Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDOS DE
3. Fundos de Investimento
As Cotas
Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é dividido em
cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimônio líquido
pelo número de cotas existentes. Uma cota é uma fração de um fundo. A soma de todas
as cotas dos investidores resulta no valor do patrimônio de um fundo de investimento.
Quando o investidor aplica seu dinheiro em um fundo, ele está adquirindo uma de-
terminada quantidade de cotas, cujo valor é diariamente apurado pela instituição que
administra o fundo.
Para calcular o quanto você obteve de rendimento, basta dividir o valor atual da cota
pelo valor da cota do dia da aplicação. Para apurar o valor atual do investimento,
multiplique a quantidade de cotas que você possui pelo seu valor no dia.
.. Seja feita uma nova aplicação (um novo montante de cotas está sendo adquirido);
Existem alguns motivos que podem levar alguém a investir com a ajuda de um fundo:
você conta com gestão profissional para o seu dinheiro, tem acesso à uma estratégia
de diversificação a custos menores, podendo ter uma carteira de investimento que
você não conseguiria montar sozinho. O investidor tem ainda a vantagem de conse-
guir resgatar rapidamente o seu dinheiro.
Fundos de Investimento 93
Gestão Profissional
Quando você coloca dinheiro no fundo, está entregando suas economias para um
gestor profissional. Esses especialistas são treinados para escolher aplicações e mo-
nitorar o mercado diariamente, avaliando as melhores opções de investimento. Para
pessoas que não possuem grande conhecimento do mercado ou que não tenham in-
teresse ou tempo para se especializar no assunto, pode ser uma boa opção contar
com essa ajuda profissional.
Diversificação
A maior parte dos fundos possui muitos títulos diferentes em sua carteira. Essa va-
riação depende da classe do fundo. De qualquer forma, ainda que possuam títulos
da mesma natureza, muitas vezes os gestores procuram utilizar diferens prazos de
vencimento e diferentes emissores. É o famoso “evitar colocar todos os ovos em uma
única cesta”. Se acontecer algo errado com alguma aplicação, as outras que derem
certo podem compensar ou minimizar essa perda. Ou seja, o fundo permite que você
diversifique seus investimentos, apesar de estar realizando a aplicação em um único
produto. É claro que você poderia fazer isso sozinho, colocando seus recursos em
vários tipos diferentes de aplicações, mas isso poderia implicar em um custo muito
alto ou ser inviável caso o valor a ser aplicado seja pequeno.
A aplicação em conjunto pode permitir que o investidor acesse mercados que não
poderiam ser alcançados de forma individual. Alguns investimentos podem exigir
uma aplicação mínima alta. Isso deve-se, principalmente, ao investimento mínimo
exigido por alguns tipos de investimentos.
Custos Menores
Facilidade de Resgate
Quando uma pessoa aplica seus recursos, ela normalmente tem um plano para aquele
dinheiro. Imagine que você planejava algo, mas um imprevisto ocorreu e você precisa
do dinheiro antes do que esperava. Dependendo do tipo de investimento que você
fez, você poderá demorar um pouco para conseguir resgatar o dinheiro – imagine
se você tivesse optado por comprar um imóvel e tivesse que vendê-lo, por exemplo.
Como não é admitido o resgate de cotas por decisão do cotista, ele tem que vender
Fundos de Investimento 95
suas cotas a terceiros se quiser receber o seu valor antes do encerramento do fundo.
Por este motivo, diversos fundos fechados passaram a ser negociados em mercados
organizados de bolsa ou balcão, facilitando a “revenda” das cotas a outros investido-
res interessados.
O exemplo mais comum são os Fundos de Investimento Imobiliário (FII), mas tam-
bém há Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundos de Inves-
timento em Participações (FIP) negociados em bolsa.
Há outro tipo de fundo que, apesar de não ser um fundo fechado, foi desenhado
especificamente para ser negociado em bolsa de valores: os Fundos de Índice (ou
Estes fundos têm a rentabilidade geralmente está associada às taxas SELIC ou CDI
e são considerados mais conservadores quanto ao risco, sendo compatíveis com
objetivos de investimento de curto prazo, pois suas cotas são menos sensíveis às
oscilações das taxas de juros.
.. no mínimo, 95% de sua carteira composta por ativos que acompanhem refe-
rido indicador; e
Além disso, podem utilizar derivativos apenas com o objetivo exclusivo de proteção
(hedge), sem permitir alavancagem.
