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DIREITO EMPRESARIAL

Prof. Bruno Boris

08/02 – PRIMEIRA AULA

Constituir sociedades // Dissolução Societária (rompimento jurídico da


solução societária)

- Dissolução por falta de autorização do órgão estatal.


Exemplo: ANAC proíbe a LATAM de realizar voos, revoga a permissão de voo,
a LATAM era se dissolver.

No direito societário pode haver dissolução amigável ou litigiosa.

- Dissolução por falência.


Aquela que a empresa não conseguiu se manter no mercado, não consegue
pagar suas obrigações. Então, algum credor entra com um pedido de falência.
A empresa sofrera uma liquidação judicial, por um administrador judicial, liquida
todo o ativo, dá baixa na Junta Comercial.
Antes de a empresa quebrar, existe a recuperação de empresas, é uma ação
de recuperação judicial, entra com o pedido e negocia com os credores, com uma
intermediação do juiz (do magistrado).
O juiz não decide o resultado da negociação, ele apenas intermedia, cabem às
partes estipularem o acordo e decidir se aceitam ou não.
• Obteve a concessão de recuperação
• Não obteve

Na falência, o administrador judicial e o juiz fiscalizam a venda dos bens para


o pagamento dos credores. Este período falimentar é regulado por meio de Lei,
extremamente burocrática que estipula os métodos para que não haja qualquer
ilicitude ou desvio patrimonial.

Lei Falimentar n. 11.101/2005


Lei que alterou a lei falimentar, Lei n. 14.112/2020
Na recuperação judicial todos os contratos são abarcados para renegociação
com os credores? O contrato de alienação fiduciária não entra na recuperação
judicial!

Alienação fiduciária: compra de um produto com garantia. Exemplo: compro


carro de 50 mil e pego emprestado com o banco e dou o carro em garantia, em fidúcia.
Não sou o proprietário do carro, sou o detentor do carro, o proprietário de fato é o
banco.

Função social da empresa: art. 170 da CF.

Bancos, em regra, não sofrem falência, sofrem liquidação extrajudicial.

PROVA

P1: 05/04 50% P2: 24/05 50%

Trabalho (vale 1 ponto) Trabalho (1 ponto)


Prova (0 a 9) Prova (0 a 9)

*casos concretos*

Bibliografia:
Manoel Justino – analisa os arts da lei
Ricardo Negrão – leitura boa para discente.
Fabio Ulhôa Coelho
Amador Almeida – boa p/ início.
Marcelo Sacramone – livro virtual, ed. 2019.

Dissolução da sociedade:

“affectio societatis”

Formas:
- Dissolução Extrajudicial.
Convoca uma reunião ou assembleia. Toda sociedade para deliberar os
assuntos, convoca uma reunião (até 10 sócios) /assembleia (a partir de 11).

Uma deliberação de dissolução deve ser formalizada, a formalização ocorre


ou pela reunião ou pela assembleia, a depender do número de sócios.

Todos os ativos tangíveis e intangíveis da empresa são postos a liquidação (a


venda), paga todos os credores e extingue a empresa na Junta Comercial.

Na ata da reunião irá constar o que deve ocorrer, e tal ata deverá ser levada na
Junta Comercial.

Delibera pela dissolução, nomeia o liquidante, prazo de liquidação, venda dos


ativos da empresa pelo liquidante e após convoca uma nova reunião.

Quando uma sociedade vai terminar, tem uma reunião para falar que vai
dissolver. Nem sempre uma empresa será dissolvida com liquidação.

Obs.: mesmo com a empresa encerrada, se houver dividas anteriores ainda


pode ser responsabilizado.

Dissolução (quero acabar) -----> Fase de Liquidação (deve ter um liquidante,


que pode ser um dos próprios sócios)

Exemplo:

BB Pães e Doces Ltda. “Em liquidação”

Convoca Reunião Reunião


(pauta do dia é a dissolução)

|---------------------------------------|
Dissolução LIQUIDAÇÃO Pega a ata da reunião e leva
até a Junta Comercial para extinguir a empresa
Dissolução não é sinônimo de extinção. CUIDADO! Dissolução é a
declaração de que não quero mais estar na empresa.

A liquidante é nomeada, convoca uma 2ª reunião e presta contas da fase de


liquidação.

Obs.: na fase de liquidação é adicionado ao nome da empresa o prefixo “em


liquidação”, para que demais pessoas saibam que a mesma está em processo de
dissolução. ---> princípio da veracidade do direito societário.

Após tal fato, ai sim temos a extinção da empresa.

Se os sócios não tiverem dinheiro, pode ser decretada a falência.

Na liquidação todos os bens estão sendo vendidos, realizando os ativos e


pagando os credores.

A nova reunião é convocada, na qual o liquidante irá prestar contas da venda


dos ativos. Tudo é dividido entre os sócios.

AULA 2 – 22/02

Os ativos liquidados, os bens, serão utilizados para quitar os trabalhadores, as


dívidas fiscais e demais.

Vende o ativo = p/ pagar o passivo

“Realizar o ativo”: transformar os bens em dinheiro para pagar os credores,


realizar o ativo é então liquidar tais bens.

O liquidante faz a venda dos bens, seja ela feita de forma direta quando temos
uma liquidação extrajudicial. Já em processo judicial, nós precisamos da
realização de um leilão. (leilão/pregão/ proposta fechada).
Já na falência não há como fazer esta venda particular pelo liquidante, como
no exemplo que estudamos aula passada, ele não pode chegar e decidir pra quem vai
vender, pelo valor que quiser. Ele deverá seguir as regras da legislação, pois falência
é um processo judicial.

Linha do tempo do processo falimentar:

Na dissolução temos 2 sócios que decidem sair da sociedade, não tem mais
interesse jurídico de permanecer juntos. Na falência a regra é um pouco diferente, o
empresário até pode falar que não quer continuar, mas neste caso eles não tem
dinheiro para pagar todas as dívidas, então se faz necessário o pedido de
autofalência.
Na falência, portanto, os sócios não têm dinheiro para pagar todas às
dívidas, então entramos em um processo de falência.

Não existe blindagem absoluta do patrimônio pessoal dos sócios.

Se, após a venda dos ativos ainda faltar dinheiro para pagar os credores,
entramos no processo falimentar.

Sociedade de responsabilidade limitada (Ltda.): pessoa jurídica responde no


limite do seu patrimônio, quem tem limite de responsabilidade é o sócio que integra a
sociedade.
Como o credor pode ter certeza que vc não tem dinheiro mesmo? Exemplo:
murilo e bruno chegam p/ a funcionária do caixa da padaria das quais são dono, e diz
que não possuem dinheiro p/ pagar as verbas rescisórias. Neste caso, a funcionária
não vai ficar satisfeita. Os sócios se não quiserem colocar patrimônio pessoal, vai
entrar com o pedido de autofalência.

Os sócios entram com o pedido de autofalência, na qual o Estado-juiz e MP


(custus legis) irão fiscalizar todo o processo e a massa falida. Se isso for feito, os
sócios ficam inabilitados de agir empresarialmente por 05 anos e pelo período da
falência (exemplo: abrir uma nova empresa).

Obs.: liquidante no processo falimentar é administrador judicial.

Processo falimentar: sócio negativado durante todo o processo.


Execução coletiva = natureza do processo falimentar

Credores executando e percebem uma fraude ou quando é um empresário


individual ou quando é uma EIRELLI = desconsideração da personalidade jurídica
no próprio processo de falência. (patrimônio dos sócios responde pela dívida).

Se os sócios não quiserem sofrer um processo falimentar (ou seja, entrar em


um processo falimentar é problema) = entram com o patrimônio pessoal para pagar os
credores.

Obs.: Se após o trânsito em julgado do processo falimentar se por acaso


descobrir que havia uma fraude, talvez possa ocorrer uma ação rescisória ou disc utir
em uma ação pauliana.

Na reunião que delibera a dissolução é equiparada a uma sentença de falência,


pois quando o juiz da à declaração de falência, há uma dissolução da sociedade e ele
“assume” o papel que seria dos sócios para nomear um administrador judicial que irá
liquidar o patrimônio da empresa para realizar o ativo e pagar os credores. Lembrando
que, tudo é feita na via judicial, o administrador presta contas no processo, com o MP
e o juiz fiscalizando.

Quando não há a autofalência, qualquer credor [particular] pode pedir a


falência.

Procurador da Fazenda não pode pedir a falência, pois eles possuem lei
própria, a lei de execução fiscal Lei 6.830/80.

Segundo entendimento do TJ/SP, o procurador pode pedir a falência.


(certamente tal entendimento irá ao STJ). Não está pacificado este entendimento.
Petição Inicial Juiz
Contestação ou entrar com pedido de
Recuperação judicial

Credor pede falência

Prazo: 10 dias úteis


p/ contestar SENTENÇA DE QUEBRA
Citação

Empresa quebra quando não tem liquidez (dinheiro disponível na hora).

Apesar do patrimônio da empresa ser grande, se não houver liquidez na hora,


a empresa irá quebrar.

“Purgar a mora” = afastar o atraso.

Credor pediu falência, se o sócio não quer entrar nesse processo falimentar ele
paga o credor, chamamos de DEPÓSITO ELISIVO. ---> elidir a falência, o processo
falimentar é usado muitas vezes como uma forma de cobrar, uma execução.

A mera distribuição do processo falimentar já limita o sócio na via bancária


e demais instituições financeiras, por exemplo, na hora o banco já cancela o cheque
especial.

A distribuição do processo será no principal estabelecimento do devedor:


“Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo
do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa
que tenha sede fora do Brasil.”
A lei adota o termo “principal estabelecimento”, um termo genérico, pois é o
local onde ficam os administradores, o local do poder decisório.

A lei exige que haja um protesto antes de entrar com o processo falimentar. O
protesto é uma forma de forçar o devedor a pagar, tornando a dívida liquida certa e
exigível.

Quando há o protesto prova-se que há a dívida, Lei 11.101/2005 (é lei


especial que prevalece sobre a lei geral)

Para entrar com uma ação falimentar, exige-se que o título seja acima de 40
salários-mínimos.

Depois da citação então, a empresa pode purgar a mora, o que no processo


falimentar chama-se deposito elisivo.

A parte no exemplo, contesta o pedido inicial formulado pelo credor. Em ação


falimentar existe perícia. Neste caso, entra-se com um incidente, para que saia o
resultado da perícia e o laudo vai para o juiz.

