com a petição inicial, a organizada pelo adm. judicial ou a consolidação do quadro geral)
cada credor presente na assembleia terá o voto proporcional ao valor do seu crédito admitido na RJ
➢ a instância de maior abrangência é o plenário → sempre que a matéria não disser respeito à
constituição do comitê ou plano de reorganização, cabe a deliberação ao plenário (tem competência
residual)
✓ se não houver na lei nenhuma previsão específica reservando a apreciação da matéria a outra
ou outras instâncias, o plenários deliberará pela maioria de seus membros, computados os
votos proporcionalmente aos seus valores, independentemente da natureza do crédito
titularizado
✓ o quórum geral de deliberação no plenário é o de maioria computada com base no valor dos
créditos dos credores admitidos presentes à assembleia
➢ as quatro outras instâncias deliberativas da AGC correspondem às classes em que a lei dividiu os
credores (quando a deliberação versa sobre o plano de recuperação ou a composição do comitê de
credores, o plenários não tem competência)
✓ na votação quanto ao plano de recuperação:
o 1ª classe: credores trabalhistas
o 2ª classe: titulares de direitos reais de garantia
o 3ª classe: titulares de privilégio geral ou especial, os quirografários e subordinados
o 4ª classe: credores microempresários e empresários de pequeno porte
✓ na apreciação de matéria atinente à constituição e composição do comitê:
o os credores titulares de privilégios especial compõem a mesma classe dos que titulam
garantia real
o plano de RJ deve ser apreciado e votado nas classes da AGC, e, em cada uma delas, deve receber a
aprovação de mais da metade dos credores presentes → a votação considera apenas o número de credores, e
despreza o valor dos créditos e seus pesos proporcionais
além da aprovação por cabeça em cada uma das quatro classes, a aprovação do plano depende também de
votação favorável segundo a proporção dos créditos dos:
comitê: órgão facultativo da recuperação judicial; deve existir apenas nos processos em que a sociedade
empresária devedora explora empresa grande o suficiente para absorver as despesas com o órgão; quem
decide se o órgão deve ou não existir são os credores da sociedade em recuperação judicial, reunidos na AGC
qualquer das instâncias classistas da assembleia pode aprovar a instalação do comitê → aprovada a instalação,
reúnem-se as classes de credores para cada um eleger 1 membro titular e 2 suplentes
a principal competência do comitê é fiscal, ou seja, cabe aos membros desse órgão fiscalizar o adm. judicial e
o devedor em RJ, antes e depois de sua concessão
além da competência fiscal, pode exercer três outras: elaboração de plano de recuperação alternativo;
deliberação sobre as alienações de bens do ativo permanente; e autorização de endividamentos necessários à
continuação da atividade empresarial, quanto tiver sido determinado pelo juiz o afastamento dos
administradores
é nomeado pelo juiz no despacho que manda processar o pedido de recuperação judicial
fase postulatória: o empresário apresenta seu requerimento de RJ; ela se inicia com a petição inicial de
recuperação judicial e se encerra com o despacho judicial mandando processar o pedido
para legitimar-se ao pedido de recuperação judicial, o devedor precisa atender também a mais quatro
requisitos:
se quem pleiteia a recuperação judicial for empresário individual, cabem mais 3 observações:
➢ a lei legitima o devedor pessoa natural que, embora falido, teve suas responsabilidade declaradas
extintas por sentença definitiva
➢ ele não está legitimado se, nos 5 anos anteriores, requereu RJ, obteve-a e deixou de cumpri-la, tendo a
quebra decretada
➢ na hipótese de morte do empresário individual, a RJ pode ser pedida pelo cônjuge sobrevivente,
herdeiros ou inventariante
estando em termos a documentação exigida para a instrução da petição inicial, o juiz proferirá o despacho
mandando processar a RJ → sobre esse despacho: o pedido de tramitação é acolhido no despacho de
processamento, em vista apenas de dois fatores – a legitimidade ativa da parte requerente e a instrução nos
termos da lei, mas ainda não está definido que a empresa em crise é viável
