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AULA 10

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS – BANCO DO BRASIL


PROFESSOR CÉSAR FRADE

Olá pessoal!

Estamos aqui para a nossa primeira aula da parte de Produtos.

Nesta aula, trataremos basicamente dos Fundos de Investimentos.

As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para:


cesar.frade@pontodosconcursos.com.br.

Prof. César Frade


FEVEREIRO/2012

Prof. César de Oliveira Frade www.pontodosconcursos.com.br 1


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47. FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Os Fundos de Investimentos são normatizados pela Comissão de Valores


Mobiliários por meio de suas Instruções.

O Normativo padronizado para Fundos de Investimento é a Instrução 4091 e


suas modificações posteriores. No entanto, existem fundos específicos, com
características específicas que são normatizados por outro instrumento.

A regra é idêntica às leis. No Direito, temos uma Lei geral que define
determinado assunto. Se houver uma Lei específica que trata daquele mesmo
assunto, não há a necessidade de se revogar a Lei geral, mas para esse
assunto em questão deverá ser observada a Lei específica. Aqui funciona da
mesma forma. Há um instrumento geral para os Fundos de Investimento e
estes deverão ser observados. No entanto, quando houver algum instrumento
específico para algum tipo especial de fundo, este deverá ser considerado na
tratativa daquele instrumento, sobrepondo ao instrumento geral naquilo que
for diferente.

A Instrução CVM 409, de início, define o que é um fundo de investimento. Veja


a definição abaixo:

“Art. 2º - O fundo de investimento é uma comunhão de recursos,


constituída sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em
títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos
disponíveis no mercado financeiro e de capitais, observadas as
disposições desta Instrução.”

Podemos dizer que um fundo de investimento é uma empresa (possui um CNPJ


próprio) de propriedade de seus cotistas e administrada, em geral, por uma
instituição financeira ou corretora ou distribuidora. As pessoas entregam seus
recursos para que um administrador efetue as aplicações, sempre obedecendo
aquilo que o Regulamento do Fundo determina. Portanto, é importante frisar
que os ativos adquiridos pelo Fundo com recurso dos cotistas são de

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Nesta aula, apresentarei a Instrução 409. Todos os outros tipos, quando apresentados, serão por meio da solução de
exercícios. Seriam muitas normas e mais iria confundir e atrapalhar do que ajudar. Portanto, nas normas que os
examinadores já tiverem cobrado em prova com algum exercício, irei resolvê-la citando o normativo.
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propriedade do próprio Fundo e a Instituição Financeira somente faz a
administração.

Logo, se a instituição financeira vier a falir, os ativos do Fundo não devem


fazer parte daqueles bens que serão vendidos para pagar os eventuais
prejuízos.

Sempre digo em sala, o seguinte. Imagine que você tenha um apartamento e


que deseja alugá-lo. Você poderá entregá-lo a uma corretora de imóveis, uma
imobiliária e esta receberá o aluguel e vai te repassar. Se por acaso, essa
imobiliária falir, seu apartamento será devolvido a você.

De forma análoga, funciona o fundo. Se a instituição que administra o fundo


quebrar, o fundo será retirado daquela instituição (com todos os seus ativos) e
entregue a outra instituição para que essa segunda faça a administração dos
ativos.

Exatamente por isso que os ativos de um fundo de investimento NÃO são


protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC.

Existem vários fundos que possuem regulamentação específica própria. São


eles:

• Fundos de Investimento em Participações;


• Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em
Participações;
• Fundos de Investimento em Direitos Creditórios;
• Fundos de Investimento em Direitos Creditórios no Âmbito do Programa
de Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social;
• Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em
Direitos Creditórios;
• Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional;
• Fundos Mútuos de Privatização – FGTS;
• Fundos Mútuos de Privatização – FGTS – Carteira Livre;
• Fundos de Investimento em Empresas Emergentes;
• Fundos de Índice, com Cotas Negociáveis em Bolsa de Valores ou
Mercado de Balcão Organizado;

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• Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes - Capital
Estrangeiro;
• Fundos de Conversão;
• Fundos de Investimento Imobiliário;
• Fundo de Privatização - Capital Estrangeiro;
• Fundos Mútuos de Ações Incentivadas; e
• Fundos de Investimento Cultural e Artístico.

Desses fundos que possuem regulamentação específica, quatro se destacam


pois possuem uma captação bastante significativa nos últimos períodos. São
eles: Fundos de Investimento em Participações; Fundos de Investimento em
Cotas de Fundos de Investimento em Participações; Fundos de Investimento
em Direitos Creditórios; e Fundos de Investimento Imobiliário.

A denominação que as instituições podem dar a um Fundo de Investimento é


normatizada pela CVM. Quando uma instituição financeira cria um fundo, ele
recebe um nome. Parte deste nome é obrigatório e parte é nome fantasia.

Por exemplo, o Banco do Brasil tem o BB Renda Fixa LP 50 mil. Uma parcela
desta nomenclatura é obrigatória e informa como o fundo é classificado em
relação à composição de seu patrimônio.

Ou seja, esse é um Fundo de Renda Fixa. Outra parcela da nomenclatura é


optativa e diz que esse é um fundo LP, ou seja, um fundo de Longo Prazo. Essa
classificação mostra que o fundo tem um tratamento tributário de longo prazo,
ou seja, a tributação é feita por alíquota decrescente que varia de 22,5% a
15% conforme o prazo em que o recurso fica aplicado.

Se o fundo for de Curto Prazo, ele teá uma alíquota fixa de 20% de Imposto de
Renda, mas também terá um prazo médio menor e, portanto, será menos
arriscado.

Além disto, a instituição pode inventar qualquer outra nomenclatura para o


Fundo. Esta parte seria o nome fantasia do Fundo. No entanto, nenhuma
informação que seja passada nesta nomenclatura poderá ser falsa. Essas são
as regras básicas acerca da nomenclatura, conforme disposto na Instrução
CVM 409.

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Observe trechos importantes da Instrução CVM 409 acerca desse assunto:

“Art. 4° - Da denominação do fundo constará a expressão "Fundo de


Investimento", acrescida da referência à classe de fundo, segundo a
classificação estabelecida na seção II do Capítulo VIII.