SENTENÇA DE QUEBRA:
O juiz na sentença decreta a falência da empresa. A chamada sentença de
quebra é de extrema importância, pois além de ser semelhante com a dissolução,
rompendo o vínculo jurídico, o juiz tomara uma serie de atos previstos em lei em razão
da quebra da empresa.

1º ato: Afasta os donos da empresa, os empresários, inabilitando-os p/


fins empresariais. Afasta porque no momento da execução entra a ordem dos
credores para receber o pagamento, a intenção de afastar é evitar que haja a
blindagem dos patrimônios, ou seja, esconder para evitar que seja “pego” no processo.
2º ato: nomeia administrador judicial.
3º ato: nomeia a junta comercial, mudando o nome da empresa, adicionando o
prefixo, para “BB Pães e Doces Ltda. Falida com massa falida”.
Ainda que esteja aberta provisoriamente, ela está em massa falida, está quebrada.

Da sentença de quebra cabe recurso = AGRAVO DE INSTRUMENTO.


Quando o juiz quebra a empresa, as vias ordinárias ocorrem na 1ª instância,
então a lei estipula que o recurso correto a ser adotado é o agravo de instrumento, art.
100.
Supondo que a empresa agravou e perdeu, continua o processo falimentar.
Lembrando que neste caso cabe Recurso Especial.

No final da falência, se houver pago todos os credores, sobrando dinheiro. Os


sócios podem voltar a atuar como empresários, a inabilitação na junta comercial cai.

Mesmo os sócios estando afastados, eles podem fiscalizar as ações do


administrador judicial e acompanhar o processo.

Se os falidos não entregarem os livros contábeis ao administrador eles


respondem por crime de desobediência.

O juiz nomeia o administrador judicial que p/ ele possui maior confiança,


é de livre escolha do juiz, igual o perito. É também de livre destituição. O cadastro é
mera formalidade.

 Liquidante: quem paga sua remuneração é a própria empresa.

 Administrador judicial: é a massa falida que paga. Mas, tem regras para sua
remuneração, existe um teto de remuneração (não pode superar 5% do valor
do ativo levantado da massa falida).

Termo de posse: documento que o administrador judicial assina


assumindo os atos a serem praticados para administrar a empresa, tão bem
como se administrasse seus próprios bens.

O administrador então começa a arrecadar bens: Inicia-se uma nova fase:

Adm. Jud. Realizar ativo Adm. faz um relatório final


(arrecadar bens) Pagar credores

$ p/ pagar os credores Adm. Jud. prestará


Contas SENTENÇA
DE
ENCERRAMENTO

É possível que a empresa funcione provisoriamente nesta fase, mantém, por


exemplo, a padaria funcionando até arrecadar todos os bens.
O adm. Judicial recebe antes de todos os credores = Crédito extraconcursal.

Realizar ativo: começa a vender os ativos para pagar os credores.


Quem recebe primeiro? Quadro geral de credores (exemplo: os funcionários
recebem primeiro).
Regra da lei: Art. 83
1. Credores trabalhistas (até 150 s.m.)
2. Credor com garantia real (bem móvel ou imóvel como garantia no
não pagamento da dívida) *bancos*
3. Crédito fiscal (governo)

*Credores quirografários (crédito comum, os créditos “de papel”).

Publicação do edital: informa aos credores p/ se habilitarem ao pagamento. As


habilitações de credores são feitas em um 2º rito, quando intempestivas, são feitas via
incidente processual.

Supondo que $ todos os credores:


A Sentença de Encerramento é feita pelo juiz. Notifica a Junta comercial e
extingue a empresa, é a decisão final.

Desta sentença, um dos credores poderá recorrer. Recurso de Apelação.

Aula 3 – 01/03

O processo falimentar é uma execução de natureza coletiva.

Não importa que só 01 credor tenha proposto o processo falimentar ou, por
exemplo, um credor quirografário (sem nenhum bem, sem nenhuma prioridade legal).
Quando o juiz nomeia o administrador judicial, ele montara o quadro de
credores, nos termos do art. 3º e 4º.

Lembre-se que, após a quebra da empresa, há o chamamento dos credores


extraconcursais. Eles recebem antes mesmo dos credores principais.

No processo falimentar:
 O próprio legislador limita a remuneração do administrador judicial, poderá
receber com o limite de 5% do valor do ativo (exemplo: massa falida de
100 reais, a remuneração será de, no máximo, 05 reais).

Na recuperação judicial: período pré-falimentar (a empresa ainda não


quebrou)
 O percentual do administrador poderá ser, por exemplo, 5% da dívida.
 Este administrador irá fiscalizar e administrar os bens, com o teto de 5% do
crédito submetido à recuperação (passivo).

Processo falimentar

Vimos no quadro geral que os sócios não representam mais a empresa, são
afastados e declarados inabilitados para fins empresariais, tendo em vista que esta na
mão do juiz os ditames.

Exemplo: pode ate ser sócia de uma empresa, mas não poderá administrá-la.

“Lei 11.102, Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer


qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a
sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º
do art. 181 desta Lei.

Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá


requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu
registro.”
Se no término da falência, ficar provado que todos foram pagos, o sócio volta a
ser habilitado para exercer atividade empresarial. Se não forem pagos, inabilitação por
05 anos.

3 rios no processo falimentar:

2º: rio das habilitações : habilitação

1º rio processo principal: publica o 1º edital ---- publica 2º edital --- ped. Jud.--- 3º
Fase adm 15 DIAS 10 DIAS edital
QGC

3º rio: antigo inquérito judicial (é desnecessário atualmente, pois se houver crime


falimentar o processo vai para a vara especializada)

Tudo isso, acontece depois da sentença de falência. Seguindo o art. 7º,


parágrafo 1º.

Pedido de habilitação, feito no 2º rio: os credores outorgam por meio de um


advogado o pedido para se habilitar ao processo, no 1º rio, que é o principal.
Lembrando que a publicação da lista dos credores é feita no Diário Oficial.

1º rio: Este 1º edital da relação de credores (chamamento): quem consta na


lista está habilitado e terá 15 DIAS para se habilitar junto ao administrador judicial
via e-mail.

Esse primeiro prazo é considerado uma habilitação administrativa extrajudicial,


feita com o administrador e não com o juiz de direito. O e-mail será analisado, pelo
adm. sozinho.
Se houver um erro, o administrador inclui os credores que se manifestaram,
publicando o 2º edital, habilitando-os.

Problema: Se um dos credores não estiver contido na lista, pois ao


administrador não acolheu, deverá entrar com o pedido na via judicial, impugnará
o edital. Lembre-se: prazo de 10 dias p/ dizer que está ausente ou para impugnar
a lista.

Agora, o peticionamento será distribuído como um incidente processual e o juiz


entrará na questão, terá número próprio. (igual acontece com pedido de cumprimento
de sentença).

Dos credores que não forem habilitados neste 2º edital, haverá a publicação do
3º edital (quadro geral dos credores).

Pedido de reserva: o credor, por exemplo, sabe que o administrador está indo
distribuir os valores da massa falida. Então pede ao juiz que deixe uma reserva para o
recebimento do crédito, enquanto ainda aguarda o pedido de habilitação.
Se for habilitada = recebe
Se não for = não recebe

Se o 2º edital for impugnado, vai ao juiz, então publica, em regra, o “3º edital”
que será o quadro geral de credores.

O credor pode se habilitar no processo falimentar até o final, até o final do


processo. Se for após a lista do quadro geral, o juiz dará um despacho para que este
sujeito seja incluído.

Se no 1º edital todos os credores estiverem presentes e não for impugnado,


este edital se tornará o quadro geral de credores.

Feito o QGC, os pagamentos podem começar a ser feitos.

Durante a falência, pode ser que o administrador precise vender bens


rapidamente (exemplo produtos de um supermercado, pois pode perecer). Se ele tiver
dinheiro em caixa, ele poderá fazer certos pagamentos.

QGC ---> será homologado.

Se houver algum credor após a homologação, ele poderá ser incluído no


quadro.
Efeitos jurídicos da homologação? Após a homologação do QGC, só poderá
ser habilitado por meio de ação de conhecimento (rito ordinário), por um processo
judicial e não por um incidente.

“Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º , § 1º ,


desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.

§ 6º Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles


que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o
procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer
ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-
geral para inclusão do respectivo crédito.”

Linha geral:
A arrecadação de bens (rio principal): ocorre de uma forma amigável

O 2º rio sempre deságua no rio principal.

O administrador será o depositário fiel dos bens.


 Se não cuidar dos bens = responde de forma ilimitada no limite do
seu prejuízo.

Quando o adm. vende os bens: realização do ativo, realizar o ativo.


 A venda é por leilão/pregão/propostas fechadas.

 Após a venda: rateio dos valores aos credores. Conforme os art. 83 e


84.

 O administrador judicial presta contas.

O juiz homologa as contas por sentença.


 Reprovada as contas, nomeia-se outro administrador e destitui o
antigo.
 Lembrando que cabe recurso da destituição do administrador judicial.
Exemplo: administrador tem direito a receber 100 reais. Desse 100, 60% vai
para o bolso dele na hora, 40% vai para um depósito judicial, no qual estará
condicionado a aprovação de contas pelo juiz ao final do processo.

“Exidade do trabalho e os valores praticados no mercado


para o desempenho de atividades semelhantes.

§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial


não excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores
submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos
bens na falência.

§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante


devido ao administrador judicial para pagamento após
atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.

§ 3º O administrador judicial substituído será remunerado


proporcionalmente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem
relevante razão ou for destituído de suas funções por desídia,
culpa, dolo ou descumprimento das obrigações fixadas nesta
Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.”

Uma empresa quebra: por ato falimentar (fraude. Exemplo: venda temerária
de artigos da empresa, venda de ativos, trespasse [passa o ponto, vende tudo, sem
ficar com patrimônio para pagar os credores]); vício do instrumento; vício do
processo, prescrição.

O administrador fiscaliza o período pré-falimentar, se houver a comprovação de


que houve ato falimentar, haverá uma auditoria e os atos serão considerados
ineficazes. Prestará contas ao juiz.

Praticar crime falimentar = 10 anos inabilitado para exercer atividade


empresarial.

Antes da Falência: período pré-falimentar.

