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9.

OUTROS FUNDOS DE
INVESTIMENTOS REGULADOS
PELA CVM

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Sumário
Referência - Prova .................................................................................................................................2
9.1 Índice com cotas negociadas em mercado secundário ..................................................................3
O que é ETF? .......................................................................................................................... 3
Administração do ETF – Fundo de Índice ................................................................................. 4
Aspectos legais dos Fundos de Índice: Instrução CVM 359/2013............................................... 4
Fundos de Investimento Imobiliário ........................................................................................ 6
Operacionalização ................................................................................................................. 9
Tipos de fundos imobiliários – FIIs ...................................................................................... 10
Fundos de Investimento em Empresas Emergentes ................................................................ 11
Fundos de Investimento em Participações ............................................................................. 12
Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) .......................................................... 14
Tipos de cotas do Fundo de Direitos Creditórios ................................................................ 16

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Referência - Prova
2 questões
- Correspondem a 2,50% do total da prova
- Quantidade mínima exigida de acertos: não há

• Índice com cotas negociadas em mercado secundário


• Imobiliário
• Investimento em Empresas Emergentes
• Investimento em Participações
• Investimento em Direitos Creditórios

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9.1 Índice com cotas negociadas em mercado secundário

Fundos de investimento de índice, ou Exchange Traded Fund (ETF), objetivam replicar


algum índice de referência, em geral, representativo do mercado de ações.

As cotas desses fundos variam com base no desempenho do índice de referência. São
constituídos sob a forma de condomínio fechado, e suas cotas são negociadas em bolsa de
valores, assim como são negociadas as ações.

O fundo de índice é a uma alternativa de gestão passiva para o investidor aplicar em bolsa de
valores.

A compra ou venda de cotas de ETF pode ser realizada durante o horário normal de pregão da
bolsa de valores, sempre por intermédio da mesa de operações ou da plataforma eletrônica de
negociações (Home Broker) de uma corretora de valores. Ao aplicar em cotas de um
determinado ETF, o investidor adquire indiretamente todas as ações componentes do índice a
ele relacionado, sem ter de comprar separadamente as ações de cada empresa, o que
representa uma grande economia em taxas de corretagem, além da diversificação de seu
investimento.

O que é ETF?

ETF (Exchange Traded Fund) é um tipo de fundo de investimento (Fundo de Índice) que busca
obter a mesma rentabilidade de determinado índice e cujas cotas são negociadas em bolsas de
valores.

A B3 disponibiliza o ETF e permite que as cotas deste tipo de fundo sejam compradas e vendidas em
mercado de bolsa e mercado de balcão. Quem investe em ETF passa a adquirir cotas de participação
em um fundo de investimento dedicado a manter em seu patrimônio ações de todas as empresas
que participam da composição de determinado índice de ações.

Praticamente todos os recursos financeiros captados pelo Fundo de Índice são investidos na compra
de ações das empresas que compõem o índice utilizado como referência do rendimento (índice
subjacente).

A composição da carteira de ações do Fundo de Índice deve ser alterada eventualmente, de modo a
refletir as mudanças da composição do índice subjacente. Este balanceamento da composição da

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carteira de ações do ETF deve ser realizado sem que haja a necessidade de investimento adicional
por parte dos cotistas.

O Fundo de Índice poderá ter um percentual máximo 5% (cinco por cento) de seu patrimônio
investido em outros ativos financeiros que não sejam relacionados à composição de seu índice
subjacente – os chamados investimentos permitidos: títulos públicos de emissão do Tesouro
Nacional ou do Banco Central; títulos de renda fixa de emissão de instituições financeiras; cotas de
fundo de investimento financeiro (FIF); operações compromissadas, realizadas de acordo com a
regulamentação do Conselho Monetário Nacional; operações com derivativos realizadas em bolsas
de valores, em bolsas de mercadorias e futuros ou em mercados de balcão organizados.

Administração do ETF – Fundo de Índice

O administrador do ETF será responsável por balancear a carteira de ações do Fundo de Índice com
o objetivo de obter uma variação de rentabilidade igual ou superior à variação do índice subjacente.

Para que o objetivo do ETF seja atingido, o administrador deve ajustar a composição da carteira de
ações do ETF de forma a refletir as eventuais alterações da carteira teórica do índice subjacente. O
administrador do ETF também é encarregado de gerar novas receitas através do aluguel de parte das
cotas de participação do fundo de investimento e das ações que compõem a sua carteira.

