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MÓDULO (M2):

Fundos de Investimentos
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CFP® - Certified Financial Planner
4.1 Aspectos Gerais
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CVM e Anbima e suas funções com os fundos
Funções
❑ FUNÇÕES DA CVM: Atualmente os fundos funcionam sob a autorização da CVM, órgão
responsável por sua REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO, buscando a proteção do investidor.
Como todo os fundos de investimentos são obrigados a serem registrados na CVM, o
órgão possui instrução aos devidos fundos, sendo dividido da seguinte forma:
➢ ICVM 555: Instrução que norteia as principais regras dos fundos de investimentos,
com foco principal nas quatro principais classe: Renda Fixa, Cambial, Ações e
Multimercado.
➢ ICVM 359: Dita as normas dos ETF (Fundos em Índices de Mercado);
➢ ICVM 472: Dita as normas dos FII (Fundos imobiliários);
➢ ICVM 489: Dita as normas dos FIDC (Fundos em direitos creditórios); e
➢ ICVM 578: Dita as normas dos FIP (Fundos de Investimentos em Participações).
❑ FUNÇÕES DA ANBIMA: AUXILIAR no aperfeiçoamento da legislação de fundos de
investimento, através dos códigos:
➢ Distribuição de Produtos de Investimentos, quando a comercialização de fundos
for aberta para investidores; ou
➢ Administração de Recursos de Terceiros, quando se tratar das regras internas.

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Fundos de Investimentos (FI)
Conceito
O fundo de investimento é uma empresa (CNPJ), ou seja, é uma comunhão de recursos
constituída sob a forma de condomínio, com o objetivo de se ter ganhos financeiros
através da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários. Assim sendo, ao
invés do investidor adquirir diretamente um produto de investimento (Títulos Públicos,
CDBs, Ações, ...), ele investe nestes ativos através deste CNPJ. Os fundos de investimento
não contam com a garantia do FGC para o cotista, mas também não precisa, já que nada
acontece com o patrimônio do fundo caso a instituição administradora venha a falir.

➢ Gestão Especializada;
➢ Diversificação da carteira de investimentos;
➢ Menores Custos;
➢ Melhor retorno;
➢ Alta Liquidez;
➢ Acesso a ativos de maior volume financeiro;

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Fundos de Investimentos em Cotas (FIC)
Conceito
Os Fundos de Investimentos em Cotas (FIC) nada mais são que fundos que compram no
mínimo 95% do seu patrimônio líquido, em cotas de Fundos de Investimentos (FI). O
restante não aplicado (podendo ser até 5%), obrigatoriamente deverá ser investido em
ativos de renda fixa. Um dos principais motivos para a sua construção é que, desta forma,
as instituições financeiras podem segmentar “diferenciando” os cotistas (Varejo, Alta
Renda, ..), cobrando taxa de administração diferenciada e aplicações mínimas diferentes.

Títulos Públicos
FI “MASTER”
Títulos Privados
Taxa de ADM 0,2%
Ações

FIC “Varejo” FIC “Alta Renda” FIC “Private”


Taxa de ADM 2,0% Taxa de ADM 1,0% Taxa de ADM 0,5%

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Fundos Restritos
Conceito
Os fundos restritos podem ser classificados em quatro formas, que são:
➢ Fundos para Investidores Qualificados (IQ)
➢ Fundos para Investidores Profissionais (IP)
➢ Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra)
➢ Fundos Previdenciários
Veremos a seguir, as características ao fundos destinados exclusivamente a investidores
qualificados e aos fundos destinados exclusivamente a investidores profissionais. No
Capítulo 4.5 Outras Modalidades de Fundos de Investimentos, descreveremos as
características dos FI-Infra.
Como os fundos previdenciários não são o foco do exame, não adentraremos em regras
mais específicas.

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Fundos para Investidores Qualificados
Conceito
Os fundos poderão ser destinados exclusivamente a INVESTIDORES QUALIFICADOS,
devendo constar explicitamente essa informação no seu devido regulamento. No entanto,
é permitida a permanência e a realização de novas aplicações em fundos para
investidores qualificados, de cotistas que não se enquadrem nos requisitos previstos em
norma específica, desde que tais cotistas tenham ingressado em concordância com os
critérios de admissão anteriormente vigentes. Também podem ser admitidos como
cotistas de um fundo para investidores qualificados os empregados ou sócios das
instituições administradoras ou gestoras deste fundo ou sociedades a elas ligadas, desde
que expressamente autorizados pelo diretor responsável da instituição perante a CVM.
As principais liberalidades que estes fundos possuem, comparados com as regras gerais e
desde que previsto em seu regulamento, é que eles podem:
➢ Cobrar taxas de administração e de performance em qualquer classificação;
➢ Estabelecer prazos para conversão de cota e para pagamento dos resgates
diferentes da ICVM555;
➢ Podem ter o dobro dos limites estabelecidos na ICVM55;
➢ Integralização de cotas através de ativos financeiros

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Fundos para Investidores Profissionais
Conceito
Os fundos poderão ser destinados exclusivamente a INVESTIDORES PROFISSIONAIS,
devendo constar explicitamente essa informação no seu devido regulamento (os cotistas
que não se enquadrarem como tal, deverão concordar com os critérios de admissão
anteriormente vigentes). Podem ser admitidos também como cotistas nesse fundo:
➢ os empregados ou sócios das instituições administradoras ou gestoras deste fundo
ou empresas a ela ligadas, desde que expressamente autorizados pelo diretor
responsável da instituição perante a CVM; e
➢ investidores relacionados a investidor profissional por vínculo familiar ou vínculo
societário familiar, desde que no mínimo 90% (noventa por cento) das cotas do fundo
em que se pretenda ingressar sejam detidas por tais investidores.
As principais liberalidades que estes fundos possuem, além das já descritas pelos fundos
destinados a investidores qualificados (desde que previsto em seu regulamento) são:
➢ não há limitações de modalidades de ativo financeiro e os limites de concentração.
➢ não necessita divulgar cota diária, mensais e demais obrigações deste tipo;
➢ pode aplicar em qualquer fundo de investimento registrado na CVM
➢ pode ter apenas UM ÚNICO COTISTA, classificado como FUNDO EXCLUSIVO! Neste
fundo, não há obrigatoriedade de marcação a mercado ou cota de abertura.

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Fundos de Investimentos
Tipos
❑ Abertos: Os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer momento. No
entanto, suas cotas não podem ser transferidas (não podem ser vendidas, somente
resgatadas), salvo por decisão judicial, execução de garantia ou sucessão universal. Assim:
➢ Permitem a entrada de novos quotistas a qualquer momento;
➢ Permitem que os quotistas aumentem suas cotas investindo mais;
➢ O cotista pode resgatar suas quotas ou liquidar quando desejar;
➢ Não permite a venda (cessão) de cotas a outro cotista.
❑ Fechados: São fundos no qual as cotas só podem ser resgatadas no término do prazo
de duração do fundo (se houver), porém suas cotas podem ser transferidas (vendidas),
mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou
através de bolsa de valores ou mercado de balcão organizado).
❑ Carência: Os fundos abertos podem estabelecer um prazo mínimo de permanência
para que o cotista tenha direito a receber os rendimentos. Caso o cotista não queira
respeitar este prazo de carência, ele poderá solicitar o resgate, mas não terá direito a
receber os rendimentos do período.

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Fundos de Investimentos
Cancelamento pela CVM
Conforme o artigo 9, da ICVM555, a CVM cancelará o registro de funcionamento do:
➢ FUNDO ABERTO: Após 90 (noventa) dias do início de atividades, o fundo em
funcionamento que mantiver, a qualquer tempo, patrimônio líquido médio diário
inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) pelo período de 90 (noventa) dias
consecutivos deve ser imediatamente liquidado ou incorporado a outro fundo. Este
procedimento não será aplicado aos fundos em processo de liquidação.
➢ FUNDO FECHADO: quando não for subscrito o número mínimo de cotas
representativas do seu patrimônio inicial após o decurso do prazo de distribuição.

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Dinâmica de aplicação e resgate
Fundos Abertos
Toda vez que ingressa recursos aportados por um cotista em um fundo aberto, o gestor
necessita investir esse valor em ativos. Da mesma forma, quando há um resgate, o gestor
deverá vender ativos do fundo, para poder ter recursos a serem entregues. No entanto, os
ativo possuem liquidez e prazos de liquidação financeira distintos, fazendo com que os
fundos possuam prazos distintos para pagamento após a solicitação do resgate. Desta
forma, os fundos abertos trabalham com prazos de CONVERSÃO (valor da cota que será
calculado para entrega dos recursos ao cotista) e LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA (data na qual
será entregue o recurso calculado na CONVERSÃO).
❑ Prazo de cotização na Aplicação: a emissão das cotas deverá ser pelo valor da cota do
dia (D+0) ou do dia seguinte (D+1).
❑ Prazo de cotização no Resgate: no regulamento estabelecerá o prazo entre a data da
solicitação do resgate, a data da conversão e a data da liquidação financeira, sendo que o
pagamento não poderá ultrapassar 5 dias úteis da data da conversão. Caso ultrapasse,
será devido ao cotista uma multa de 0,5% do valor de resgate, a ser paga pelo
administrador do fundo, por dia de atraso no pagamento do resgate de cotas (salvo
exceções).

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Dinâmica de aplicação e resgate
Exemplo
❑ EXEMPLO: Rafael solicitou um resgate em um fundo de investimentos no qual realiza
a cotização em D+1 e a liquidação em D+4. Sabendo que essa solicitação ocorreu na
quinta-feira pela manhã, o que podemos passar de informação a ele?
❑ RESPOSTA: Como o fundo tem prazo de cotização de D+1, podemos afirmar que o valor
que será resgatado será o valor da cota do próximo dia útil, neste caso, sexta-feira. No
entanto, ele somente terá o dinheiro disponível em D+4 da data da solicitação dor
resgate, ou seja, quatro (4) dias úteis depois da quinta-feira. Como sábado e domingo não
são dias úteis, a contagem se daria em:
➢ D+1: Sexta-feira
➢ D+2: Segunda-feira
➢ D+3: Terça-feira
➢ D+4: Quarta-feira
Assim, Rafael teria o dinheiro disponível para sacar, pagar conta, etc, somente na quarta-
feira (isso se nenhum desses dias fosse feriado). No mercado financeiro, você verá fundos
de investimentos, muitas vezes, com prazos mais alongados. Isso se dá pela liquidez dos
ativos que compõe o fundo, mas sempre descrito previamente no seu regulamento.