Aula 08/03
Recuperação Judicial: PROCESSO RECUPERACIONAL

O pedido de recuperação judicial (lembre-se da linha do tempo que fizemos do


processo falimentar, ou contestamos ou entramos com o pedido de recuperação
judicial) é uma tentativa de negociar com os seus credores. Prazo = 10 dias.

Antes de chegar na etapa desse pedido, pode a empresa que está mal das
pernas, entrar com a autofalência ou o pedido de recuperação judicial.
O único momento que temos para pedir a recuperação judicial é na fase de
contestação, lembre-se da linha do tempo do processo falimentar. Quem pede é o
devedor, ou seja, a empresa que está em crise econômico-financeira.

Exemplo de empresas em RJ: saraiva, livraria cultura.

Temos:
- Recuperação judicial
- Recuperação judicial especial (micro e pequenas empresas)
- Recuperação Extrajudicial (negocio com os credores e levo p/ o juiz
homologar)

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

BB Paes e Doces Ltda “Em Recuperação Judicial”

Decisão de processamento Sentença de Encerramento


pelo juiz Concessão

P.I. Plano 24 meses

Nomeia Adm. 60 DIAS 30 dias (aprova ou não o plano)


judicial

Competência da PI? Principal estabelecimento da empresa devedora, em


tese da massa falida. PQ É O LOCAL ONDE SÃO TOMADAS AS DECISÕES
EMPRESARIAIS
- Mesmo foro da falência. Pois, uma das consequências de o plano de
recuperação judicial não ser viabilizado é a convolação à falência.

Quem é empresário pode entrar com recuperação judicial, se for uma empresa
irregular não poderá entrar. Recuperação judicial é uma benesse da lei, por isso há
uma serie de requisitos:

Requisitos objetivos: Art. 48

- Deve ser uma empresa, exercer atividade empresarial.

Exemplo: sociedade comum não entra.

- Crise econômico-financeira.

Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a


superação da situação de crise econômico-financeira do
devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função
social e o estímulo à atividade econômica.

- Empresário há pelo menos 02 anos.

O legislador opta por esse prazo de 02 anos para que possa haver uma
seleção das empresas que realmente são viáveis no mercado empresarial, pois uma
empresa com menos de dois anos no mercado e com instabilidade financeira não é
apta a viabilidade financeira e não há fundo de comércio a ser protegido.

- Comprovar que não houve falência nos 5 anos.

Art. 51. Rol de documentos necessários que devem ser trazidos na PI.

Exemplo: Conta bancária da empresa, livro dos balanços comerciais, tudo.

Decisão de processamento: o juiz vai deferir se a PI é apta ao processo de


recuperação judicial.
Nesta decisão de processamento o juiz nomeia o administrador judicial,
comunica a Junta Comercial do processo de recuperação e adota o prefixo no nome
da empresa.

Aula 15/03

1ª Decisão de processamento 2ª Decisão de Concessão Sentença de


Encerramento

P.I. Lista de credores 60 dias


PLANO

15 dias
60 dias
Nomeia o Adm. Jud.

P.I.: pedido ao juiz para que defira o processamento e apresente um plano de


recuperação judicial e negocie com os credores + rol de documentos do art. 51.
Foro do principal estabelecimento do próprio devedor, onde há as
atividades empresariais.

O juiz irá analisar as condições do art. 48 e conferindo todos os documentos,


art. 51, nos autos p/ ver se a empresa possui viabilidade econômica, se tem fluxo de
caixa, quanto lucra, conta corrente etc.

Na decisão de processamento o juiz defere a PI, nomeia o administrador


judicial e dá 60 dias nos termos da lei para apresentar o plano de recuperação, sob
pena de decisão de quebra. Nesta decisão o prefixo “em quebra” é adicionado ao
nome da empresa.

A lista de credores é publicada, ou seja, o chamamento de credores para que


possam se habilitar. Abre-se 15 dias a partir da publicação para que haja a
habilitação desta lista, podendo ser feita de forma informal via e-mail.
Se nos 60 dias após a publicação, houver uma objeção ao plano
recuperacional, aí marca-se a Assembleia Geral de Credores. Lembre-se não é
obrigatória. Nessa AGC todos votam.

Se o plano for recusado ou não apresentado a empresa quebra, vai para o


processo de falência e inicia-se o processo falimentar.

Na decisão de concessão o juiz manda a empresa cumprir o plano


recuperacional.

Situação diferente:
Se, na AGC houver uma 2ª lista de credores, há 10 dias para impugnar essa
lista para o fim de um possível credor ser habilitado na recuperação judicial.
A empresa recuperando é obrigada a pagar conforme o plano que ela
impugnou.
Esta impugnação será pela via judicial, pois o credor foi retardatário ou o juiz
não aceitou o pedido de habilitação. O processo será feito por meio de incidente, para
não contaminar o processo principal.
Após os pedidos o juiz publica a 3ª lista de credores, que será o Quadro Geral
de Credores, que em tese será definitiva. Com base nessa lista que o plano aprovado
deverá ser cumprido.

CUIDADO! Na recuperação judicial não há plano de remissão de dívida.

Depois da Concessão o juiz ainda fiscaliza o plano por 02 anos, para que
possa fiscalizar se a empresa está cumprindo e se está apta a se manter ativa e
merece ser ajudada, pois a empresa superou a crise.

A sentença de encerramento anuncia a recuperação concluída. O prefixo “em


recuperação” é retirado do nome da empresa e ela retorna para o mercado com
viabilidade.
Linha da Falência:

Vamos supor que o plano de recuperação não foi aprovado na recuperação


judicial, na AGC o plano foi reprovado por unanimidade. Convola, portanto, em
falência.

“SENTENÇA DE QUEBRA”

Nesta sentença o juiz nomeia um Administrador Judicial (que pode ser inclusive
o mesmo da recuperação) e inabilita os sócios da empresa.
Estamos diante da massa falida da empresa.

O administrador irá publicar outra lista a partir do QGC, e publicará como


chamada de credores.
Desta nova lista -----> 15 dias p/ se habilitar.

Obs.: Se Joana estava na lista dos credores quirografários = também terá 15


dias para se habilitar, o prazo é unanime se for o primeiro chamamento.

Enquanto isso ocorre o administrador procurará ativos da massa falida para


que possa pagar os credores.

Exemplo: Eduarda pediu habilitação e Joana pediu divergência. Ambas com 15


dias para tal, o administrador publicará uma 2ª lista.

2ª lista --------> 10 dias p/ impugnar para o juiz. (inicia-se o rio das


habilitações).

Após, publica o QGC. O administrador passa a realizar o ativo.

Pagou todo mundo? O juiz encerra a falência.

Não pagou? Continua inabilitada para fins empresariais, art. 1.011 do CC.
Aula 22/03

Preço vil = preço insignificante, bem abaixo do preço razoável.

Chamamento de credores é o mesmo chamamento da recuperação judicial. Na


recuperação a empresa não pode estar inativa, ela continua em funcionamento
durante todo o processo, exercendo a atividade empresarial.
As decisões importantes são feitas por meio de edital.

Aspectos Gerais da Lei

O Decreto lei tratava da concordata e da falência, Lei n. 11.101/2005,


revogando expressamente a antiga Falências, na verdade Decreto-Lei n. 7.661/45.

Concordata e falência eram tratados por meio deste decreto, como por
exemplo, este artigo que fala sobre a deliberação dos sócios:

“Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de


outras matérias indicadas na lei ou no contrato:
I - a aprovação das contas da administração;
II - a designação dos administradores, quando feita em ato
separado;
III - a destituição dos administradores;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no
contrato;
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a
cessação do estado de liquidação;
VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento
das suas contas;
VIII - o pedido de concordata.”

Atualmente, o termo concordata deve ser entendido como recuperação


judicial. O art. 1.071 estabelece que deve haver uma deliberação dos sócios para que
haja o pedido de recuperação judicial.
A aprovação societária pressupõe que haja uma ata de uma reunião entre os
sócios, concordando com o pedido de recuperação judicial.

AJ = era antes chamado de síndico.

Exemplo: hanadi credora trabalhista, vende seu crédito a virginia por 60 mil,
como é credora trabalhista em regra ela receberia primeiro, mas como vendeu, perde
a ordem de preferência.

“Com a preocupação de assegurar, de modo efetivo, a reorganiza-ção da


atividade empresarial, estimular o desenvolvimento do mercado e reduzir a
morosidade do procedimento, foi promulgada a Lei n. 11.101, Lei de Recuperação de
Empresas e Falência (LREF),”

O Decreto não é mais vigente, porém, ainda se aplica nas falências que já
estavam fase de recuperação, ou seja, na época de 2005.

Lembre-se: 3 grandes rios

- Autos principais da Falência


- Autos de Habilitação
- Autos do Inquérito Judicial.

Antes, havia apenas um juízo universal da falência, todas as decisões da


falência saiam de lá.

Na recuperação judicial é diferente, a empresa ainda não quebrou. Então em


regra, é o juiz da falência que irá resolver tudo.

Sacramone diz a respeito da recuperação judicial:

A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da


situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a
manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos
interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da
empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (art. 47,
da LF).
Divisão dos créditos: todos proporcionais de acordo com o valor da dívida, por
isso há o concurso de credores. Arrecada os bens e partilha (falência).

Lembre-se: administrador possui crédito extraconcursal, recebe antes dos


credores.

Lei Falimentar: só se aplica a empresas que exercem atividade empresarial


“pura”.

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação


extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária,
doravante referidos simplesmente como devedor.

Exemplo: igreja não tem direito, mas deve analisar caso a caso se está
exercendo atividade empresarial, como por exemplo, uma franquia para ensinar
determinada conduta dos profissionais.
Em regra, será indeferido, pois deve estar muito claro e explícito que possui
elemento de empresa.

Exceções à Lei: empresas que não podem falir pela forma ordinária (que
estudamos)

“Art. 2º Esta Lei não se aplica a:

I – empresa pública e sociedade de economia mista;

II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de


crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade
operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora,
sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas
às anteriores.”

Bancos não podem falir, mas lembre-se, antes da aplicação desta nova Lei,
houve bancos que entraram em falência, antes de 2005.
Esta previsão procura tutelar o interesse social.

O BACEN faz uma intervenção nas instituições financeiras para que seja
determinado a liquidação. O próprio agente liquidante se notar que há atos
falimentares, crimes e fraude, pode determinar a quebra da empresa e entra com o
pedido de falência.