Toda receita gerada pelas operações de aluguel, assim como todos os direitos relativos às ações que
integram a carteira do fundo de investimento – cupons; recibos de subscrição; certificados de
desdobramento; dividendos; juros sobre capital próprio; bonificações – deverão ser utilizados pelo
administrador do ETF para novos investimentos e para cobrir as despesas administrativas e
operacionais do Fundo de Índice.

Além da taxa de administração anual, o regulamento do ETF prevê como possíveis despesas
operacionais: contribuição anual da B3; emolumentos e comissões relativas às operações do fundo
de investimento; despesas com custódia e liquidação de operações do fundo de investimento com
títulos e valores mobiliários; honorários e despesas com auditores independentes.

Aspectos legais dos Fundos de Índice: Instrução CVM 359/20131

A Instrução dispõe sobre a constituição, a administração e o funcionamento dos Fundos de


Investimento em Índice de Mercado – Fundos de Índice.

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http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst359.html

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É vedada a constituição de fundos de índice alavancados; inversos, que visem refletir um
desempenho oposto àquele do índice de referência; ou sintéticos, que visem refletir o desempenho
do índice de referência por meio de contratos derivativos, exceto por meio de posições em mercados
futuros previstas nesta Instrução.
Da denominação do fundo deve constar a expressão Fundo de Índice e a identificação do índice de
referência. O Fundo deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto, sendo suas cotas
admitidas à negociação no mercado secundário, por intermédio de bolsa de valores ou entidade do
mercado de balcão organizado.
A administração do fundo somente pode ser exercida por pessoa jurídica autorizada pela CVM para
o exercício profissional de atividade de administração de carteira.
O cotista pode exercer diretamente o direito de voto em assembleia geral de titulares dos valores
mobiliários pertencentes à carteira do fundo, devendo, para tanto, manifestar sua intenção ao
administrador no prazo estabelecido no regulamento, com a antecedência mínima necessária para
a efetivação da operação. Neste caso, cabe ao administrador providenciar o empréstimo gratuito ao
cotista, isento de cobrança de taxa de aluguel, dos valores mobiliários necessários ao exercício do
direito de voto, promovendo a transferência dos mesmos junto à entidade responsável por sua
custódia, mediante caução das cotas do fundo de sua propriedade.
O regulamento deve dispor sobre a fixação e condições de pagamento da taxa de administração,
podendo ainda ser previstas taxas de ingresso e de saída (resgate). As taxas previstas não podem ser
majoradas sem prévia aprovação da assembleia geral, podendo, no entanto, o administrador reduzi-
las unilateralmente, comunicando o fato e promovendo a devida alteração do regulamento.
É vedada a cobrança de qualquer taxa de performance aos cotistas ou ao fundo.

De forma a refletir a variação e rentabilidade do índice de referência, o fundo deve manter 95%
(noventa e cinco por cento), no mínimo, de seu patrimônio aplicado em:
▪ ativos financeiros que integrem o índice de referência; e
▪ posição líquida comprada em contratos futuros.

No período entre a divulgação oficial da primeira prévia da nova composição do índice de


referência e 1 mês após sua efetiva mudança de composição, é facultado ao administrador,
conforme definido no regulamento, efetuar o ajuste da composição da carteira do fundo,
devendo o mesmo, nesse período, agir de forma a assegurar que a rentabilidade do fundo não
se distancie da variação do índice de referência.

Casos excepcionais de desenquadramento da carteira do fundo devem ser justificados por escrito à
CVM no prazo máximo de 5 dias úteis, a contar da data de sua ocorrência.

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O total das margens de garantia exigidas do fundo em suas operações com derivativos não pode
exceder a 20% do patrimônio líquido do fundo.

Os recursos excedentes da aplicação mínima fixada no artigo anterior podem ser investidos em:
▪ títulos públicos de emissão do Tesouro Nacional;
▪ títulos de renda fixa de emissão de instituições financeiras;
▪ cotas de fundo de investimento das classes Curto Prazo, Renda Fixa e Referenciado;
▪ operações compromissadas, de acordo com a regulamentação expedida pelo Conselho
Monetário Nacional;
▪ ativos financeiros com liquidez não incluídos no índice de referência; e
▪ cotas de outros fundos de índice.