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Valores que podem ser cobrados
Taxa de Administração: Conceito
A Taxa de Administração é uma taxa cobrada do fundo para pagar os serviços de
Administração do fundo; Gestão da carteira do fundo; Consultoria de investimentos;
Atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos; Distribuição de cotas;
Escrituração da emissão e resgate de cotas.
Esta taxa é expressa ao ano (252 DU), mas calculada diariamente sobre o valor do
patrimônio líquido do fundo, de acordo com os saldos médios diários. Mesmo sendo
calculada diariamente, o que ocorre é um provisionamento diário, mas um desconto
mensal. Assim, a legislação exige que o valor da cota divulgada diariamente ao cotista,
seja já líquida da taxa de administração. Outro ponto interessante, é que ela é cobrada
independentemente do resultado ser positivo ou negativo.
Como citado, a taxa de administração é apresentada ao ano, mas provisionada
diariamente e para descobrirmos o valor do seu impacto diário, devemos dividir a taxa
apresentada ao ano por 252 dias úteis, tendo assim a taxa diária. Porém, os exames
também possuem um outro tipo de problemática, que é saber qual a rentabilidade do
fundo descontada da taxa de administração, apresentando a rentabilidade dos ativos que
compõe o fundo e a taxa ao ano. Nestes casos, devemos fazer o desconto da taxa de
administração por juros compostos, através da divisão de taxa e por subtração.
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Valores que podem ser cobrados
Taxa de Administração: Exemplo
❑ EXEMPLO: O fundo de investimentos XYZ possui uma taxa de administração anual de
2%. Neste último ano, os ativos que compõe o fundo XYZ renderam 10% no total. Desta
forma, qual foi o retorno que os cotistas do fundo XYZ tiveram?
❑ RESPOSTA: Para chegarmos no valor que será apresentado ao cotista, devemos
descontar a taxa de administração por juros compostos, ou seja, através de uma divisão.
❑ Cálculo do Retorno Líquido da TAF (*): ❑ Método 2 para calcular:
➢ FV = 110 → Motivo: “100 + 10” ➢ i = (1,10 ÷ 1,02)
➢ PV = 102 [CHS] → Motivo: “100 + 2” ➢ i = 1,078431
➢n=1 ➢ i = (1,078431 – 1) x 100
➢ i = ? = 7,8431% de retorno líquido da TAF ➢ i = 7,8431%
(*) Rever aula de Matemática Financeira

Vale destacar que este é um cálculo de prova, pois na prática, a taxa de administração é
projetada diariamente sobre o patrimônio líquido do fundo e descontada mensalmente.
Pense que a taxa de administração é o “salário” dos prestadores de serviço do fundo.

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Valores que podem ser cobrados
Taxa Performance: Conceito
A Taxa de Performance Os fundos ativos podem cobrar um percentual sobre o lucro que
exceder a variação do benchmark estabelecido (CDI, IBOV, ...). Para poder ser cobrada, a
CVM estabelece algumas regras, que são:
➢ Conceito Linha d’Água: a cobrança não é permitida caso o valor da cota do fundo
seja inferior ao valor da cota da última cobrança.
➢ Cobrada no mínimo semestralmente e provisionada diariamente.
➢ Realizada após a dedução de todas as despesas (inclusive taxa de administração).
➢ Vedada cobrança em fundos passivos e nos fundos de Renda Fixa: Curto Prazo;
Simples; ou com carteira com prazo médio inferior a 365 dias.
❑ OBS: fundos exclusivamente a investidores qualificados não precisam seguir tais regras,
podendo ser cobrado o que está estabelecido no seu regulamento.

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Valores que podem ser cobrados
Taxa de Performance: Exemplo
❑ EXEMPLO: Um fundo de investimentos ativo, possui em seu regulamento a
possibilidade de cobrança de taxa de performance. Analisando os dados abaixo que
representam o valor das cotas em reais no fechamento de semestre do fundo, em quais
períodos foi cobrado a taxa de performance?

Final do semestre
Início 1 2 3 4 5
Valor da Cota 1,0000 1,0300 1,0230 1,0280 1,0290 1,0650
Variação do Benchmark 2,50% 1,10% 0,32% 0,58% 1,20%

Veremos a seguir que será cobrado somente nos semestres 1 e 5. Isso porque, no
semestre 3, mesmo tendo performado melhor que o benchmarck, não poderá ser
cobrado, pois não superou a Linha D’Água.

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Valores que podem ser cobrados
Taxa de Performance: Exemplo
Início 1 2 3 4 5
Valor da Cota 1,000 1,030 1,023 1,028 1,029 1,065
Variação do Benchmark - 2,50% 1,10% 0,32% 0,58% 1,20%
1 - Variação do Fundo - 3,00% -0,68% 0,49% 0,10% 3,50%
2 - Superou o Benchmark? - SIM NÃO SIM NÃO SIM
3 - Linha D'Agua SIM NÃO NÃO NÃO SIM

PASSO A PASSO:
(1) Calcular a rentabilidade do fundo para cada período:
➢ Exemplo: Calculando a rentabilidade do período 1
o 1,000 [ENTER]
o 1,030 [∆%]
o Resposta: 3,00%
(2) Analisar se o Fundo excedeu o benchmark.
(3) Analisar Linha D´Agua: Dos períodos que o Fundo Excedeu o benchmark, analisar se
o valor da cota do período é superior ao valor da cota da última cobrança. Cuidado, não
é o período anterior, mas sim o valor da última cobrança da taxa performance

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Cota
Conceito
A COTA é a MENOR FRAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) do fundo de investimentos,
sendo elas escriturais e nominativas. As cotas do fundo conferirão iguais direitos e
obrigações aos cotistas (independente do valor investido), exceto em fundos FIDCs (FI
Direitos Creditórios) que podem possuir mais de um tipo de cotas (Sênior, Mezanino ou
Subordinadas).
Para chegarmos no valor da cota, basta dividirmos o patrimônio líquido pelo número de
cotas (E NÃO PELO NÚMERO DE COTISTAS). Vale ressaltar que o patrimônio líquido é
afetado pela rentabilidade dos ativos que compõe o fundo e pelos custos devidos.

VALOR PATRIMÔNIO NÚMERO


DA COTA LÍQUIDO DE COTAS

❑ Patrimônio Líquido:
PL = Valor de Mercado dos Ativos + Valores a Receber − Valores a Pagar

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Cota
Fatores que afetam o valor da cota
Os principais fatores que afetam o valor da cota de um fundo de investimentos são:
➢ Marcação a mercado;
➢ Taxa de Administração;
➢ Custos gerais (custo de auditoria, taxas CVM, registro na SELIC);
➢ Valorização/desvalorização dos ativos que compõe o fundo.
➢ Taxa performance (altera o valor, mas não gera um prejuízo % ao fundo);
➢ Amortização de cotas (altera o valor, mas não gera um prejuízo % ao fundo);
➢ Distribuição de dividendos (altera o valor, mas não gera um prejuízo % ao fundo);
Perceba que todos os fatores citados acima, afetam o valor do patrimônio líquido do
fundo de investimentos e, consequentemente, afeta o valor da cota.
❑ OBSERVAÇÃO: Taxas de entrada ou de saída NÃO AFETAM O VALOR DA COTA. Estas
são taxas são pagas pelo cotista ao aplicar recursos ou resgatar recursos de um fundo,
conforme previsto no regulamento.

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Cota
Exemplo
❑ EXEMPLO: O fundo de investimentos XYZ possui 100.000 cotas ao valor de R$ 105,00,
totalizando portanto um patrimônio de R$ 10.500.000,00. Este fundo possui uma taxa
de administração de 2% a.a. Sabendo que no fechamento do dia de hoje, os ativos que
compõe o fundo XYZ renderam R$ 5.000,00, as despesas com corretagem foram
R$ 400,00 e as despesas extras totalizaram R$ 100,00, qual o valor da cota em D+1?
❑ RESPOSTA: O valor da cota é o valor do patrimônio líquido dividido pelo seu número de
cotas. Assim, precisamos encontrar o valor do patrimônio e para isso, basta acrescentar o
lucro ou prejuízo do dia ao patrimônio líquido atual. No entanto, a taxa de administração
está ao ano e precisamos saber o seu ao dia. Para isso, basta dividir os 2% por 252.
➢ Despesas do dia: Taxa de Administração + Corretagem + Despesas Extras
▪ Taxa de Administração: (2%)÷(252) = (0,02 ÷ 252) = 0,00007937
▪ Taxa de Administração: 0,00007937 × R$ 10.500.000,00 = R$ 833,38
➢ Despesas do dia: R$ 833,38 + 400,00 + R$ 100,00 = R$ 1.333,38
➢ Rentabilidade do dia: R$ 5.000,00
➢ LUCRO/PREJUÍZO: R$ 5.000,00 − R$ 1.333,38 ꓿ R$ 3.666,62
➢ PATRIMÔNIO LÍQUIDO: R$ 10.500.000,00 + R$ 3.666,62 = R$ 10.503.666,62
➢ VALOR DA COTA: (R$ 10.503.666,62) ÷ 100.000 = R$ 105,0367

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Cota
Tipos
A CVM permite que os fundos de investimentos possam utilizar o valor da contabilização
das cotas através de dois tipo, que são:
➢ COTA DE ABERTURA: Calculada a partir do patrimônio líquido do dia anterior,
atualizado por um dia, ou seja, ela é apurada e conhecida no início do dia. Assim, ao
aplicar/resgatar em um fundo que converte as suas cotas em D+0 com cota de
abertura, a quantidade de cotas adquiridas é conhecida no momento da aplicação. A
utilização da cota de abertura é permitida nos seguintes fundos:
▪ Todos da Classe Renda Fixa (exceto Longo Prazo e Dívida Externa);
▪ Opcional em Fundos registrados como exclusivos ou previdenciários.
➢ COTA DE FECHAMENTO: O patrimônio líquido do dia é apurado e conhecido após
o encerramento dos mercados em que o fundo atue. Assim, ao aplicar/resgatar em
um fundo que converta suas cotas em D+0 com cota de fechamento, a quantidade
de cotas adquiridas/resgatadas é conhecida apenas no final do dia.
❑ OBSERVAÇÃO: Quando se tratar de fundo que atue em mercados no exterior, o
encerramento do dia pode ser considerado como o horário de fechamento de um
mercado específico indicado no regulamento.

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Contabilização de Ativos
Marcação a Mercado (MaM)
A “MaM” consiste em precificar diariamente os ativos da carteira do fundo, pelo valor
negociado no mercado nos casos dos ativos líquidos ou, quando este preço não é
observável, por uma mensuração adequada do preço que o ativo teria em uma eventual
negociação realizada no mercado. Tem como objetivo de evitar a transferência de riqueza
entre cotistas, além e dar maior transparência aos riscos embutidos nas posições. Desta
forma, os ativos de renda fixa não devem ser marcados pela curva de juros (valor aplicado
corrigido pelo juros contratado). Esta será um responsabilidade do Administrador (pode
subcontratar uma instituição precificadora, como custodiante).
Deve haver marcação a mercado para todos os fundos de investimento, com exceção a
obrigatoriedade, quando houver intenção dos cotistas em preservar volume de aplicações
compatíveis com a manutenção dos ativos até o vencimento, desde que:
➢ fundo destinado a um único investidor (Fundo Exclusivo), a investidores
pertencentes a um mesmo conglomerado financeiro ou grupo econômico, ou a
investidores qualificados; e
➢ todos os cotistas ao ingressar assinarem um termo de adesão a anuência à
classificação de títulos e valores mobiliários mencionando neste artigo.

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Cotistas
Direitos dos Cotistas
Os principais DIREITOS DOS COTISTAS são:
➢ As cotas dos fundos de investimentos conferirão iguais direitos aos cotistas,
independente do valor investido. A exceção ocorre com os fundos de investimentos
classificados como Direitos Creditórios (FIDCs), que podem possuir mais de um tipo
de cota (Sênior, Mezanino e Subordinada).
➢ Receber a remuneração proporcionada pelo fundo de investimentos, nos termos
do respectivo Regulamento;
➢ Ter acesso ao aos documentos do fundo, como por exemplo, Regulamento e
Lâmina de Informações Essenciais (se houver).
➢ Ter ciência da política de investimento e dos riscos decorrentes;
➢ Ter acesso a composição, ao valor patrimonial e a rentabilidade do fundo.
➢ Ter acesso, anualmente, a documentos contendo informações sobre os
rendimentos obtidos no ano civil, o número de cotas de sua propriedade e seu
respectivo valor;
➢ Ter acesso ao extrato dos investimentos mensalmente.
➢ Participar e votar na Assembleia Geral de Cotistas.

