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Atividade Monitorada - Estratégia Financeira (31/05)

Nome: André Paiva e Matheus Bertolucci

1. O que são debêntures?


Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas privadas ou governos para
captar recursos junto a investidores. Ao adquirir uma debênture, o investidor empresta seu
dinheiro à empresa ou governo em troca de juros e do pagamento do valor investido no
vencimento do título.
As debêntures são uma forma de captação de recursos utilizada pelas empresas para
financiar seus projetos, expansões ou para refinanciar dívidas existentes. Os recursos
captados por meio das debêntures podem ser utilizados para diversos fins, como
investimentos em infraestrutura, expansão de operações, compra de equipamentos, entre
outros.
Diferentemente das ações, que representam uma participação acionária na empresa, as
debêntures são títulos de dívida, ou seja, o investidor não se torna acionista da empresa ao
adquirir esses títulos. A remuneração ao investidor ocorre por meio do pagamento periódico
dos juros estabelecidos no momento da emissão da debênture, e o valor investido é devolvido
no vencimento do título.
Vale ressaltar que as debêntures podem ser negociadas no mercado secundário, ou
seja, após a emissão inicial, é possível comprá-las e vendê-las entre investidores antes do
vencimento, o que proporciona liquidez ao investimento. No entanto, é importante considerar
os riscos associados, como a possibilidade de variação dos preços no mercado secundário e a
solvência do emissor.

2. Quais os passos para emissão das debêntures? Descreva as etapas do processo.


O processo de emissão de debêntures envolve várias etapas e requer o cumprimento
de requisitos legais e regulatórios, que podem variar dependendo da legislação de cada país,
sendo os processos gerais:
1. Decisão de emissão: A primeira etapa é a decisão por parte da empresa de emitir
debêntures como uma forma de captação de recursos. Essa decisão envolve
considerações financeiras, estratégicas e legais, além da análise da necessidade de
financiamento e da capacidade da empresa de cumprir as obrigações decorrentes da
emissão.
2. Definição dos termos e condições: Nesta etapa, a empresa define os termos e
condições da emissão das debêntures. Isso inclui o valor total a ser emitido, o prazo
de vencimento, a taxa de juros, a forma de pagamento dos juros, as garantias
oferecidas, entre outros aspectos. Essas definições são registradas em um documento
chamado "escritura de emissão" ou "instrumento de debêntures".
3. Registro da emissão: Após a definição dos termos e condições, a empresa deve
registrar a emissão das debêntures junto aos órgãos reguladores competentes. Esses
órgãos podem incluir a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil ou a
Securities and Exchange Commission (SEC) nos Estados Unidos, por exemplo. O
registro tem o objetivo de assegurar a transparência e a proteção dos investidores.
4. Prospecto de emissão: A empresa elabora um documento chamado prospecto, que
contém informações detalhadas sobre a emissão das debêntures, incluindo os riscos
envolvidos, os termos e condições, as demonstrações financeiras da empresa, entre
outras informações relevantes. O prospecto é disponibilizado aos potenciais
investidores para que possam tomar uma decisão informada sobre o investimento.
5. Colocação das debêntures: Nesta etapa, a empresa realiza a colocação das debêntures
junto aos investidores. Isso pode ser feito por meio de uma oferta pública, na qual as
debêntures são oferecidas a um amplo público de investidores, ou por meio de uma
oferta privada, na qual a empresa seleciona investidores específicos para aquisição das
debêntures.

3. Quais os volumes negociados das debêntures no Brasil? Procure fazer uma breve
análise histórica comparando com outras fontes de dívida.
No ano de 2022, as emissões de debêntures atingiram um patamar recorde,
alcançando um total de R$ 271 bilhões, o que representa um aumento de 8,2% em
comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Anbima (Associação
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Por outro lado, o volume
total de emissões no mercado de capitais apresentou uma queda de 10,9% em relação a 2021,
totalizando R$ 544 bilhões. No que diz respeito às emissões de renda fixa, houve um
aumento de 6,6% durante o período analisado, alcançando um montante total de R$ 457
bilhões.

4. Quais vantagens e desvantagens das debêntures? Quais as estratégias de saída de


investidores que participam em empresas de capital fechado?

Vantagens:
Uma das vantagens desses títulos é que, devido ao envolvimento do risco de crédito
da empresa emissora, os investidores geralmente obtêm retornos mais elevados em
comparação com outros tipos de títulos.
Além disso, investir em debêntures permite a diversificação da carteira, mesmo
quando se deseja permanecer dentro do âmbito da renda fixa. Empresas de diferentes
tamanhos, setores e com objetivos diversos emitem esses títulos, proporcionando aos
investidores uma ampla gama de oportunidades.