Fundos de Investimento Imobiliário2

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) são formados por grupos de investidores com o
objetivo de aplicar recursos em diversos tipos de investimentos imobiliários, seja no
desenvolvimento de empreendimentos ou em imóveis já prontos, como edifícios
comerciais, shopping centers e hospitais.
O objetivo é conseguir retorno pela exploração de locação, arrendamento, venda do imóvel
e demais atividades do setor.

O instrumento regulatório que rege a temática é a Instrução CVM 472/08, que dispõe sobre a
constituição, a administração, o funcionamento, a oferta pública de distribuição de cotas e a
divulgação de informações dos Fundos de Investimento Imobiliário – FII.
De acordo com a redação, o FII é uma comunhão de recursos captados por meio do sistema de
distribuição de valores mobiliários e destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários,
podendo ser constituído sob a forma de condomínio fechado e com prazo de duração
indeterminado.
Em sua denominação, deve sempre incluir a designação “fundo de investimento imobiliário”.

As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu patrimônio e devem ser escriturais e
nominativas:

▪ Cotas do FII somente podem ser negociadas em mercados regulamentados:

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http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst472.html

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▪ Quando distribuídas publicamente por meio de oferta registrada na CVM;
▪ Quando distribuídas com esforços restritos, observadas as restrições da norma
específica; ou
▪ Quando cotas da mesma série já estejam admitidas à negociação em mercados
regulamentados.

O titular de cotas do FII:

▪ não poderá exercer qualquer direito real sobre os imóveis e empreendimentos


integrantes do patrimônio do fundo; e
▪ não responde pessoalmente por qualquer obrigação legal ou contratual, relativa aos
imóveis e empreendimentos integrantes do fundo ou do administrador, salvo quanto à
obrigação de pagamento das cotas que subscrever.

O regulamento do FII deve dispor, entre outros diversos aspectos, sobre o objeto do fundo,
definindo, com clareza, os segmentos em que atuará e a natureza dos investimentos ou
empreendimentos imobiliários que poderão ser realizados.

A administração do fundo compete, exclusivamente, a bancos comerciais, bancos múltiplos com


carteira de investimento ou carteira de crédito imobiliário, bancos de investimento, sociedades
corretoras ou sociedades distribuidoras de valores mobiliários, sociedades de crédito
imobiliário, caixas econômicas e companhias hipotecárias.

Caso o fundo invista parcela superior a 5% (cinco por cento) de seu patrimônio em valores
mobiliários, o administrador deverá estar previamente autorizado pela CVM à prestação do
serviço de administração de carteira, sendo-lhe facultado, alternativamente, contratar terceiro
autorizado pela CVM a exercer tal atividade.

O administrador deverá prover o fundo com os seguintes serviços, seja prestando-os


diretamente, hipótese em que deve estar habilitado para tanto, ou indiretamente:

▪ manutenção de departamento técnico habilitado a prestar serviços de análise e


acompanhamento de projetos imobiliários;
▪ atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos e valores mobiliários;
▪ escrituração de cotas;
▪ custódia de ativos financeiros;
▪ auditoria independente; e
▪ gestão dos valores mobiliários integrantes da carteira do fundo.

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A participação do fundo em empreendimentos imobiliários poderá se dar por meio da aquisição
dos seguintes ativos:

▪ quaisquer direitos reais sobre bens imóveis;


▪ ações, debêntures, bônus de subscrição, seus cupons, direitos, recibos de subscrição e
certificados de desdobramentos, certificados de depósito de valores mobiliários,
cédulas de debêntures, cotas de fundos de investimento, notas promissórias, e
quaisquer outros valores mobiliários, desde que se trate de emissores registrados na
CVM e cujas atividades preponderantes sejam permitidas aos FII;
▪ ações ou cotas de sociedades cujo único propósito se enquadre entre as atividades
permitidas aos FII;
▪ cotas de fundos de investimento em participações (FIP) que tenham como política de
investimento, exclusivamente, atividades permitidas aos FII ou de fundos de
investimento em ações que sejam setoriais e que invistam exclusivamente em
construção civil ou no mercado imobiliário;
▪ certificados de potencial adicional de construção emitidos com base na Instrução CVM
nº 401, de 29 de dezembro de 2003;
▪ cotas de outros FII;
▪ certificados de recebíveis imobiliários e cotas de fundos de investimento em direitos
creditórios (FIDC) que tenham como política de investimento, exclusivamente,
atividades permitidas aos FII e desde que estes certificados e cotas tenham sido objeto
de oferta pública registrada na CVM ou cujo registro tenha sido dispensado nos termos
da regulamentação em vigor;
▪ letras hipotecárias;
▪ letras de crédito imobiliário; e
▪ letras imobiliárias garantidas.

