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FINANCIAMENTO DE MERCADO UMA

ALTERNATIVA DE FINANCIAMENTO
- João Coelho -

Beja, 5 de Julho de 2017


TEMAS A ABORDAR

1. Formas de Financiamento
2. Funções do mercado de capitais
3. A estrutura do mercado de capitais português
4. Operadores no mercado de capitais
5. Ações como forma de financiamento;
6. Obrigações enquanto forma de financiamento;
7. Capital de Risco enquanto forma de financiamento
8. Financiamento colaborativo (crowdfunding) enquanto forma de
financiamento

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

• O financiamento na empresa é o montante de capital necessário para fazer


face às despesas de arranque/expansão e funcionamento da atividade.
• A este respeito o empresário / empreendedor deverá inteirar-se:
• Dos mecanismos de financiamento existentes e disponíveis;
• Da melhor estratégia de financiamento dada a natureza e dimensão do negócio;
• Da capacidade da empresa para fazer face às suas obrigações financeiras.
• Assim, o empresários / empreendedor deverá preocupar-se não só em
conseguir o financiamento mas em conseguir aquele que lhe ofereça um
plano de pagamento mais adequado às suas necessidades e capacidades e
que lhe permita assegurar uma estrutura de financiamento sustentável a
médio e longo prazo.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Necessidades de Financiamento
As necessidades de financiamento variam de negócio para negócio. É
importante estimar estas necessidades de forma rigorosa para evitar
dificuldades futuras.
Uma aproximação às necessidades iniciais de financiamento de um negócio
pode ser obtida:
• Montante de investimento necessário para abrir o negócio ou para
implementar determinado projeto;
• A diferença entre os custos e as vendas esperados durante a fase inicial
do negócio ou projeto.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Necessidades de Financiamento (continuação)


As previsões das necessidades de financiamento devem ter igualmente em
conta os desvios causados por:
• atrasos na implementação do negócio;
• alterações ao projeto inicial, que normalmente significam um aumento
de custos;
• custos não previstos;
• crescimento inicial das vendas abaixo do esperado.
É frequente ocorrerem desvios face às previsões iniciais. É importante
elaborar pelo menos uma previsão que tenha em conta um cenário mais
conservador.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Necessidades de Financiamento (continuação)


O empreendedor/empresário deve estar preparado financeiramente para
atrasos no arranque da empresa. É normal existirem dificuldades no
arranque do negócio, pelo que é aconselhável o empreendedor/empresário
dispor de uma poupança suficiente para suportar os custos de
funcionamento da empresa durante alguns meses (na fase inicial da empresa
ou do inicio do projeto).

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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Fontes de Financiamento
As fontes de financiamento a que a maioria das pessoas recorre para iniciar
uma empresa ou projeto incluem as poupanças pessoais e os empréstimos
bancários ou de familiares e amigos.
As poupanças pessoais acumuladas pelo empresário ao longo do tempo,
incluindo montantes recebidos por herança ou pela venda de bens próprios,
são uma importante fonte de financiamento no arranque de muitas
empresas e ou projetos.
Os empréstimos bancários são a fonte externa de financiamento mais
comum.
Para determinar o risco do empréstimo e o montante que está disposta a
emprestar à nova empresa, a instituição de crédito irá avaliar o mérito do
projeto, o histórico do empreendedor/empresário junto da instituição de
crédito, as garantias pessoais por ele concedidas e mesmo o montante da
sua poupança que se dispõe a investir . 7
FORMAS DE FINANCIAMENTO

Fontes de Financiamento (continuação)


Alguns empreendedores/empresários recorrem também a crédito em seu
nome para ajudar a financiar o arranque do negócio.
Os empréstimos de familiares e amigos são também um meio de
financiamento bastante frequente. Este tipo de empréstimos informais
permite maior flexibilidade em termos de juros e prazos de pagamento.
Existem também outras formas de financiamento (menos usuais) que
poderão ser utilizadas e que muitas das vezes são esquecidas por parte de
empreendedores e empresários, mas que se encontram no mercado,
disponíveis a serem utilizadas.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Fontes de Financiamento (continuação)


• As fontes de financiamento podem subdividir-se em três tipos:
• Capital Próprio - Corresponde ao património líquido da empresa;
• Quase Capital - Tipo de financiamento que permite o aumento do capital
próprio revertendo-se, posteriormente, em capital alheio;
• Capital Alheio - Todo o tipo de financiamento assegurado por terceiros.

