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DIREITO COMERCIAL IIII – 8º SEMESTRE

PROFESSORA: GABRIELA DE CASTRO E SILVA PRETTO

ADMINISTRAÇÃO DA FALÊCIA
APURAÇÃO DO ATIVO
VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO
LIQUIDAÇÃO DO PROCESSO FALIMETAR
REABILITAÇÃO DO FALIDO

ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA

Para administrar a massa falida, a lei atribui a três agentes determinadas funções:

- o magistrado (juiz) – presidir a administração da falência. Cabe ao juiz presidir a administração da


falência, podendo por exemplo autorizar a venda antecipada de bem, o pagamento dos salários dos
auxiliares do administrador judicial, aprovar a prestação de contas do administrador judicial.

- o representante do Ministério Público – intervém no feito, de fiscal da lei.

O juiz e o representante do Ministério Público têm funções de cunho administrativo, ao lado de suas
funções institucionais.

- e os órgão da falência (estes específicos do processo falimentar que são: administrador judicial,
assembleia dos credores e o comitê dos credores).

Desta forma são os órgãos da falência:

1) Administrador judicial

2) Assembleia dos credores

3) Comitê de credores

Administrador Judicial

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É o agente criado por lei para o desempenho de determinadas atribuições de caráter
exclusivamente relacionado com a administração da falência.

O administrador judicial é o agente auxiliar do juiz, que em nome próprio deve cumprir com as
funções cometidas na lei. Além disso, o administrador judicial é o representante da comunhão de
interesses dos credores (massa falida).

Cabe ao juiz a escolha do administrador judicial que será um profissional idôneo,


preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador ou pessoa jurídica
especializada.

A função do administrador é indelegável, mas poderá ter profissionais que o auxiliem, devendo
pedir previamente a aprovação do juiz, inclusive quanto aos seus salários. No caso de ser advogado o
administrador tem função diferente do advogado contratado para a defesa dos interesses da massa
falida, pois só esse é pago pela massa falida do que daquele que é contratado para a representação
processual do próprio administrador judicial.

O administrador judicial pode deixar suas funções por substituição ou por destituição. No primeiro
caso, não há sanção pois é uma providência prevista em lei, tendo em vista a melhor administração da
falência. Já a destituição é uma sanção ao administrador judicial que não cumpriu com suas obrigações
ou interesses da massa falida. Exemplos de substituição: renúncia motivada, morte, incapacidade civil...

O administrador judicial responde civilmente por má administração ou por infração à lei.

Até o encerramento do processo falimentar, somente a massa tem legitimidade ativa para
responsabilizar o administrador judicial. Nesse prazo o credor não pode acioná-lo individualmente,
apenas pedir sua destituição. Após o encerramento da falência, qualquer credor prejudicado por má
administração ou infração à lei poderá acionar uma ação contra o administrador judicial.

São responsabilidade do administrador judicial:

- verificação de créditos

- relatório inicial – avaliar causas e circunstâncias que que acarretaram a falência e análise do
comportamento do falido para ver se ocorreu crime falimentar. O relatório é apresentado após 40 dias
da assinatura do termo de compromisso.

- contas mensais – até o dia 10 apresentar a prestação de contas do mês anterior.

- relatório final – após 10 dias contados do término da liquidação e do julgamento das contas. É o
documento básico para a extração das certidões judiciais representativas do crédito remanescente do
empresário falido.

Assembleia de Credores

É o órgão integrado por todos os credores da massa falida.

Tem competência para:

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- aprovar a constituição do comitê de credores e eleger seus membros

- adotar modalidades extraordinárias de realização do ativo do falido

- deliberar sobre assuntos de interesse geral dos credores

Comitê de credores

Função é a de fiscalizar o administrador judicial.

É composto por um representante dos credores trabalhistas, um dos titulares de direitos reais de
garantia e privilégios especiais e um dos demais (cada um com dois suplentes), eleitos pela assembleia.

APURAÇÃO DO ATIVO

Consiste na arrecadação de todos os bens na posse do falido, bem como de seus documentos
e escrituração mercantil, que este auxiliará na definição do passivo e medidas judiciais como o pedido
de restituição ou embargos de terceiros.

VERIFICAÇÃO DE CRÉDITO

Cabe ao administrador judicial.

Deverá se levar em conta não só a escrituração e os documentos do falido como todos os


documentos do falido como todos os elementos que lhe forem fornecidos pelos credores.

O ponto de partida da verificação dos créditos é a publicação da relação dos credores.

LIQUIDAÇÃO DO PROCESSO FALIMENTAR

Tem início quando instaurado o processo falimentar.

São dois objetivos:

- realização do ativo, com a arrecadação dos bens

- pagamento do passivo, satisfazendo o crédito dos credores.

A venda pode ser feita englobada ou separadamente, em leilão, por propostas ou pregão, o
que melhor interessar a massa. Compete ao juiz decidir sobre isso.

REABILITAÇÃO DO FALIDO i

O falido requer a declaração por sentença, da extinção das obrigações. São hipóteses:

a) Pagamento dos créditos ou novação daqueles com garantia real (art. 158,I).
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b) Rateio de mais de 50% do passivo quirográfico, após a realização de todo o ativo e, evidentemente,
o pagamento da totalidade do devido aso credores com preferência, sendo facultado o depósito da
quantia necessária para atingir-se esta percentagem (art. 158,II).

c) decurso de prazo de 5 anos após o encerramento da falência, se o falido ou o representante legal a


sociedade falida não incorreu em crime falimentar (art. 158, III).

d) decurso do prazo de 10 anos, após o encerramento da falência, se houve condenação da falência,


se houve condenação do falido ou do representante legal da sociedade falida por crime falimentar (art.
158, IV).

e) prescrição das obrigações anteriormente ao decurso desses prazos decadenciais (art. 158).

A declaração da falência suspende a fluência dos prazos prescricionais das obrigações do


falido. Que recomeçam a fluir a partir do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência.

O pagamento é extinção das obrigações que podem ocorrer antes ou depois da sentença de
encerramento da falência.

O falido reabilitado civil e criminalmente, na forma examinada, pode voltar a explorar


regularmente atividade empresarial. Se não requereu a reabilitação, os efeitos da inabilitação limitam-
se a 5 anos, contados da extinção da punibilidade (LF, art. 181, § 1º).

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COELHO, Fabio Ulhoa. Manual de Direito de Direito Comericial, Direito de Empresa, 24ª ed. Ed. Saraiva.

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