Quando o investimento do FII se der em projetos de construção, caberá ao administrador,


independentemente da contratação de terceiros especializados, exercer controle efetivo sobre
o desenvolvimento do projeto.

O administrador, em nome do FII, pode adiantar quantias para projetos de construção, desde
que tais recursos se destinem exclusivamente à aquisição do terreno, execução da obra ou
lançamento comercial do empreendimento e sejam compatíveis com o seu cronograma físico-
financeiro.

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Os bens e direitos integrantes da carteira do FII, bem como seus frutos e rendimentos, deverão
observar as seguintes restrições:

▪ não poderão integrar o ativo do administrador, nem responderão por qualquer


obrigação de sua responsabilidade;
▪ não comporão a lista de bens e direitos do administrador para efeito de liquidação
judicial ou extrajudicial, nem serão passíveis de execução por seus credores, por mais
privilegiados que sejam; e
▪ não poderão ser dados em garantia de débito de operação do administrador.

Os imóveis, bens e direitos de uso a serem adquiridos pelo fundo devem ser objeto de prévia
avaliação pelo administrador, pelo gestor ou por terceiro independente.

Os FII que invistam preponderantemente em valores mobiliários devem respeitar os limites de


aplicação por emissor e por modalidade de ativos financeiros estabelecidos nas regras gerais
sobre fundos de investimento, e a seus administradores serão aplicáveis as regras de
desenquadramento e reenquadramento lá estabelecidas.

Uma vez integralizadas as cotas objeto da oferta pública, a parcela do patrimônio do FII que,
temporariamente, por força do cronograma físico-financeiro das obras constante do prospecto,
não estiver aplicada em empreendimentos imobiliários, deverá ser aplicada em:

▪ cotas de fundos de investimento ou títulos de renda fixa, públicos ou privados, de


liquidez compatível com as necessidades do fundo; e
▪ derivativos, exclusivamente para fins de proteção patrimonial, cuja exposição seja
sempre, no máximo, o valor do patrimônio líquido do fundo e desde que previsto na
política de investimento do FII.

O FII pode manter parcela do seu patrimônio permanentemente aplicada em cotas de fundos
de investimento ou títulos de renda fixa, públicos ou privados, para atender suas necessidades
de liquidez.

Operacionalização

O dinheiro que todos investiram no fundo, em forma de cotas, é administrado por um gestor, que é
o responsável por encontrar e realizar os investimentos mais interessantes e garantir uma boa
rentabilidade para o fundo.

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Normalmente, os ativos adquiridos são os próprios empreendimentos imobiliários em si, como
prédios e edifícios comerciais.

Entretanto, um FII também pode ter outros investimentos ligados a imóveis. Isto é, alguns fundos
investem também em títulos imobiliários (Letras de Crédito Imobiliário ou Certificados de Recebíveis
Imobiliários) ou até mesmo cotas de outros FIIs.

Tipos de fundos imobiliários – FIIs

Existem diversos tipos de fundos imobiliários no mercado — cada um com estruturas, estratégias e
carteiras de ativos diferentes. Porém, é possível classificar os FIIS em duas grandes modalidades:

Fundos de tijolo

São fundos focados majoritariamente em empreendimentos físicos. A política desses fundos é


investir na aquisição, construção ou aluguéis de imóveis comerciais, como:

▪ Shopping Centers.
▪ Hospitais.
▪ Faculdades.
▪ Prédios comerciais.
▪ Agências bancárias.
▪ Centros de distribuição.
▪ Galpões e armazéns.

O objetivo de um fundo de tijolo é encontrar pessoas ou empresas interessadas em utilizar os imóveis


adquiridos. Em troca, o fundo recebe uma renda mensal de aluguel para ser distribuída a seus
cotistas.

Fundos de papel

Um fundo de papel tem como estratégia investir em títulos financeiros vinculados ao mercado
imobiliário, como LCI, CRI, títulos de recebíveis imobiliários, cotas de outros fundos imobiliários,
entre outros.