A relação entre eles deverá assegurar uma estrutura de financiamento que


não torne a empresa dependente de capitais externos e que lhe permita
assegurar os compromissos financeiros no curto e médio prazo.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Capital Próprio
• O capital próprio corresponde ao património líquido da empresa e é
composto pelas seguintes rúbricas principais:
• Capital social – montante das entradas, fornecidas pelos sócios ou
acionistas da empresa, para o início da atividade da sociedade;
• Reservas – resultantes da retenção de parte dos lucros pela empresa ou
de certas operações como a reavaliação do ativo;
• Prestações suplementares – representam um reforço do Capital Próprio
da sociedade, contribuindo para a capitalização da empresa e para a
proteção dos credores;
• Resultados transitados – resultados, lucros ou prejuízos que vão sendo
acumulados ao longo dos exercícios económicos da empresa. No que
respeita aos lucros, acumula aqueles que não foram distribuídos aos
acionistas ou sócios, podendo, contudo, vir ainda a ser distribuídos.
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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Capital Próprio

Balanço
• Divisão dos
ativos em
correntes e não
correntes - grau
de liquidez dos
itens.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Capital Próprio

Balanço

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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Capital Próprio

Balanço
Divisão do passivo
em correntes e
não correntes -
grau de
exigibilidade das
responsabilidades.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Quase Capital
• Tipo de financiamento que primeiramente assume-se como capital próprio
da empresa e a médio prazo reverte-se em capital alheio, daí caracterizar-se
como capital reversível.
• É classificado entre capital próprio e dívida cujo retorno para o investidor se
baseia predominantemente nos lucros ou prejuízos da empresa, não sendo
garantido em caso de incumprimento.
• Este tipo de financiamento caracteriza-se como capital reversível que
permite financiar as empresas através de aumentos de capital.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Quase Capital (continuação)
• Com o aumento de capital, a empresa irá sofrer um efeito positivo nos
rácios de autonomia financeira, contribuindo assim para a melhoria do
acesso ao crédito. As empresas não têm custos financeiros com este tipo de
operação, ficando apenas sujeitas ao pagamento de dividendos no caso de
terem resultados líquidos.
• As operações de investimento neste capital serão revertidas a médio prazo,
com a transformação das participações em empréstimos a médio e longo
prazo, uma vez atingidos os objetivos de negócio e capitalização definidos
pelas empresas.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO
Capital alheio
• No conceito de capital alheio encaixa-se todo o tipo de financiamento
assegurado por terceiros, isto é, por pessoas ou entidades externas à
empresa. Por isso mesmo, com taxas de remuneração e planos de reembolso
associados. Podem ser de curto, médio ou longo prazo.
• Um dos mais comuns exemplos de capital alheio são os empréstimos
bancários obtidos pelas empresas para se financiarem. Sejam os
empréstimos de curto prazo para resolver situações pontuais de falta de
liquidez, os empréstimos em conta corrente ou o descoberto bancário, ou os
empréstimos a longo prazo, como são os casos da locação financeiro ou o
microcrédito .

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Financiamento bancário
Crédito para o Investimento:
• Crédito clássico de médio e longo prazo
• Locação financeira
• Microcrédito

Crédito Protocolado:
• Linhas de crédito protocolado

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Financiamento bancário
Crédito para gestão de tesouraria:
• Crédito clássico de curto prazo
• Conta corrente, Facilidade de descoberto, Cartão de crédito
• Crédito stock
• Factoring e confirming
• Letras e livranças
• Garantias bancárias
• Crédito documentário

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Faz ainda sentido perceber que os incentivos financeiros ao investimento das


empresas disponíveis que podem ser:
• Incentivos/subvenções reembolsáveis - incentivos concedidos, mas que
terão que ser devolvidos, após o período de carência, normalmente sem
juros ou com juros bonificados. Neste caso consideram-se capital alheio
na sociedade.
• Incentivos/subvenções não reembolsáveis - vulgarmente chamados de
“fundo perdido”. Não tendo a obrigatoriedade de serem devolvidos
consideram-se capitais próprios.

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Até agora falamos das formas “tradicionais” de financiamento.


No entanto existe uma outra forma de financiamento disponível para as
empresas que se denomina:

“Financiamento de Mercado”

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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Financiamento no Mercado de Capitais


O mercado de capitais oferece uma oportunidade de financiamento às
empresas, que pode ser uma alternativa ao tradicional recurso ao
financiamento bancário de curto, médio e de longo prazo.
Inserem-se nessa categoria a emissão de ações, de obrigações e de produtos
híbridos – nomeadamente ações preferenciais, obrigações com warrants e
obrigações convertíveis – que contêm uma parte de capital próprio e outra
de dívida.
Não é só no domínio dos instrumentos financeiros que o mercado de capitais
oferece alternativas de financiamento. As sociedades de capital de risco
exercem neste domínio um papel determinante ao promoverem com a sua
entrada de capital, o desenvolvimento de projetos inovadores, de rápido
crescimento e com elevada capacidade de criação de riqueza.
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FORMAS DE FINANCIAMENTO

Financiamento no Mercado de Capitais (continuação)


Nas decisões de financiamento, com instrumentos de crédito ou com a
emissão de ações, deve ter-se em conta a estrutura de capital da empresa.
A utilização de instrumentos de crédito, como exigem o pagamento de juros,
diminuem os resultados de impostos e, por essa via, a empresa consegue
obter uma poupança fiscal. No entanto, se o nível de endividamento for
elevado os credores vão exigir uma remuneração mais elevada da dívida.
O gestor tem de ponderar entre o benefício da poupança fiscal e os custos
inerentes ao endividamento. Este problema é mitigado se a empresa
conseguir gerar fundos para autofinanciar uma parte substancial do seu
projeto, a forma mais barata de financiamento.

