Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SECURITIZAÇÃO DE
RECEBÍVEIS
0|P ág ina
Sumário
Referência - Prova .................................................................................................................................2
10.1 Entendendo o que é Securitização ...............................................................................................3
O mercado.........................................................................................................................................3
Tipos de Ativos Securitizados ............................................................................................................3
Participantes do mercado de securitização ......................................................................................4
Estrutura de uma Securitização ........................................................................................................6
1|P ág ina
Referência - Prova
1 questão
- Correspondem a 1,25% do total da prova
- Quantidade mínima exigida de acertos: não há
2|P ág ina
10.1 Entendendo o que é Securitização
Securitização é uma processo através do qual uma variedade de ativos financeiros e não financeiros
(muitas vezes chamados como “ativos-base”) são “empacotados” na forma de Títulos (títulos
financeiros negociáveis) e então vendidos a investidores. Os fluxos de caixa gerados pelos ativos-
base são usados para pagar o principal e os encargos das securities além das despesas da operação.
As securities, por seu lado, são lastreadas pelos ativos e são conhecidas como Asset Backed Securities
(“ABS”, expressão em Inglês que significa Securities Lastreadas por Ativos).
O mercado
O mercado de securitização iniciou-se no começo dos anos 1970 com a venda de empréstimos
hipotecários reunidos na forma de “pool” e garantidos pelo governo. Em 1985, estabelece-se nos
EUA o mercado de securitização de longo prazo, quando cerca de USD 1,2 bilhões em ABS foram
emitidos. Desde então, o mercado de ABS cresceu substancialmente para USD 280 bilhões em novas
emissões em 2001 e cerca de USD 350 bilhões em 2002. Embora o mercado Norte-Americano ainda
responda pela maior parcela do mercado de securitização global, ele é um setor já maduro e sua taxa
de crescimento vem diminuindo quando comparada com os mercados da Europa e da Ásia.
Qualquer fluxo-de-caixa, atual ou futuro, que é gerado por ativos, pode ser securitizado. À medida
que o mercado de securitização vem crescendo e tornando-se mais sofisticado, a variedade de ativos
que são securitizados tem aumentado.
Os tipos de ativos menos usuais incluem empréstimos para franqueados, financiamentos para
taxistas, pagamentos de subsídios governamentais para plantadores de tabaco, fluxo de pagamento
de royalties etc. Há também um crescente número de transações com ativos operacionais onde os
ativos securitizados, tais como vagões ferroviários ou containers marítimos, são chave para as
operações da companhia.
3|P ág ina
Participantes do mercado de securitização
▪ Um originador que gera um ativo, seja este um empréstimo, leasing, recebível, ou outra
forma de fluxo de pagamento;
▪ Intermediários que estruturam a securitização e ajudam a viabilizar a venda dos ABS aos
investidores;
▪ Investidores que compram os ABS.
Os originadores que securitizam seus ativos incluem bancos, financeiras, financeiras cativas (que
financiam apenas os consumidores da empresa à qual a financeira cativa pertence), e também numa
menor extensão, entidades industriais.
Tipicamente, um originador faz empréstimos aos consumidores para a compra de um ativo como um
automóvel ou uma casa; o empréstimo é garantido pelo ativo financiado. O originador pode então
“empacotar” alguns ou todos os seus empréstimos (créditos) aos consumidores numa securitização
e emitir títulos lastreadas pelos empréstimos aos consumidores. Os títulos são quitados pelos
pagamentos regulares que os consumidores fazem sobre seus financiamentos de automóveis ou
hipotecários e, se o consumidor entra em default, pela venda do automóvel ou da casa, caso o
financiamento seja garantido.
4|P ág ina
empréstimos sem garantias a um custo mais baixo no mercado), da qualidade dos recebíveis
e da estrutura da transação. Em adição, a possibilidade de se separar uma securitização do
perfil de crédito do originador pode resultar numa precificação mais eficiente e spreads mais
estáveis do que nos casos de dívida sem garantias.