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Cotistas
Deveres dos Cotistas
Os principais DEVERES DOS COTISTAS são:
➢ As cotas dos fundos de investimentos conferirão iguais obrigações aos cotistas,
independente do valor investido. A exceção ocorre com os fundos de investimentos
classificados como Direitos Creditórios (FIDCs), que podem possuir mais de um tipo
de cota (Sênior, Mezanino e Subordinada);
➢ Responder por eventual PATRIMÔNIO LÍQUIDO NEGATIVO do fundo, devendo
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo, com exceção quando
ocorrer falta de diligência do administrador e do gestor, em casos de inobservância
da política de investimentos ou dos limites de concentração previstos no
regulamento e na ICVM 555;
➢ Manter seus dados cadastrais atualizados;
➢ Ao aderir ao fundo, deve concordar com as regras estabelecidas no regulamento;
➢ Observar as recomendações de prazo mínimo de investimento e sua carência;
➢ Monitorar a atuação do administrador e gestor, que estão prestando o serviço;
➢ Verificar se o fundo está compatível ao seu perfil e objetivos pessoais;
➢ Ler todos os documentos disponíveis do fundo de investimentos.
❑ OBS: não se esqueça, o cotista é um sócio e como tal, deve “cuidar” da sua empresa.

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Prestadores de Serviços
Tipos
Todos os fundos de investimento possuem relação com as 5 figuras:
➢ Administrador de Carteiras: O registro de administrador de carteiras de valores
mobiliários pode ser requerido em ambas ou em uma das seguintes categorias:
▪ Administrador Fiduciário (*);
▪ Gestor de recursos (*).
➢ Custodiante;
➢ Distribuidor;
➢ Auditor independente;
➢ Consultoria.
Todas as atribuições podem ser feitas por uma mesma instituição (menos a de Auditor
Independente, como o próprio nome já diz), porém é comum serem feitas por entidades
diferentes
❑ (*) OBS: Utilizaremos o nome de ADMINISTRADOR para quando formos nos referir ao
“Administrador Fiduciário” e de GESTOR para quando formos nos referir a “Gestor de
Recursos”.

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Administrador de Carteiras
Definição
Conforme a CVM, a ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS DE VALORES MOBILIÁRIOS é o
exercício profissional de atividades relacionadas, direta ou indiretamente, ao
funcionamento, à manutenção e à gestão de uma carteira de valores mobiliários,
incluindo a aplicação de recursos financeiros no mercado de valores mobiliários por conta
do investidor. O seu registro poderá ser em ambas ou em uma das seguintes categorias:
➢ Administrador fiduciário;
➢ Gestor de recursos.
O administrador de carteiras de valores mobiliários, PESSOA JURÍDICA, pode atuar na
distribuição de cotas de fundos de investimento de que seja administrador ou gestor,
desde que observe as seguintes normas específicas da CVM que dispõe sobre:
➢ A identificação, o cadastro, o registro, as operações, a comunicação, os limites e
a responsabilidade administrativa referentes aos crimes de “lavagem” ou ocultação
de bens, direitos e valores;
➢ Dever de verificação da adequação dos produtos & serviços ao perfil do cliente;
➢ Normas de cadastro de clientes, de conduta e de pagamento e recebimento de
valores aplicáveis à intermediação de operações realizadas com valores mobiliários
em mercados regulamentados de valores mobiliários.

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Administrador de Carteiras
Obtenção da Autorização
Para fins de obtenção e manutenção da autorização pela CVM, o ADMINISTRADOR DE
CARTEIRAS, PESSOA NATURAL, deve atender alguns requisitos e os principais são:
➢ Ser domiciliado no Brasil;
➢ Ser graduado em curso superior ou equivalente;
➢ Aprovado em exame de certificação aprovado pela CVM (salve exceções);
➢ Ter reputação ilibada;
➢ Não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo;
➢ Não estar impedido de administrar seus próprios bens.
Já para as PESSOAS JURÍDICAS, os principais requisitos são:
➢ Ter sede no Brasil;
➢ No objeto social ter exercício de administração de carteiras de valores mobiliários;
➢ Atribuir a responsabilidade pela administração de carteiras de valores mobiliários
a um ou mais diretores estatutários autorizados a exercer a atividade pela CVM;
➢ Atribuir a responsabilidade pelo cumprimento de regras, políticas, procedimentos
e controles internos e desta Instrução a um diretor estatutário;
➢ Caso o registro seja na categoria “gestor de recursos”, atribuir a responsabilidade
pela gestão de risco a um diretor estatutário.

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Administrador Fiduciário
Definição
O administrador fiduciário é o responsável legal pelo fundo de investimentos, ou seja, é o
responsável pelas informações aos cotistas, aos órgãos de regulação e autorregulação,
pela custódia, controladoria de ativos e passivos e, de maneira geral, pela supervisão da
gestão. Além disso, ele é o responsável pela Marcação a Mercado dos ativos e pelo
recolhimento dos impostos dos cotistas (IR, Come-cotas e IOF).
❑ EM RESUMO:
➢ Registrar o fundo de investimentos na CVM;
➢ Elaborar regulamento, lâmina e formulário de informações complementares;
➢ Manter serviço de atendimento ao cotista;
➢ Fiscalizar e Contratar terceiros legalmente habilitados para a prestação dos
serviços necessário ao funcionamento do fundo, tais como:
o Gestão da Carteira;
o Atividades de Tesouraria, de controle e processamento dos ativos;
o Custódia de ativos financeiros;
o Serviços de auditoria independente e Consultoria de Investimentos;
o Classificação de risco por agência, quando necessário (Ex: FIDCs);
o Distribuição de Cotas.

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Gestor de Recursos
Definição
O gestor de recursos é o responsável por perseguir a estratégia do fundo, escolhendo e
realizando seus investimentos, de acordo com o permitido pelo regulamento. Nos fundos
abertos, em geral, a estratégia é definida pela própria gestora. Já nos fundos exclusivos
(que possuem um único cotista), a estratégia poderá ser desenhada em conjunto com o
cliente.
❑ RESUMO:
➢ É o Profissional responsável pelas decisões de investimentos do fundo (compra
ou venda de ativos para a carteira do fundo), sempre de acordo com a política de
investimentos do fundo;
➢ Pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de valores
mobiliários pela CVM;
➢ Tem poder para:
o Definir os melhores momentos de compra e venda dos ativos financeiros;
o Seleção de papéis e alocação, conforme política de investimento do fundo.

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Administrador e Gestor
Obrigações
❑ ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO: Deverá manter atualizado todos os documentos
referentes ao fundos (atas de assembleis, registro de cotistas, lista de prestadores de
serviços, documentos contábeis, etc).
❑ ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO & GESTOR DE RECURSOS: Devem, conjuntamente,
adotar as políticas, procedimentos e controle internos necessários para que a liquidez da
carteira do fundo (exceto fundos fechados) seja compatível com:
➢ os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate;
➢ o cumprimento das obrigações do fundo;
➢ manter todos os documentos por no mínimo cinco (5) anos, exceto KYC (10 anos).
Caso o fundo invista em cotas de outros fundos de investimento, o administrador e o
gestor, devem, em conjunto e diligentemente avaliar a liquidez do fundo investido,
considerando, no mínimo:
➢ o volume investido;
➢ as regras de pagamento de resgate do fundo investido; e
➢ os sistemas e ferramentas de gestão de liquidez utilizados pelo administrador e
gestor do fundo investido.

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Administrador e Gestor
Vedações
É vedado ao administrador e ao gestor praticar os seguintes atos em nome do fundo:
➢ Receber depósito em conta corrente;
➢ Contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM;
➢ Prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma;
➢ Vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas
subscritas;
➢ PROMETER RENDIMENTO PREDETERMINADO AOS COTISTAS;
➢ Realizar operações com ações fora de mercado organizado, ressalvadas hipóteses;
➢ Utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de
cotistas;
➢ Praticar qualquer ato de liberalidade.
❑ Parágrafo único: Os fundos de investimento podem utilizar seus ativos para prestação
de garantias de operações próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em
empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por
meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM.

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Administrador e Gestor
Normas de Conduta
Estão obrigados a adotar as seguintes normas de conduta:
➢ Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo,
empregando o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma
dispensar à administração de seus próprios negócios, atuando com lealdade em
relação aos interesses dos cotistas e do fundo, evitando práticas que possam ferir a
relação fiduciária com eles mantida, e respondendo por quaisquer infrações ou
irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração ou gestão;
➢ Exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do
patrimônio e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o regulamento
sobre a política relativa ao exercício de direito de voto do fundo; e
➢ Empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas
circunstâncias, praticando todos os atos necessários para assegurá-los, e adotando as
medidas judiciais cabíveis.

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CFP® - Certified Financial Planner
Administrador e Gestor
Substituição
Devem ser substituídos nas hipóteses de:
I – Descredenciamento para o exercício da atividade de administração de carteiras
de valores mobiliários, por decisão da CVM;
II – Renúncia; ou
III – Destituição, por deliberação da assembleia geral.
Nas hipóteses de (I) e (II), fica o administrador obrigado a convocar imediatamente
assembleia geral para eleger seu substituto, a se realizar no prazo de até 15 dias, sendo
facultado aos cotistas que detenham ao menos 5% das cotas, em qualquer caso, ou à
CVM, nos casos de descredenciamento, a convocação da AGE.
(I) Descredenciamento: a CVM deve nomear administrador temporário até a eleição
de nova administração.
(II) Renúncia: O administrador deve permanecer no exercício de suas funções até sua
efetiva substituição, que deve ocorrer no prazo máximo de 30 dias, sob pena de
liquidação do fundo pelo administrador.

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Custodiante
Definição
É um banco responsável por guardar os ativos do fundo, como ações, títulos e demais
ativos, enviando diariamente o inventário para o Gestor e o Administrador. O custodiante
também é responsável pela liquidação física e financeira dos ativos (inclusive seus
proventos), ou seja, o pagamento e recebimento de ativos e recursos.
❑ RESUMO:
➢ Prestador de serviço de custódia.
➢ Responsável pelo registro, liquidação e exercício dos direitos e obrigações do
ativo que compõem a carteira.
➢ Os valores mobiliários depositados podem não ser os mesmos quando de sua
saída, embora sejam das mesmas espécies, qualidade e quantidade.

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Distribuidor
Definição
É a entidade responsável pela comercialização das cotas do fundo aos investidores,
podendo ser o próprio administrador ou um terceiro contratado para esse fim. Desta
forma, o Distribuidor tem a responsabilidade de traçar o perfil de risco do cliente através
da realização do API e também de realizar os controles à lavagem de dinheiro (KYC –
Conheça seu Cliente), checando se as informações fornecidas pelos novos clientes são
verídicas.
❑ RESUMO:
➢ São as instituições financeiras autorizadas pela CVM a VENDER as cotas dos
fundos de investimentos.
➢ Responsáveis pelo API e pelo KYC.
➢ São distribuidores de fundos de investimento:
o Bancos de varejo (são os maiores);
o Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários;
o Bancos de atacado;
o Gestores.

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Auditor Independente
Definição
Conforme a CVM define, o AUDITOR INDEPENDENTE é a figura que ASSEGURA
CREDIBILIDADE ÀS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS de determinada entidade, ao opinar se
as demonstrações contábeis preparadas pela sua administração representam, em todos
os aspectos relevantes, sua posição patrimonial e financeira correta. Desta forma, esta
auditoria externa, gera uma proteção a todos os cotistas, pois ela da veracidade as
informações prestadas pelo administrador.
❑ RESUMO:
➢ É um Perito (contador) que presta serviços de AUDITORIA independe a empresas
(obrigatório registro na CVM).
➢ Busca dar maior credibilidade às informações divulgadas e maior segurança.
➢ O valor que o Auditor Independente recebe são pagos pelo próprio fundo, ou seja,
não está incluso na taxa de administração.