O lucro do fundo vem dos juros e dividendos pagos por esses título, ou da venda deles.

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Assim, o fundo de papel possibilita uma boa rentabilidade, mas sem se expor ao mesmo risco dos
fundos de tijolo.

Para iniciar um FII, a instituição financeira responsável por ele precisa apresentar um documento ao
mercado contendo a política de investimentos e as diretrizes gerais do futuro fundo.
A partir disso, é realizada a oferta primária do FII:
• As cotas do fundo, de número limitado e definitivo, são emitidas e lançadas no mercado pela
primeira vez.
• Quem tem interesse, pode comprar a quantidade de cotas desejadas e se juntar aos primeiros
cotistas do fundo.
Com o capital arrecadado, o gestor do fundo começa a adquirir os ativos imobiliários, de acordo com a
política de investimentos proposta.
Após a abertura, o fundo passa a ser identificado por um código (também chamado de ticker), e pode
ter suas cotas negociadas na Bolsa de Valores, da mesma forma que acontece com as ações de uma
empresa.

Fundos de Investimento em Empresas Emergentes3

Também conhecido como Fundo de "Venture Capital", deve ser constituído sob a forma de
condomínio fechado, cujos recursos sejam destinados à aplicação em carteira diversificada de
valores mobiliários de emissão de empresas emergentes - companhia que apresente faturamento
líquido anual, ou faturamento líquido anual consolidado, inferiores a R$ 150.000.000,00, apurados
no balanço de encerramento do exercício anterior à aquisição dos valores mobiliários de sua
emissão.

É regulamentado pela instrução CVM 209, de 25 de março de 1994, e alterações.

Esse limite é determinado no momento do primeiro investimento, mas não terá aplicação quando o
Fundo subscrever ou efetuar novas aquisições de ações ou outros valores
mobiliários daquelas mesmas companhias.

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http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst209.html

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É vedado ao Fundo investir em sociedade cujo controle acionário seja detido por grupo de
sociedades, de fato ou de direito, cujo patrimônio líquido consolidado seja superior a R$
300.000.000,00.

O Fundo terá prazo máximo de duração de 10 anos, contados a partir da data da


autorização para funcionamento pela Comissão de Valores Mobiliários.

Somente poderão investir no fundo investidores qualificados, conforme definido em


regulamentação específica.

Uma vez constituído e autorizado o seu funcionamento, o Fundo deverá manter, no


mínimo, 75% de suas aplicações em ações, debêntures conversíveis em ações, ou bônus de
subscrição de ações de emissão de empresas emergentes.

A parcela de suas aplicações que não estiver aplicada em valores mobiliários de empresas
emergentes deverá, obrigatoriamente, estar investida em quotas de fundos de renda fixa, e/ou em
títulos de renda fixa de livre escolha do administrador, ou valores mobiliários de companhias abertas
adquiridas em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.
Para atendimento do limite mínimo, é admitido que as posições diárias em valores mobiliários de
empresas emergentes atinjam a 50% do valor total das aplicações, desde que a média, a cada 180
dias, obedeça ao percentual mínimo de 75% do valor total das aplicações.
O desenquadramento do Fundo aos limites estabelecidos por um período corrido de 360 dias
implicará obrigatoriamente na distribuição dos valores correspondentes a seus quotistas.
É vedado ao fundo realizar operações com derivativos, exceto quando tais operações sejam
realizadas exclusivamente para fins de proteção patrimonial.

Fundos de Investimento em Participações4


O Fundo de Investimento em Participações (FIP) é uma comunhão de recursos destinados à aplicação
em companhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento. Cabe ao
administrador constituir o fundo e realizar o processo de captação de recursos junto aos investidores
através da venda de cotas.

O FIP é um investimento em renda variável constituído sob a forma de condomínio fechado, em que
as cotas somente são resgatadas ao término de sua duração ou quando é deliberado em assembleia
de cotistas a sua liquidação.

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http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst578.html

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O fundo deverá participar do processo decisório da companhia investida, com efetiva influência na
definição de sua política estratégica e na sua gestão, notadamente através da indicação de membros
do Conselho de Administração.