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FUNÇÕES DO MERCADO DE CAPITAIS

O mercado de capitais é um mecanismo de distribuição de valores


mobiliários, que tem o objetivo de gerar liquidez aos títulos emitidos pelas
empresas e viabilizar o seu processo de capitalização.
Isto quer dizer que o objetivo é direcionar os recursos financeiros da
sociedade (poupança) para a atividade económica, ou seja para o comércio,
para a indústria e outras atividades, assim remunerando melhor o investidor
e contribuindo para o desenvolvimento económico do país.

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FUNÇÕES DO MERCADO DE CAPITAIS

O mercado de capitais tem como funções:


• Proporcionar crescimento económico
• Fonte alternativa de financiamento das empresas para realização de
novos investimentos e expansão
• Canalização das poupanças
• Formação de preços dos valores mobiliários
• Avaliação dos Valores Mobiliários
• Assegurar e proporcionar liquidez aos títulos

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FUNÇÕES DO MERCADO DE CAPITAIS

Investimento Financiamento

Investidores Mercado de Empresas


(superavitários) Capitais (necessitam recursos)

Remuneração Remuneração

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A ESTRUTURA DO MERCADO DE CAPITAIS PORTUGUÊS

O Mercado de Capitais é subdividido em Mercado Primário e o Mercado


Secundário.
Mercado primário
Mercado onde os títulos são colocados e transacionados pela primeira vez,
aquando da sua emissão. É aqui que as empresas se financiam.
Mercado secundário
Mercado onde os títulos são transacionados pela segunda e demais vezes. A
sua principal função é a formação dos preços e proporcionar liquidez.
• Mercado regulamentado
• Sistema de negociação multilateral (multilateral trading facility)
• Fora de mercado.
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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS

O mercado de capitais tem vários intervenientes:


• Emitentes;
• Investidores;
• Instituições de créditos (bancos);
• Sociedades corretoras e sociedades financeiras de corretagem;
• Sociedades gestoras de investimento coletivo;
• Sociedades gestoras de mercado;
• Sistemas de compensação e liquidação de valores mobiliários;
• Regulador

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Emitentes
• Entidades que emitem valores mobiliários
• Utilizam o mercado de valores mobiliários como fonte de financiamento,
em alternativa ao recurso a empréstimos bancários
Exemplos de informação a prestar pelos emitentes
• Informação económico-financeira de carácter periódico em que se inclui
a publicação das contas e a descrição da atividade da empresa em
determinado período
• Informação de carácter contínuo sobre os negócios ou outros factos com
influência na vida da empresa que possam alterar a avaliação que os
investidores fazem do investimento realizado, ou seja, informação
privilegiada
• Todas as informações são divulgadas no Sistema de Difusão de
Informação no site da CMVM e no site do próprio emitente. 28
OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Investidores
• Pessoas ou empresas que participam no mercado de capitais, comprando
e vendendo valores mobiliários, com o objetivo de valorizarem as suas
poupanças ou ativos.
Pode-se distinguir os investidores em:
• Investidores qualificados (também designados por profissionais);
• Investidores não qualificados (de retalho ou não profissionais).

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
• Só podem iniciar e exercer a sua atividade após o registo na CMVM e
depois de demonstrarem possuir meios e idoneidade para a prestação de
cada serviço
• Podem desempenhar funções de colocação de emissões, execução de
ordens de compra e de venda dos valores mobiliários, aconselhamento,
gestão de carteiras de investidores e custódia
• Tem como principais deveres na prestação de serviços financeiros:
• Informar sobre a existência de mecanismos de proteção dos investidores;
• Informar o custo do serviço a prestar;
• Definir o perfil dos investidores e a definição do investimento;
• Informar sobre a execução e os resultados das operações que efetue por conta
deles, bem como a ocorrência de dificuldades especiais ou a inviabilidade de
execução das mesmas. 30
OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
Os Intermediários Financeiros devem ainda realizar aos seus clientes um
questionário de adequação e questionários de avaliação de perfil de risco e
classifica-los em função:
• Experiência e conhecimentos em matéria de investimento
• Aversão ao risco
• Capacidade para avaliar o risco associado ao investimento a realizar
• Situação financeira
• Objetivos de investimento.