Lei 6.024/74 regulamenta a falência das instituições financeiras.

Exemplo: bancos, cooperativas de crédito, consórcio, seguradoras, operadores


de banco de saúde (UNIMED).

“Art. 23. As operadoras de planos privados de assistência à saúde não podem


requerer concordata e não estão sujeitas a falência ou insolvência civil, mas tão-
somente ao regime de liquidação extrajudicial. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 1o As operadoras sujeitar-se-ão ao regime de falência ou insolvência


civil quando, no curso da liquidação extrajudicial, forem verificadas uma das seguintes
hipóteses: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

I - o ativo da massa liquidanda não for suficiente para o pagamento de


pelo menos a metade dos créditos quirografários; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

II - o ativo realizável da massa liquidanda não for suficiente, sequer, para


o pagamento das despesas administrativas e operacionais inerentes ao regular
processamento da liquidação extrajudicial; ou (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

III - nas hipóteses de fundados indícios de condutas previstas nos arts.


186 a 189 do Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945.”

Não se aplica, mas a depender do regime se aplicará a lei anterior.

Todas estas empresas possuem uma autarquia a fiscalizando e controlando.

Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação


extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo
do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa
que tenha sede fora do Brasil.

É a interpretação majoritária o principal estabelecimento do devedor, onde as


importantes decisões econômicas são tomadas.

Exemplo: LATAM que entrou com concordata no exterior.

Disposições Comuns à Recuperação Judicial e à Falência

“Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial


ou na falência:

I – as obrigações a título gratuito;

II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na


recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais
decorrentes de litígio com o devedor.”

Se aplica tanto na RJ como na Falência, guardado as devidas recuperações,


pois na RJ a empresa ainda está ativa.

Se a empresa está sem dinheiro, elas não devem ser oneradas com este tipo
de obrigação a título gratuito (inciso I).
Exemplo: doação de 300 computadores da empresa para a AACD. Essa
doação é ineficaz, porque é obrigação a título gratuito, que dizer que se o
administrador judicial nomeado no meio do processo de recuperação quiser tomar
estes bens de volta, ele pode.
Exemplo: doados no asilo 2 camas da BB Paes e Doces. Em regra, essas
camas devem ser devolvidas para a massa falida. O asilo não pode cobrar essa
doação, ou seja, exigi-la.

A massa falida só indeniza se houve litigação contra a empresa massa falida


em uma ação ganha com custas e sucumbência. Exceto, nada poderá ser exigido em
relação as despesas.
Exemplo: cliente entrou com ação de conhecimento por inadimplemento
contratual, a empresa entrou com RJ convolou em falência, mas essa ação
indenizatória ganhou. Então deverá pagar as custas, se tiver dinheiro.

Aula 29/03

Lembre-se quando a empresa está em recuperação judicial, ainda há


administração da empresa, pois ainda não está quebrada.
Um processo de recuperação dura o período de stay period (180 dias), entra –
defere o processamento – suspende as ações – 60 dias p/ o plano recuperacional –
homologa-se o plano (ou 30 dias p/ objeção) – marca assembleia. Se tudo der certo,
ou homologa-se o plano ou convola-se em falência.

Art. 5º, inciso II. Despesas p/ se habilitar no processo.

Na fase administrativa não há pagamento, ainda não é retardatário. Porém, se


perder o prazo e ser um credor retardatário, há despesas p/ pagar. CUIDADO! Não
perde o recebimento do crédito, porém ter o direito de receber não significa que
haverá pagamento.

Lógica: Na RJ quem é credor retardatário não perde o crédito, pois a empresa


está ativa, se há promessa de pagamento, ela deve cumprir, não importa se houve a
habilitação de forma intempestiva.
RETARDATÁRIO DA RECUPERAÇÃO = PERDE O DIREITO DE VOTO

Na falência o ativo é limitado, a empresa esta falida. Os efeitos p/ quem é


retardatário é diferente. Efeito direto: juridicamente o crédito é dele, se vai receber ou
não ai depende.

RETARDATÁRIO NA FALÊNCIA = PODE PERDER EVENTUAL RATEIO +


PAGARÃO CUSTAS JUDICIAIS

EXCETO: Credores trabalhistas não perdem o direito de voto, seja na RJ


ou na Falência.
Art. 6º. Ocorre a suspensão das ações contra a recuperanda e da massa falida,
para a empresa ter um “folego” (stay period) e conseguir recuperar quem estiver em
RJ.

Art. 6º.
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor,
inclusive daquelas dos credores particulares do sócio solidário,
relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação
judicial ou à falência;

As execuções são suspensas. Mas, existem algumas que não se sujeitam a


recuperação.
Exemplo: aval. Após os 180 dias, a ação volta a correr normalmente.

Quando a ação não tem valor líquido, ela irá continuar tramitando.

§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se


processando a ação que demandar quantia ilíquida.

O pedido de reserva: as ações trabalhistas vão tramitar sempre na sua Vara


especializada, independente de entrar com RJ ou falência e não no juízo universal da
falência.

§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial,


habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da
relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista,
inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei,
serão processadas perante a justiça especializada até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-
geral de credores pelo valor determinado em sentença.

O que o juiz trabalhista definir como crédito a ser recebido, deverá constar pelo
administrador judicial na lista dos créditos a serem pagos pela empresa. O que for
apurado na legislação trabalhista, é definitivo. Apurado, é habilitado.
O pedido de reserva também poderá ser feito pelo trabalhador nesta Vara
especializada.
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de
que tratam os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão
pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado do
deferimento do processamento da recuperação, prorrogável
por igual período, uma única vez, em caráter excepcional,
desde que o devedor não haja concorrido com a superação do
lapso temporal.

Este período de stay period pode ser revogado por mais 180 dias, por uma
única vez, desde que não seja culpa da recuperanda, o magistrado pode autorizar =
com um total de 01 ano.
Se não houver deliberação do plano recuperacional em 180 dias, os credores
podem apresentar um plano alternativo a fim de pressionar o devedor:

§ 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a


deliberação a respeito do plano de recuperação judicial
proposto pelo devedor faculta aos credores a propositura de
plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º e 7º do art. 56
desta Lei, observado o seguinte:

Hoje, o credor pode também apresentar um plano recuperacional, este é um


diferencial.

Seja na RJ ou na F, as empresas podem ser processadas, pode contratar


inclusive um trabalhador no período de recuperação.

§ 6º Independentemente da verificação periódica perante os


cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas
contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência
ou da recuperação judicial:

I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição


inicial;
II – pelo devedor, imediatamente após a citação.

O juiz da RJ ou da F, deve ser comunicado que há ação contra a empresa,


independente da esfera que fora promovido ações contra a massa falida.
Nem todos os créditos estão sujeitos a recuperação judicial, por isso se faz
necessário essa comunicação para dar ciência da proporção.

§ 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo


não se aplica aos créditos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49
desta Lei, admitida, todavia, a competência do juízo da
recuperação judicial para determinar a suspensão dos atos de
constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à
manutenção da atividade empresarial durante o prazo de
suspensão a que se refere o § 4º deste artigo, a qual será
implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma
do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido
Código.

Os incisos tratam dos bloqueios, do stay period, do bloqueio de bens. As


situações de suspensão dos bens, retirada e etc, os créditos em regra não estão
sujeitos as restrições previstas da lei, exceto quando essências a atividade da
empresa.
Exemplo: não paguei em alienação fiduciária, não está sujeito a limitações,
todavia pode haver a suspensão quando for essencial à atividade.
Exemplo: comprei a máquina em arrendamento, e só poderei usar plenamente
após os 180 dias.

Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos


existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.

§ 3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário


fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil,
de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos
respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade
ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou
de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio,
seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação
judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa
e as condições contratuais, observada a legislação respectiva,
não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a
que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada
do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais
a sua atividade empresarial.

Em regra, permite que os ativos sejam retirados da empresa. Se não for


essencial, é retirado pelo credor. Agora, se for essencial, deve ser indicada no caso
concreto para que não se sujeite.

Créditos fiscais entram na Falência (fila única dos credores correlacionados),


mas não entram na RJ pois possuem regra própria.

Créditos tributários = estão em 3º lugar.

Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da


relação referida no art. 7º , § 2º , desta Lei, o Comitê, qualquer
credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público
podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de
credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou
manifestando-se contra a legitimidade, importância ou
classificação de crédito relacionado.

Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será


processada nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei.

A partir da publicação do edital de credores (exemplo: publicação do 2º edital),


além de poder apresentar impugnação de um crédito seu, poderá também realizar a
impugnação de terceiro. Permite até o MP fazer isso e os falidos/recuperandos.
Exemplo: quero alegar que há uma habilitação indevida = será apurado.

Isso diz respeito ao fato de que tratamos de uma execução coletiva e será
autuado em apartado ou seja, via incidente.

§ 7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo


não se aplica às execuções fiscais, admitida, todavia, a
competência do juízo da recuperação judicial para determinar a
substituição dos atos de constrição que recaiam sobre bens de
capital essenciais à manutenção da atividade empresarial até o
encerramento da recuperação judicial, a qual será
implementada mediante a cooperação jurisdicional, na forma
do art. 69 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido
Código.

Execução fiscal não está sujeito as regras de suspensão do stay period, mas
quando recair sobre bens essenciais a atividade da recuperando será necessário
substituí-los, cabendo ao juiz encontrar um “meio termo”.

§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação


judicial ou a homologação de recuperação extrajudicial previne
a jurisdição para qualquer outro pedido de falência, de
recuperação judicial ou de homologação de recuperação
extrajudicial relativo ao mesmo devedor.

Este artigo irá tratar da competência.


Exemplo: entrei com pedido de RJ em Campinas, desisti antes do deferimento
do processamento, será competente apenas o de Campinas p/ qualquer outro pedido,
pois já estará prevento. Quem distribuiu primeiro é aquele que ficará prevento.

§ 9º O processamento da recuperação judicial ou a decretação


da falência não autoriza o administrador judicial a recusar a
eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo ou
suspendendo a instauração de procedimento arbitral.

A lei diz que não poderá haver recusa dessa requisição arbitral, em que poderá
submeter a uma certa discussão. Não poderá simplesmente recusar, mas não significa
que será válida em qualquer hipótese.