§ 1º À denominação do fundo não poderão ser acrescidos termos ou


expressões que induzam interpretação indevida quanto a seus
objetivos, sua política de investimento, ou seu público alvo.

§ 2º Poderão ser acrescidas à denominação do fundo, expressões que


indiquem o eventual tratamento tributário específico a que estejam
sujeitos o fundo ou seus cotistas.

Art. 922 - Os fundos de investimento e os fundos de investimento em


cotas, conforme a composição de seu patrimônio, classificam-se em:
• Fundo de Curto Prazo;
• Fundo Referenciado;
• Fundo de Renda Fixa;
• Fundo de Ações;
• Fundo Cambial;
• Fundo de Dívida Externa; e
• Fundo Multimercado.

Parágrafo único. Os fundos classificados como "Referenciado", "Renda


Fixa", "Cambial", "Dívida Externa" e "Multimercado" poderão ser
adicionalmente classificados como "Longo Prazo" quando o prazo
médio de sua carteira supere 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias
e seja composta por títulos privados ou públicos federais, pré-fixados
ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, a índices de
preço ou à variação cambial, ou, ainda, por operações
compromissadas lastreadas nos títulos públicos federais referidos
neste parágrafo, sempre observado o disposto no § 3º do art. 91.

Art. 93 - Os fundos classificados como "Curto Prazo" deverão aplicar


seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou privados

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Esse é o artigo da seção II do Capítulo VIII que o artigo 4º cita.
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pré-fixados ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou
títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a decorrer
de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira
do fundo inferior a 60 (sessenta) dias, sendo permitida a utilização de
derivativos somente para proteção da carteira e a realização de
operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.”

Os fundos podem ser divididos em duas grandes classes: fundo abertos e


fundos fechados.

Os fundos abertos são aqueles em que os seus cotistas podem solicitar o


resgate dos recursos aportados a qualquer momento. Em geral, quando
aplicamos nos Bancos estamos acostumados com esse tipo de fundo, um fundo
no qual podemos solicitar o resgate dos recursos e a instituição efetua
prontamente.

Por outro lado, os fundos fechados são aqueles em que os cotistas só podem
resgatar os recursos quando houver o fim do fundo. Explico melhor. Existem
fundos que são, por exemplo, destinados para a compra/construção de
imóveis. Como sabemos, imóveis são bens bem menos líquidos do que os
títulos, ações, valores mobiliários em geral. Dessa forma, os fundos
imobiliários são fundos fechados. Quando ele se inicia, os investidores são
convidados a aportar recursos, a comprar cotas. No entanto, como esses
recursos são colocados em bens bastante ilíquidos, os investidores só podem
sacar os seus recursos no fim deste fundo, que pode ter 5 anos, 7 anos e este
prazo deve ser determinado em regulamento.

Vocês devem estar querendo saber se alguém que coloca dinheiro em um


fundo fechado é obrigado a ficar com os recursos durante todo esse período. A
resposta é, talvez. Esses fundos podem ser listados na Bolsa de Valores como
as ações e, caso sejam, os investidores podem aliená-los de forma análoga
como fazem com as ações. As cotas dos fundos são vendidas, negociadas na
Bolsa.

Qual a vantagem?? Nos fundos de investimento imobiliário – FII, por exemplo,


não há pagamento de imposto de renda pessoa física para os rendimentos.

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Existem vários tipos de fundos fechados. Alguns fundos são obrigatoriamente
fechados, mas em outros, cabe à instituição administradora definir, no
Regulamento, qual a característica do fundo.

É importante observar que enquanto é lícita a alienação de um fundo fechado,


exatamente pelo fato de não poder haver o saque, não pode existir alienação
de fundo aberto. Na verdade, o fundo aberto deverá ter o saque do recurso
efetuado.

Veja o que a Instrução 409 diz a respeito desse assunto:

“Art. 5º - O fundo pode ser constituído sob a forma de condomínio


aberto, em que os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a
qualquer tempo, ou fechado, em que as cotas somente são
resgatadas ao término do prazo de duração do fundo.

Art. 12 - A cota de fundo aberto não pode ser objeto de cessão ou


transferência, salvo por decisão judicial, execução de garantia ou
sucessão universal.

§ 1º A cota de fundo fechado pode ser transferida, mediante termo


de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário,
ou através de bolsa de valores ou entidade de balcão organizado em
que as cotas do fundo sejam admitidas à negociação.

§ 2º A transferência de titularidade das cotas de fundo fechado fica


condicionada à verificação pelo administrador do atendimento das
formalidades estabelecidas no regulamento e na presente Instrução.”

Um fundo, antes de funcionar, deverá ser registrado na CVM. Ou seja, deverá


ocorrer o registro prévio do fundo, PRÉVIO. No entanto, o simples fato de
enviar os documentos solicitando a autorização para funcionamento do fundo,
faz com que a autorização seja concedida.

“Art. 7º - O funcionamento do fundo depende do prévio registro


na CVM, o qual será procedido através do envio, pelo administrador,
dos documentos previstos no art. 8º, através do Sistema de Envio de
Documentos disponível na página da CVM na rede mundial de
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computadores, e considerar-se-á automaticamente concedido na data
constante do respectivo protocolo de envio. (grifo meu)

Art. 8º - O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes


documentos e informações:
• regulamento do fundo, elaborado de acordo com as disposições
desta Instrução;
• os dados relativos ao registro do regulamento em cartório de
títulos e documentos;
• prospecto, elaborado em conformidade com disposto na Seção
V, Capítulo III, ressalvado o disposto nos art. 110, inciso II;
• declaração do administrador do fundo de que firmou os
contratos mencionados no art. 57, se for o caso, e de que os
mesmos se encontram à disposição da CVM;
• nome do auditor independente;
• inscrição do fundo no CNPJ; e
• formulário padronizado com as informações básicas do fundo,
conforme modelo disponível na página da CVM na rede mundial
de computadores, devidamente preenchido.”