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
Exemplos de investidores qualificados:
• Instituições de crédito
• Empresas de investimento
• Seguradoras
• Instituições de investimento coletivo e respetivas sociedades gestoras
• Fundos de pensões
• Governos
• Bancos centrais
• Organismos públicos que administrem a dívida pública
• Pessoas coletivas de grandes dimensões.
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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
Dever de avaliar adequação:
Os colaboradores das instituições financeiras devem, previamente à
subscrição de valores mobiliários, assegurar-se que determinado produto
financeiro é adequado ao cliente, através da avaliação do seu perfil quanto:
• Aos tipos de investimento com os quais está familiarizado
• Aos seus conhecimentos em matéria de investimento
• À sua apetência pelo risco e aos seus conhecimentos quanto aos riscos
associados aos diferentes tipos de produtos financeiros
Se com base na informação prestada pelo cliente, a instituição financeira
considerar que o valor mobiliário ou serviço não é adequado ao investidor,
deve adverti-lo por escrito quanto a essa avaliação, caso o cliente insista em
subscrevê-lo.
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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
Dever de avaliação de perfil de risco:
Quando o intermediário financeiro apresenta vários produtos alternativos ao
investidor e recomenda algum deles presta um serviço de aconselhamento
(consultoria ou gestão de carteiras)
Deve avaliar qual o produto mais idóneo para o investidor em cada
momento e deve reunir toda a informação necessária para poder aconselhá-
lo. Para tal é obrigado a realizar um teste de avaliação de perfil de risco.
Através deste teste, avalia os conhecimentos e experiência do cliente, bem
como a sua situação financeira (nível e fonte de rendimentos, ativos
líquidos, imóveis e outros investimentos que possua, os seus compromissos
financeiros) e objetivos de investimento (horizonte temporal e finalidade do
investimento).

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
Principais tipos de perfis de risco do investidor não qualificado:
Os perfis de risco ponderam diversas características do investidor:
• A maior ou menor aversão ao risco do capital investido
• A disponibilidade por uma aplicação de curto ou médio e longo prazo
• O nível e a oscilação da rentabilidade esperada resultantes das escolhas
anteriores.
Não existe uma classificação harmonizada de perfis de investidor entre os
intermediários financeiros. As designações mais comuns para os diversos
tipos de investidor são:
• Conservador ou prudente
• Equilibrado ou moderado
• Dinâmico
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• Arrojado
OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
Tipos de investidor:
CONSERVADOR OU PRUDENTE
Trata-se de um investidor que procura produtos com a garantia do capital
investido e rendibilidades que espera pelo menos compatíveis com as taxas
de juro de curto prazo. Este investidor é avesso aos principais riscos: de
capital, rendimento e liquidez. Assume a preferência por investimentos de
capital garantido, com prazo de vencimento mais curto, aos quais pode
estar associado uma menor rendibilidade.
EQUILIBRADO OU MODERADO
Trata-se de um investidor que procura produtos com a garantia do capital
investido, mas que está disposto a assumir um prazo mais longo para essa
aplicação de forma a poder acomodar uma eventual oscilação adversa do
rendimento. Assume a preferência por investimentos de capital garantido,
mas aceita a sua manutenção em carteira a médio prazo. 36
OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Intermediários financeiros
Tipos de investidor:
DINÂMICO
Trata-se de um investidor que procura uma rendibilidade superior à média
do mercado, estando disponível para aplicações de médio e longo prazo e
para assumir o risco de algumas perdas no capital investido.
ARROJADO
Trata-se de um investidor que procura produtos com uma rendibilidade
mais elevada quando comparada com a média do mercado, estando
disponível para aplicações com um horizonte temporal relativamente mais
curto e a assumir o risco de perda total ou até superior do capital investido.

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Requisitos legais para aceder ao mercado de capitais português
• O Código dos Valores Mobiliários define a organização, funcionamento e
acesso ao mercado. Em concreto o Tema IV – Negociação, e em especial
os artigos 217 a 227, estabelecem a estrutura do mercado
regulamentado, o seu funcionamento, deveres de informação e a
admissão à negociação
• Os mercados regulamentados têm regras de funcionamento que obrigam
ao cumprimento de requisitos exigentes ao nível da prestação de
informação (sobre os emitentes e sobre a sua atividade) da admissão
dos membros do mercado, dos valores mobiliários e do respetivo
funcionamento, sendo por isso mais onerosos para os seus membros

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Requisitos legais para aceder ao mercado de capitais português
(continuação)
• Existe também a possibilidade de negociar em sistemas de negociação
multilateral, conhecidos como mercados não regulamentados, por terem
um enquadramento legal e regulamentar mais flexível e menos oneroso
para os seus membros
• A Euronext Lisbon gere dois sistemas de negociação não regulamentados,
(i) a Easynext Lisbon onde podem negociar ações, obrigações e warrants
e (ii) o Alternext dedicado a empresas de menor dimensão.

