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ADMINISTRAÇÃO DE

CARTEIRAS E GESTÃO DE
RISCO
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
A administração de carteira de valores mobiliários compreende
a gestão profissional de recursos ou valores mobiliários
entregues a pessoa física ou jurídica com autorização para a
compra ou venda de valores mobiliários por conta do
investidor.

O exercício dessa profissão está subordinado à Lei 6.385/76,


que trata da regulamentação do mercado financeiro e da
criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Os administradores de carteiras se responsabilizam pela
gestão dos investimentos dos seus clientes, que lhes
entregam seus recursos com autorização para que decidam
sobre os tipos de ativos financeiros que farão parte da carteira.

O profissional decidirá a composição da carteira considerando


os riscos e as políticas de investimentos pré-definidas em
contratos entre as partes.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Além disso, a administração de carteira de valores mobiliários
só poderá ser exercida por pessoas físicas ou jurídicas
previamente autorizadas pela CVM, conforme normas
estabelecidas em instruções, deliberações ou resoluções
publicadas pela autarquia.

Atualmente, o exercício dessa profissão é regido pela


Resolução CVM No 21.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
O gestor pessoa física, entre outros requisitos, deve ser
graduado em curso superior, ter reputação ilibada, e ser
aprovado em exame de certificação aprovado pela CVM.

Dentre as certificações aceitas pela CVM, a mais usual entre


os brasileiros é obtida através dos programas da Associação
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais (ANBIMA).
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Como a ANBIMA oferece uma gama diversificada de
certificados, é importante mencionar que a CVM exige
especificamente, no Anexo A da Resolução CVM No 21, a:
▪Certificação de Gestores da ANBIMA – CGA;
▪Certificação de Gestores ANBIMA para Fundos Estruturados –
CGE.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
A CGA (Certificação de Gestores ANBIMA) habilita
profissionais a atuar com gestão de recursos de terceiros em
fundos de investimento de renda fixa, ações, cambiais,
multimercados, carteiras administradas e fundos de índice.

Ela é obrigatória para quem ocupa cargos com poder de


decisão de compra e venda dos ativos financeiros que
integram as carteiras de investimento.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
A CGE (Certificação de Gestores ANBIMA para Fundos
Estruturados) habilita profissionais a atuarem como gestor de:
▪Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC);
▪Fundos de Investimento em Participações (FIP);
▪Fundos de Investimento Imobiliários (FII);
▪Fundos de Índice.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
O FIDC é caracterizado pela aplicação do patrimônio do fundo
na aquisição de recebíveis através de operações de
securitização.

O FIP, por sua vez, destina os recursos dos investidores para


a aquisição de cotas ou ações em companhias abertas,
fechadas ou sociedades limitadas em fase de
desenvolvimento.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Nos FII os recursos são utilizados para a aquisição de imóveis
(rurais ou urbanos, construídos ou em construção, comerciais
ou residenciais), bem como para a aquisição de títulos e
valores mobiliários ligados ao setor imobiliário, tais como cotas
de outros FII, Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de
Recebíveis Imobiliários (CRI), etc.

O fundo obterá renda com a locação, venda ou arrendamento


dos imóveis ou ganho de capital na venda dos títulos.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Os Fundos de Índice (Exchange Traded Funds – ETF) adotam
como estratégia de gestão a tentativa de replicar a carteira de
um determinado índice de mercado (índice subjacente).

O índice é um indicador utilizado pelo mercado para


representar o desempenho de um grupo de ativos (ações ou
títulos de renda fixa) cuja metodologia de apuração é
divulgada e pode ser facilmente replicada.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Quando se trata da pessoa jurídica, além de ter sede no Brasil,
é exigido:
▪ter em seu objeto social o exercício de administração de
carteiras de valores mobiliários;
▪atribuir a responsabilidade dessa atividade a um diretor
estatutário registrado na CVM como administrador de
carteiras;
▪constituir e manter recursos humanos e computacionais
adequados ao porte e à área de atuação da pessoa jurídica.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Antes de contratar os serviços de profissionais que atuam no
mercado de capitais, seja consultores, analistas, agentes
autônomos ou administradores de carteiras, o investidor deve
sempre verificar se o profissional é autorizado a exercer a sua
atividade.

Essa consulta é especialmente importante nos casos dos


profissionais que oferecem serviços pela internet.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Atualmente, é muito comum o uso das redes sociais e de
outros meios eletrônicos de amplo alcance para a divulgação e
a realização de ofertas de serviços disfarçadas de cursos,
apresentações e outras iniciativas educacionais.