A CVM cancelará o registro dos fundos abertos que, após 90 dias de sua
abertura, mantiverem o patrimônio líquido médio diário inferior a
R$300.000,00 pelo prazo de 90 dias consecutivos.

A CVM cancelará o registro dos fundos fechados quando não for subscrito o
número mínimo de cotas representativas do seu patrimônio inicial, no prazo de
180 (cento e oitenta) dias. Nesse caso específico dos fundos fechados, se a
CVM receber uma solicitação fundamentada poderá prorrogar o registro do
fundo, uma única vez e por prazo não superior a 180 dias.

O valor das cotas será dado pelo patrimônio líquido do fundo dividido pelo
número de cotas. A precificação dos ativos será feita com base nos preços de
fechamento. Entretanto, a regra diz que não há a necessidade de marcar a
mercado os ativos, podendo, portanto, carregá-los pela curva.

Calma, calma, calma, não vá ao fórum me perguntar...vou explicar o que é


isso...

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Marcar a mercado um ativo é precificá-lo por seu preço verdadeiro. Ou seja,
verificar qual foi o preço de fechamento e dizer que aquele valor é o preço do
ativo para calcular o patrimônio líquido.

Carregar pela curva seria, por exemplo, comprar um título que paga uma taxa
de 12% ao ano e que vence daqui 800 dias. Logo, se você ficar com esse título
por todo o tempo receberá o equivalente a 12% ao ano por 800 dias. Mas se
você negociá-lo antes do prazo poderá ganhar mais do que 12% se a taxa de
juros desse título cair e menos de 12% se subir. Portanto, quando carregamos
pela curva estamos dando como preço do título amanhã, o preço dele hoje
mais o proporcional de 12% ao ano para um dia.

Outro fato importante é que se o fundo passar a ter um patrimônio líquido


negativo, os cotistas deverão responder por essa perda. Ou seja, se você
aplicar seus recursos em um fundo e esse fundo efetuar aplicações erradas e
for necessário o aporte de recursos para saldar os prejuízos, você pode ser
chamado a integralizar mais recursos. No entanto, isso somente é possível se o
administrador e o gestor tiverem cumprido a política de investimentos e a
política de concentração que consta no regulamento do fundo.

Sobre a precificação das cotas a Instrução diz:

“Art. 10 - As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu


patrimônio, e serão escriturais e nominativas.

§ 1º O valor da cota do dia é resultante da divisão do valor do


patrimônio líquido pelo número de cotas do fundo, apurados, ambos,
no encerramento do dia, assim entendido, para os efeitos desta
Instrução, o horário de fechamento dos mercados em que o fundo
atue.

§ 2º As cotas do fundo conferirão iguais direitos e obrigações aos


cotistas.”

O regulamento do fundo pode prever um prazo de carência para resgate, com


ou sem rendimento. Em geral, tal fato ocorre em fundos que possuem
estratégias bem definidas e que necessitam de um tempo para escolher o

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melhor momento para desfazer a estratégia. Por exemplo, um fundo pode
solicitar que o saque seja programado com 30, 60 e 903 dias de antecedência.

O administrador de um fundo pode, a qualquer momento, suspender novas


aplicações dos clientes. Isso, em geral, ocorre quando o fundo tem uma
estratégia e que o grande volume de aplicações pode dificultar a manutenção
desta com os ganhos obtidos. Logo, o administrador passa a não aceitar novos
recursos, nem dos cotistas existentes nem de possíveis novos cotistas. O
assunto é tratado da seguinte forma na Instrução CVM 409:

“Art. 17 - É facultado ao administrador suspender, a qualquer


momento, novas aplicações no fundo, desde que tal suspensão se
aplique indistintamente a novos investidores e cotistas atuais.

§ 1º A suspensão do recebimento de novas aplicações em um dia não


impede a reabertura posterior do fundo para aplicações.

§ 2º O administrador deve comunicar imediatamente aos


intermediários sobre a eventual existência de fundos que não estejam
admitindo captação.

§ 3º O fundo deve permanecer fechado para aplicações enquanto


perdurar o período de suspensão de resgates.”

Com relação a subscrição e distribuição de cotas, a Instrução informa:

“Art. 19 - A distribuição de cotas de fundo aberto independe de


prévio registro na CVM e será realizada por instituições
intermediárias integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários. (grifo meu)

Art. 20 - A distribuição de cotas de fundo fechado depende de


prévio registro na CVM, na forma da Seção II deste Capítulo, e
somente poderá ser realizada por instituições integrantes do sistema
de distribuição de valores mobiliários. (grifo meu)

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Eu, particularmente, já vi esses prazos de carência para fundos. No entanto, a Instrução diz que pode haver carência
mas não define prazo nem máximo nem mínimo para a carência.
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Art. 39 - O prospecto deve conter todas as informações relevantes
para o investidor relativas à política de investimento do fundo e aos
riscos envolvidos.

§ 1º O prospecto atualizado deve estar à disposição dos investidores


potenciais durante o período de distribuição, nos locais em que esta
for realizada, em número suficiente de exemplares.

§ 2º O administrador do fundo deverá encaminhar à CVM, em meio


eletrônico através do Sistema de Envio de Documentos disponível na
página da CVM na rede mundial de computadores, no prazo de 1
(um) dia útil, quaisquer alterações realizadas no prospecto, as quais
serão colocadas à disposição para consulta pública.”

A respeito do Regulamento do Fundo, alguns itens são obrigatórios. São eles:

“Art. 41 - O regulamento deve, obrigatoriamente, dispor sobre:


• qualificação do administrador do fundo;
• quando for o caso, referência à qualificação do gestor da
carteira do fundo;
• qualificação do custodiante;
• espécie do fundo, se aberto ou fechado;
• prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
• política de investimento, de forma a caracterizar a classe do
fundo;
• taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do
patrimônio líquido (base 252 dias);
• taxa de performance, de ingresso e de saída;
• demais despesas do fundo;
• condições para a aplicação e o resgate de cotas;
• distribuição de resultados;
• público alvo;
• referência ao estabelecimento de intervalo para a atualização
do valor da cota, quando for o caso;
• exercício social do fundo;
• política de divulgação de informações a interessados, inclusive
as relativas à composição de carteira;

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• política relativa ao exercício de direito do voto do fundo, pelo
administrador ou por seus representantes legalmente
constituídos, em assembléias gerais das companhias nas quais
o fundo detenha participação; e
• informação sobre a tributação aplicável ao fundo e a seus
cotistas.”