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Regulador
Papel da CMVM enquanto Regulador do mercado de capitais
• A CMVM tem a missão de supervisionar e regular os mercados de
instrumentos financeiros e a atividade de todos os agentes que neles
atuam
• A principal missão da atividade da CMVM é a proteção dos investidores
• A CMVM tem de aprovar as operações públicas (OPAs, OPVs, OPS),
sobretudo os prospetos, bem como a informação relacionada
• A CMVM zela pela formação adequada de preços (assimetrias de
informação, abuso de informação e manipulação de mercados).

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OPERADORES NO MERCADO DE CAPITAIS
Regulador (continuação)
Papel da CMVM enquanto Regulador do mercado de capitais
• A supervisão exercida pela CMVM consiste nomeadamente no:
• Acompanhamento da atuação das pessoas ou entidades que intervêm
no mercado de capitais
• Fiscalização do cumprimento de regras
• Verificação na concessão de registos a pessoas e operações do
cumprimento das regras aplicáveis
• Punição de infrações detetadas

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AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
As ações são títulos representativos de frações do capital social de uma
empresa, constituída sob a forma de uma sociedade anónima e cotada em
Bolsa de Valores. O detentor destes títulos é denominado acionista, e a
empresa que os emite é uma sociedade emitente.
Rendibilidade obtida com um financiamento através de ações depende:
• Da evolução da sua cotação (mais ou menos valias);
• Da politica de distribuição de dividendos;
• Dos custos envolvidos na transação.

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AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO

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AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Muitas empresas não consideram a emissão de ações como forma de
financiamento, no entanto esta situação permite:
• Ser uma alternativa ao crédito bancário para obtenção de capitais
(neste caso capitais próprios)
• Incorporação de novos acionistas que podem trazer quatro principais
tipos de mais valias:
• Conhecimento;
• Rede de contactos;
• novas oportunidades;
• monitorização da gestão
• Capitalização e consequente reforço da estrutura financeira
• Exigências relacionadas com disponibilização de informação são
conducentes à “arrumação”, racionalização e reorganização; um maior
nível de transparência aumenta a fiabilidade da empresa do ponto de
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vista dos investidores
AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
• A maioria das emissões de ações são simples registos informáticos,
contrariamente ao que sucedia no passado, pois existiam de forma física.
• As ações conferem um conjunto de direitos ao seu detentor,
nomeadamente:
• A participar nos resultados da entidade emitente, através da distribuição de
dividendos;
• A receber uma percentagem do capital social da sociedade, caso esta seja
dissolvida;
• Exercício de voto em assembleia geral (embora, normalmente, seja necessário
deter um número mínimo de ações);
• A ser informado sobre o desempenho da gestão da sociedade.

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AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO

• Fatores que influenciam o risco e a rendibilidade das ações:

Rendibilidade Risco

• Evolução do preço; • Fatores específicos: greve, introdução


de novo produto, OPA, stock split, etc.
• Dividendos pagos;
• Fatores sistemáticos: taxas de juro,
• Custos de detenção e de transação. crescimento económico, política
fiscal, etc..

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AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Custos associados à transação de ações
• Comissão de Transação
• Comissão pelo Pagamento de Dividendos
• Comissão pela Guarda de Títulos
• Comissão pela Transferência de Valores Mobiliários entre Contas

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AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Aspetos a ter em conta no investimento em ações
• Investimento de longo prazo
• Expetativa de maior rendimento, mas também maior risco
• Nem sempre têm liquidez
• Ter disponibilidade para acompanhar a empresa emitente
(nomeadamente, a informação disponível e os eventos societários)
• Comparar as comissões cobradas pelos diferentes intermediários
financeiros
• Conhecer a fiscalidade associada ao investimento

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AÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Como investir ou desinvestir em ações
• Investimento de longo prazo
• Abrir conta no intermediário financeiro
• As ordens de compra e de venda de ações podem ser dadas através de
instituições de crédito, sociedades corretoras, sociedades financeiras de
corretagem e também de consultores para investimento, agentes
vinculados e sociedades de consultoria para investimento.
• As ordens podem ser transmitidas presencialmente, por telefone, fax,
telemóvel ou através da internet;
• As ordens podem ser ao “ao melhor” ou com “limite de preço”.