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Consultoria de Investimentos
Definição
O Administrador Fiduciário pode contratar, em nome do fundo de investimentos,
consultoria especializada, que objetive dar suporte em suas atividades de análise, seleção
e avaliação dos ativos. Quando se tratar de fundos imobiliários, o seu custo será pago pelo
próprio CNPJ do fundo; já quando ele tiver outra classificação, este custo será pago pelo
administrador do fundo (estará incluso na taxa de administração), como por exemplo, em
um fundo de ações (FIA).
A consultoria especializada pode, entre outras funções:
➢ Analisar, selecionar, avaliar e acompanhar, de acordo com a política de
investimento e regulamento do fundo de investimentos;
➢ Participar de negociações e propor negócios ao fundo de investimentos;
➢ Monitorar, acompanhar projetos e comercialização dos respectivos ativos, e
consolidar dados econômicos e financeiros selecionados das companhias investidas
para fins de monitoramento;
➢ Quando se tratar de Fundos Imobiliários, poderá administrar as locações ou
arrendamentos de empreendimentos integrantes do patrimônio do fundo imobiliário
e a exploração do direito de superfície.

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Objetivo e Política de Investimento
Definição e Finalidade
❑ OBJETIVO DO FUNDO: Descreve O QUE o fundo se propõe a fazer, podendo ser de
duas maneiras:
➢ Fundos Passivos: procuram acompanhar o benchmark (índice de referência). Estes
fundos possuem dificuldades de replicação dos seus benchmarks por questões
custos, impostos, dinâmica de cálculo da rentabilidade do fundo, regras de
contabilização a mercado e necessidade de liquidez para resgates. Para minimizar
estes impactos, eles utilizam como estratégias derivativos para proteção de carteiras
(em inglês, hedge);
➢ Fundos Ativos: buscam superar o benchmark (índice de referência). Estes fundos
podem cobrar taxa performance sobre o que superar seu benchmark.
❑ POLÍTICA DE INVESTIMENTO: Descreve COMO será atingida a meta proposta. Desta
forma, a política define os parâmetros de atuação do gestor, detalhando os mercados,
papéis, limites, percentuais e o risco ao qual o fundo será exposto.
Estas duas informações são obrigatórias estarem presentes no Regulamento e na Lâmina
do fundo de investimentos. Assim, o investidor consegue tomar uma decisão mais
coerente com seus objetivos.

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Divulgação de informações para Comercialização
Regulamento
São as regras de funcionamento de um fundo de Investimento, tais como o objetivo, a
política de investimento, as taxas que serão cobradas e todas as demais informações
sobre o seu funcionamento. Este documento é elaborado pelo administrador e deve ser
registrado em cartório. Alguns itens devem dispor obrigatoriamente, como por exemplo:
➢ Qualificação do administrador, gestor e custodiante (e seus registros na CVM);
➢ Espécie do fundo, se aberto ou fechado;
➢ Prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
➢ POLÍTICA DE INVESTIMENTO, caracterizando a classe do fundo;
➢ Taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do patrimônio líquido
(base 252 dias úteis);
➢ Taxa de performance, de ingresso e saída e taxa máxima de custódia em ano;
➢ Demais despesas do fundo;
➢ Condições para a aplicação e o resgate de cotas, inclusive regras para feriados;
➢ Distribuição de resultados, compreendendo os prazos e condições de pagamento;
➢ PÚBLICO-ALVO;
➢ Exercício social do fundo;
➢ Identificação dos fatores de risco do fundo;
➢ Forma de comunicação que será utilizada pelo administrador;
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Divulgação de informações para Comercialização
Termo de Adesão e Ciência de Risco
Documento no qual o cotista deve atestar que:
(I) teve acesso ao inteiro teor do regulamento e da lâmina (se houver).
(II) tomou ciência dos fatores de risco relativos ao fundo; de que não há qualquer
garantia contra eventuais perdas patrimoniais que possam ser incorridas pelo fundo;
a CVM não é responsável pela veracidade das informações dos fundos; se for o caso,
de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em perdas
superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar
recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.
Além disso, a CVM cita que o Termo de Adesão, além de respeitar as demais regras, deve
ter no máximo 5.000 caracteres, devendo conter a identificação dos 5 (cinco) principais
fatores de risco inerentes à composição da carteira do fundo.
❑ OBS: O termo é obrigatório a todos os fundos de investimento, com exceção aos
classificados como RENDA FIXA SIMPLES. Outro ponto interessante é que se o cotista
realizar um resgate total do fundo e voltar a investir no mesmo fundo, em um intervalo de
tempo que não houve alteração do regulamento, ele estará dispensado de novo termo.

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Divulgação de informações para Comercialização
Lâmina de Informações Essenciais
Também chamado apenas por LÂMINA, este documento é praticamente o RESUMO das
principais informações presentes no Regulamento do fundo, sendo estruturado de
acordo com as regras da CVM e atualizada mensalmente até o dia 10. Assim, o
administrador de fundo aberto que não seja destinado exclusivamente a investidores
qualificados, deve elaborar a lâmina contendo as seguintes informações:
➢ Público-alvo; objetivos; política de investimentos; condições de investimento;
composição da carteira; risco; histórico de rentabilidade; exemplo comparativo;
simulação de despesas; política de distribuição; serviço de atendimento ao cotista;
supervisão e fiscalização.
O administrador e o distribuidor devem assegurar que potenciais investidores tenham
acesso à lâmina antes de seu ingresso no fundo de investimentos.
❑ OBSERVAÇÃO: fundos de investimentos destinados a investidores Qualificado e/ou
Profissionais estão dispensados da sua elaboração.

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Divulgação de informações para Comercialização
Prospecto (ANBIMA)
É o documento que apresenta de forma destacada as principais informações do
regulamento para o investidor, ou seja, é um resumo do Regulamento. Estas principais
informações se referem à política de investimento do fundo, às taxas que serão cobradas,
os principais direitos e responsabilidades dos cotistas e administradores, além dos riscos
envolvidos nas aplicações do fundo. Importante destacar que ele não substitui o
regulamento.
❑ EM RESUMO:
➢ Apresente a Política de investimento.
➢ Riscos envolvidos e medidas de gestão de risco;
➢ Direitos e responsabilidades dos cotistas e do Administrador;
➢ Possíveis restrições (resgate de cotas, prazo de carência, limites mínimos e
máximos de investimento, etc.);
➢ Relação dos prestadores de serviços do fundo;
➢ Exigido somente pela ANBIMA;
➢ Deve estar apenas disponível para consulta.

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Divulgação de informações para Comercialização
Cotas e Rentabilidade
A divulgação da informação pode se dar por qualquer meio, respeitando o PERÍODO DE
CARÊNCIA DE SEIS MESES a partir da data da primeira emissão de cotas. Porém, toda vez
que alguma informação divulgada inclua a referida rentabilidade, esta informação
necessita divulgar a sua devida taxa de administração a taxa de performance (se houver).
Além disso, sempre que o material de divulgação apresentar informações referentes à
rentabilidade ocorrida em períodos anteriores, deve ser incluída advertência, com
destaque, de que:
➢ a rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros; e
➢ os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador ou por
qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo FGC (fundo garantidor de crédito).

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Prestação de Contas aos Cotistas
Divulgação das Cotas e Rentabilidade
Em relação a prestação de contas aos cotistas, também é de responsabilidade do
administrador fiduciário:
➢ Calcular e divulgar o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo aberto
diariamente ou na periodicidade da liquidez do fundo, caso este não seja de liquidez
diária;
➢ Disponibilizar aos cotistas, mensalmente ou no período previsto no regulamento
para cálculo e divulgação da cota, extrato de conta;
➢ Disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à composição da
carteira, à periodicidade, prazo e teor das informações, de forma equânime entre
todos os cotistas;
➢ Disponibilizar aos cotistas dos fundos não destinados exclusivamente a
investidores qualificados a demonstração de desempenho do fundo até o último dia
útil de fevereiro de cada ano; e
➢ Divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet e sem proteção de
senha, a demonstração de desempenho do fundo relativo nos últimos 12 meses em
30 de junho e em 31 de dezembro.

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Prestação de Contas aos Cotistas
Divulgação de Informações e Resultados
O administrador deve remeter, por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível
na página da CVM na rede mundial de computadores, os seguintes documentos:
➢ Informe diário, no prazo de 1 (um) dia útil;
➢ Mensalmente, até 10 (dez) dias após o encerramento do mês a que se referirem:
o balancete;
o demonstrativo da composição e diversificação de carteira;
o perfil mensal; e
o lâmina de informações essenciais, se houver;
➢ Anualmente, no prazo de 90 (noventa) dias contado a partir do encerramento do
exercício a que se referirem, as demonstrações contábeis acompanhadas do parecer
do auditor independente; e
➢ Formulário padronizado com as informações básicas do fundo, sempre que houver
alteração do Regulamento, na data do início da vigência das alterações deliberadas
em assembleia.
❑ OBS: O prazo de retificação das informações é de 3 (três) dias úteis, contado do fim do
prazo estabelecido para a apresentação dos documentos.

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Prestação de Contas aos Cotistas
Fatos Relevantes
O administrador é obrigado a divulgar imediatamente a todos os cotistas na forma
prevista no regulamento do fundo e por meio do Sistema de Envio de Documentos
disponível na página da CVM, e para a entidade administradora de mercado organizado
onde as cotas estejam admitidas à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou
relacionado ao funcionamento do fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua
carteira.
São considerados fatos relevantes:
➢ Qualquer ato ou fato que possa influir de modo ponderável no valor das cotas ou
na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas.
➢ Qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do
fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua carteira deve ser:
o Divulgado por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página
da CVM; e
o Mantido nas páginas na rede mundial de computadores do administrador e do
distribuidor do respectivo fundo.

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Prestação de Contas aos Cotistas
Operações Omitidas
Caso o fundo possua posições ou operações em curso que possam vir a ser prejudicadas
pela sua divulgação, o demonstrativo da composição da carteira pode omitir sua
identificação e quantidade, registrando somente o valor e a percentagem sobre o total da
carteira.
Essas operações omitidas devem ser divulgadas no prazo máximo de:
➢ 30 (trinta) dias, improrrogáveis, nos fundos da classe “Renda Fixa” Curto Prazo,
Simples e Referenciado; e
➢ nos demais casos (ações, por exemplo), 90 (noventa) dias após o encerramento do
mês, podendo esse prazo ser prorrogado uma única vez, em caráter excepcional, e
com base em solicitação fundamentada submetida à aprovação da CVM, até o prazo
máximo de 180 (cento e oitenta dias).