Se isso for realizado por pessoas ou instituições não


autorizadas pela CVM, caracteriza-se o exercício irregular da
atividade e isso gera riscos adicionais ao investidor.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Nesse caso, o investidor pode realizar consulta, reclamação
ou denúncia à CVM, pelos canais de atendimento disponíveis
no website da autarquia.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
As consultas podem ser realizadas através do endereço:
sistemas.cvm.gov.br
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
A consulta aos administradores de carteiras registrados na
CVM é feita diretamente no Cadastro Geral de Regulados.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Na tela de consulta, basta informar o nome ou razão social do
profissional ou da empresa, ou ainda o CNPJ ou CPF.

A consulta pode ser feita também pelo tipo de participante:


administrador, agente, analista, fundos etc. Desta forma, o
investidor consegue averiguar se o registro do profissional na
CVM está ativo, suspenso ou cancelado.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
É importante mencionar que os fundos de investimento em
geral, tais como os fundos de ações, de renda fixa, cambiais e
multimercados, são regulados pela Instrução CVM No 555.

Os fundos de investimento são recomendados para aqueles


que ainda não possuem o conhecimento necessário ou que
não dispõem de tempo para se dedicar à montagem de sua
própria carteira de investimentos.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Desta forma, as decisões financeiras mais complexas dão
lugar apenas à análise da idoneidade do administrador e da
adequação do objetivo do fundo ao perfil do investidor.

Convém lembrar, entretanto, que o investimento em cotas de


fundos de investimento não conta com a garantia do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC) ou de qualquer outro
mecanismo de proteção.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Todavia, o administrador do fundo e os terceiros contratados
respondem solidariamente por eventuais prejuízos causados
aos cotistas em virtude de condutas contrárias à lei, ao
regulamento ou aos atos normativos expedidos pela CVM.

A liberdade de atuação do administrador ou gestor do fundo


fica condicionada aos limites definidos pela regulamentação.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Por exemplo, os regulamentos definem os limites de
concentração, a fim de mitigar riscos relacionados ao excesso
de concentração dos investimentos em uma mesma
modalidade de ativo ou de um mesmo emissor.

Além disso, os fundos, quando constituídos, recebem uma


classificação que transmitem uma noção de quais ativos
financeiros podem fazer parte de sua carteira de investimento.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Ademais, os procedimentos específicos de aplicação e resgate
dependem de o fundo ser aberto ou fechado.

Nos fundos abertos, a aplicação e o resgate são geralmente


feitos diretamente com o administrador, ou, quando o caso,
nas instituições distribuidoras, normalmente bancos ou
corretoras.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
A cada aporte de recursos é feita emissão de novas cotas e o
valor da cota a ser considerado para a aplicação é o do dia ou
o da data seguinte, conforme o que dispuser o regulamento.

Além disso, os cotistas podem solicitar o resgate de suas


cotas a qualquer tempo e, no prazo estabelecido em
regulamento, o administrador deve providenciar o pagamento
ao cotista e o cancelamento das cotas.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
A respeito de resgate, é importante saber que:
(a) o regulamento poderá estabelecer prazo de carência;
(b) o administrador, em casos excepcionais, poderá declarar o
fechamento do fundo para realização de resgate;
(c) caso o prazo para pagamento do resgate seja
ultrapassado, o administrador do fundo deverá pagar o resgate
com um acréscimo de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) por
dia de atraso.
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Nos fundos fechados as cotas são emitidas por oferta pública
no mercado primário. Nesse processo, a instituição
administradora oferta as cotas do fundo aos investidores por
intermédio de instituições distribuidoras.

Ao fim do prazo da oferta pública, não são admitidos novos


cotistas nem novos investimentos pelos antigos cotistas
(embora possam ser abertas novas fases de investimento,
conhecidas no mercado como “rodadas de investimento”).
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Ademais, nos fundos fechados, não é admitido o resgate de
cotas por decisão do cotista, os que quiserem se desfazer das
cotas antes do prazo de encerramento do fundo têm que
vendê-las a terceiros.

Devido a essa característica, e como forma de prover liquidez


aos cotistas, as cotas podem ser negociadas em mercados
organizados (modalidade balcão da B3).
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRAS
Essas regras, de forma geral, ajudam os investidores a
compreender (a) a composição da carteira dos fundos de
investimento, (b) o nível de risco assumido pelos fundos e (c) a
expectativa de retorno.

Estar atento a essas regras é fundamental para a análise e


tomada de decisão quanto a realização de um investimento
direto (gestão pessoal) ou em fundos (gestão profissional).

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