Cabe ressaltar ainda que os Fundos deverão ter Assembléia Geral que será
convocada pelo Administrador, com no mínimo, dez dias de antecedência e
cada investidor terá o número de votos idêntico ao número das cotas que
possui.

O Administrador deve contratar obrigatoriamente uma auditoria independente


para auditor o fundo de investimento e além disso, terá o direito de efetuar
outras contratações que julgue necessárias. Quando uma instituição efetua a
compra de ativos financeiros para seus fundos, em geral, eles colocam os
recursos em um fundo e os fundos que nós temos acesso compram desse
fundo. Em geral, é assim que funciona. Entretanto, a regra determina que haja
uma identificação precisa do fundo que está adquirindo o ativo.

O Regulamento do Fundo deverá estabelecer a taxa de administração a ser


cobrada e o valor da taxa de performance, caso exista. Duas explicações são
importantes nesse caso. A taxa de administração deverá incidir sobre o
principal e rendimento e, não apenas sobre o rendimento como a grande
maioria pensa.

Sobre a Administração do Fundo, a Instrução dispõe que:

“Art. 56 - A administração do fundo compreende o conjunto de


serviços relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à
manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo próprio
administrador ou por terceiros por ele contratados, por escrito, em
nome do fundo.

§ 1º Além do serviço obrigatório de auditoria independente (art. 84),


o administrador poderá contratar, em nome do fundo, com terceiros
devidamente habilitados e autorizados, os seguintes serviços, com a
exclusão de quaisquer outros não listados:
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• a gestão da carteira do fundo;


• a consultoria de investimentos;
• as atividades de tesouraria, de controle e processamento dos
títulos e valores mobiliários;
• a distribuição de cotas;
• a escrituração da emissão e resgate de cotas;
• custódia de títulos e valores mobiliários e demais ativos
financeiros; e
• classificação de risco por agência especializada constituída no
País.

Art. 60 - As ordens de compra e venda de títulos e valores mobiliários


e outros ativos disponíveis no âmbito do mercado financeiro e de
capitais devem sempre ser expedidas com a identificação precisa do
fundo de investimento em nome do qual elas devem ser executadas.

Parágrafo único. Quando uma mesma pessoa jurídica administrar


diversos fundos, será admitido o grupamento de ordens, desde que o
administrador tenha implantado sistema que possibilite o rateio,
entre os fundos, das compras e vendas feitas, através de critérios
eqüitativos e preestabelecidos, devendo o registro de tal repartição
ser mantido à disposição da CVM pelo período mínimo de 5 (cinco)
anos.

Art. 61 - O regulamento deve dispor sobre a taxa de administração,


que remunerará todos os serviços indicados nos incisos I a V do § 1º
do art. 56, podendo haver remuneração baseada no resultado do
fundo (taxa de performance) nos termos desta Instrução, bem como
taxa de ingresso e saída.”

A taxa de performance é uma remuneração adicional que o administrador


poderá ter direito caso venha a obter uma rentabilidade acima de um patamar
previamente estabelecido. Suponha que uma empresa administre um fundo de
ações. Se a rentabilidade superar o rendimento do IBOVESPA, o administrador
poderá auferir parte do lucro que supera o IBOVESPA. Essa parcela que ele irá
cobrar é a taxa de performance. Imagine que o IBOVESPA tenha rendido 10%
em um período e que o fundo tenha rendido 14% nesse mesmo período. Se a
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taxa de performance for de 25%, caberá ao administrador receber 1% do
patrimônio líquido do fundo. Com relação à taxa de performance, a Instrução
dispõe que:

“Art. 62 - O regulamento poderá estabelecer a cobrança da taxa de


performance, ressalvada a vedação de que tratam os arts. 93, 94 e
95.

§ 1º A cobrança da taxa de performance deve atender aos seguintes


critérios:
• vinculação a um parâmetro de referência compatível com a
política de investimento do fundo e com os títulos que
efetivamente a componham;
• vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais
inferiores a 100% do parâmetro de referência;
• cobrança por período, no mínimo, semestral; e
• cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa
de administração.

§ 2º Ressalvado o disposto no parágrafo 4º deste artigo, é vedada a


cobrança de taxa de performance quando o valor da cota do fundo for
inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada.

§ 3º É permitida a cobrança de ajuste sobre a performance individual


do cotista que aplicar recursos no fundo posteriormente à data da
última cobrança, exclusivamente nos casos em que o valor da cota
adquirida for inferior ao valor da mesma na data da última cobrança
de performance efetuada.

§ 4º Os fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados


podem cobrar taxa de performance de acordo com o que dispuser o
seu regulamento, estando dispensados de observar o disposto neste
artigo.”

Com relação à administração, a Instrução determina:

Art. 66 - O administrador e o gestor da carteira do fundo devem ser


substituídos nas hipóteses de:
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• descredenciamento para o exercício da atividade de administração
de carteira, por decisão da CVM;
• renúncia; ou
• destituição, por deliberação da assembléia geral.”

A CVM obriga que os administradores enviem para a sua base de dados,


diariamente, o valor da quota do fundo em até dois dias úteis depois. Além
disso, até o dia dez do mês subseqüente, o administrador deverá enviar os
dados de toda a sua carteira. No entanto, esses dados serão mantidos em
segredo no site da Instituição, pelo prazo de 90 dias. Tal fato é importante
com o intuito de manter segredo sobre a estratégia utilizada pelo
administrador.