Específico para o RJ:

Art. 6º-A. É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de


recuperação judicial, distribuir lucros ou dividendos a sócios e
acionistas, sujeitando-se o infrator ao disposto no art. 168
desta Lei
Antes os sócios entravam em RJ e iam esvaziando o ativo da empresa,
distribuindo entre si os valores de entrada. Hoje é vedado.

Os terceiros não podem ser responsabilizados pelo simples inadimplemento


das obrigações, exceto se provar que houve conluio fraudulento = ação revocatória.

Art. 6º-C. É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros


em decorrência do mero inadimplemento de obrigações do
devedor falido ou em recuperação judicial, ressalvadas as
garantias reais e fidejussórias, bem como as demais hipóteses
reguladas por esta Lei

Aula 12/04
A fase de verificação e habilitação de créditos é a mesma na RJ e na F, ambos
com publicação de edital e etc.

Na RJ tudo é mais dinâmico, porque a empresa não quer quebrar. E na


Falência é mais demorada, está afastado da empresa e inabilitado p/ fins
empresariais.

Finalidade da falência (pegar todo o ativo e pagar o passivo).

Seção 2-A: normatização daquilo que já era feito antes na RJ.

Há hoje a possibilidade de realizar a mediação ou a conciliação antes do


pedido de RJ, até mesmo na RJ extrajudicial. A ideia é avisar aos credores e tentar
negociar, ao mesmo tempo conseguindo um stay period antes mesmo do stay period
da própria RJ, pedindo ao juiz uma tutela de urgência.

§ 1º Na hipótese prevista no inciso IV do caput deste artigo,


será facultado às empresas em dificuldade que preencham os
requisitos legais para requerer recuperação judicial obter tutela
de urgência cautelar, nos termos do art. 305 e seguintes da Lei
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
a fim de que sejam suspensas as execuções contra elas
propostas pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, para tentativa
de composição com seus credores, em procedimento de
mediação ou conciliação já instaurado perante o Centro
Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do
tribunal competente ou da câmara especializada, observados,
no que couber, os arts. 16 e 17 da Lei nº 13.140, de 26 de
junho de 2015. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
(Vigência)

Obtenção do acordo, vai ter que cumprir por 360 dias:

Art. 20-C. O acordo obtido por meio de conciliação ou de


mediação com fundamento nesta Seção deverá ser
homologado pelo juiz competente conforme o disposto no art.
3º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
(Vigência)

Parágrafo único. Requerida a recuperação judicial ou


extrajudicial em até 360 (trezentos e sessenta) dias contados
do acordo firmado durante o período da conciliação ou de
mediação pré-processual, o credor terá reconstituídos seus
direitos e garantias nas condições originalmente contratadas,
deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os
atos validamente praticados no âmbito dos procedimentos
previstos nesta Seção

A fiscalização será desses 360 dias de acordo cumprido. Se dentro desse


prazo, entrar com o pedido de RJ, tudo aquilo que foi acordado será perdido, por
exemplo descontos e benefícios que teve.
Em compensação, se tudo for pago, mantendo o cumprindo até o 361º dia, e a
recuperação se extingue, todos os descontos serão mantidos, novando a dívida ->
quando não há convolação em falência.

Administrador Judicial e Comitê de Credores

(lembre-se de todas as nuances do AJ que nos estudamos no começo).

AJ: na RJ ele mais fiscaliza a empresa.


Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização
do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe
impõe:

I – na recuperação judicial e na falência:

a) enviar correspondência aos credores constantes na relação


de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput
do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei,
comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da
decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação
dada ao crédito;

b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos


credores interessados;

c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de


ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e
impugnações de créditos;

Obrigações do AJ na falência e na RJ.

O AJ inclusive verifica todos os livros doe devedor e faz um resumo


literalmente de tudo.

d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores


quaisquer informações;

e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º


desta Lei;

f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18


desta Lei;

g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de


credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender
necessária sua ouvida para a tomada de decisões;
h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou
empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo
no exercício de suas funções;

i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;

A Assembleia na Falência não aprova plano, pois a empresa já está quebrada.


Nesse caso eles tratam da venda dos ativos e deliberam dos demais assuntos, mas é
facultativo.

O AJ pode contratar auxiliares, a depender do caso concreto.

j) estimular, sempre que possível, a conciliação, a mediação e


outros métodos alternativos de solução de conflitos
relacionados à recuperação judicial e à falência, respeitados os
direitos de terceiros, na forma do § 3º do art. 3º da Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil);
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

k) manter endereço eletrônico na internet, com informações


atualizadas sobre os processos de falência e de recuperação
judicial, com a opção de consulta às peças principais do
processo, salvo decisão judicial em sentido contrário;
(Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

l) manter endereço eletrônico específico para o recebimento de


pedidos de habilitação ou a apresentação de divergências,
ambos em âmbito administrativo, com modelos que poderão
ser utilizados pelos credores, salvo decisão judicial em sentido
contrário; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

m) providenciar, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, as


respostas aos ofícios e às solicitações enviadas por outros
juízos e órgãos públicos, sem necessidade de prévia
deliberação do juízo; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
(Vigência)
Na RJ: obrigações básicas do AJ

II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano
de recuperação judicial;

b) requerer a falência no caso de descumprimento de


obrigação assumida no plano de recuperação;

c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal


das atividades do devedor, fiscalizando a veracidade e a
conformidade das informações prestadas pelo devedor;
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de


recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta
Lei;

Na Falência:

III – na falência:

a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que,


diariamente, os credores terão à sua disposição os livros e
documentos do falido;

b) examinar a escrituração do devedor;

c) relacionar os processos e assumir a representação judicial e


extrajudicial, incluídos os processos arbitrais, da massa falida;
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

O AJ deve assumir os processos da massa falida. Ele assume, pq agora


representa a massa falida e a direção do processo.

d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor,


entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa;
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da
assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual
período, relatório sobre as causas e circunstâncias que
conduziram à situação de falência, no qual apontará a
responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o
disposto no art. 186 desta Lei;

Remuneração do AJ: 5% das dívidas da recuperação.


5% do ativo na falência.
Micro e pequenas empresas: 2%

Obs.: Na falência:
Art. 24, § 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do
montante devido ao administrador judicial para pagamento
após atendimento do previsto nos arts. 154 e 155 desta Lei.

Exemplo: 50 reais de 1000 do ativo. 20 devo depositar e só pegar dps das


contas serem aprovadas.

Comitê de Credores é facultativo, não é obrigatório.

Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes


classes de credores:

I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou


decorrentes de acidentes de trabalho;

II – titulares de créditos com garantia real;

III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial,


com privilégio geral ou subordinados.

IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou


empresa de pequeno porte

Na RJ também cria-se 4 classes.


Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação
de qualquer das classes de credores na assembléia-geral e
terá a seguinte composição:

I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores


trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;

II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com


direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois)
suplentes;

III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores


quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.

IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores


representantes de microempresas e empresas de pequeno
porte, com 2 (dois) suplentes

O Comitê de Credores não trabalha de graça, ele fiscaliza, dá pareceres, se


manifesta. São remunerados, mas é de custo dos credores.

Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração


custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas
realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se
devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão
ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa.

Responde de forma análoga como se administrador judicial fosse, pois é uma


função administrativa.

Reembolso de Despesa

Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de


administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no
exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do
Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi
destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais
ou teve a prestação de contas desaprovada.
Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê
responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao
devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o
dissidente em deliberação do Comitê consignar sua
discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.

Aula 19/04

Linha do tempo da RJ (lembre-se): se houver objeção ao plano, haverá a


Assembleia Geral de Credores para deliberar sobre o plano. Agora há uma nova
previsão que, se mais da metade dos credores se mostrarem adeptos ao plano, não é
necessário realizar esta AGC.

Na falência nós também temos uma AGC, mas, aqui não é p/ aprovar o plano,
pois a empresa já quebrou. Aqui haverá deliberação de vendas de ativos com os
credores.
O administrador pode pedir a AGC, para que converse com os credores,
deliberando entre si, pela maioria dos créditos (maior força de voto), p/ que haja a
venda do ativo.
A regra de quórum existe p/ evitar fraude.

Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições


deliberar sobre:

I – na recuperação judicial:

a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de


recuperação judicial apresentado pelo devedor;

b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus


membros e sua substituição;

Se houver constituição do comitê de credores, lembre-se que é facultativo.

d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do


art. 52 desta Lei;
Quando entra com o RJ, antes do deferimento, pode desistir. Depois da
decisão de processamento não posso mais desistir sem a anuência dos credores. Esta
autorização será analisada pelo comitê. É uma forma de evitar o uso do instrumento
judicial p/ negociar com os credores.

e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do


devedor;

O dono da empresa ainda está a frente da empresa, ainda administrada e


continua tocando a empresa. O administrador judicial irá fiscalizar todos os atos. Mas,
as vezes o devedor tumultua tanto a empresa, que o próprio administrador deseja
pedir ao magistrado que afaste o dono (provisoriamente), nomeando um gestor
judicial, que administra a empresa.
São situações excepcionais, pois os atos do devedor estão dificultando a
gestão da empresa, preservando a atividade empresarial.

Exemplo: RJ da empresa o Eike Batista que foi afastado.

f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos


credores;

Todos os outros temas podem ser deliberados pelos credores.

g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do


devedor, não prevista no plano de recuperação judicial;

Todo ativo que não estava previsto no plano recuperacional, o credor queria
vender p/ receber. Pode fazer alienação de ativos que não está previsto no plano,
basta convocar uma assembleia p/ que os credores deliberem, sem aditar o plano, de
forma extraordinária.

Analisaremos na Falência agora:

II – na falência:
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus
membros e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na
forma do art. 145 desta Lei;

d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos


credores.
Exemplo: na falência do Banco Santos (aplica a lei 6.024, pois banco não se
sujeita a falência). Quando o AJ assume a massa falida ele pode remir as dívidas, mas
qual o limite? Foi convocada uma assembleia a fim de que deliberasse qual o poder de
negociação do administrador judicial. Deliberou-se que poderia dar 50% de desconto.

Quem arca com o custo da assembleia = recuperanda e a falida.

Se os credores convocarem = ai nesse caso o custo é dos credores.

As assembleias obrigatoriamente devem ocorrer? Podem ser dispensadas ou


substituídas? Podem ser dispensadas com a manifestação por escrito dos sócios.