Fundos de Investimento 97
Como este tipo de fundo procura acompanhar a variação das taxas de juros, pode se
beneficiar de um cenário de alta dessas taxas.
Os Fundos de Renda Fixa devem ter como principal fator de risco a variação da
taxa de juros e/ou de índice de preços. Devem aplicar pelo menos 80% de seus re-
cursos em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator
de risco que dá nome à classe. Podem utilizar derivativos tanto para proteção da
carteira quanto para alavancagem.
Nos fundos de Renda Fixa a rentabilidade pode ser beneficiada pela inclusão, em
carteira, de títulos que apresentem maior risco de crédito, como os títulos privados.
Como seu principal fator de risco é a variação nos preços das ações que compõem
sua carteira, podem ser compatíveis com objetivos de investimento de longo prazo
e que suportem uma maior exposição a riscos em troca de uma expectativa de ren-
tabilidade mais elevada.
Devem manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos que sejam
relacionados, direta ou indiretamente (via derivativos), à variação de preços de uma
moeda estrangeira, ou a uma taxa de juros denominada cupom cambial. Os mais
conhecidos são os chamados Fundos Cambiais Dólar, que buscam acompanhar a
variação de cotação da moeda americana. Geralmente o crédito do resgate se dá no
dia seguinte ao da solicitação.
Os títulos componentes de sua carteira são mantidos fora do país. Para o investidor
no Brasil, este fundo é uma forma ágil e de baixo custo operacional para aplicar em
papéis do governo brasileiro negociados no exterior.
Devem apresentar política de investimento que envolva vários fatores de risco, sem
o compromisso de concentração em nenhum fator em especial, podendo investir em
ativos de diferentes mercados – como renda fixa, câmbio e ações – e utilizar derivativos
tanto para alavancagem quanto para proteção da carteira.
Considerados os fundos com maior liberdade de gestão, buscam rendimento mais eleva-
do em relação aos demais, mas também apresentam maior risco, sendo, portanto, com-
patíveis com objetivos de investimento que, além de procurar diversificação, tolerem
uma grande exposição a riscos na expectativa de obter uma rentabilidade mais elevada.
1
Definição de investidor qualificado dada pela Instrução CVM 409/2004
Fundos de Investimento 99
O funcionamento do fundo e a distribuição de cotas (esta última, em se tratando de
condomínio fechado) dependem de registros prévios na CVM. Para negociação, as cotas
de fundo fechado deverão ser registradas em bolsa de valores ou em mercado de balcão
organizado, cabendo aos intermediários assegurar a aquisição por investidores qualifi-
cados, além da aplicação mínima de 25 mil reais por investidor exigida pelas normas.
As cotas do FIDC poderão ter dois níveis de classe – sênior ou subordinada – cuja prin-
cipal diferença é a prioridade na amortização e resgate. Ou seja, em caso de perdas no
fundo decorrentes, por exemplo, de inadimplência proveniente dos direitos creditórios,
as cotas subordinadas funcionam como um colchão, sendo as primeiras a absorver os
prejuízos e protegendo, ao menos em parte, as cotas seniores.
As cotas seniores de fundos fechados, por sua vez, podem ainda ser subdivididas em sé-
ries, diferenciadas por prazos e valores para amortização, resgate e remuneração. Aos
cotistas de uma mesma série, no entanto, deverão ser assegurados os mesmos direitos e
obrigações. Cada classe ou série de cotas destinada à colocação pública deverá ser classi-
ficada por agência classificadora de risco em funcionamento no país.
O fundo não admite afetação do patrimônio, de forma que cada cota corresponderá a
uma fração ideal do patrimônio, não havendo correspondência com nenhum ativo ou
grupo de ativos que compõem a carteira. A remuneração dos cotistas seniores, com
base no benchmark do fundo, poderá ser complementada pelas cotas subordinadas, e
até o limite destas, sendo proibida por legislação a promessa de rendimento predeter-
minado aos condôminos.
Por ser constituído sob a forma de condomínio fechado, o cotista do FII não pode so-
licitar o resgate de suas cotas, o que só pode ocorrer em caso de liquidação do fundo
Como as cotas dos FII não são resgatáveis, a única forma de se desfazer do investi-
mento é vender as cotas para outro investidor, de forma semelhante ao que ocorre
quando investimos em ações de companhias abertas. Em virtude disso, quase todos
esses fundos têm as cotas registradas para negociação em mercado de bolsa de valo-
res ou de balcão organizado, com as operações realizadas pelos investidores através
de uma corretora ou distribuidora de valores mobiliários.