A respeito da divulgação dos dados do fundo, a Instrução CVM determina:

“Art. 68 - O administrador do fundo está obrigado a:


divulgar, diariamente, o valor da cota e do patrimônio líquido do
fundo aberto;
• remeter mensalmente aos cotistas extrato de conta contendo:
• nome do fundo e o número de seu registro no CNPJ;
• nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;
• nome do cotista;
• saldo e valor das cotas no início e no final do período e a
movimentação ocorrida ao longo do mesmo;
• rentabilidade do fundo auferida entre o último dia útil do mês
anterior e o última dia útil do mês de referência do extrato;
• data de emissão do extrato da conta; e
• o telefone, o correio eletrônico e o endereço para
correspondência.
• disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à
composição da carteira, no mínimo nos termos do art. 71 no
tocante a peridiocidade, prazo e teor das informações, de forma
equânime entre todos os cotistas.

Art. 71 - O administrador deve remeter, através do Sistema de Envio


de Documentos disponível na página da CVM na rede mundial de
computadores, os seguintes documentos, conforme modelos
disponíveis na referida página:
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• informe diário, no prazo de 2 (dois) dias úteis;
• mensalmente, até 10 (dez) dias após o encerramento do mês a
que se referirem:
• balancete;
• demonstrativo da composição e diversificação de carteira; e
• perfil mensal.
• anualmente, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir do
encerramento do exercício a que se referirem, as demonstrações
contábeis acompanhadas do parecer do auditor independente.
• formulário padronizado com as informações básicas do fundo,
sempre que houver alteração do regulamento, no prazo de 15
(quinze) dias, contados da assembléia que deliberar a alteração.

§ 1º O prazo de retificação das informações é de 3 (três) dias úteis,


contados do fim do prazo estabelecido para a apresentação dos
documentos.”

A Instrução 409 tenta separar aqueles investidores que possuem algum tipo de
entendimento maior sobre o mercado. É claro que isso não é algo simples,
criar uma regra, em poucas linhas, que consegue separar aqueles que
entendem daqueles que não entendem sobre o mercado.

Isso é importante porque dessa forma, os administradores conseguem criar


fundos mais arriscados e que serão “comprados” apenas por investidores que
possuem algum tipo de compreensão maior do mercado e tal fato poderá dar
uma maior estabilidade ao fundo, principalmente em momentos de queda no
mercado.

Entretanto, a CVM definiu que são considerados qualificados os investidores


que tiverem mais de R$300.000,00 aplicados e que se declararem qualificados.
É óbvio que o fato de a pessoa ter mais do que esse valor em recursos no
mercado não faz com que ela tenha compreensão do mesmo e nem que as
pessoas que não possuam não entendam do mercado. Mas essa foi a regra
utilizada para tentar fazer esse tipo de separação entre os investidores.

Sobre investidores qualificados, a Instrução informa:

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“Art. 108 - Pode ser constituído fundo de investimento destinado,
exclusivamente, a investidores qualificados.

Art. 109 - Para efeito do disposto no artigo anterior, são considerados


investidores qualificados:
• instituições financeiras;
• companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
• entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
• pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros
em valor superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) e que,
adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo I;
• fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores
qualificados; e
• administradores de carteira e consultores de valores mobiliários
autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios.

§ 1º Poderão ser admitidos, como cotistas de um fundo para


investidores qualificados, os empregados e/ou sócios das instituições
administradoras ou gestoras deste fundo, expressamente autorizados
pelo diretor responsável da instituição perante a CVM.

§ 2º É permitida a permanência, em fundos para investidores


qualificados, de cotistas que não se enquadrem nos incisos deste
artigo, desde que tais cotistas tenham ingressado até a data de
vigência desta Instrução e em concordância com os critérios de
admissão e permanência anteriormente vigentes.

§ 3º Os requisitos a que se refere o "caput" deverão ser verificados,


pelo administrador ou pelo intermediário, no ato de cada aplicação
em fundo de investimento de que o investidor não seja cotista, sendo
certo que a perda da condição de investidor qualificado não implica a
exclusão do cotista do fundo de investimentos.”

Existem fundos de investimentos que são feitos com o intuito de adquirir cotas
de outros fundos. Esses fundos possuem algumas poucas regras adicionais e
são chamados de Fundo de Investimento em cotas de Fundos de
Investimentos.
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Sobre os Fundos de Investimento em cotas de Fundos de Investimentos,


dispõe que:

“Art. 112 - O fundo de investimento em cotas de fundos de


investimento deverá manter, no mínimo, 95% (noventa e cinco por
cento) de seu patrimônio investido em cotas de fundos de
investimento de uma mesma classe, exceto os fundos de
investimento em cotas classificados como "Multimercado", que podem
investir em cotas de fundos de classes distintas.

§ 1º Os restantes 5% (cinco por cento) do patrimônio do fundo


poderão ser mantidos em depósitos à vista ou aplicados em:
• títulos públicos federais;
• títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
• operações compromissadas, de acordo com a regulação específica
do Conselho Monetário Nacional - CMN.

§ 2º Deverá constar da denominação do fundo a expressão "Fundo de


Investimento em Cotas de Fundos de Investimento" acrescida da
classe dos fundos investidos de acordo com regulamentação
específica.

§ 3º Os percentuais referidos neste artigo deverão ser cumpridos


diariamente, com base no patrimônio líquido do fundo do dia
imediatamente anterior.”

Há um especial interesse sobre os fundos, principalmente se você puder definir


qual o investimento que determinado fundo possuirá e isso se deve a aspectos
tributários.

Sempre que você efetuar um investimento e precisar trocar esse investimento


ou sacar seus recursos, você deverá pagar o imposto. Para isto serve um
Fundo Exclusivo. Se você compra uma ação da VALE e no dia seguinte ela sobe
e você deseja trocar essas ações por ações da PETROBRÁS, você deverá
vender as ações da VALE e comprar as ações da PETROBRÁS. Caso esteja
operando por conta própria, será apurado o lucro e cobrado um imposto de
15% sobre o lucro. Se essa operação ocorrer dentro de um Fundo qualquer, a
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mesma pessoa não precisará pagar o imposto pois não foi efetuada a retirada,
o saque do fundo. Para isso, pessoas mais abastadas costumam construir
Fundos Exclusivos pois podem definir os critérios de aplicação dos recursos.

