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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

GEOVANNA BEATRIZ DA COSTA SILVA


ADMINISTRAÇÃO 2022.2

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

RECIFE
2023
Existem dois tipos de ferramentas que são bastante utilizadas quando se trata de uma
crise econômica dentro de uma empresa que não consegue sair do déficit financeiro. A
primeira é a Falência, voltada às empresas onde sua crise estrutural torne inviável e
antieconômico a tomada de decisões e esforços para tirá-la de tal situação, declarando sua
falência. Muitos acreditam que esta opção é a menos favorável, mas na verdade ela evita
gastos e energias que não dariam o retorno almejado. A segunda é chamada de Recuperação
Judicial, já esse método visa reestruturar a economia da corporação com a finalidade de
diminuir o saldo negativo com os seus credores, traçando planos rentáveis onde todos estes
investidores (ou a maioria, dependendo do caso) estejam a par da solução oferecida.
A Recuperação Judicial busca preservar os benefícios econômicos da atividade
empresarial ajudando e dando suporte afim de que a empresa permaneça em atividade, mesmo
que essa seja reduzida. Trabalha para que haja a melhor negociação possível entre a devedora
e os seus credores, onde os interesses serão respeitados e adequados dependendo da situação.
Depois das modificações feitas em 2020 com relação a esse mecanismo, as empresas
conseguem obter a ampliação do financiamento, bem como o aumento do parcelamento da
dívida em até 10 anos, e tornou viável que os próprios titulares do crédito emprestado deem
soluções que ajudem a firma.
É importante ressaltar que os requisitos para a admissibilidade do processo, são: a
empresa deve ter suas atividades regulares superior a 2 anos (comprovado pela certidão de
junta comercial), esse fato contribui para a credibilidade do caso; não ter pedido por uma
Recuperação Judicial em pelo menos 5 anos antes, já que isso pode ser um indicativo da falta
de zelo do empresário; empresas públicas ou de economia mista e empresas que possuam o
sócio majoritário condenado por fraude ou violação de sigilo empresarial não podem apelar
para a Recuperação Judicial.
Para que se inicie essa ferramenta, deve ser feito uma petição inicial à Justiça, onde a
causa da crise financeira, o balanço financeiro dos últimos 3 anos e os credores devem estar
incluídos no documento, dentre outras coisas. Após a petição ser aceita, as cobranças sobre a
empresa são suspendidas em 180 dias e o juiz nomeia um administrador judicial para
supervisionar todo o andamento do caso. Os credores devem ser devidamente informados
dessa decisão, e a empresa tem até 60 dias para apresentar um plano de recuperação capaz de
solucionar seus problemas, o processo é monitorado pela Justiça.
O funcionamento do plano envolve não só os credores, mas engloba os trabalhadores
da empresa e seus fornecedores, a fim de que não haja imprevistos partindo dessas partes.
Caso o andamento dessa ação não siga o que foi traçado, os credores podem dar fim ao
processo de Recuperação Judicial e pedir pela Falência da empresa.
Um caso recente é o das Lojas Americanas, que estão entre as maiores redes de varejo
da nação brasileira, o Grupo recorreu a um pedido de recuperação judicial, devido a sua
dívida de R$43 bilhões de reais, e foi aceito em 19/01/2023. Devido ao fato, o valor de suas
ações caiu chegando a R$1,80, que antes valia R$12,00, perdendo cerca de 80% da sua valia
no mercado. O débito devedor teve origem quando a empresa percebeu inconstâncias
contábeis nos seus balanços.
Esse instante complicado que o Grupo Americanas está passando, é visto por alguns
como um momento para que ela se ajuste e adeque-se melhor com a situação econômica
brasileira atual. Também, ao evitar a Falência, a firma mantém empregados milhares de
pessoas, assim como colaboram para a economia do país.
A recuperação judicial das Lojas Americanas está baseada em um plano que visa
reestruturar seu setor econômico aportando capital à empresa, que inclui a venda de ativos não
estratégicos. O objetivo é tornar a empresa mais eficiente e reduzir sua dívida com os
credores. O Grupo está tentando mostrar aos seus credores os benefícios que esta
reestruturação pode trazer, o que é muito melhor do que declarar sua falência e esses bancos
que emprestaram o crédito, perderem todo seu investimento de anos e anos.
A empresa tem agido para renegociar seus contratos de aluguel e fechar lojas que não
são mais rentáveis, e está confiante de que em breve diminuirão suas dificuldades financeiras
para que suas atividades retornem ao normal o quanto antes. Já que é uma companhia de
grande porte, facilmente pode sair do estado de crise monetária que se encontra.

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