Destaca-se que, apesar de ser titular (“dono”) das cotas do fundo, o cotista de um
FII não poderá exercer qualquer direito real sobre os imóveis e empreendimentos
integrantes do patrimônio do fundo. Por outro lado, ele também não responde pes-
soalmente por qualquer obrigação legal ou contratual do administrador ou relativa
aos imóveis integrantes do fundo.
Embora questões tributárias não sejam de competência da CVM, não se pode deixar
de mencionar as regras específicas de tributação dos cotistas nos investimentos em
FII, matéria relevante à decisão de investimento. A Lei 11.196/05 estabeleceu que os
rendimentos recebidos pelos cotistas pessoas físicas são isentos de Imposto de Renda
quando as seguintes condições forem atendidas cumulativamente:
O investidor deverá prestar atenção a esta regra, pois caso as condições citadas não
sejam atendidas, ocorrerá retenção de 20% do rendimento distribuído a título de Im-
posto de Renda, qualquer que seja o cotista.
Conhecidos também como ETFs (Exchange Traded Funds), são fundos de inves-
timento que visam refletir as variações e rentabilidade de um índice de referência
(índice subjacente). Constituído sob a forma de condomínio aberto e com cotas ne-
gociadas em bolsa de valores, os ETF são relativamente novos no Brasil, mas sua
popularidade vem aumentando entre os investidores.
Recebimento de Dividendos
A metodologia de cálculo do índice subjacente assume que quaisquer cupons, recibos
de subscrição, certificados de desdobramento, dividendos, juros sobre capital próprio,
bonificações ou outros direitos declarados, relativos às ações da carteira teórica, sejam
imediatamente reinvestidas na mesma proporção da composição da carteira teórica,
mesmo que tais Distribuições não sejam imediatamente pagas ou distribuídas.
Exemplo:
Exemplo:
Deve ser constituído sob a forma de condomínio fechado, exclusivo para pesso-
as físicas ou jurídicas estrangeiras (residentes, domiciliadas ou com sede no ex-
terior), fundos ou outras entidades estrangeiras de investimento coletivo, cujos
recursos sejam destinados à aplicação em carteira diversificada de valores mo-
biliários de emissão de empresas emergentes.
Como regra geral, pelo menos 95% do patrimônio do fundo deve ser investido em
cotas de outros fundos. Além disso, os FICFI são divididos nas mesmas classes dos
FI e só podem aplicar em cotas de fundos desta mesma classe, com exceção dos FIC
Multimercado que, por sua própria natureza, podem aplicar em quaisquer outros
tipos de fundos.
Como cada fundo só pode oferecer uma única taxa de administração e um único
Uma das vantagens da estratégia Master & Feeder atua justamente no balanceamen-
to entre a quantidade de fundos e os custos de gestão: cria-se apenas um grande FI
(Master) que centraliza o trabalho mais crítico de gestão e uma grande variedade de
outros fundos FIC (Feeder) que atendam aos diversos perfis de investidores.
.. Distribuidor: Responsável pela venda das cotas do fundo. Pode ser o pró-
prio administrador ou terceiros contratados por ele.
Todos os cotistas devem ser convocados por carta para a assembleia geral. Essa carta
deve especificar os assuntos a serem deliberados e o local, a data e a hora da assem-
bleia. O Administrador está obrigado a enviar essa carta com 10 dias de antecedência,
no mínimo, da data da realização da Assembleia.
O resumo das decisões da Assembleia Geral deve ser enviado a cada cotista no
prazo de até 30 dias após a data de sua realização, podendo ser utilizado para
esse fim o extrato de conta mensal. A Instrução CVM 409/04 obriga a realização
anual de uma assembleia geral, para deliberar sobre as demonstrações contábeis do
fundo, no prazo de até 120 dias após o término do exercício social.
A Assembleia Geral poderá ser instalada com a presença de qualquer número de co-
tistas. Em regra, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, cabendo a cada
cota um voto, mas o regulamento poderá estabelecer quorum qualificado para as de-
liberações. Entretanto, na hipótese de destituição do administrador de fundo aberto,
esse quorum qualificado não poderá ultrapassar metade mais uma das cotas emitidas.