no despacho de processamento da RJ, o juiz nomeia o AJ, determina a suspensão de todas as ações e
execuções contra o devedor e a intimação do MP
é temporária a suspensão das ações e execuções em virtude do despacho que manda processar o pedido de
recuperação judicial → cessa esse efeito quando: aprovação do plano de RJ ou decurso do prazo de 180 dias
fase deliberativa: após a verificação de crédito, discute-se e aprova-se um plano de reorganização; tem início
com o despacho que manda processar a RJ e se conclui com a decisão homologatória do plano aprovado pela
AGC
o principal objetivo dessa fase é a votação do plano de recuperação (mas antes disso é necessária a prévia
verificação dos créditos)
➢ os empregados com direitos vencidos na data da apresentação do pedido de RJ devem ser pagos no
prazo máximo de 1 ano, devendo ser quitados os saldos salariais em atraso em 30 dias
➢ deve-se buscar o parcelamento do crédito fiscal
➢ se o plano prevê a alienação de bens onerados (hipotecados ou empenhados), a supressão ou
substituição da garantia real depende da expressa aprovação do credor que a titulariza
➢ nos créditos em moeda estrangeira, sua conversão para a moeda nacional depende de expressa
concordância do titular do crédito
o plano de RJ deve ser apresentado no prazo máximo de 60 dias contados da publicação do despacho de
deferimento do processamento (se não houver objeção → será aprovado; se houver objeção → convoca-se a
AGC)
tendo em vista o proposto pelo devedor e eventual proposta alternativa, a AGC deve votar o plano de RJ; três
podem ser os resultados da votação:
➢ aprovação dos plano de recuperação, por deliberação nas classes que atendeu ao quórum da lei (juiz
homologa)
➢ apoio ao plano de recuperação, por deliberação nas classes que quase atendeu a esse quórum (juiz tem
discricionariedade para aprovar ou não o plano)
➢ rejeição do plano do devedor e, se apresentado, também do alternativo do comitê (juiz deve decretar a
falência do devedor)
fase de execução: compreende a fiscalização do cumprimento do plano aprovado; começa com a decisão
concessiva da recuperação judicial e termina com a sentença de encerramento do processo; é uma fase
facultativa
concedida a recuperação judicial, encerra-se a fase de deliberação e pode ter, ou não, início a de execução, já
que o juiz pode escolher se deve fiscalizar (pelos próximos dois anos) ou não → se achar dispensável a
fiscalização, encerrará prontamente a RJ
durante esse período de fiscalização, se o devedor não cumprir o plano, deverá ser decretada a sua falência
o devedor não tem suprimida sua capacidade ou personalidade jurídica, continua existindo como sujeito de
direito apto a contrair obrigações → sofre uma única restrição: os atos de alienação ou oneração de bens ou
direitos do ativo permanente só podem ser praticados se úteis à recuperação judicial (se estiver previsto no
plano, o bem pode ser vendido ou onerado independente de anuência, mas se não estiver previsto no plano,
precisa de prévia autorização do juiz, ouvido o comitê)
durante a fase de execução, a sociedade empresária agregará ao seu nome a expressa “em recuperação
judicial”
se os administradores eleitos estão agindo ilícita e inutilmente, o juiz determinará seu afastamento →
determinando a destituição da administração da sociedade empresária requerente do benefício, o juiz deve
convocar a AGC para a eleição do gestor judicial, a quem será atribuída a administração da empresa em
recuperação
ocorre em 4 hipóteses:
➢ deliberação dos credores reunidos em assembleia, pelo voto da maioria simples do plenário, quando a
situação de crise econômica, financeira ou patrimonial da sociedade devedora é de suma gravidade e
que não há sentido em qualquer esforço de reorganização
➢ não apresentação do plano pelo devedor no prazo, que não pode ser prorrogado
➢ rejeição do plano pela assembleia dos credores sem oportunidade para os credores apresentarem seus
planos de recuperação, ou se ninguém apresentar, mesmo com oportunidade, ou se apresentado e não
aceito
➢ descumprimento do plano de recuperação durante a fase de fiscalização (dois anos após a concessão)
➢ descumprimento do parcelamento de tributos
➢ esvaziamento patrimonial