O VOTO em regra, nas assembleias é por crédito = quem tem mais crédito,
tem mais poder, pouco importa a classe.

Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu


crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de
recuperação judicial, o disposto no § 2º do art. 45 desta Lei.

Antes disso, a fim de facilitar a distribuição das classes das assembleias, o


legislador assim estipula:

Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes


classes de credores:

I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou


decorrentes de acidentes de trabalho;

II – titulares de créditos com garantia real;

III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial,


com privilégio geral ou subordinados.

IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou


empresa de pequeno porte.
Na classe dos trabalhadores p/ aprovar o plano não é por crédito = é por
cabeça.

Classe II e III = são credores comuns, que votam por cabeça + crédito.
O que importa nas 4 classes, é a aprovação de todas as existentes na RJ.

Classe IV = segue a regra da classe I, ou seja, voto por cabeça.

Crown down: decisão do magistrado quando apenas um credor que faz parte
de uma determinada classe não aprova do plano e as demais aprovam, em razão do
seu crédito ser muito pequena.

Exceção:

Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação


judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta
Lei deverão aprovar a proposta.

Tudo o que envolver a aprovação do plano na RJ = todas as classes devem


aprovar o plano. As classes que são existentes, claro.

§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do


art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores
que representem mais da metade do valor total dos créditos
presentes à assembléia e, cumulativamente, pela maioria
simples dos credores presentes.

Incisos II e III = garantia real e quirografários. Para aprovar o plano (cabeça +


crédito) votam.

§ 2º Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta


Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos
credores presentes, independentemente do valor de seu
crédito.
Se não aprovado em todas as classes, ai vamos p/ o art. 58 (uma regra
alternativa).

Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a


recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido
objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha
sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma dos
arts. 45 ou 56-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
14.112, de 2020) (Vigência)

§ 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base


em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta
Lei, desde que, na mesma assembléia, tenha obtido, de forma
cumulativa:

I – o voto favorável de credores que representem mais da


metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia,
independentemente de classes;

Aprovou em toda as classes = joia, aprovou o plano.

Se, por acaso alguma das classes não aprovar = O juiz ainda poderá conceder
a RJ, com base em plano que não obteve a aprovação do art. 45, desde que, na
mesma assembleia tenha obtido de forma cumulativa um voto favorável de credores
que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes.

II - a aprovação de 3 (três) das classes de credores ou, caso


haja somente 3 (três) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 2 (duas) das classes ou, caso haja
somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação
de pelo menos 1 (uma) delas, sempre nos termos do art. 45
desta Lei;

O juiz deverá ainda, analisar o inciso II. Deve observar que, se houvesse 4
classes de credores, pelo menos 3 das classes devem ter aprovado o plano. Se eram
4 e 2 aprovaram, não preenche.
Se houver apenas 3, deve ocorrer aprovação em pelo menos em 2. Assim é a
lógica.

Última regra a ser observada:

III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais


de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§
1º e 2º do art. 45 desta Lei.

O juiz irá destrinchar os votos daquela classe que reprovou, juntamente com o
AJ e quem votou favorável deve superar 1/3 dos credores.
Se a classe reprovar, por exemplo, por unanimidade = não preenche.

Se não estiverem presentes, cumulativamente = convola em falência.

Cumprida a regra do art. 45 = aprovou o plano.

Não cumpriu a regra do art. 45 = vai p/ o art. 58 e analise

os votos do plano.

Não cumpriu os requisitos, cumulativamente, do art. 58 =

convola em falência.

Crown down: estava quase aprovando, não conseguiu no inciso III, por
exemplo. Mas, se o juiz, ao analisar e por uma questão matemática a empresa não
aprovou o plano, por uma % de rejeição pequeno comparado com os demais. O juiz
pode aprovar o plano, fugindo da regra do art. 58.

Exemplo: casse IV 1 credor só = tem um crédito de 10 reais. Se seguir a regra,


votou contra e não aprova o plano. Mas o juiz, analisando pode aprovar o plano pelo
Crown down, se pautando no abuso de direito de voto e aprovando, tomando uma
decisão contraria ao poder deliberativo. São casos excepcionais, cuidado!

Exemplo: Cerâmica Jotoco passou pelo Crown down.


Princípio da paridade dos credores da mesma classe. Os credores devem ser
tratados de forma uniforme, mas caso não haja essa paridade, o juiz aplica a regra
disforme do art. 58 como citamos.

Convocação da Assembleia

Art. 36 estabelece a forma pela qual ocorrerá a convocação.

O AJ quem irá presidir a Assembleia = art. 37. Mas, quando for convocada para
afastar o AJ, não será por ele e o maior credor irá presidir.

Art. 37. § 3º Para participar da assembléia, cada credor deverá


assinar a lista de presença, que será encerrada no momento
da instalação.

§ 4º O credor poderá ser representado na assembléia-geral por


mandatário ou representante legal, desde que entregue ao
administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) horas antes da
data prevista no aviso de convocação, documento hábil que
comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos do
processo em que se encontre o documento.

A chamada é essencial, sem a assinatura não participa.

§ 5º Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus


associados titulares de créditos derivados da legislação do
trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não
comparecerem, pessoalmente ou por procurador, à
assembleia.

É possível que sindicatos participam para representar os trabalhadores. Para


ter essa disposição, é necessário observar o art. 6º, inciso I.

Aula 26/04
As subclasses de credores não podem ter desproporção em razão ao
recebimento do crédito = jurisprudência.
Para que haja as subclasses é necessário que elas sejam aprovadas, ocorre
normalmente quando o devedor precisa pagar um dos fornecedores, por exemplo, que
mais lhe interessa e considera essencial ao seu negócio.

Não existe perdão de dívida no processo falimentar. Em regra, não há


perdão.

Quórum p/ convocação da Assembleia: maioria de todos os credores das


classes existentes, em 1ª convocação.
Se não houver número suficiente há uma 2ª convocação e qualquer número de
credores será suficiente p/ que haja a instalação.

Disposições da RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Quem pode pedir é o empresário, aquele que exerce atividade empresária e


cumprir os requisitos do art. 48. Falamos anteriormente dos requisitos do art. 48.

Art. 70. Permite o parcelamento da dívida e com desconto na recuperação


especial.

Art. 48. § 1º A recuperação judicial também poderá ser


requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor,
inventariante ou sócio remanescente.

O cônjuge sobrevivente poderá pedir a recuperação judicial, ou também do


sócio remanescente. Na hipótese em que melhor podermos visualizar é no empresário
individual.
Para se entrar = é obrigatório haver uma deliberação caso haja uma sociedade
pluripessoal (em que há mais de um sócio).

Possibilidade do empresário rural pleitear RJ.

§ 2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica,


admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput
deste artigo por meio da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), ou
por meio de obrigação legal de registros contábeis que venha a
substituir a ECF, entregue tempestivamente.

Quando entra com RJ a empresa ainda deve estar em atividade, operando e


com movimento. Porque se não houver mais, não é cabível a RJ.

Microempreendedor: facilidades de escrituração contábil. O mesmo acontece


com o produtor rural.

Não tem previsão na lei para remissão da dívida na apresentação do plano


recuperacional. O desconto (deságio) pode ser pedido no plano.
São previsões exemplificativas:

Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a


legislação pertinente a cada caso, dentre outros:

I – concessão de prazos e condições especiais para


pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;

II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade,


constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou
ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da
legislação vigente;

Pode propor no plano uma cisão, uma incorporação ou até uma transformação
de sociedade.
Exemplo: posso transformar uma sociedade anônima em um EIRELI.

III – alteração do controle societário;

IV – substituição total ou parcial dos administradores do


devedor ou modificação de seus órgãos administrativos;

V – concessão aos credores de direito de eleição em separado


de administradores e de poder de veto em relação às matérias
que o plano especificar;
VI – aumento de capital social;

Emitir novas ações, colocar mais dinheiro na empresa com um aporte pessoal.

VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive


à sociedade constituída pelos próprios empregados;

“Dentre outros” = é um rol aberto para que a lei se perpetue no tempo.


Trespasse é o arrendamento do estabelecimento.

VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da


jornada, mediante acordo ou convenção coletiva;

É possível haver a redução do salário através de uma convenção coletiva feita


anteriormente. Mas, o crédito constituído não pode ser diminuído.

IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo,


com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro;

Dar bem em pagamento, novar as dívidas.

X – constituição de sociedade de credores;

XI – venda parcial dos bens;

Vende parcialmente bens para fazer caixa.

RJ, duas credores, 1 único bem em garantia da empresa. Para recuperar


preciso vender esse ativo e usar metade do dinheiro p/ aplicar na atividade, reduzindo
pela metade o crédito das credoras, que teriam que abdicar dessa garantia.

§ 1º Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão


da garantia ou sua substituição somente serão admitidas
mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva
garantia.
No caso concreto é difícil essa aprovação dos credores em abdicar aa garantia
em prol da atividade empresarial.

Art. 51. Trata dos documentos necessários para apresentar a PI.

Perícia Prévia:

Art. 51-A. Após a distribuição do pedido de recuperação


judicial, poderá o juiz, quando reputar necessário, nomear
profissional de sua confiança, com capacidade técnica e
idoneidade, para promover a constatação exclusivamente das
reais condições de funcionamento da requerente e da
regularidade e da completude da documentação
apresentada com a petição inicial.

Quando a documentação não é suficiente, o juiz pode realizar uma perícia


previa, constatando se a empresa realmente está operando ou não.

§ 1º A remuneração do profissional de que trata o caput deste


artigo deverá ser arbitrada posteriormente à apresentação do
laudo e deverá considerar a complexidade do trabalho
desenvolvido.

Aula 03/05

TJ/SP: Período de carência não conta para fins de fiscalização judicial. Se


pede uma carência de 3 anos, o processo fica suspenso, quando acaba volta a
fiscalização.

Detalhamento do período de RJ:

AGC = deve ocorrer no período de stay period, ao qual deverá ocorrer até o
150º dia.
O plano apresentado pode ter obrigações que superem os 02 anos de
fiscalização e as dívidas são novadas.
Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de
recuperação judicial, o juiz convocará a assembléia-geral de
credores para deliberar sobre o plano de recuperação.

§ 4º Rejeitado o plano de recuperação judicial, o administrador


judicial submeterá, no ato, à votação da assembleia-geral de
credores a concessão de prazo de 30 (trinta) dias para que
seja apresentado plano de recuperação judicial pelos credores.