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Prestação de Contas aos Cotistas
Assembleia Geral (AGO ou AGE)
A Assembleia Geral dos Cotistas (AGO ou AGE), é a instância máxima do fundo. Ela ocorre
ao menos uma vez por ano, para demonstrações contábeis (AGO), podendo ocorrer
outras vezes, quando houverem situações extraordinárias (AGE). As situações que
competem privativamente às assembleias Ordinárias ou Extraordinárias são:
➢ As demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
➢ A substituição do administrador, gestor ou custodiante do fundo;
➢ A incorporação, cisão, fusão ou a transformação ou a liquidação do fundo;
➢ Aumento ou alteração do cálculo das taxas de administração, de performance, de
ingresso ou de saída e da taxa máxima de custódia (REDUÇÕES não precisa)
➢ A alteração da política de investimento;
➢ A emissão de novas cotas, no fundo fechado;
➢ Amortização/resgate compulsório de cotas, caso não estejam previsto; e
➢ A alteração do regulamento, ressalvado quando decorrer de mudanças exigidas
pela CVM, atualização cadastral dos prestadores de serviço ou redução de taxas.
❑ OBS: O administrador, o gestor, o custodiante ou o cotista, ou grupo de cotistas que
detenha, no mínimo, 5% do total de cotas emitidas podem convocar a qualquer tempo
uma AGE para deliberar sobre ordem do dia de interesse do fundo ou dos cotistas.

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Subscrição por Conta e Ordem
Conceito
O fundo de investimento poderá contratar, por escrito, instituições intermediárias
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários para realizar a distribuição
de cotas para seus respectivos clientes, através do mecanismo chamado de “Subscrição
por Conta e Ordem” ou simplesmente chamado de “Conta e Ordem”.
Os DISTRIBUIDORES que atuem por conta e ordem de clientes assumem todos os ônus e
responsabilidades relacionadas aos clientes, inclusive quanto a seu cadastramento,
identificação e demais procedimentos que caberiam originalmente ao administrador.
Além disso, esse distribuidor pode comparecer e votar nas assembleias gerais de cotistas
dos fundos, representando os interesses de seus clientes, desde que munido de
procuração com poderes específicos, discriminando inclusive o dia, hora e local da
referida assembleia
Na hipótese de rescisão do contrato firmado entre o fundo e o intermediário que esteja
atuando por conta e ordem de clientes, deve ser facultado ao cotista permanecer como
investidor no fundo, comprometendo-se a instituição intermediária, neste caso, a
identificar e fornecer ao administrador toda a documentação cadastral do cliente.

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Fechamento do Fundo para Resgates
Motivo
No caso de fechamento dos mercados e/ou excepcionais de iliquidez dos ativos
componentes da carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedidos de resgates
incompatíveis com a liquidez existente, ou que possam implicar alteração do tratamento
tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo destes últimos, o
administrador pode declarar o fechamento do fundo para a realização de resgates. Caso
o administrador, por estes motivos, declare o fechamento do fundo para a realização de
resgates, ele deve proceder à imediata divulgação de fato relevante aos cotistas e à CVM,
devendo permanecer fechado para novas aplicações enquanto estiver suspenso
Caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 (cinco) dias consecutivos, o
administrador deve, além da divulgação de fato relevante por ocasião do fechamento
pelos motivos acima, convocar no prazo máximo de 1 (um) dia, para realização em até 15
(quinze), assembleia geral extraordinária para deliberar sobre as seguintes possibilidades:
➢ Substituição do administrador, do gestor ou de ambos;
➢ Reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate;
➢ Possibilidade do pagamento de resgate em títulos e valores mobiliários;
➢ Cisão do fundo; e
➢ Liquidação do fundo.

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Fechamento do Fundo para Aplicações
Motivo
Caso o administrador fiduciário entenda que o capacity do fundo de investimentos foi
atingido, ele poderá suspender novas aplicações no fundo, desde que isso se aplique
tanto a novos cotistas, quanto aos cotistas atuais. No entanto, no caso de fundos
destinados exclusivamente a investidores profissionais, o administrador está autorizado
a suspender novas aplicações apenas para novos investidores.
Mas o que significa capacity? Este é um termo técnico utilizado no mercado financeiro
para definir qual o volume máximo do patrimônio líquido que o fundo de investimentos
poderá ter, para manter a capacidade de entrega de retornos condizente ao seu risco.
Esse valor é definido pelo gestor, pois ele é o responsável por investir os recursos. Por
exemplo, se o capacity de um fundo de ações é de R$ 10 bilhões, o gestor entende que
acima deste valor, ele não conseguirá encontrar boas oportunidades para investir. Desta
forma, para não prejudicar o retorno dos cotistas, a melhor decisão é fechar o fundo para
novas aplicações.
Esse fechamento não é eterno, pois se o gestor entender que há novas oportunidades, o
administrador poderá reabrir para novas captações de recursos e assim, o gestor poderá
aplicar os valores captados nessas novas oportunidades.

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Disclaimers e Avisos Obrigatórios
Material de Divulgação: Fundo
Segundo a CVM, qualquer material de divulgação do fundo deve:
➢ ser consistente com o regulamento e com a lâmina, se houver;
➢ ser elaborado em linguagem serena e moderada, advertindo seus leitores para os
riscos do investimento;
➢ ser identificado como material de divulgação;
➢ mencionar a existência da lâmina, se houver, e do regulamento, bem como os
endereços na internet nos quais tais documentos podem ser obtidos;
➢ ser apresentado em conjunto com a lâmina, se houver (salve exceções);
➢ ter as informações de supervisão/fiscalização da lâmina, se não for obrigatória; e
➢ observar as regras gerais das informações dos fundos.

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Disclaimers e Avisos Obrigatórios
Material de Divulgação: Rentabilidade (I)
Toda informação divulgada por qualquer meio, na qual seja incluída referência à
rentabilidade do fundo, deve obrigatoriamente:
➢ mencionar a data do início de seu funcionamento;
➢ contemplar, adicionalmente à informação divulgada, a rentabilidade mensal e a
rentabilidade acumulada nos últimos 12 (doze) meses, não sendo obrigatória, neste
caso, a discriminação mês a mês, ou no período decorrido desde a sua constituição,
se inferior;
➢ ser acompanhada do valor do patrimônio líquido médio mensal dos últimos 12
(doze) meses ou desde a sua constituição, se mais recente;
➢ divulgar a taxa de administração e a taxa de performance, se houver, expressa no
regulamento vigente nos últimos 12 (doze) meses ou desde sua constituição, se mais
recente; e
➢ destacar o público alvo do fundo e as restrições quanto à captação, de forma a
ressaltar eventual impossibilidade, permanente ou temporária, de acesso ao fundo
por parte de investidores em geral.

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Disclaimers e Avisos Obrigatórios
Material de Divulgação: Rentabilidade (II)
Além dos itens já citados, mais três itens devem ser respeitados, que são:
➢ A divulgação de rentabilidade deve ser acompanhada de comparação, no mesmo
período, com índice de mercado compatível com a política de investimento do
fundo, se houver.
➢ No caso de divulgação de informações que tenham por base análise comparativa
com outros fundos de investimento, devem ser informados simultaneamente as
datas, os períodos, a fonte das informações utilizadas, os critérios de comparação
adotados e tudo o mais que seja relevante para possibilitar uma adequada avaliação,
pelo mercado, dos dados comparativos divulgados.
➢ Sempre que o material de divulgação apresentar informações referentes à
rentabilidade ocorrida em períodos anteriores, deve ser incluída advertência, com
destaque, de que:
▪ a rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados
futuros; e
▪ os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador ou por
qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo fundo garantidor de crédito.

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Disclaimers e Avisos Obrigatórios
Material de Divulgação: ANBIMA
Caso a instituição financeira ou o fundo (CNPJ) faça parte da ANBIMA, os mesmos devem
incluir, com destaque, nos Materiais Técnicos os seguintes AVISOS OBRIGATÓRIO:
➢ “Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros.”
➢ “A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos.”;
➢ “O investimento em fundos de investimentos não é garantido pelo Fundo
Garantidor de Crédito.”;
➢ “As informações presentes neste material técnico são baseadas em simulações e
os resultados reais poderão ser significativamente diferentes.”
Além desses itens, é VEDADO:
➢ Dar entendimento mais amplo do que o explicitamente declarado na qualificação;
➢ Adicionar qualquer material analítico (quantitativo ou qualitativo) que não faça
parte do original da qualificação; e
➢ Divulgar qualificação que não esteja vinculada à Instituição Participante e/ou aos
Produtos de Investimento por ela distribuídos.

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4.2 Principais Estratégias e Tipos de
Gestão de Fundos
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Estratégias de Gestão
Gestão Passiva
Os fundos que possuem uma estratégia de investimento passiva investem em ativos
buscando "replicar" um índice de referência (benchmark), visando manter o desempenho
do fundo próximo à sua variação. Assim sendo, possuem um menor risco (menor
volatilidade comparada ao seu benchmark), já que não dependem da “qualidade” do
gestor. Alguns exemplos de benchmark são:
➢ FUNDOS RENDA FIXA: Taxa DI, Taxa Selic, Índices de Preços (IGP-M e IPCA), Índices
de Mercado Anbima (IMA Geral, IMA-B e IRF-M)
➢ FUNDOS RENDA VARIÁVEL: Índice Bovespa (IBOVESPA), Índice Brasil (IBrX), Índice
de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
Para manter aderência aos índices de referência os gestores acabam comprando os
mesmos ativos da composição do benchmark, mas também acabam utilizando
derivativos/contratos futuros para proteção de parte da carteira de investimentos.
Os indicadores mais utilizados para analisar a eficiência dos fundos passivos são o EQM
(Erro Quadrático Médio) e o Tracking Error, onde analisam o erro com base em um
referência (benchmark). Desta forma, quanto menor o EQM ou Tracking Error, mais
próximo ao benchmark (melhor no que se propôs a fazer, seguir a referência).

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Estratégias de Gestão
Gestão Ativa
Nesta estratégia o gestor tem liberdade para fazer a seleção dos ativos que vão compor a
carteira de determinado fundo de investimento. Sua meta é obter rentabilidade superior
ao registrado pelo índice de referência (benchmark). Isso significa que o gestor procura no
mercado as melhores alternativas, buscando sempre tentar atingir esse objetivo. O
gestores nessa estratégia, podem se utilizar de derivativos como forma especulativa, não
somente como proteção.
Como o gestor é ativo nesse tipo de estratégia, além da taxa de administração, é comum
cobrarem taxa performance. Importante salientar que a Gestão Ativa pode ocorrer tanto
em fundos de Renda Fixa, quanto em Renda Variável.

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Estratégias de Gestão
Gestão Ativa Alavancada
Dentro da Gestão Ativa, conforme mencionado anteriormente, alguns gestores tem como
política não utilizar derivativos somente como forma de proteção, mas sim como forma de
especulação, além de investir um capital maior do que o Patrimônio Líquido do Fundo,
portanto, sua perda pode ser superior ao PL (Patrimônio Líquido) do FI (Fundo de
Investimentos).
Caso ocorra perdas maiores que o PL, o investidor terá que aportar recursos para honrar
seus compromissos. Importante ressaltar que, se o fundo for alavancado, esta informação
é obrigatória no Prospecto.

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4.3 Principais Modalidades de Fundos
de Investimentos (CVM)
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Classificação CVM dos Fundos de Investimentos
Classes
A CVM, através da Instrução CVM555 classifica os fundos de investimentos, quanto à
composição do seu patrimônio, primeiramente o classificando pela CLASSE, e após,
incluindo possíveis SUFIXOS. As classes pela classificação CVM são:
➢ Fundo de Renda Fixa;
➢ Fundo Cambial;
➢ Fundo de Ações (FIA);
➢ Fundo Multimercado (FIM)
Existem também outros fundos que possuem regras específicas e são chamados de
fundos de investimentos estruturados. Eles fazem parte de outras instruções e os
principais são:
➢ Fundo em Direitos Creditórios (FIDC);
➢ Fundos Imobiliários (FII);
➢ Fundos em Participações (FIP);
➢ Fundos em Índice de Mercado (ETF).