Sobre Fundos Exclusivos, a Instrução CVM 409, determina:

“Art. 116 - Os fundos classificados como "Exclusivos" são aqueles


constituídos para receber aplicações exclusivamente de um único
cotista.

§ 1º Somente investidores qualificados poderão ser cotistas de


fundos exclusivos.

§ 2º Os fundos classificados como "Previdenciários" são os fundos


exclusivos constituídos para receber aplicações exclusivamente de
Fundos de Investimentos e Fundos de Aposentadoria Programada
Individual – FAPI, planos de previdência complementar aberta, de
seguros de vida com cobertura por sobrevivência e de entidades
fechadas de previdência privada.”

48. Clubes de Investimento

O Clube de Investimento é um condomínio formado por pessoas físicas4 com


o objetivo de aplicar seus recursos em títulos e valores mobiliários. Devem
estar vinculados a um Banco de Investimento, Corretora ou Distribuidora.
Estes agentes serão os administradores do Clube.

O Clube de Investimento possui CNPJ próprio, tem em sua nomenclatura,


obrigatoriamente, o termo “Clube de Investimento”, deverá registrar na Bolsa
de Valores, previamente, seu estatuto por meio da instituição a que estiver
vinculado.

Há a possibilidade de se aplicar no mercado de Derivativos utilizando-se de um


Clube de Investimento. No entanto, existem restrições para essas aplicações.

4
Pessoas jurídicas não podem participar de Clubes de Investimento.
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A vantagem de se aplicar em um Clube de Investimento é,
preponderantemente, tributária.

Quando você efetua uma aplicação direta na Bolsa, se houver uma alienação
mensal superior a R$ 20.000,00 no mercado de ações ou de qualquer valor no
mercado de derivativos, deverão ser apurados os lucros obtidos e pago um
Imposto de Renda com alíquota de 15% sobre o lucro. Se for utilizado um
Clube de Investimentos, o pagamento do Imposto de Renda ocorrerá apenas
no saque dos recursos.

Sendo assim, seu gestor 5 poderá realocar as aplicações nos mais diferentes
ativos sem que haja um pagamento de imposto sobre o lucro obtido na
operação anterior.

Se você abrir uma conta em uma corretora e comprar ações da VALE5 por R$
40,00 e, posteriormente, vendê-las por R$ 49,90 poderá ter que pagar
imposto. Poderá porque se o valor arrecadado com as vendas das ações,
naquele mês, for inferior a R$ 20.000,00, não será devido nenhum imposto a
menos que sejam operações Day-trade6. Se o valor superar R$ 20.000,00 será
paga a alíquota de 15% sobre o lucro total.

Caso a mesma operação seja veiculada em um Clube de Investimento, o


gestor poderá vender as ações da VALE5 com lucro e, posteriormente, comprar
qualquer outro ativo sem que seja necessário efetuar o pagamento de Imposto
de Renda. Essa pagamento será feito apenas quando algum dos cotistas
solicitar o resgate de suas cotas e na alíquota de 15% sobre o lucro obtido
desde que efetuou o aporte de recursos.

Eram admitidas até 150 pessoas em um Clube de Investimento. No entanto,


como esses veículos possuem regras bem mais simples e baratas do que os
Fundos de Investimento, vários administradores estavam montando seus
Clubes, sendo seus gestores e alienando cotas. Com isso, a CVM optou por
reduzir esse número para, no máximo, 50 pessoas. Entretanto, se um Clube de
Investimento for integrado exclusivamente por empregados ou servidores de
uma mesma empresa, não precisará observar o limite máximo de 50 cotistas.
5
Gestor de um Clube é, geralmente, um dos cotista e é a pessoa responsável por dar as ordens de compra e venda de
ativos. Enquanto isso, administrador é o agente responsável perante o fisco e são aqueles agentes aos quais os Clubes
estão vinculados (corretoras, distribuidoras ou bancos de investimento).
6
Operações em que a compra e a venda dos ativos ocorrem no mesmo dia.
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Haverá, anualmente, uma Assembléia Geral convocada pelo Administrador do


Clube em que serão discutidos aspectos relevantes ao Clube de Investimento.

Poderão ser gestores, isoladamente ou em conjunto, entidade integrante do


sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários, pessoas físicas ou
jurídicas, contratadas pelo Clube ou representante dos condôminos.

O Clube de Investimento deverá fornecer à Bolsa de Valores em que seja


registrado, pelo menos, as seguintes informações:
• o número de participantes, bem como o de adesões e retiradas ocorridas
em cada mês;
• valor do patrimônio líquido e da cota, ao final de cada mês7;
• tipo de administração da carteira;
• distribuição das aplicações - ações, debêntures conversíveis em ações,
mercado a futuro, de opções, a termo e outros valores.

Por fim, cabe ressaltar que o Clube deverá manter pelo menos 51% de seus
recursos aplicados em ações. No entanto, para que seja dado o tratamento
tributário de pagamento de apenas 15% a título de Imposto de Renda sobre o
lucro, o Clube deverá manter, pelo menos, 67% dos recursos aplicados em
ações. Caso contrário será dado a ele o mesmo tratamento dado aos fundos de
Renda Fixa, etc.

7
Observe que as informações do Clube são enviadas à Bolsa mensalmente, enquanto que nos Fundos há o envio diário,
mesmo que com dois dias de atraso, no máximo.
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QUESTÕES PROPOSTAS
Questão 102

(NCE – CVM – Analista – 2008) – Um dos fundamentos da legislação do


mercado de capitais - que a legislação da CVM procura assegurar – é garantir
ao investidor amplo acesso à informação sobre seu investimento. Neste
sentido, quando de seu ingresso em um fundo de investimentos, o cotista deve
atestar que:

a) seus recursos são oriundos de receitas legais e sem restrições fiscais;


b) tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimento do fundo;
c) conhece toda a legislação aplicável àquela modalidade de investimento;
d) os investimentos do fundo são compatíveis com sua capacidade financeira;
e) não tem objeção a estratégias de risco.