Os credores podem apresentar o plano recuperacional na assembleia geral.


Existe essa possibilidade, como uma forma dos credores colocarem mais pressão no
devedor de não fazer um plano benéfico só para si mesmo.

§ 6º O plano de recuperação judicial proposto pelos credores


somente será posto em votação caso satisfeitas,
cumulativamente, as seguintes condições:
I - não preenchimento dos requisitos previstos no § 1º do art.
58 desta Lei;

Espécie de crown down.

II - preenchimento dos requisitos previstos nos incisos I, II e III


do caput do art. 53 desta Lei;

Tem que seguir os mesmos critérios que o devedor propôs o plano.

III - apoio por escrito de credores que representem,


alternativamente:
a) mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos créditos totais
sujeitos à recuperação judicial; ou (Incluído pela Lei nº
14.112, de 2020) (Vigência)
b) mais de 35% (trinta e cinco por cento) dos créditos dos
credores presentes à assembleia-geral a que se refere o § 4º
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 14.112, de 2020)
(Vigência)
IV - não imputação de obrigações novas, não previstas em lei
ou em contratos anteriormente celebrados, aos sócios do
devedor;

Terá que prever obrigações semelhantes ao que o próprio devedor apresentou,


mas em outras proporções.

VI - não imposição ao devedor ou aos seus sócios de sacrifício


maior do que aquele que decorreria da liquidação na falência.

Não pode impor uma obrigação maior e mais onerosa do que ela teria na
hipótese do plano antes apresentado.
Existe no processo falimentar obrigações do devedor, qual seja pagar seus
credores.

Exemplo: sou dono de 2 empresas. Em uma entrei com o pedido de RJ e tive


êxito. Posso usar a RJ para a minha outra empresa? Sim, pq paguei todo mundo, fui
exitoso, estou apto aos fins empresariais.
O problema ocorre quando eu não pago todo mundo, pois estarei inabilitado
para fins empresariais por mais 5 anos após o término da ação falimentar.

Por isso, não posso impor uma obrigação maior ao devedor, da qual ele não
consiga alcançar.

Concessão da RJ: fiscalização por 2 anos pelo juiz e se dentro desses 2 anos
houver um inadimplemento o juiz convola em falência.

Lembrando-se do disposto pelo TJ/SP, há um artigo que diz respeito a isso:

Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o juiz


poderá determinar a manutenção do devedor em recuperação
judicial até que sejam cumpridas todas as obrigações previstas
no plano que vencerem até, no máximo, 2 (dois) anos depois
da concessão da recuperação judicial, independentemente do
eventual período de carência
O que importa são as obrigações que a empresa determina, independente do
periodo de carência. Mas, a hipótese agora é a regulamentação da carencia.
Terminado o período de fiscalização de 02 anos da empresa, feita a verificação
e não havendo mais obrigações a serem cumpridas, o juiz vai encerrar por sentença a
recuperação judicial, podendo dar baixa na Junta Comercial e ficando com o nome
limpo.

Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto


no caput do art. 61 desta Lei, o juiz decretará por sentença o
encerramento da recuperação judicial e determinará:

I – o pagamento do saldo de honorários ao administrador


judicial, somente podendo efetuar a quitação dessas
obrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30
(trinta) dias, e aprovação do relatório previsto no inciso III do
caput deste artigo;

II – a apuração do saldo das custas judiciais a serem


recolhidas;

III – a apresentação de relatório circunstanciado do


administrador judicial, no prazo máximo de 15 (quinze) dias,
versando sobre a execução do plano de recuperação pelo
devedor;

IV – a dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do


administrador judicial;

V - a comunicação ao Registro Público de Empresas e à


Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério
da Economia para as providências cabíveis

Comunica para dar baixa na Junta Comercial, comunicando que o plano foi
cumprido.

Parágrafo único. O encerramento da recuperação judicial não


dependerá da consolidação do quadro-geral de credores.
A empresa recuperanda deverá recolher as custas.

Após o fim da RJ, o empresário só poderá entrar de novo com a RJ após o


período de 05 anos da última concessão, evitando o que chamamos de rolagem de
dívida.
Independente da consolidação do QGC, a recuperação pode ser encerrada.

Financiamento na RJ:

Na RJ é possível que o devedor para poder se reerguer consiga obter


financiamento, dando em garantias bens em ativos não circulantes, com autorização
do AJ e dos credores em Assembleia.

Para a empresa aproveitar todo o processo recuperacional, o devedor coloca


no polo ativo mais de uma empresa na RJ. Se, por exemplo, ocorrer uma fraude em
uma das empresas, poderá contaminar todas as outras, devendo ocorrer uma quebra.
Consolidação Substancial: Leva os efeitos da recuperação para outras
empresas, p/ constatar o que realmente ocorreu.
Magistrado, entendendo que há conexão entre as empresas, entendendo que
não dá para analisar somente uma, estende os efeitos as outras, colocando todas
no mesmo barco.

Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional,


independentemente da realização de assembleia-geral,
autorizar a consolidação substancial de ativos e passivos dos
devedores integrantes do mesmo grupo econômico que
estejam em recuperação judicial sob consolidação processual,
apenas quando constatar a interconexão e a confusão entre
ativos ou passivos dos devedores, de modo que não seja
possível identificar a sua titularidade sem excessivo dispêndio
de tempo ou de recursos, cumulativamente com a ocorrência
de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóteses: (Incluído
pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

I - existência de garantias cruzadas; (Incluído pela Lei nº


14.112, de 2020) (Vigência)
II - relação de controle ou de dependência; (Incluído pela Lei nº
14.112, de 2020) (Vigência)

Uma só assembleia irá ocorrer, pois irão juntar tudo das duas empresas, por
exemplo.
Exemplo: sou dono da BB Paes e Doces e da Nico. O juiz ao analisar, vê que
as duas estão interligadas, o mesmo fornecedor, mesmo estoque, garantias cruzadas.
Então, o magistrado estende os efeitos da recuperação da BB à Nico, juntando ambas
na mesma RJ, por meio da consolidação substancial.
As Assembleias serão a mesma e as classes integradas, credores votam
juntos.
IV - atuação conjunta no mercado entre os postulante

Em decorrência da consolidação substancial:

Art. 69-K. Em decorrência da consolidação substancial, ativos e


passivos de devedores serão tratados como se pertencessem
a um único devedor.

Aula 10/05

Função do AJ na Falência = arrecadar bens nos 180 dias.

RECUPERAÇÃO DE PEQUENAS E MICROEMPRESAS

A lei chamamos de recuperação especial, pois no art. 70, o legislador diz que
os planos de recuperação especial, específico para pequeno e microempresas.

Antes só era permitido para créditos quirografários, não podia entrar com
créditos trabalhistas ou com garantias reais.

Especificamente aqui, só pode negociar descontos ou parcelamentos.

Art. 71.
II - preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas
mensais, iguais e sucessivas, acrescidas de juros equivalentes
à taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC,
podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das
dívidas

Não há Assembleia Geral de Credores. = Os credores se manifestam por


petição no processo.

Os requisitos para entrar são os mesmos. Crédito fiscal e credito fiduciário não
entra aqui.
Se não houver aprovação do plano = convola em falência.

Termo Legal da Falência: quando o empresário vai falir, ele nota no período
pré-falimentar, existe a chance do empresário ver que vai quebrar e vende os ativos
da empresa, os bens pra fazer dinheiro e desviá-lo.
O termo legal, art. 99, II, o juiz fixa 90 dias p/ traz do pedido de quebra, para
verificar e o empresário dilatou os bens ou não. O juiz irá realizar a Auditoria.
É o que chamamos de período suspeito, não necessariamente ocorreu uma
fraude, mas é uma verificação.

Exemplo: situação do art. 129.

Dentro do período suspeito, do termo legal, quando há a situação do art. 129 o


ato é ineficaz e o dinheiro deve ser devolvido, voltando ao status quo ante.
Se estiver fora deste período, só poderá ser feito por meio de ação
revocatória (ação pauliana do direito falimentar = Anulação de um negócio celebrado
mediante fraude).
O AJ deverá provar que houve conluio fraudulento, o consilium fraudis.

Exemplo: entrei com uma ação de execução, penhorei o imóvel, adjudiquei o


bem. Usaram o poder judiciário para fraudar credores. A ação revocatória irá anular
essa decisão.

Aula 17/05

Uma das principais obrigações do AJ é arrecadar os bens, para que possa


realizar os ativos e pagar os credores. Tem 180 dias p/ realizar o ativo.
AJ pode fazer cessão de direitos, de medidas judiciais que ele tomou, só p/
cumprir os 180 dias? Essa é a pergunta do trabalho.

O AJ deve arrecadar os bens e depois vender. Há os bens de alto custo e fazer


a venda imediata destes bens, oferecendo aos credores, pela regra, a eles. Bens
perecíveis, podem ser vendidos em 48 horas.

“Quando houver bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a conside-rável


desvalorização ou de conser-vação arriscada ou dispendiosa, mediante autorização
judicial, o-vidos o Comitê e o falido, em 48 horas.”

Em regra, sempre por leilão/pregão.

A massa falida não tem só dívida, as vezes possuis bens e pode alugá-los. O
contrato teria que ser no máximo de 180 dias, mas poderá fazer por mais tempo se o
juiz permitir.

O prazo de 180 dias pode ser estendido por justo motivo, lembre-se.

Bens alugados pela massa falida não tem os mesmos benefícios que o
aluguel comum = não gera direito de preferência e não dá direito a multa.
Pode ter um preço melhor, mas não tem estes benefícios.

Exemplo: corretora de valores imobiliários quebrou, faliu. As regras são


semelhantes as de instituição financeira. O AJ decidiu que um dos imóveis ele quer
rescindir o contrato e pede ao magistrado e depositar em juízo os aluguéis atrasados
p/ purgar a mora. O AJ purgou a mora e depositou em juízo os valores dos aluguéis e
não dava para entrar com ação de despejo.

Dentre as formas de arrecadação tem atos ineficazes e atos revogáveis.