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
As empresas que emitem obrigações contraem um empréstimo junto dos
investidores que nelas investem. Os emitentes de obrigações podem ser
empresas abertas à subscrição pública, Estados ou outras entidades públicas
ou privadas.
• Quem subscreve obrigações fica credor da entidade emitente
• O preço das obrigações admitidas à negociação está sujeito a flutuações
no mercado, lei da oferta e da procura
• A rendibilidade obtida depende:
• Capital garantido
• Maturidade
• Rendibilidade esperada
• Resgate antecipado

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Fatores de Resistência:
• Ideia pré concebida que os custos de estar cotado (requisitos e riscos
regulatórios) são elevados
• Fraca cultura do mercado de capitais
• Empresas de pequena dimensão e/ou fortemente endividadas ou
pequenas (necessidade de reestruturação e consolidação)
• Inexistência de incentivos à separação da gestão e da propriedade
• Fraca literacia sobre o mercado de capitais
• Inexistência de investidores institucionais especializados em empresas
de menor dimensão
• Níveis reduzidos de poupança interna

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Fatores de Resistência:
• Não utilização do mercado de capitais pelas entidades de capital de
risco como estratégia de saída
• Bancos mais centrados em concessão de crédito do que em serviços de
apoio à capitalização das empresas
• Ausência de um “middle market” de prestadores de serviços financeiros
dedicados a empresas de menor dimensão
• Desinteresse dos intermediários financeiros por empresas de menor
dimensão.

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
• Representam um empréstimo contraído pela entidade que os emite,
junto dos investidores que as subscrevem.
• Emitidas por empresas, Estados ou outras entidades públicas ou privadas.
• Na sua forma mais clássica, conferem ao seu titular o direito ao
recebimento periódico de juros durante a vida útil do empréstimo e ao
reembolso do capital na respetiva data de maturidade.
• A taxa de juro associada ao empréstimo pode ser fixa ou variável, sendo a
Euribor o indexante mais utilizado para remunerar as obrigações com taxa
variável.

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO

• Fatores que influenciam o risco e a rendibilidade das obrigações:

Rendibilidade Risco

• Evolução do Preço; • Risco de crédito;

• Juros Recebidos; • Risco de taxas de juro;

• Custos de detenção e de transação. • Risco de liquidez.

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Custos associados à transação de obrigações
• Comissão de Transação
• Comissão pelo Pagamento de Juros
• Comissão pela Guarda de Títulos
• Comissão pela Transferência de Valores Mobiliários entre Contas

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OBRIGAÇÕES ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Aspetos a ter em conta no investimento em obrigações
• Compatibilizar maturidade da obrigação com o objetivo temporal do
investimento
• Mais rendibilidade do que algumas aplicações alternativas, mas
igualmente com mais risco
• Instrumento financeiro, em geral, com pouca liquidez
• Conhecer a entidade emitente e disponibilidade para a acompanhar
(nomeadamente ao nível dos eventos societários e das características do
emitente)
• Conhecer o estatuto das obrigações em caso de reestruturações e
insolvências
• Comparar as comissões cobradas pelos intermediários financeiros.
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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
O capital de risco é uma fonte de financiamento via aquisição de uma
participação acionista (frequentemente minoritária), com o objetivo de
valorizar as ações para posterior saída apoiando desta forma o crescimento
da empresa. É uma das principais fontes de financiamento para empresas
jovens, “startups” (empresa recém criada, ainda em fase de
desenvolvimento e de análise do mercado) e investimentos com elevado
potencial de valorização.
Quais os veículos que podem ser utilizados na oferta de fundos às empresas?
• Fundos de Capital de Risco (fundos fechados)
• Sociedades de Capital de Risco
Quais as entidades que podem disponibilizar capital de risco?
• Sociedades de capital de risco, bancos comerciais ou bancos de
investimento entre outras entidades habilitadas a gerir fundos de capital
de risco 58
CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Principais diferenças entre capital de risco e crédito bancário:
• Os ganhos dos investidores de capital de risco (dividendos e mais-valias)
estão dependentes do sucesso ou insucesso das empresas.
• O Capital de Risco é um investimento, realizado por investidores
individuais ou institucionais, com um prazo limitado (médio)
• O Capital de Risco encontra-se na mesma posição do acionista,
participando dos sucessos e insucessos da empresa; assume-se como um
verdadeiro parceiro de negócios
• A recompensa é retirada dos ganhos decorrentes do desinvestimento.
Se o negócio for inviável, o capital de risco fica na mesma posição de
qualquer outro sócio da empresa.

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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Principais diferenças entre capital de risco e crédito bancário:
• Uma instituição de crédito obtém remuneração pelo juro, sendo o
empréstimo integralmente pago
• O endividamento pode ter diferentes maturidades
• No endividamento a instituição financeira faz uma análise do risco de
solvabilidade e exige garantias patrimoniais
• No caso dos credores as garantias conferem-lhe uma posição credora
privilegiada

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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Modalidades do capital de risco
• Venture capital - investe em empresas em estádio inicial com potencial
de geração de receitas ainda incerto e produto/serviço frequentemente
em teste. Tendencialmente estas entidades tem maior apetência pelo
risco
• Private equity - tende a investir em empresas mais maduras, tipicamente
com operações comerciais consolidadas que podem oferecer
rendimentos resultantes de reorganização societária, alterações na
estrutura de capitais e outras alterações a nível do negócio. O Private
Equity tem menos apetência ao risco quando comparado com os Venture
Capital.