Questão 103

(NCE – CVM – Analista – 2008) – Consideram-se “Exclusivos” os fundos para


investidores qualificados constituídos para receber aplicações exclusivamente
de um único cotista. São considerados investidores qualificados:

a) Seguradoras e sociedades de capitalização;


b) pessoas físicas que investirem, ao menos, R$100.000,00 (cem mil) em
cotas desse fundo;
c) sociedades administradoras de condomínios de qualquer natureza, com pelo
menos 5 (cinco) clientes;
d) investidores, pessoas físicas ou jurídicas, atuantes a, pelo menos, 20 anos
no mercado de valores mobiliários;
e) qualquer investidor que assuma a responsabilidade pelos resultados que
venham a ser auferidos pelo fundo.

Questão 104

(NCE – CVM – Analista – 2008) – No sentido de proteger o patrimônio do


investidor é vedado à instituição administradora de um fundo de investimento,

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realizar operações do fundo quando caracterizada situação de conflito de
interesses. Com o mesmo objetivo, também, é vedado:

a) contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela


CVM;
b) envidar esforços para alcançar as melhores alternativas de investimento;
c) alavancar os recursos do fundo, mesmo que autorizado pelos cotistas;
d) fazer aplicações de derivativos que possam incorrer em perdas;
e) realizar operações em mercados futuros a descoberto.

Questão 105

(NCE – CVM – Analista – 2008) – Clube de investimento é um condomínio


constituído por pessoas físicas para aplicação de recursos comuns em títulos e
valores mobiliários, que deve atender ao seguinte requisito:

a) ser registrado e fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários;


b) ter no mínimo 50 participantes, exceto, no caso de reunir funcionários e
empregados de uma mesma empresa;
c) nenhum participante pode deter mais de quarenta por cento do total de
cotas;
d) ser necessariamente vinculado a um banco comercial ou de investimentos;
e) aplicar cem por cento dos recursos em ações negociadas nas bolsas de
valores.

Questão 106

(Fundação Carlos Chagas – BB – Escriturário – 2010) – Sobre os Fundos de


Investimento em Direitos Creditórios − FIDC é correto afirmar:
a) É requerida a existência de uma Sociedade de Propósito Específico.
b) Suas cotas podem ser adquiridas por todos os tipos de investidores.
c) É facultativa a contratação e divulgação de relatório elaborado por agência
de classificação de risco.
d) A aplicação mínima é de R$ 25 mil por investidor.
e) Não há incidência de imposto de renda na fonte.
QUESTÕES RESOLVIDAS
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Questão 102

(NCE – CVM – Analista – 2008) – Um dos fundamentos da legislação do


mercado de capitais - que a legislação da CVM procura assegurar – é garantir
ao investidor amplo acesso à informação sobre seu investimento. Neste
sentido, quando de seu ingresso em um fundo de investimentos, o cotista deve
atestar que:

a) seus recursos são oriundos de receitas legais e sem restrições fiscais;


b) tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimento do fundo;
c) conhece toda a legislação aplicável àquela modalidade de investimento;
d) os investimentos do fundo são compatíveis com sua capacidade financeira;
e) não tem objeção a estratégias de risco.

Resolução:

Essa questão nos trás informações que podem ser encontradas em uma das
principais Instruções CVM que é a 409. No geral, os fundos de investimentos
devem cumprir os requisitos básicos da Instrução 409, exceto quando aquele
tipo de fundo possuir uma Instrução própria, específica.

Ou seja, essa Instrução é a normal para Fundos de Investimento. Entretanto,


existem alguns fundos que são tratados de forma específica, como por
exemplo, os Fundos de Investimentos de Direitos Creditórios – FDIC.

O artigo 31 da Instrução 409, informa:

“Art. 30 - Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar, mediante


termo próprio, que:
• recebeu o regulamento e, se for o caso, o prospecto;
• tomou ciência dos riscos envolvidos e da política de investimento;
• tomou ciência da possibilidade de ocorrência de patrimônio líquido
negativo, se for o caso, e, neste caso, de sua responsabilidade por
conseqüentes aportes adicionais de recursos.

§1º O administrador deve manter à disposição da CVM o termo


contendo as declarações referidas no "caput" deste artigo,
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devidamente assinado pelo investidor, ou registrado em sistema
eletrônico que garanta o atendimento ao disposto no "caput".

§ 2º No caso de distribuição de cotas realizada na forma da Seção IV


deste Capítulo, cabe ao intermediário que atuar por conta e ordem
dos cotistas providenciar o cumprimento do disposto no "caput" e no
§ 1º deste artigo.”

Portanto, o gabarito é a letra B.

Gabarito: B

Questão 103

(NCE – CVM – Analista – 2008) – Consideram-se “Exclusivos” os fundos para


investidores qualificados constituídos para receber aplicações exclusivamente
de um único cotista. São considerados investidores qualificados:

a) Seguradoras e sociedades de capitalização;


b) pessoas físicas que investirem, ao menos, R$100.000,00 (cem mil) em
cotas desse fundo;
c) sociedades administradoras de condomínios de qualquer natureza, com pelo
menos 5 (cinco) clientes;
d) investidores, pessoas físicas ou jurídicas, atuantes a, pelo menos, 20 anos
no mercado de valores mobiliários;
e) qualquer investidor que assuma a responsabilidade pelos resultados que
venham a ser auferidos pelo fundo.

Resolução:

Com relação aos Fundos Exclusivos e os Investidores Qualificados, a Instrução


determina:

“Art. 116 - Os fundos classificados como "Exclusivos" são aqueles


constituídos para receber aplicações exclusivamente de um único
cotista. (grifo meu)

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§ 1º Somente investidores qualificados poderão ser cotistas de
fundos exclusivos.

§ 2º Os fundos classificados como "Previdenciários" são os fundos


exclusivos constituídos para receber aplicações exclusivamente de
Fundos de Investimentos e Fundos de Aposentadoria Programada
Individual – FAPI, planos de previdência complementar aberta, de
seguros de vida com cobertura por sobrevivência e de entidades
fechadas de previdência privada.