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CVM: Fundos de Investimentos
Subclassificações
Após definido a CLASSE do fundo (renda fixa, cambial, ações ou multimercado), para
denominar o principal risco, o fundo poderá ter sufixos para deixar mais clara a estratégia
que será utilizada para atingir o objetivo. Importante ressaltar que é admitido a utilização
cumulativa dos sufixos, desde que respeite as características específicas de cada um dos
fundos de investimento. Os fundos que possuírem o sufixo “Investimento no Exterior”
serão destinados exclusivamente a Investidores Qualificados e não haverá limite de
aplicação em investimento no exterior.

CLASSE RENDA FIXA CAMBIAL MULTIMERCADO AÇÕES


➢ Curto Prazo
S
➢ Referenciado ➢ Longo Prazo ➢ Longo Prazo
U ➢ Mercado de
➢ Simples ➢ Crédito ➢ Crédito
F Acesso
➢ Longo Prazo Privado Privado
I ➢ Investimento
➢ Crédito Privado ➢ Investimento ➢ Investimento
X no Exterior
➢ Dívida Externa no Exterior no Exterior
O
➢ Investimento
S
no Exterior

62
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Fundo Renda Fixa
Características
Os fundos classificados como “Renda Fixa” deverão possuir, no mínimo, 80% da carteira
em ativos relacionados diretamente (ou sintetizados via derivativos) ao fator de risco
que dá nome à classe, tais como: títulos públicos federais (LFT, LTN, NTN-B, ...) e títulos
privados (CDBs, LCIs, Debêntures, ...).
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ Sua composição dependerá da política de investimentos, podendo apresentar
maior risco de crédito com títulos privados;
➢ Não podem investir estratégias que impliquem exposição de moeda estrangeira ou
de renda variável (ações);
➢ Não podem cobrar taxa performance, exceto quando tiverem algum dos seguintes
sufixos: Investimentos no Exterior; Longo Prazo; Dívida Externa; ou forem destinados
a investidor qualificado;
➢ DERIVATIVOS: podem utilizar tanto para proteção da carteira, quanto para
alavancagem;
➢ PRINCIPAIS FATORES DE RISCO: Taxa de juros doméstica (Ex: CDI) ou Índice de
inflação (Ex: IPCA e IGP-M).

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CFP® - Certified Financial Planner
Fundo Renda Fixa
Sufixo: Curto Prazo
Os fundos de renda fixa com o sufixo “Curto Prazo”, dentre os fundos classificados pela
CVM, possuem o menor risco de crédito e o menor risco de mercado (volatilidade), isto
porque os vencimento dos títulos que compõem a sua carteira precisam respeitar o prazo
máximo a decorrer de 375 dias e o prazo médio da carteira inferior a 60 dias, além de
serem compostos exclusivamente por títulos públicos federais ou privados classificados
como baixo risco de crédito.
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ Deverão aplicar 100% dos recursos (exclusivamente) em títulos públicos federais
ou privados com baixo risco de crédito;
➢ Títulos com prazo máximo de 375 dias, e prazo médio da carteira do fundo
inferior a 60 dias;
➢ Não podem cobrar taxa de performance, exceto quando o fundo for destinado a
investidor qualificado.
➢ DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).

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Fundo Renda Fixa
Sufixo: Referenciado
Para o fundo ser classificado como “Referenciado” deverão aplicar no mínimo 80% de seu
patrimônio líquido aplicado títulos públicos federais ou privados classificados como baixo
risco de crédito, com certificação por agência de classificação de risco localizada no País e
Mínimo 95% da carteira composto por ativos financeiros que repliquem o benchmark
escolhido. Por exemplo, um Fundo de Investimentos Renda Fixa REFERENCIADO IPCA de
R$ 100 milhões de reais de patrimônio, deverá investir no mínimo R$ 95 milhões em
títulos atrelados ao IPCA (95%), sendo que R$ 80 milhões deverão estar em títulos
públicos ou ativos de baixo risco de crédito (80%).
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ O indicador de desempenho deve estar expressamente definido na denominação
do fundo;
➢ Não podem cobrar taxa de performance, exceto quando o fundo for destinado a
investidor qualificado ou classificados como Longo Prazo ou Dívida Externa;
➢ Pode utilizar cota de abertura somente se, além de referenciado, também for
Curto Prazo. Exemplo: Fundo de Investimento Referenciado DI Curto Prazo;
➢ DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).

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Fundo Renda Fixa
Sufixo: Simples
Para o fundo ser classificado como “Renda Fixa Simples” deverá sempre ser um fundo
aberto e aplicar no mínimo Mínimo 95% de seu patrimônio líquido aplicado em títulos da
dívida pública federal ou títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições
financeiras que possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo,
equivalente àqueles atribuídos aos títulos da dívida pública federal. Além disso, este é o
único fundo que dispensa a assinatura de termo de adesão e a verificação da adequação
do investimento no fundo (API), também chamado de “Suitability”.
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ Único fundo no qual não ter API e nem assinar o termo de adesão;
➢Lâmina de informações essenciais deve comparar a performance do fundo com a
performance da taxa SELIC.
➢ Deve ser um fundo aberto e é vedado a sua transformação em fundo fechado.
➢ Pode utilizar cota de abertura.
➢ Vedado a concentração de mais de 50% em crédito privado;
➢ Vedado tanto a cobrança de taxa de performance;
➢ Vedado aplicação em investimentos no exterior;
➢ DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).

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Fundo Renda Fixa
Sufixo: Dívida Externa
Definimos como Dívida Externa tudo que um país deve em caráter internacional, ou seja,
o total de débitos do país originados de empréstimos no exterior. Desta forma, os fundos
classificados como “Renda Fixa” que invistam no mínimo 80% do seu patrimônio líquido
em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, deverão
utilizar o sufixo Dívida Externa.
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ Mínimo de 80% de seu Patrimônio Líquido (PL) em títulos representativos da
dívida externa de responsabilidade da União;
➢ Recursos remanescentes poderão ser alocados em ativos de créditos no exterior,
respeitada a concentração máxima de 10% por emissor;
➢ Permitida a cobrança de taxa performance;
➢ DERIVATIVOS: Permitida utilização SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE)
até o limite 10% do Patrimônio Líquido (PL).
➢ Principais fatores de risco: variações da moeda e a variação de preços dos títulos
da dívida externa brasileira (Risco Internacional).

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CFP® - Certified Financial Planner
Fundo Cambial
Características
Os fundos classificado como “Cambiais” devem ter como principal fator de risco de
carteira a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial,
sendo que no mínimo 80% (oitenta por cento) da carteira deve ser composta por ativos
relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome
à classe (normalmente dólar ou euro). Vale ressaltar que a aplicação e o resgate sempre
será em reais e que o fundo poderá ter rentabilidade diferente da variação cambial, pois
além da variação cambial, poderá ter a variação do ativo que o fundo investiu.
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ Mínimo 80% do patrimônio líquido (PL) em ativos atrelados à variação cambial.
➢ Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento);
➢ Permitida a cobrança de taxa performance;
➢ DERIVATIVOS: Não há restrição.
➢ Principais fatores de risco: variação de preços de moeda estrangeira ou a variação
do cupom cambial.

68
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Fundo Multimercado
Características
Os fundos classificados como "Multimercado" devem possuir políticas de investimento
que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum
fator em especial. Eles têm liberdade para operar diferentes ativos, entre papéis de
renda fixa, ações de empresas, moedas (como dólar), derivativos e investimento no
exterior. Essa flexibilidade possibilita ao gestor do fundo montar diversas estratégias,
conforme mudanças no cenário econômico ou no mercado financeiro, por exemplo.
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ Pode investir até 20% do patrimônio em cotas de Fundos Imobiliários e cotas de
Fundos de Direito Creditórios (FIDCs). Se destinados a Investidor Qualificador,
poderão investir em FIDCs, FIEE, FIP, até os limites previstos em seu regulamento;
➢ Permitida a cobrança de taxa performance;
➢ Proibida a utilização de cota de abertura (sempre cota de fechamento);
➢ DERIVATIVOS: Não há restrição.
➢ Principais fatores de risco: Vários fatores de risco, sem compromisso de
concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais
classes.

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Fundo Renda Fixa, Cambial ou Multimercado
Sufixo: Longo Prazo
Os fundos classificados como “Referenciado”, “Renda Fixa”, “Cambial”, “Dívida Externa” e
“Multimercado” poderão ser adicionalmente classificados como "Longo Prazo" quando o
prazo médio de sua carteira supere 365 dias (não podendo ficar mais que 15 dias
seguidos desenquadrado) e seja composta por títulos privados ou públicos federais, pré-
fixados ou indexados à taxa SELIC, a índices de preço ou à variação cambial, ou, ainda, por
operações compromissadas lastreadas nos títulos públicos federais referidos neste
parágrafo.
O fundo que dispuser, em seu regulamento, que tem o compromisso de obter o
tratamento fiscal destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal
vigente estará obrigado a:
➢ incluir a expressão “Longo Prazo” na denominação do fundo; e
➢ atender às condições previstas na referida regulamentação de forma a obter o
referido tratamento fiscal.

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Fundo Renda Fixa, Cambial ou Multimercado
Sufixo: Crédito Privado
Os fundos de Renda Fixa, Cambiais ou Multimercados, que tiverem como política investir
mais de 50% do seu patrimônio líquido em ativos ou modalidades operacionais de
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado (exceto ações) ou de emissores públicos que
não seja a União Federal, devem incluir em sua denominação o sufixo “Crédito Privado” e
destacar essa informação no termo de adesão e ciência de risco.
No entanto, o ingresso no fundo será condicionado à assinatura de TERMO DE CIÊNCIA
DOS RISCOS INERENTES À COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA DO FUNDO (risco de crédito),
vedada a utilização de sistemas eletrônicos para esse fim e contar em destaque, que o
fundo está sujeito a risco de perda substancial de seu patrimônio líquido, como por
exemplo, caso de eventos que acarretem o não pagamento dos ativos financeiros.

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Fundo de Ações
Características
São fundos de investimento que investem no mínimo 67% do seu patrimônio líquido em
ativos que tenham como principal fator de risco a variação de preços de ações admitidas à
negociação em mercado organizado, como por exemplo: AÇÕES negociadas em bolsa ou
balcão organizado; Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações
admitidas à negociação em bolsa ou balcão organizado; Cotas de fundos de ações e cotas
dos fundos de índice de ações negociação em bolsa ou balcão organizado; ou BDRs
classificados como nível II e III. Desta forma, este é um fundo que no máximo poderá
investir 33% em outras modalidades, como por exemplo, em renda fixa.
❑ PRINCIPAIS REGRAS:
➢ Composição mínima de 67% do patrimônio líquido em ações.
➢ Os Proibida a utilização de cota de abertura (ou seja, sempre cota de fechamento).
➢ Permitida a cobrança de taxa performance.
➢ DERIVATIVOS: Não há restrição.
➢ Principais fatores de risco: risco de mercado e liquidez.

72
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Fundo de Ações
Sufixo: Mercado de Acesso
São Fundos de Ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 2/3 do seu PL
seja investido em ações de companhias listadas em segmento de negociação de valores
mobiliários, voltado ao mercado de acesso, que assegure, por meio de vínculo contratual,
práticas diferenciadas de governança corporativa. Devem ter no nome “Ações – Mercado
de Acesso”.
Quando for fundo fechado, pode-se investir até 1/3 do seu PL em ações, bônus de
subscrição, debêntures, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou
permutáveis em ações de emissão de companhias fechadas, desde que:
➢ Participe do processo decisório da companhia investida, com efetiva influência na
definição de sua política estratégica e na sua gestão;
➢ Invista somente em companhias fechadas que adotem práticas diferenciadas de
governança corporativa.
❑ OBS: quando se tratar de fundo fechado, poderá ser utilizado como parâmetro de
referência para o cálculo da taxa performance, índices atrelados a juros ou à inflação.