Ato ineficaz: não tem eficácia no mundo jurídico, art. 129, rol exaustivo. É
muito mais forte que o revogado, pois não prescinde de prova de conduta de que
houve o conluio fraudulento.
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou
não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-
financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar
credores:

I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo


devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do
direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;

O juiz pode reconhecer de ofício o ato ineficaz. Este inciso I trata do período
suspeito, no qual será investigado dos 90 dias contados p/ traz.
Exemplo: fiz o pagamento a uma credora antes dos demais, dentro do termo
legal da falência, com dívidas que ainda não venceram, sem a intuição de fraudar
alguém, apenas pq tenho afinidade com a credora, faço o pagamento antecipado a
ela. O ato deverá ser desconsiderado, pois é ineficaz.

É aquilo que simulamos com uma responsabilidade objetiva, não é necessário


provar a culpa, apenas o nexo causal.

Aconteceu a situação, deve voltar ao status quo ante.

Atos revogáveis: são os atos anuláveis e não são reconhecidos de ofício e


deve haver provocação. Dependem de prova de conduta, pois deve ser comprovado
a intenção de prejudicar credores, o conluio fraudulento.

Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de


prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o
devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo
sofrido pela massa falida.

Exemplo: sei que a BB não está bem economicamente e compro de uma


credora a fim de desviar dinheiro.

Depende de dilação probatória, de ação judicial, assim entramos com a ação


revocatória.
AÇÃO REVOCATÓRIA
É a ação pauliana do direito falimentar, em que há a anulação do negócio
jurídico provando que houve conluio fraudulento.
AJ que deve entrar, mas o credor pode também entrar e o MP.

Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei,
deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer
credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos
contado da decretação da falência.

O prazo tem natureza decadencial, não entrado em 03 anos, perde-se o direito.

Conseguindo anular o negócio jurídico, os bens voltam pra massa falida em


dinheiro ($), pois diferente do ato ineficaz, se é uma fraude, havendo conluio é difícil
pegar o bem de volta, pois a pessoa sabe que comprou o bem por fraude e vai querer
se livrar, por isso a previsão em dinheiro.
Terceiro de boa-fé: não será prejudicado.

Art. 135. A sentença que julgar procedente a ação revocatória


determinará o retorno dos bens à massa falida em espécie,
com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos
das perdas e danos.

Tudo isso ocorre para vender bens e trazer dinheiro para a massa falida.

A sentença em ação revogatória terá o efeito restituitório, ou seja, recompor o


status quo (estado anterior).

Mesmo que haja a venda em leilão, há regra a ser seguida. É mais fácil vender
tudo de uma vez em falência.

Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das


seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência:

I – alienação da empresa, com a venda de seus


estabelecimentos em bloco;
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou
unidades produtivas isoladamente;

III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos


estabelecimentos do devedor;

IV – alienação dos bens individualmente considerados.

O legislador recomenda que a venda seja feita em blocos ou em lotes. Mas, em


um mundo perfeito para o AJ é muito melhor vender tudo de uma vez, porém depende
do caso concreto.

Feita a venda dos bens = será feito o pagamento dos credores, realizar
efetivamente o ativo.
Pega o dinheiro e a relação dos credores e faz o depósito na conta corrente
que foi elencada nos autos do processo.

RESTITUIÇÃO DO BEM

O AJ as vezes erra, quando arrecada um bem indevidamente que não


pertence a massa falida (exemplo: carro que não é dele, tem que devolver), o juiz vai
mandar restituir os bem, no qual a parte deve entrar com pedido de restituição.
Constatando que não é da massa falida = deve devolver em 48h o bem.

E se o bem desapareceu? Furtado? A massa falida deve indenizar o valor do


bem em dinheiro.

No momento de pagar os credores:

Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos


extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o
quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a
realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos
credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta
Lei, respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões
judiciais que determinam reserva de importâncias.
Primeiro haverá o pagamento dos pedidos de restituição, antes de qualquer
credor, pois essa parte é ilegítima ao processo falimentar. Na vida real, nem precisa
pedir a restituição, o bem é devolvido imediatamente pelo AJ.

O pedido de restituição não é só para coisa, pode ser também para um dinheiro
que está na conta da empresa.

AJ vai se pagar depois, os profissionais contratos = todos os extraconcursais e


ai vai pagar os demais credores, de acordo com a ordem de preferencia da classe.

Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente


salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação
da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por
trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em
caixa.

Quando uma empresa fale, ela não pagou todos os trabalhadores.


Exemplo: Mackenzie entra em falência, atrasa os salários dos professores 3
meses antes da quebra. O legislador quer proteger o trabalhador que acreditou um dia
que a empresa ia pagá-lo, aquele que continua trabalhando mesmo sem receber.

Os eventuais trabalhadores que trabalhando nos 3 meses antes da decretação


da falência serão pagos primeiros, como uma forma de respeito à dignidade do
trabalhador.

Quem recebe antes? Crédito trabalhista salarial ou crédito do pedido de


restituição? De fato, o salarial receberá primeiro, checando no caso concreto, pois tem
natureza alimentícia. Em uma situação excepcional, se ambos tiverem natureza
alimentícia, deverão ser pagos concomitante.

AJ tem uma regra para fazer o pagamento: art. 83 e os extraconcursais. As


pessoas contratadas devem receber.

Se o AJ perceber que o dinheiro não está dando para pagar = encerra a


falência, pois não há pq continuar sem caixa.
Se gastar todo o dinheiro com extraconcursais = na hora de prestar contas, o
AJ vai ser responsabilizado, podendo ser destituído, e o juiz nomeará outro AJ para
terminar o processo falimentar.

Finalizou os ativos, pagou todo mundo ou não pagou = hora de prestar contas.
Vai fazer um relatório para o juiz.

Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o


produto entre os credores, o administrador judicial apresentará
suas contas ao juiz no prazo de 30 (trinta) dias.

Feita a distribuição, o AJ vai ter que prestar suas contas, apresentando em


apartado o relatório.

§ 5º A sentença que rejeitar as contas do administrador judicial


fixará suas responsabilidades, poderá determinar a
indisponibilidade ou o seqüestro de bens e servirá como título
executivo para indenização da massa.

O juiz, na própria sentença determina o quanto o AJ vai ter que responder.


Perdendo 40% do deposito prévio feito anteriormente.

Art. 155. Julgadas as contas do administrador judicial, ele


apresentará o relatório final da falência no prazo de 10 (dez)
dias, indicando o valor do ativo e o do produto de sua
realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos
credores, e especificará justificadamente as responsabilidades
com que continuará o falido.

II - o pagamento, após realizado todo o ativo, de mais de 25%


(vinte e cinco por cento) dos créditos quirografários,
facultado ao falido o depósito da quantia necessária para
atingir a referida porcentagem se para isso não tiver sido
suficiente a integral liquidação do ativo;
Chance do empresário voltar a atividade, se pagos os demais credores, pagar
pelo menos 25% dos credores quirografários, pode estar apto a exercer atividades
empresariais.
Obrigações do Falido: não significa que a dívida desaparece.

Art. 158. Extingue as obrigações do falido:

I – o pagamento de todos os créditos;

O juiz vai dar uma sentença de encerramento da falência, e o prazo


prescricional volta a correr, as dividas ainda serão existentes.
RESPOSTA QUESTÃO DO BÓRIS.
O processo falimentar consiste em uma execução coletiva, pela qual tutela-se
não somente o interesse do falido, como também da classe dos credores que buscam
a quitação de suas dívidas.
A alteração recente da lei de recuperação judicial e falência no art. 22, III, “j” da
LRF, dispõe que o administrador judicial deve realizar a venda de todos os bens
pertencentes a massa falida, pelo prazo máximo de 180 dias, contados da juntada da
autoarrecadação, sob pena de destituição do seu cargo, salvo por impossibilidade
fundamentada em decisão judicial.
O Administrador Judicial possui como função primordial na falência realizar o
ativo, com vistas a vender todos os bens possíveis, de forma a pagar a dívida com os
credores arrolados no plano, pelo período de 180 dias, denominado de stay period. A
este período cabe a ele agir com lisura ao processo de falência.
No caso da ação revocatória, temos uma ação própria do processo falimentar,
na qual há a existência de um negócio jurídico fraudulento por parte do próprio
devedor falido. Busca-se nesta ação, a anulação do negócio jurídico e a retomada do
status quo ante, a fim de que os credores da relação falimentar não sejam
prejudicados com a possível apuração da fraude.
Se julgado procedente a revocação, os bens objetos da lide passam a compor
a massa falida da empresa, assim como diz o art. 135 da LRF. Ocorre que, o art. 22,
III, “j” prevê, como regra, que o ativo a ser realizado pelo administrador deve
corresponder aos bens dispostos na massa falida, não autorizando que os créditos
objetos do suposto período fraudulento possam ser cedidos até o julgamento
procedente da ação revocatória.
Mas, ao nos pautarmos no fato de que procedência da ação não corresponde
ao seu fim, haja vista que há a existência de recurso e prazo processual em si, o
Administrador não poderia estar adstrito ao que viria a ser decidido, deixando o lapso
temporal dos 180 dias se esvair e ficando sujeito a possíveis sanções no juízo
universal da falência.
Portanto, para que este não seja intempestivo no processo e corra o risco de
não proceder a sua função principal, podemos por analogia, aplicar este entendimento
na presente questão, ainda que não haja expressa previsão no ordenamento jurídico
sobre a cessão dos créditos de ação revocatória em trâmite.
Ao administrador caberá, então, por meio desta linha de raciocínio, realizar a
cessão dos créditos, sem que haja prejuízo aos credores falimentares, pois este
estaria cumprindo a realização do ativo, dentro do período ordenado por lei,
satisfazendo a dívida destes respectivos credores e respeitando a finalidade pelo qual
sua existência se dá no processo falimentar.
Além do mais, todos os atos que o administrador judicial pratica, o juiz
universal da falência deve fiscalizar, bem como o comitê de credores, corroborando
ainda mais com a tese de que a cessão de créditos poderia ser realizada, pois caso
seja vista como ato contrário aos interesses da falência, estes deverão tomar medidas
impeditivas, de modo a evitar qualquer supressão do possível recebimento dos
créditos dos credores falimentares.
Em suma, apesar de haver uma lacuna interpretativa nesta nova disposição
deixada pela redação do art. 22, III, “j” da LRF, pela observância do princípio da
maximização dos ativos e do atendimento ao objetivo do processo falimentar, o
administrador deve respeitar o stay period e cumprir seu papel, qual seja, de realizar
os ativos, arrecadando bens e pegando os credores.

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