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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Entradas do capital de risco
• Seed Capital – financiamento dirigido a projetos em fase
desenvolvimento, antes mesmo da instalação (ex: apoio a estudos de
mercado para ver a viabilidade do projeto)
• Start up – empresas já existentes e a funcionar, ou em processo final de
instalação, mas que ainda não iniciaram a comercialização dos produtos
ou serviços
• Other early stage – empresas que já iniciaram a comercialização, mas
que precisam de financiamento para melhorar os seus processos de
fabrico e comercialização, ou ainda para realizar ações de marketing
• Expansão – investimento destinado a empresas que atingiram a
maturidade, mas que não têm capacidade para expandir o seu negócio, a
sua produção, ou desenvolver técnicas de promoção
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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Que empresas geralmente acedem a este tipo de financiamento?
• Por norma, empresas a operar em mercados competitivos e
caracterizados pela inovação com potencial de crescimento e
rentabilidade
• Podem ser startups com necessidades de investimento inicial ou
empresas mais maduras com necessidades de financiamento mais
elevadas
• Ferramenta com especial relevo para PME
Quais as condições de candidatura?
• O capital de risco analisa sobretudo o potencial de crescimento de um
negócio, associado a uma gestão competente, credível, que demonstre
capacidade de tornar o plano de negócios numa realidade

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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Principais fases
• Primeira abordagem aos operadores do mercado
• Apresentação do plano de negócio e sua análise
• Comunicação de parecer preliminar
• Início da negociação
• Verificação de informações e obtenção de pareceres externos
• Negociações Finais
• Decisão final, eventual contratação (contém gestão da intervenção na
empresa).

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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Em síntese, o capital de risco
• É um investimento preferencialmente para PME com elevado potencial
de crescimento
• É um investimento realizado por um prazo limitado
• A remuneração do investidor depende dos rendimentos gerados pela
empresa participada (dividendos), acrescida da mais-valia a obter com a
alienação futura da participação
• É um investimento em que existe uma intervenção na empresa objeto
do financiamento
• O empreendedor/empresário tem de alcançar os objetivos pré-
acordados e contratados. O investimento é realizado em diferentes
desembolsos/tranches diretamente ligadas a objetivos ou metas

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CAPITAL DE RISCO ENQUANTO FORMA DE FINANCIAMENTO
Quem regula o capital de risco?
• Atividade está regulamentada pela Lei 18/2015 de 4 de março “Regime
Jurídico do Capital de Risco, do Empreendedorismo Social e do
Investimento Especializado”
• Atividade sujeita à supervisão da CMVM.

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
O financiamento colaborativo, ou crowdfunding é o tipo de financiamento
de entidades/projetos, através do seu registo em plataformas eletrónicas
acessíveis através da Internet, a partir das quais se procede à angariação de
investimento provenientes de um ou vários investidores individuais.
Quem regula o crowdfunding?
• A Lei nº 102/2015 de 24 de agosto define o regime jurídico do
crowdfunding, apontando a CMVM como entidade de Supervisão.
• O registo na CMVM tem como função assegurar o controlo dos
requisitos para o exercício da atividade pelas plataformas de
financiamento colaborativo e assegurar o controlo da idoneidade da
gestão dos operadores da plataforma.

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
São modalidades de Crowdfunding (financiamento colaborativo):
• Donativo;
• Recompensa;
• Capital;
• Empréstimo.

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
DONATIVO : pelo qual a entidade financiada recebe um donativo, com ou
sem a entrega de uma contrapartida não pecuniária. Este tipo de
crowdfunding tem sido utilizado por grandes instituições de caridade. Como
o título diz, não há recompensa em troca de uma contribuição, as pessoas
contribuem simplesmente por acreditar na causa e não na expectativa de
receber algo em troca.
Processo:
• Entidade que pretende financiamento cria campanha para arrecadar fundos
para um projeto
• Importante esclarecer porque merece contribuição e o que fará com o
dinheiro
• Estipula meta de arrecadação
• Lança campanha de crowdfunding
• Recomenda-se que sejam oferecidas recompensas pois o sucesso e os valores
69
reunidos tendem a ser maiores.
FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
RECOMPENSA - pelo qual a entidade financiada fica obrigada à prestação
do produto ou serviço financiado, em contrapartida pelo financiamento
obtido. Este é o tipo de crowdfunding mais comum.
Processo:
• A entidade que pretende o financiamento cria uma campanha para arrecadar
fundos para um projeto
• Explica porque merece receber cada contribuição e o que fará com o dinheiro
• Estipula uma meta de arrecadação
• Inclui uma recompensa atrativa que motive os potenciais financiadores
• Lança a campanha de crowdfunding.

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
CAPITAL - pelo qual a entidade financiada remunera o financiamento
obtido através de uma participação no respetivo capital social, distribuição
de dividendos ou partilha de lucros.
Processo:
• A entidade que pretende o financiamento cria uma campanha para arrecadar
fundos para a empresa
• Apresenta a empresa e os planos do seu negócio
• Deixa claro qual será a rendibilidade obtido pelos contribuidores
• Lança a campanha de crowdfunding.