A participação do fundo no processo decisório da companhia investida pode ocorrer:

• pela detenção de ações que integrem o respectivo bloco de controle;


• pela celebração de acordo de acionistas; ou
• pela adoção de procedimento que assegure ao fundo efetiva influência na definição de sua
política estratégica e na sua gestão.

Busca-se criar valor para a companhia, por meio do desenvolvimento de seu negócio, bem como pela
implementação de práticas de governança corporativa.

Os FIPs devem ser classificados nas seguintes categorias, de acordo com a composição de sua
carteira:

• FIP - Capital Semente: voltado para aquisição de participações em companhias ou


sociedades limitadas que tenham receita bruta anual de até R$ 16 milhões, apurada no
exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha
apresentado receita superior a esse limite nos últimos três exercícios sociais;
• FIP - Empresas Emergentes: voltado para aquisição de participações em companhias ou
sociedades limitadas que tenham receita bruta anual de até R$ 300 milhões, apurada no
exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha
apresentado receita superior a esse limite nos últimos três exercícios sociais;
• FIP – Infraestrutura (FIP-IE) e FIP – Produção Econômica intensiva em Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I): aqueles que mantêm seu patrimônio investido em
títulos de emissão de sociedades anônimas, de capital aberto ou fechado, que desenvolvam,
respectivamente, novos projetos de infraestrutura ou de produção econômica intensiva em
pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de energia, transporte, água e saneamento
básico, irrigação e outras áreas prioritárias para o Poder Executivo Federal. Cada FIP-IE e FIP-
PD&I deve ter, no mínimo, cinco cotistas, sendo que cada cotista não pode deter mais de
40% das cotas emitidas pelo FIP-IE ou pelo FIP-PD&I ou auferir rendimento superior a 40%
do rendimento do fundo.
• FIP – Multiestratégia: são aqueles que não se classificam nas demais categorias por admitir
o investimento em diferentes tipos e portes de sociedades investidas. Estes fundos têm a
possibilidade de investir até 100% de seu capital subscrito em ativos no exterior, porém,
neste caso, são destinados exclusivamente a investidores profissionais.

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Os FIPs devem manter, no mínimo, 90% de seu patrimônio investido em ações, debêntures simples,
bônus de subscrição ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de
emissão de companhias abertas ou fechadas, bem como em títulos ou valores mobiliários
representativos de participação em sociedades limitadas. A exceção são as debentures simples, cujo
limite máximo é de 33% do capital subscrito do fundo.

O FIP pode investir até 20% de seu capital subscrito em ativos no exterior, desde que tais ativos
possuam a mesma natureza econômica dos ativos acima mencionados. Adicionalmente, pode
investir em cotas de outros FIP ou em cotas de fundos de ações – mercado de acesso para fins de
atendimento do limite mínimo de 90%.

O FIP que obtiver apoio financeiro direto de organismos de fomento está autorizado a contrair
empréstimos, diretamente desses organismos de fomento, limitados ao montante correspondente
a 30% dos ativos do fundo.

Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)

O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é uma comunhão de recursos que destina
parcela acima de 50% do seu respectivo patrimônio líquido para aplicações em direitos creditórios.

Cabe ao administrador, uma instituição financeira específica, constituir o fundo e realizar o processo
de captação de recursos junto aos investidores através da venda de cotas.

Os FIDCs são uma forma de investimento em renda fixa constituídos sob a forma de condomínio
aberto, em que os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas de acordo com o disposto no
regulamento do fundo, ou fechado, em que as cotas somente são resgatadas ao término do prazo
de duração do fundo, de cada série ou classe de cotas conforme seu regulamento, ou em virtude de
sua liquidação. Admite-se ainda, a amortização de cotas por disposição do regulamento ou por
decisão da assembleia geral de cotistas.

Os direitos creditórios que compõem a carteira de ativos de um FIDC, são provenientes dos créditos
que uma empresa tem a receber, como duplicatas, cheques e outros. Por exemplo, a empresa vende
um produto a prazo para um consumidor através de cartão de crédito e estes recebíveis (as parcelas
a serem pagas pelo consumidor) podem ser vendidos para um FIDC na forma de direitos creditórios,
permitindo à empresa, antecipar o recebimento destes recursos em troca de um taxa de desconto
que, por outro lado, remunera os investidores do fundo.

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Os créditos originados de transações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial,
imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, na forma de
recebíveis, podem se tornar ativos de um FIDC e os investidores, que adquirem suas cotas, ficam
indiretamente expostos ao retornos e riscos de tais recebíveis.

