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IMPOSTOS (/ECONOMIA/IMPOSTOS)

Fisco trava execuções scais a casais que


reclamem do AIMI
Os proprietários casados e com imóveis  comuns que não tenham
pedido a tributação conjunta dentro do prazo legal, mas que
entretanto tenham actualizado a matriz, podem optar por não efectuar
agora nenhum pagamento sem receios de uma execução scal.

Filomena Lança
|
lomenalanca@negocios.pt (mailto: lomenalanca@negocios.pt)
28 de setembro de 2017 às 19:31

Com o prazo para o pagamento do


adicional ao IMI (AIMI) a terminar
esta sexta-feira, 29 de Setembro,
os contribuintes que tenham
reclamado das liquidações
efectuadas pelo Fisco podem optar
Bruno
por não fazer agora o pagamento Simão/Negócios

do imposto e esperar pela decisão


da Autoridade Tributária.
 
O Negócios apurou que foram dadas instruções aos serviços para que não
fossem instaurados quaisquer processos de execução scal até que sejam
decididas as reclamações apresentadas pelos contribuintes. Depois disso
será efectuada nova liquidação ou mantida a actual, sendo que neste
último caso, não sendo dada razão ao contribuinte, este terá então de
pagar não só o imposto, mas também as coimas e juros associados ao
processo.
 
Segundo fonte o cial do Ministério das Finanças, foram apresentadas até
ao momento 1.899 reclamações,
 
num universo de 211.690 liquidações efectuadas em sede de AIMI. Em
Lisboa foram apresentadas 887 reclamações.
 
Segundo a mesma fonte, estas reclamações dizem respeito, entre outros, a
casais que pretendem que seja considerada a propriedade comum dos bens
e prédios em "verbetes", actualizando assim as respectivas inscrições na
matriz predial.
 
Em causa estão aquelas situações de casais que têm bens imóveis que são
propriedade de ambos, porque estão casados em comunhão de bens, mas
que, por a matriz não ter essa informação, foram tributados como se
fossem propriedade apenas de um, ou seja, aquele que aparece na matriz
como proprietário.
 
Apesar de a lei prever que os contribuintes façam uma opção expressa pela
tributação conjunta, este ano, o primeiro de aplicação do AIMI, muitas
pessoas não o zeram dentro do prazo legal, que terminou a 31 de Maio.
Esse prazo não foi alargado, mas a actualização da matriz é uma forma de
os casados em comunhão de bens resolverem o problema, tendo
entretanto o Fisco garantido que iria rever o ciosamente as liquidações
em causa.
 
Muitas pessoas acabaram por reclamar, já que a tributação conjunta
permite que seja aplicada uma dedução em AIMI no valor de 1.200 mil
euros. Cada contribuinte tributado individualmente apenas tem uma
dedução de 600 mil euros aplicada ao somatório do valor patrimonial de
todos os imóveis de que seja proprietário. Na hora de fazer a conta ao
imposto, uma dedução maior pode, no limite, signi car imposto zero.
 
Uniões de facto e separação de bens não bene ciam

Esta possibilidade de altera a matriz e assim dar ao sco a informaçãoo de


quais são os bens que são efectivamente comuns do casal e não apenas de
um dos membros apenas aproveita a quem, tendo deixado passar o prazo
para optar pela tributação conjunta, é casado em comunhão de bens.
 
No caso dos casados em separação de bens já não há nada a fazer, uma vez
que, sendo a propriedade dos imóveis apenas de um deles – nunca há
comunhão – não é possível fazer nenhuma alteração na matriz.
 
O mesmo acontece com os unidos de facto, que, quando muito, podem ter
adquiridos os bens em compropriedade, caso em que já estarão assim
registados na matriz. Se os imóveis estiverem só no nome de um, apesar
de comprados quando ambos estavam a viver em união de facto, não é
possível fazer qualquer averbamento na matriz.
 
Para casados em separação de bens e unidos de facto, não há, assim,
qualquer forma de contornarem o facto de terem deixado passar o prazo
para optarem pela tributação conjunta.
 
(
Notícia actualizada às 20:00 com mais informação
)

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