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
EMPRÉSTIMO - através do qual a entidade financiada remunera o
financiamento obtido através do pagamento de juros fixados no momento
da angariação.
Processo:
• A entidade que pretende o financiamento cria uma campanha para arrecadar
fundos para um projeto
• Explica o projeto e como investirá o dinheiro dos contribuidores
• Deixa claro como e quando os contribuidores receberão o seu investimento
• Lança a campanha de crowdfunding.

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
O financiamento é feito através de plataformas digitais online
especializadas em crowdfunding. o processo inicia-se com o registo
(gratuito) numa das plataformas existentes e com a submissão, através do
formulário disponibilizado online, da proposta de projeto a financiar. A
plataforma pode, ou não, aprová-la.
A adesão a uma determinada plataforma de financiamento colaborativo é
realizada por contrato reduzido a escrito, do qual deve constar
• a identificação das partes,
• as modalidades de financiamento colaborativo a utilizar,
• a identificação do projeto ou atividade a financiar
• o montante e prazo da angariação
• os instrumentos financeiros a utilizar para proceder à angariação

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
Os valores devem ser alcançados no prazo estipulado (pode haver uma
pequena margem para desvios).
Se não forem alcançados os objetivos (prazo e montante) os donativos são
devolvidos aos doadores (exceto nos casos em que for expressamente
prevista a possibilidade de alteração de montantes e prazos, e esse facto
tiver sido comunicado aos investidores logo de inicio).
Se forem alcançados (ou ultrapassados) a plataforma fica com uma
comissão que em regra e de 5%.
Os projetos tem de ser obrigatoriamente concretizados e as contrapartidas
contratualizadas devem ser dadas ou disponibilizadas aos doadores.

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO

Vídeo
Crowdfunding em
Portugal

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
Importante:
• Para uma campanha ser bem sucedida é imprescindível que os
promotores a divulguem insistentemente através das suas redes de
contactos e de todos os meios ao seu dispor, para garantir que os
potenciais apoiantes CONHECEM o projeto!

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
Plataformas em Portugal (exemplos):

PPL Crowdfunfing Portugal

CrowdFunding Networks

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FINANCIAMENTO COLABORATIVO (CROWDFUNDING) ENQUANTO
FORMA DE FINANCIAMENTO
Plataformas em Portugal (exemplos):

Boa Boa

Novo Banco Crowdfunding

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IMPACTOS NA ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA
Financiamento via ações Financiamento via obrigações
Aspetos positivos Aspetos positivos
• É uma alternativa ao financiamento • Para empresas de determinada dimensão
bancário em situações económicas adversas e para
• Capitalização e reforço da estrutura maiores maturidades obtenção de
financeira financiamento mais barato
• Ganhos reputacionais resultantes de • Manutenção da estrutura societária
aumento de transparência • Não há partilha de capital (credores).
• Mais valias associadas a rede de Aspetos negativos
contactos, melhor gestão. • O cupão tem que ser suficientemente
Aspetos negativos atrativo para atrair investidores (risco de
• Tipicamente para proprietários iniciais taxa de juro)
perdas na percentagem de capital detido • Empresa tem que garantir o pagamento
• Dependendo do free-float (dispersão) periódico do cupão
perda de algum controlo • Empréstimo tem que ser devolvido na
• Custos de informação e custos de estar maturidade da obrigação (risco de
cotado crédito).
• Exposição a OPAs
• Custo de capital mais elevado. 79
IMPACTOS NA ESTRUTURA DE CAPITAL DA EMPRESA
Financiamento via capital de risco Financiamento via crowdfunding
Aspetos positivos Aspetos positivos
• Não se traduz em endividamento para as • Para montantes pequenos e dependendo
empresas dos projetos pode obter-se financiamento
• Reforço de capitais (mesmo que em condições mais favoráveis do que na
temporários) banca
• Apoio à gestão o que pode refletir-se • No regime de donativo não tem
positivamente no binómio contrapartidas pecuniárias
financiamento/investimento. • No regime de empréstimo o
Aspetos negativos financiamento obtido gera pagamento
• Pode implicar perda de controlo de juros que poderão ser deduzidos em sede
gestão de IRC.
• Investimento a prazo limitado, a Aspetos negativos
remuneração do capital de risco é a mais • Existência de riscos (branqueamento de
valia a obter com alienação da capitais, fraude) que podem colocar em
participação. risco projeto/empresa
• Nível de financiamento pode não ser
alcançado tendo que devolver capital já
captado. 80
FINANCIAMENTO DE MERCADO UMA
ALTERNATIVA DE FINANCIAMENTO
Obrigado

João Coelho
joaocoelho@nerbe.pt
962 387 322

Beja, 5 de Julho de 2017

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