73
CFP® - Certified Financial Planner
Fundos de Investimentos
Limite por Emissor
O fundo observará os seguintes limites de CONCENTRAÇÃO POR EMISSOR (pelo motivo
de risco de crédito), sem prejuízo das normas aplicáveis à sua classe:
➢ até 20% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou de emissão do seu
administrador, como por exemplo, os CDBs e CRIs.
➢ até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for companhia aberta,
como por exemplo, debêntures e notas promissórias.
➢ até 10% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for fundo de
investimento.
➢ até 5% do patrimônio líquido do fundo quando o emissor for pessoa física ou
pessoa jurídica de direito privado que não seja companhia aberta ou instituição
financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, como por exemplo, as
CCB (Cédula de Crédito Bancário).
➢ NÃO HAVERÁ LIMITES quando o emissor for a UNIÃO FEDERAL, ou seja, o fundo
pode investir 100% do seu patrimônio líquido em títulos públicos federais. Também
não há limites em operações compromissadas lastreadas em título público federal.
❑ OBS: Não confunda limite por emissor com limite por modalidade de ativo.

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CFP® - Certified Financial Planner
Fundos de Investimentos
Limite por Modalidade de Ativos Financeiros
Cumulativamente aos limites por emissor, o fundo deve respeitar limites de concentração
por modalidades de ativo financeiro, sem prejuízo das normas aplicáveis à sua classe:
➢ até 20% do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos seguintes ativos:
▪ Cotas de FI e FIC regulados pela IN 555 da CVM;
▪ Cotas de FI e FIC destinados exclusivamente a investidores qualificados;
▪ Cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FII);
▪ Cotas de FI e FIC em Direitos Creditórios (FIDC e FIC-FIDC);
▪ Cotas de fundos de índice admitidos à negociação em mercado organizado;
▪ Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI.
➢ dentro do limite anterior, até 5% do PL do fundo de investimentos em:
▪ Cotas de FI e FIC em Direitos Creditórios Não-Padronizados
▪ Cotas de FI e FIC destinados exclusivamente a investidores profissionais;
➢ não há limite de concentração em TPF, ouro, títulos de instituições financeiras;
notas promissórias, debêntures e ações de companhias abertas; entre outros.
❑ OBSERVAÇÕES: Este limite dobra (40%) em caso de fundos destinados a Investidor
Qualificado. Já para fundo de investimento destinado a Investidor Profissional, não existe
limite por modalidade de ativo.

75
CFP® - Certified Financial Planner
Fundos de Investimentos
Investimentos no Exterior
Em regra geral, os fundos destinados ao varejo podem investir no máximo 20% do seu
patrimônio líquido em ativos financeiros no exterior e para fundos destinados
exclusivamente a investidores qualificados no máximo 40%. No entanto, existem fundos
que podem ter aplicação ilimitada no exterior, como por exemplo:
➢ Fundos classificados como “Renda Fixa – Dívida Externa”;
➢ Fundos exclusivamente destinados a investidores profissionais que incluam em
sua denominação o sufixo “Investimento no Exterior”; e
➢ Exclusivamente destinados a investidores qualificados que determinem em sua
política de investimento que seu patrimônio líquido seja composto por no mínimo
67% de ativos financeiros no exterior.
Esses ativos no exterior devem observar, ao menos, uma das seguintes condições: (I) ser
registrados em sistema de registro, objeto de escrituração de ativos, objeto de custódia
ou objeto de depósito central, em todos os casos, por instituições devidamente
autorizados em seus países de origem e supervisionados por autoridade local
reconhecida; ou (II) ter sua existência diligentemente verificada pelo administrador ou
pelo custodiante do fundo, desde que tais ativos sejam escriturados ou custodiados por
entidade devidamente autorizada para o exercício da atividade (salvo exceções).

76
CFP® - Certified Financial Planner
Fundos de Investimentos
Investimentos no Exterior (Tabela)
FUNDOS PARA FUNDOS PARA FUNDOS PARA
INVESTIDORES INVESTIDORES INVESTIDORES
COMUNS QUALIFICADOS PROFISSIONAIS
Até 100% do PL nos Até 100% do PL, se
fundos de RF-Dívida previsto no
Externa regulamento
o mínimo de 67% no Até 100% do PL desde
Como regra geral, exterior. que seja acrescentado
até 20% do PL nos no fundo o sufixo:
fundos de investimento Até 40% do PL em
todos os fundos se não “Investimento no exterior”
houver previsão de
0% do PL nos Fundos
mínimo no
Renda Fixa Simples
regulamento.

77
CFP® - Certified Financial Planner
Resumo: Fundos de Investimentos CVM
FATOR DE SUFIXOS
CLASSE ATIVOS CARACTERÍSTICAS
RISCO POSSÍVEIS
Aplica em títulos com prazo máximo a
Curto Prazo decorrer de 375 dias. O prazo médio da
carteira é inferior a 60 dias
Compromete-se a obter o tratamento fiscal
Longo Prazo destinado a fundos de longo prazo
No mínimo Investe ao menos 95% do patrimônio em
80% da carteira ativos que acompanham um índice de
Referenciado referência, destinando 80%% para títulos
Variação da em ativos
públicos e ativos de baixo risco
Renda taxa de juros, relacionados à
de índice de variação da taxa Destina ao menos 95% do patrimônio a
Fixa preços ou de juros, de
títulos públicos ou papéis de instituições
financeiras com risco equivalente. Prevê no
ambos índice de Simples regulamento que seus documentos serão
preços ou disponibilizados aos cotistas por meios
ambos. eletrônicos
Aplica ao menos 80% do patrimônio em
Dívida Externa títulos da dívida externa da União

Crédito Investe mais de 50% do patrimônio líquido


Privado em ativos de crédito privado

78
CFP® - Certified Financial Planner
Resumo: Fundos de Investimentos CVM
FATOR DE
CLASSE ATIVOS SUFIXOS CARACTERÍSTICAS
RISCO
Ao menos 67% do
patrimônio aplicado em
Variação dos
ações, certificados de Destina 2/3 do patrimônio a ações
preços das ações
depósito de ações, bônus Mercado de de companhias listadas em
Ações negociadas em
de subscrição cotas de Acesso segmento de acesso de bolsas de
mercados
fundos de ações e de valores
organizados
fundos de índices e BDRs
níveis II e III
Mínimo de 80% da carteira Longo Prazo Prazo Médio superior a 365 dias
Variação de em ativos relacionados à
Cambial preços de moeda variação de preços de Investe mais de 50% do patrimônio
estrangeira moeda estrangeira Crédito Privado
em ativos de crédito privado
Vários fatores de Longo Prazo Prazo Médio superior a 365 dias
Multi- risco, sem o
compromisso de - Investe mais de 50% do patrimônio
mercado concentração em Crédito Privado
em ativos de crédito privado
nenhum deles
Fundos destinados exclusivamente
Investimento no a investidor profissional, não
Todas as Classes Exterior havendo limite de investimentos no
exterior

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CFP® - Certified Financial Planner
Outras Modalidades de
Fundos de Investimentos
80
80
CFP® - Certified Financial Planner
FIDC – Direitos Creditórios
Características
O FIDC, também conhecido como fundo de recebíveis, é uma comunhão de recursos que
destina parcela mínima de 50% do patrimônio líquido para a aplicação em direitos
creditórios, sendo o valor não aplicado, devendo obrigatoriamente aplicar em outros
ativos de renda fixa . Os Direitos Creditórios são lastreados nos resultados futuros de caixa
de operações comerciais de vendas de bens e serviços, como por exemplo, duplicatas,
créditos de cartão de crédito e cheques que uma empresa tem a receber.
❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
➢ Após 90 dias do início de suas atividades, o fundo deve ter 50%, no mínimo, de
seu patrimônio líquido representado por direitos creditórios, podendo a CVM, a seu
exclusivo critério, prorrogar esse prazo por igual período, desde que o administrador
apresente motivos que justifiquem a prorrogação.
➢ Somente os fundos classificados como RENDA FIXA ou MULTIMERCADOS podem
adquirir cotas desses fundos até o limite de 20% do Patrimônio Líquido (PL).
➢ Podem ser fundos fechados ou abertos e FIC-FIDCs (Fundos em Cotas).
➢ NÃO HÁ MAIS INVESTIMENTO MÍNIMO PARA APLICAÇÃO!
➢ Somente para investidor qualificado.
➢ Deve respeitar os limites de concentração por emissor, idem aos demais fundos.

81
CFP® - Certified Financial Planner
FIDC – Direitos Creditórios
Tipos de Cotas
Não há regime fiduciário para o patrimônio do fundo, de forma que todos os cotistas têm
direitos sobre o patrimônio total do fundo. Estes direitos, no entanto, estão divididos de
acordo com os três tipos de cotas que um FIDC pode emitir, que são:
➢ COTA SÊNIOR: tem preferência para amortização e resgate em relação aos demais
tipos de cotas. Desta forma, é a cota mais segura dentre os cotistas.
➢ COTA MEZANINO (Subordinada Preferencial): é uma cota intermediaria entre a
sênior e a subordinada, ou seja, tem prioridade sobre o pagamento da subordinada,
mas recebe após os cotista da classe sênior.
➢ COTA SUBORDINADA (Subordinada Ordinária): só são remuneradas após todos os
demais cotistas (sênior e mezanino) terem sido totalmente pagas. Portanto, podem
ter rentabilidade inferior ou superior a cada exercício em relação a Cota Sênior.
Como as cotas seniores são protegidas de calote (até um certo limite), elas possuem risco
significantemente menor. Cotas subordinadas possuem muito mais risco, no entanto,
podem gerar um lucro muito maior. Este mecanismo de quotas permite a um FIDC atrair
num só fundo, diferentes classes de investidores.

82
CFP® - Certified Financial Planner
FIDC – Direitos Creditórios
Processo Estrutural

Auditor

Administrador
Agência de
Rating
Direitos
Direitos Creditórios
Creditórios
Cotas
Originadores FIDC Investidores
Clientes
dos Recebíveis (cotistas)
Venda $$$ $$$
a prazo Gestor

Cobrança
Custodiante

83
CFP® - Certified Financial Planner
FII – Fundo de Investimento Imobiliário
Características
O Fundos de Investimento Imobiliário (FII) é uma comunhão de recursos captados por
meio do sistema de distribuição de valores mobiliários e destinados à aplicação em
empreendimentos imobiliários (CRI, LCI, LH, LIG, cotas de outros FII, ações ou cotas de
sociedades cujo ÚNICO propósito seja de atividades imobiliárias). Desta forma, os
recursos captados poderão ser utilizados para a aquisição de imóveis rurais ou urbanos,
tanto para fins residenciais ou comerciais com intuito de renda através de locação, venda
ou arrendamento ou títulos e valores mobiliários ligados ao setor imobiliário.
❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
➢ Sempre classificados como FUNDOS FECHADOS;
➢ Podem ter prazo de duração indeterminado;
➢ Devem distribuir no mínimo 95% do lucro auferido em no máximo 180 dias aos
seus cotistas.
➢ Qualquer pessoa pode investir, não sendo exclusivo a investidores qualificados.
➢ Permitida utilização de derivativos SOMENTE para proteção da carteira (HEDGE).
➢ Os valores que não estão investidos em ativos imobiliários, deverão estar
aplicados em ativos de renda fixa.
➢ Deve respeitar os limites de concentração por emissor, idem aos demais fundos.