▪ Transferência de Risco
Dependendo da estrutura, a securitização pode possibilitar ao originador transferir ativos e
respectivos riscos a eles associados. Como resultado, parte do capital que estava
previamente sendo utilizado para suportar os ativos transferidos pode potencialmente ser
liberado e utilizado para outros fins. Alternativamente, um perfil de menor risco pode
resultar em custos menores de captação para o originador. Entretanto, até o momento,
temos observado poucos exemplos de transferências significativas de risco via securitização.
5|P ág ina
▪ Intermediários que Estruturam uma Securitização
Os intermediários tem um papel chave na estruturação de transações de securitização. Eles
têm experiência e conhecimento significativos na estruturação e colocação de complexas
transações de ABS no mercado. Em adição, os intermediários coordenam as atividades dos
principais participantes numa securitização incluindo o emissor, originador, advogados,
agências de rating, prestadores de serviços e investidores.
Um dos principais objetivos de uma securitização é a separação do risco de crédito do pool de ativos
sendo securitizados do risco de crédito do originador. Para se atingir esta separação, o originador
vende um pool de ativos especificamente identificados a uma Entidade de Propósito Especial (Special
Purpose Entity ou “SPE”), a qual então emite ABS para investidores. A SPE é uma empresa-de-papel
6|P ág ina
(“shell company”) cujo único objetivo é comprar o pool de ativos do originador com os fundos
recebidos através da emissão de ABS lastreados pelos próprios ativos. O balanço financeiro de uma
SPE consiste dos ativos adquiridos do originador de passivos constituídos pelos ABS emitidos.
Reforços de crédito podem ser estruturados de várias formas diferentes tais como:
7|P ág ina
▪ Spread excedente
É definido como pagamentos de juros e outras comissões recebidas sobre os ativos do pool
menos os pagamentos de juros feitos para os ABS mais a comissão paga para gerir e cobrar
os ativos entre outras despesas. O spread excedente é tipicamente a primeira linha de
defesa para absorção de perdas; ele é utilizado antes de qualquer outro tipo de reforço de
crédito ser acionado. Se o spread excedente não é utilizado, normalmente ele é liberado
para o originador ou retido numa conta-reserva.
▪ Conta-Reserva de Caixa
O originador pode separar um certo volume de caixa numa conta-reserva para absorver
perdas de crédito. Como uma alternativa, a transação também pode ser estruturada para
capturar e reter qualquer excesso de fluxo-de-caixa (o qual, de outra maneira, retornaria ao
originador), até que a conta-reserva atinja um saldo de caixa especificado. Se a conta-
reserva for usada para absorver perdas, qualquer excedente de fluxo-de-caixa deve ser
usado para recompor a conta-reserva. Novamente, em havendo sobras de caixa, estas
poderão então retornar ao originador. Uma transação pode também ter “gatilhos” relativos
a performance, os quais, uma vez acionados, poderão exigir a retenção de caixa adicional
caso a qualidade dos ativos-base se deteriore.
▪ Sobre-Colateralização
É provida pelo originador, acontece quando o valor dos ativos no pool excede o valor dos
ABS emitidos. Se o fluxo-de-caixa gerado pelos ativos securitizados é menor do que o
esperado, o fluxo-de-caixa gerado pelo colateral adicional fica disponível para absorver as
perdas.
Em qualquer securitização, muitas das perdas do pool de ativos, talvez todas, são cobertas
por uma ou mais destas formas de suporte de crédito. Em muitas transações, o suporte de
crédito pode ser tanto provido pelo originador (como é o caso com uma conta-reserva de
caixa) ou retido pelo originador (como tipicamente é o caso da tranche mais subordinada).
Como resultado, dependendo de como a securitização é estruturada, a maior parte do risco
econômico deve ser retido pelo originador. Muito do benefício da transação é também
retido porque se o pool de ativos desempenha como esperado e o suporte de crédito não é
utilizado, todo o excesso de fluxo-de-caixa é liberado para o originador.
Desta forma, os interesses do originador na securitização são expostos aos mesmos riscos e
recompensas a que o Capital seria. Isto é, o originador deve reter a maior parte dos direitos
subordinados sobre o ativo securitizado, onde quase todas perdas, talvez todas, estão
concentradas (isto é também de chamado de “first-loss position”). Em adição, o originador
8|P ág ina
apenas aproveita os excessos de fluxo-de-caixa depois que todas as obrigações contratuais
estejam cumpridas.
9|P ág ina