Desvantagens:
Uma das desvantagens das debêntures é que algumas delas possuem prazos de
vencimento muito longos, o que significa que o investidor não pode resgatar o dinheiro
investido até esse período. Se o investidor precisar dos recursos antes do vencimento, ele terá
que recorrer ao mercado secundário para encontrar compradores interessados em adquirir
seus títulos. Muitas debêntures são negociadas na bolsa de valores (B3), o que pode facilitar
esse processo. No entanto, a liquidez desses títulos, ou seja, a facilidade de vendê-los no
mercado, pode ser limitada.
Outra questão é que algumas debêntures podem permitir a repactuação das condições
oferecidas, conforme estabelecido na escritura de emissão. Por exemplo, se as taxas de juros
praticadas no mercado estiverem significativamente diferentes daquelas que remuneram as
debêntures, é possível realizar um ajuste por meio da repactuação.
Quando isso ocorre, a empresa emissora é obrigada a recomprar os títulos dos
debenturistas que não aceitarem as novas condições. No entanto, se o investidor tiver feito
planos com base nas características descritas na escritura de emissão, suas expectativas
podem ser frustradas caso as condições sejam repactuadas.
Ao investir em debêntures de empresas de capital fechado, os investidores também
têm algumas opções de estratégias de saída, sendo importante ressaltar que a disponibilidade
e as condições dessas estratégias de saída podem variar de acordo com os termos específicos
das debêntures e a situação financeira da empresa emissora. Algumas das estratégias de saída
mais comuns para investidores de debêntures em empresas de capital fechado são:
1. Venda no mercado secundário: Em alguns casos, as debêntures podem ser negociadas
em mercados secundários específicos, como bolsas de valores ou sistemas eletrônicos
de negociação. Os investidores podem buscar vender suas debêntures para outros
investidores interessados nesse mercado secundário, com base nas condições de oferta
e demanda.
2. Resgate antecipado: As debêntures podem conter cláusulas que permitem o resgate
antecipado pelo emissor em determinadas condições. Essas condições podem incluir a
opção de resgate a critério do emissor ou a ocorrência de eventos específicos, como
venda da empresa, fusão ou aquisição, entre outros. Os investidores podem receber o
valor nominal das debêntures, mais os juros acumulados até a data do resgate.
3. Conversão em ações: Dependendo das condições da emissão das debêntures, os
investidores podem ter a opção de converter suas debêntures em ações da empresa.
Isso pode ocorrer em momentos determinados ou quando certas condições são
cumpridas. A conversão em ações permite que os investidores participem do capital
da empresa e possam, posteriormente, buscar uma estratégia de saída por meio de
venda das ações.
4. Vencimento das debêntures: As debêntures têm uma data de vencimento específica,
quando o emissor é obrigado a pagar o valor principal ao investidor. Nessa estratégia,
os investidores podem aguardar até o vencimento das debêntures para receberem o
pagamento integral do valor principal e juros acumulados.

5. Além do pagamento de cupom e do principal, como os bonds podem ser pagos?


Existem diferentes maneiras pelas quais os bonds podem ser pagos, como
amortização, resgate antecipado, participação nos lucros ou conversão em ações. A
amortização ocorre quando os bonds são estruturados com pagamentos periódicos de
reembolso ao longo do tempo, além dos pagamentos de cupom. Isso reduz gradualmente o
valor da dívida, e a empresa realiza os pagamentos conforme o cronograma estabelecido.
O resgate antecipado é uma opção que pode ser incluída nas emissões de bonds,
permitindo que a empresa recompre os títulos antes do vencimento. Geralmente, o resgate
antecipado é feito a um preço superior ao valor nominal dos bonds, resultando em um
pagamento adicional aos investidores, além do valor principal.
Em algumas situações, os bonds podem incluir cláusulas que oferecem aos
investidores uma participação nos lucros da empresa. Isso significa que, além dos
pagamentos regulares de cupom e principal, os investidores podem receber pagamentos
extras com base no desempenho financeiro da empresa.
Os títulos conversíveis são outra forma de bonds, nos quais os investidores têm a
opção de convertê-los em ações da empresa em condições pré-estabelecidas. Se os
investidores optarem por converter seus bonds em ações, eles receberão pagamentos na forma
de ações da empresa, em vez de receber o pagamento em dinheiro.
Essas diferentes opções de pagamento oferecem flexibilidade tanto para a empresa
emissora quanto para os investidores, permitindo adaptar os pagamentos de acordo com as
necessidades e as condições financeiras. Cada tipo de pagamento pode ter vantagens e
desvantagens, dependendo das circunstâncias específicas da emissão e das preferências dos
investidores.

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