84
CFP® - Certified Financial Planner
FIP – Fundo de Investimento em Participações
Características
O Fundo de Investimentos em Participações (FIP), constituído sob a forma de condomínio
fechado, que deve investir, no mínimo, 90% de seu patrimônio líquido à aquisição de
ações, bônus de subscrição, debêntures simples, outros títulos e valores mobiliários
conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas,
bem como títulos e valores mobiliários representativos de participação em sociedades
limitadas. Além disso, o FIP deverá participar do processo decisório da companhia
investida, com efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua gestão,
através da indicação de membros do Conselho de Administração.
❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
➢ Somente para INVESTIDORES QUALIFICADOS.
➢ Pode investir até 20% de seus recursos em ativos no exterior, desde que esses
possuam a mesma natureza econômica dos ativos já mencionados.
➢ Deve respeitar os limites de concentração por emissor, idem aos demais fundos.
➢ São classificados conforme sua composição de carteiras, por exemplo, Capital
Semente (companhias com receita bruta anual de até R$ 16 milhões); Empresas
Emergentes (até R$ 300 milhões); Produção Econômica Intensiva em Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação; Infraestrutura; ou Multiestratégia.

85
CFP® - Certified Financial Planner
FIP-IE e FIP-PD&I
Características
Dentro da classificação dos FIPs, existem dois tipos que podem ter benefícios fiscais aos
investidores pessoa física, que são os Fundo de Investimento em Participações em
Infraestrutura (FIP-IE) e Fundo de Investimento em Participação na Produção Econômica
Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I). Estes fundos devem ser
constituídos sob a forma de condomínio fechado e terão, respectivamente, por objetivo o
investimento no território nacional em novos projetos de infraestrutura e de produção
econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
➢ Investir no mínimo 90% do PL em ações, bônus de subscrição, debêntures,
conversíveis ou não em ações, ou outros títulos de emissão das sociedades.
➢ Deverão ter um mínimo de 5 cotistas, sendo que cada cotista não poderá deter
mais de 40% das cotas emitidas pelo FIP-IE ou pelo FIP-PD&I ou auferir rendimento
superior a 40% do total de rendimentos dos fundos.
➢ Terão o prazo máximo de 180 dias após obtido o registro de funcionamento na
CVM para iniciar suas atividades e para se enquadrarem no nível mínimo de
investimento estabelecido.
➢ Tributação: Alíquota de 15%, mas pessoas físicas são isentas de IR.

86
CFP® - Certified Financial Planner
ETF – Fundos de Índice de Mercado
Características
Os Fundos de Índices de Mercado (ETFs - Exchange Traded Funds), são fundos abertos
passivos que buscam replicar o retorno de determinado índice, com a peculiaridade de
serem negociadas em bolsa de valores ou em mercado de balcão. Eles devem investir no
mínimo 95% do Patrimônio Líquido em ativos financeiros que integrem o índice de
referência, sendo ele de renda fixa ou de renda variável, autorizados pela CVM.
❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
➢ Mínimo 95% do patrimônio líquido em ativos financeiros da sua referência.
➢ São fundos sempre abertos passivos (ou seja, não podem ser alavancados).
➢ Sua negociação ocorre na Bolsa de Valores ou de Balcão (mercado secundário).
➢ Deverá constar em seu nome o índice de referência.
➢ Os dividendos pagos pelas ações são automaticamente reaplicados no próprio ETF.
➢ Vedado a cobrança de taxa performance
➢ Vedado a constituição de fundos inversos (que visem refletir um desempenho
oposto àquele do índice de referência).
➢ Vedado a constituição de fundos sintéticos, que visem refletir o desempenho do
índice de referência por meio de contratos derivativos, exceto por meio de posições
em mercados futuros.

87
CFP® - Certified Financial Planner
ETF – Fundos de Índice
Vantagens
Como vantagens do investimento em ETFs, podemos listar:
➢ Diversificação: é possível ter acesso a uma cesta de ações ou de ativos de Renda
Fixa sem precisar comprar individualmente cada um deles.
➢ Reinvestimentos: os cupons pagos por títulos de renda fixa, os dividendos e as
JCPs distribuídos pelas ações são reinvestidos automaticamente no fundo.
➢ Custo: por serem instrumentos de gestão passiva, as taxas de administração são
baixas e permitem que o investidor acesse uma cesta de ativos de uma única vez,
reduzindo custos operacionais associados às negociações desses ativos
individualmente;
➢ Liquidez: por serem negociados em bolsa ou em mercado de balcão organizado, o
investidor pode comprar ou vender ETFs da mesma forma em que opera ações e
outros ativos negociados nesses ambientes.
Por fim, a estratégia passiva associada a baixos custos permite que ETFs tenham
baixíssimos tracking errors, medida que reflete a diferença entre o desempenho do
fundo, nesse caso, e seu benchmark. Em fundos abertos tradicionais passivos, essa
medida também costuma ser baixa; porém, os ETFs têm custos ainda menores, reduzindo
mais o tracking error para o investidor que aplica nesses fundos de índice.

88
CFP® - Certified Financial Planner
FI-Infra & FIC-FI-Infra
Características
Os Fundos Incentivados de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) são fundos da classe
Renda Fixa, e podem ser constituídos sob a forma de condomínio fechado ou aberto,
devendo investir no mínimo 85% do seu patrimônio líquido em debêntures, CRI e FIDC
Fechado que visem implementar projetos de investimento na área de infraestrutura, ou
de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
❑ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
➢ Aplicação mínima de 85% em ativos destinados a infraestrutura.
➢ Isento de imposto de renda para as pessoas físicas.
➢ Os FI-Infra terão o prazo de 2 (dois) anos para atingir os limites mínimos, contado
da data da primeira integralização de cotas, para os fundos abertos, e da data de
encerramento da distribuição, para os fundos fechados.
➢ Não necessitam incluir o sufixo “Crédito Privado”.
➢ Seguem a regra geral dos “limites de concentração”.
➢ Somente as cotas de FI-Infra fechado que atendam ao disposto neste artigo
podem ser adquiridas em mercados organizados de valores mobiliários por
investidores que não atendam aos requisitos da regulamentação específica para
investidores qualificados.

89
CFP® - Certified Financial Planner
Fundos de Investimentos
Classificação
Para fins de tributação, a Receita Federal tem a sua própria classificação para os fundos de
investimento. Esta modalidades são:
➢ Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MENOR que 365 dias CORRIDOS.
➢ Fundos de Renda Fixa Longo Prazo: fundos de investimentos que tenham a
composição da sua carteira com prazo médio MAIOR que 365 dias CORRIDOS.
➢ Fundos de Ações e Clubes de Investimentos: fundos de investimentos que a
carteira seja composta por no mínimo 67% de ações.
➢ Fundos Imobiliários: neste caso, possuem as mesmas regras da CVM, ou seja,
devem investir em ativos atrelados a imóveis ou dívidas imobiliárias (LCI, CRI, CCI, ...).
A tributação ocorrerá na “transformação” das cotas em dinheiro, sendo:
➢ Fundos abertos: através do resgate (nos fundos de renda fixa, poderá ocorrer a
antecipação do imposto através do come-cotas);
➢ Fundos Fechados: através da (I) alienação (venda) das cotas; (II) amortização de
cotas; (III) dividendos; ou no (IV) resgate (encerramento do fundo).

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4.4 Clubes de Investimentos, Carteiras
Administradas e Investidor Qualificado
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Carteira Administrada
Conceito
A Carteira Administrada É UM SERVIÇO DE GESTÃO de investimentos no qual o investidor
contrata um gestor para cuidar especificamente dos seus recursos, desde a estratégia de
alocação até o rebalanceamento (compra e venda de cada ativo que compõe a carteira).
Desta forma, a tributação é a mesma de uma pessoa física sem este serviço, mantendo
todos os benefícios de isenção de IR de produtos de Renda Fixa (LCI, LCA, CRI, CRA...) e do
limite de venda de até R$ 20.000,00 por mês em ações. Além disso, a carteira
administrada é moldada para as necessidades de cada cliente, sem ter que seguir regras
rígidas como as da classificação de fundos.

Portanto, diferentemente de aplicar em fundos de investimentos, na Carteira


Administrada o cliente é proprietário dos ativos diretamente e não das cotas, como
ocorre nos fundos. Outro ponto importante, é que a Carteira Administrada permite tanto
a Gestão Discricionária (gestor toma as decisões sem consultar o cliente), quanto a Não
Discricionária (quando há participação do cliente na tomada de decisão), tendo também
um maior grau de liberdade para trabalhar derivativos.

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Clubes de Investimento
Conceito
O Clube de Investimento é um condomínio de PESSOAS FÍSICAS constituído para aplicação
de recursos em títulos e valores mobiliários, com as mesmas características dos Fundos de
Investimentos em Ações, ou seja, devem investir no mínimo 67% do patrimônio líquido
em: ações, bônus ou recibos de subscrição; debêntures conversíveis em ações, de
emissão de companhias abertas; cotas de fundos de índices de ações negociados em
mercado organizado; certificados de depósitos de ações. Já o restante (33%), poderão ser
investidos em renda fixa ou compra de opções.

O que difere os Clubes dos Fundos de Ações, é que os clubes devem ser constituído por
no mínimo 3 pessoas e no máximo 50 pessoas físicas, sendo que O MÁXIMO que um
único investidor pode ter de um clube de investimento é de 40% sobre o patrimônio do
clube. Quando se tratar de empregados de uma mesma empresa, o número de
condôminos pode ser maior. Além disso, clubes antigos, possuíam outros limites máximos.

❑ OBS: Comparado com os fundos de investimentos, os custos dos clubes de


investimentos são menores, pois alguns encargos não são obrigatórios, como por
exemplo, de auditoria independente.

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Clubes de Investimento
Vedações
É VEDADO ao Clube de Investimento:
➢ Realizar operações com valores mobiliários fora de mercados organizados.
➢ Adquirir títulos ou valores mobiliários de emissão do administrador, gestor ou de
empresas a eles ligadas; exceto nos casos em que os títulos e valores mobiliários
façam parte de índice de mercado ao qual esteja atrelada a política de investimento
do Clube, podendo ser adquiridos na mesma proporção de sua participação no
respectivo índice; e os casos de aquisição de ações de emissão de companhia por
Clubes formados por seus empregados.
➢ Adquirir cotas de fundos de investimento administrados ou geridos pelo
administrador, pelo gestor ou por empresas a eles ligadas.
➢ Fazer lançamento de opções a descoberto (por exemplo, vender opções de
compra sem ter o ativo-objeto).

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Clubes de Investimento
Resumo
As principais características dos Clubes de Investimento são:
➢ Pode possuir de 3 a 50 participantes.
➢ Um membro não pode ter mais de 40% das cotas, mas em caso de resgate de
outros cotistas, poderá ocorrer um desenquadramento passivo.
➢ Devem investir no mínimo 67% do patrimônio líquido em ações; bônus de
subscrição; debêntures conversíveis em ações, de emissão de companhias abertas;
recibos de subscrição; cotas de fundos de índices de ações negociados em mercado
organizado; e ou certificados de depósitos de ações.
➢ Investimento para um grupo restrito de pessoas físicas.
➢ Gestor pode ser pessoa física ou jurídica.
➢ Administrado por corretoras, distribuidoras e bancos de investimento.
➢ Deve possuir estatuto social registrado em entidade administradora de mercado
organizado.
➢ Registrado na B3 e fiscalizados pela B3 e pela CVM.
➢ Menores custos comparados aos fundos de investimentos em ações.

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