Todo o FIDC possui um regulamento que, entre outras disposições, determina a política de
investimento do fundo, suas características de atuação, entre as quais os critérios de composição e
de diversificação da carteira, os riscos de crédito, de mercado e demais riscos envolvidos e, se for o
caso, o segmento em que o fundo atuará.

Uma figura importante em um FIDC é o custodiante, que tem entre suas atribuições:

▪ validar os direitos creditórios em relação aos critérios de elegibilidade estabelecidos no


regulamento;
▪ receber e verificar a documentação que evidencia o lastro dos direitos creditórios
representados por operações financeiras, comerciais e de serviços;
▪ realizar a liquidação física e financeira dos direitos creditórios;
▪ custodiar a documentação relativa aos direitos creditórios e demais ativos integrantes da
carteira do fundo; e
▪ cobrar e receber, em nome do fundo, pagamentos, resgate de títulos ou qualquer outra
renda relativa aos títulos custodiados.

O que são Direitos Creditórios?

Direitos Creditórios são direitos derivados dos créditos que uma empresa tem a receber, como
cheques, aluguéis, duplicatas ou parcelas de cartão de crédito. Ou seja, eles funcionam como
dívidas convertidas em títulos, e que podem ser vendidas a terceiros, através de um processo
chamado securitização.

Uma forma fácil de entender isso são as compras a prazo. Vamos supor que você comprou uma
mesa para pagar daqui a 30 dias. A loja fica com o direito de receber esta quantia no prazo
estabelecido, mas, para adiantar o recebimento, ela pode transformar a sua dívida em título
negociável, por meio da cessão de direitos creditórios. Então um investidor compra o direito a
crédito, ou direito creditório, pagando à loja, antecipadamente. Quando você efetuar o
pagamento, o dinheiro vai para o investidor, ao invés da loja. Para que isso seja interessante, a loja
abre mão de uma porcentagem do valor, e este será o lucro do investidor.

Esse processo de transformar uma dívida em direito creditório negociável é chamado de


securitização.

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Tipos de cotas do Fundo de Direitos Creditórios

Um FIDC é composto por 2 tipos de cotas e elas influenciam diretamente na sua rentabilidade e
risco. A proporção de cada cota é definida na estruturação do fundo e mencionada em seu
regulamento, sendo a maior parte preenchida por cotas seniores e a menor parte por cotas
subordinadas.

Um FIDC pode ter, por exemplo, 80% de cotas do tipo Sênior e 20% de cotas do tipo
Subordinada. Essa divisão é a responsável por garantir que grande parte dos cotistas tenham a
sua rentabilidade fixa predeterminada, de forma que a menor parte assume os riscos almejando
maiores lucros.

• Cota Sênior: São cotas que possuem preferência no recebimento do valor do resgate ou
amortização. As cotas seniores possuem um objetivo de rentabilidade prefixado e, com isso,
se comportam como título de Renda Fixa.

• Cota Subordinada: São cotas que devem se subordinar às cotas seniores em relação ao
resgate ou à amortização. Ou seja, o dono de uma cota subordinada só receberá
rendimentos depois que os cotistas seniores receberem a sua parte, sendo assim, ele
assume o risco sobre qualquer inadimplência.

Vantagem de possuir uma cota subordinada:

• Se o Fundo tiver uma rentabilidade inferior à prevista, os cotistas seniores terão sua
rentabilidade fixa assegurada e os cotistas subordinados receberão um pagamento menor,
resultado do que sobrou dos lucros.

• Mas se o Fundo tiver uma rentabilidade maior que a prevista, os cotistas subordinados
terão uma rentabilidade superior a dos cotistas seniores, que continuarão com a mesma
taxa fixa acordada.

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Os FIDCs são destinados a investidores qualificados.

Características
Código de AAAA-FIDCCDD
negociação AAAA = 4 letras maiúsculas representando o nome do fundo

FID = 3 letras maiúsculas representando a natureza do título


CC = 2 letras maiúsculas representando a emissão/série do
fundo
DD = 2 letras maiúsculas representando a modalidade de
liquidação
Cotação R$ por cota, com 2 casas decimais
Liquidação Física e Financeira
Prazo de liquidação D+0, após data de negociação
Mercado À vista
Lote padrão 1 cota

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