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A etapa faz parte do processo iniciado em 19 de janeiro, em que a empresa admitiu ter R$
43 bilhões em dívidas com 16,3 mil credores.
O aporte bilionário, diz o documento, será feito pelo trio de acionistas de referência
da empresa: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Uma das opções propostas pela companhia para os credores é a de um "leilão reverso
voluntário", em que um pagamento antecipado de até R$ 2,5 bilhões seria destinado
aos credores que toparem um desconto de ao menos 70% no valor da dívida.
Essa injeção de capital deverá ser feita por meio do empréstimo DIP (do inglês
debtor-in-possesion financing, ou "financiamento do devedor em posse"), usado
apenas em recuperações judiciais.
A principal finalidade do DIP é suprir a falta de caixa para financiar despesas operacionais
como pagamento de fornecedores, salários e despesas administrativas.
Este tipo de empréstimo não demanda uma assembleia geral de credores para ser
aprovado e pode ser solicitado já no início do processo, mediante autorização judicial.
Em caso de falência, é considerado crédito supre prioritário: vai ser o primeiro a receber
antes de qualquer outro tipo de crédito, até mesmo do trabalhista
Chama a atenção o fato de o DIP da Americanas não apresentar garantias, foi feita uma
emissão de debêntures simples, que são títulos de dívida, no valor de até R$ 5,9
bilhões. A empresa também pretende emitir debêntures conversíveis em ações.
De acordo com analistas que acompanham a empresa, com base nas informações que se
têm até o momento, é possível concluir que a Americanas não informou nos balanços
parte dos juros que deveria pagar aos bancos nas operações de risco sacado. A
prática fez com que suas demonstrações financeiras apresentassem resultados
melhores do que de fato existiam, o que acabou inflando o valor das suas ações.