Os cotistas podem votar por meio de comunicação escrita ou eletrônica, desde que
recebida pelo administrador antes do início da assembleia, observado o disposto no
regulamento, que pode, inclusive, dispor sobre a possibilidade de as deliberações da
assembleia serem adotadas mediante processo de consulta formal, sem necessidade
de reunião dos cotistas.
3.7.1. Regulamento
3.7.2. Prospecto
Ainda, os fundos que pretendam realizar operações que possam resultar em per-
das patrimoniais ou, em especial, levar à ocorrência de patrimônio líquido negativo,
devem inserir na capa de seu prospecto, de forma clara, legível e em destaque, uma
das seguintes advertências, conforme o caso:
Além das informações sobre taxas e despesas, a lâmina traz uma tabela com os retor-
nos dos últimos cinco anos, que enfatiza a existência, caso exista, de anos com ren-
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 de cada mês com os dados
relativos ao mês imediatamente anterior, e enviada imediatamente à CVM. O admi-
nistrador deve entregar a lâmina ao futuro cotista antes do seu ingresso no fundo e
divulgá-la em lugar de destaque na sua página na internet.
Nesse sentido, a CVM, através da Instrução CVM 409/2004, determina regras para a
divulgação de informações e de resultados dos fundos de investimento. Esse conjun-
to de informações pode ser dividido em:
.. informações periódicas;
.. informações eventuais;
Desde de janeiro de 2013, , os administradores devem remeter aos cotistas dos fundos
(exceto aqueles destinados exclusivamente a investidores qualificados) a demonstra-
ção de desempenho do fundo, conforme modelo específico, até o último dia útil de
fevereiro de cada ano. O objetivo dessa nova informação é auxiliar o investidor a
comparar o desempenho de diferentes fundos de investimento, bem como o impacto
de taxas e despesas sobre a rentabilidade.
3.8. Riscos
.. Risco de mercado: decorre das oscilações nos preços dos títulos que com-
põem a carteira do fundo. Uma vez que estes ativos são contabilizados por seu
valor de mercado, quanto maior a oscilação nos preços, maior a oscilação no
valor das cotas e mais difícil estimar o valor de resgate ou de venda das cotas.
.. Risco de liquidez: pode ser tanto dos ativos quanto das cotas que compõem o
fundo. No caso dos ativos, o risco de liquidez consiste na eventual dificuldade que
o administrador possa encontrar para vender os ativos que compõem a carteira do
fundo, ficando impossibilitado de atender aos pedidos de resgate do investimento.
No caso das cotas, o risco de liquidez decorre da dificuldade, no fundo fechado, do
investidor encontrar um comprador para as suas cotas, forçando-o a vender por um
valor mais baixo que o esperado, caso sua necessidade de recursos seja imediata.
Imposto de Renda
Os fundos de investimentos são classificados em três categorias para efeitos de Im-
posto de Renda. O cálculo do imposto depende do período em que você permanecer
com o dinheiro investido no fundo e do tipo fundo.
.. Fundos de Ações
São fundos que devem ter, no mínimo, 67% dos seus recursos em ações negociadas em
Bolsa de Valores. Esses fundos contam com alíquota única de Imposto de Renda, inde-
pendente do prazo em que o investidor permanecer com os recursos investidos. O impos-
to será cobrado sobre o rendimento bruto do fundo, quando você resgatar sua aplicação.
Para fins de tributação, são considerados fundos de curto prazo aqueles cuja carteira de
títulos tenha prazo médio igual ou inferior a 365 dias. Eles estão sujeitos à incidência de
imposto de renda na fonte conforme as seguintes alíquotas:
Para fins de tributação, são considerados fundos de investimento de longo prazo aque-
les cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou superior a 365 dias. Eles estão
sujeitos à incidência de imposto de renda na fonte conforme as seguintes alíquotas:
Como você pode observar, neste tipo de fundo, se um investidor deixar sua aplicação
por um período superior a dois anos ele pagará 15% de imposto de renda sobre o
rendimento do fundo.
O Sistema Come-cotas
Os fundos de investimento são classificados pela CVM, como regulador, e pela Anbi-
ma, como entidade autorreguladora do mercado de fundos.
A classificação CVM faz uma diferenciação dos grupos mais voltada à separação por
classe de risco, enquanto a classificação Anbima, desdobra essa divisão, com um maior
detalhamento, visando a uma melhor comparabilidade dos fundos de investimento.
I. Fundos de investimento