Art. 108 - Pode ser constituído fundo de investimento destinado,


exclusivamente, a investidores qualificados.

Art. 109 - Para efeito do disposto no artigo anterior, são considerados


investidores qualificados:
• instituições financeiras;
• companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
(grifo meu)
• entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
• pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros
em valor superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) e que,
adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio, de acordo com o Anexo I;
• fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores
qualificados; e
• administradores de carteira e consultores de valores mobiliários
autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios.”

Sendo assim, o gabarito é a letra A.

Gabarito: A

Questão 104

(NCE – CVM – Analista – 2008) – No sentido de proteger o patrimônio do


investidor é vedado à instituição administradora de um fundo de investimento,
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realizar operações do fundo quando caracterizada situação de conflito de
interesses. Com o mesmo objetivo, também, é vedado:

a) contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela


CVM;
b) envidar esforços para alcançar as melhores alternativas de investimento;
c) alavancar os recursos do fundo, mesmo que autorizado pelos cotistas;
d) fazer aplicações de derivativos que possam incorrer em perdas;
e) realizar operações em mercados futuros a descoberto.

Resolução:

A Instrução 409 determina a existência de algumas vedações, ou seja,


algumas atitudes não podem ser tomadas pelo administrador do Fundo. Segue
o artigo sobre as vedações:

“Art. 64 - É vedado ao administrador praticar os seguintes atos em


nome do fundo:
• receber depósito em conta corrente;
• contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade
autorizada pela CVM;
• prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra
forma;
• vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo
de cotas subscritas;
• prometer rendimento predeterminado aos cotistas;
• realizar operações com ações fora de bolsa de valores ou de
mercado de balcão organizado por entidade autorizada pela CVM,
ressalvadas as hipóteses de distribuições públicas, de exercício de
direito de preferência e de conversão de debêntures em ações,
exercício de bônus de subscrição e nos casos em que a CVM tenha
concedido prévia e expressa autorização;
• utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra
perdas financeiras de cotistas; e
• praticar qualquer ato de liberalidade.

Parágrafo único. Os fundos de investimento poderão utilizar seus


ativos para prestação de garantias de operações próprias realizadas
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em bolsas, bem como emprestar e tomar títulos e valores mobiliários
em empréstimo, desde que tais operações de empréstimo sejam
cursadas exclusivamente através de serviço autorizado pela CVM ou
pelo Banco Central do Brasil.”

Um fundo de investimento não pode contrair ou efetuar empréstimos em no


nome do fundo. Vemos que o gabarito é a letra A.

Gabarito: A

Questão 105

(NCE – CVM – Analista – 2008) – Clube de investimento é um condomínio


constituído por pessoas físicas para aplicação de recursos comuns em títulos e
valores mobiliários, que deve atender ao seguinte requisito:

a) ser registrado e fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários;


b) ter no mínimo 50 participantes, exceto, no caso de reunir funcionários e
empregados de uma mesma empresa;
c) nenhum participante pode deter mais de quarenta por cento do total de
cotas;
d) ser necessariamente vinculado a um banco comercial ou de investimentos;
e) aplicar cem por cento dos recursos em ações negociadas nas bolsas de
valores.

Resolução:

Atualmente, o número máximo de pessoas que participam de um Clube de


Investimento é de 50 pessoas e nenhuma delas pode deter mais de 40% do
total de cotas.

Sendo assim, o gabarito é a letra C.

Gabarito: C

Questão 106
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(Fundação Carlos Chagas – BB – Escriturário – 2010) – Sobre os Fundos de


Investimento em Direitos Creditórios − FIDC é correto afirmar:
a) É requerida a existência de uma Sociedade de Propósito Específico.
b) Suas cotas podem ser adquiridas por todos os tipos de investidores.
c) É facultativa a contratação e divulgação de relatório elaborado por agência
de classificação de risco.
d) A aplicação mínima é de R$ 25 mil por investidor.
e) Não há incidência de imposto de renda na fonte.

Resolução:

Existem inúmeras formas/tipos diferentes de fundos. Os fundos, em geral, são


regulados pela Instrução CVM 409. Entretanto, essa própria Instrução, em seu
artigo 1º, excetua alguns fundos e nesses incluímos os Fundos de
Investimento em Direitos Creditórios – FIDC. Veja o que dispõe a Instrução
CVM 409:

“Art. 1º - A presente Instrução dispõe sobre normas gerais que


regem a constituição, a administração, o funcionamento e a
divulgação de informações dos fundos de investimento e fundos de
investimento em cotas de fundo de investimento definidos e
classificados nesta Instrução.

Parágrafo único. Excluem-se da disciplina desta Instrução os


seguintes fundos, regidos por regulamentação própria:
I. Fundos de Investimento em Participações;
II. Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento
em Participações;
III. Fundos de Investimento em Direitos Creditórios; (grifo
meu)
IV. Fundos de Investimento em Direitos Creditórios no Âmbito do
Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de
Interesse Social;
V. Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento
em Direitos Creditórios;
VI. Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional;
VII. Fundos Mútuos de Privatização – FGTS;
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VIII. Fundos Mútuos de Privatização – FGTS – Carteira Livre;
IX. Fundos de Investimento em Empresas Emergentes;
X. Fundos de Índice, com Cotas Negociáveis em Bolsa de Valores ou
Mercado de Balcão Organizado;
XI. Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes -
Capital Estrangeiro;
XII. Fundos de Conversão;
XIII. Fundos de Investimento Imobiliário;
XIV. Fundo de Privatização - Capital Estrangeiro;
XV. Fundos Mútuos de Ações Incentivadas; e
XVI. Fundos de Investimento Cultural e Artístico.”

Cada um desses Fundos acima possui uma regulamentação própria efetuada


pela CVM. Em específico o FIDC 8 , é Regulamentado pela Instrução CVM
356/01.

O FDIC é um fundo de direitos creditórios. Você deve estar se perguntando o


que é um direito creditório. São títulos de crédito que são comprados e
colocados em um fundo. A crise americana de 2008 ocorreu, exatamente, em
cima de fundos com esse formato.

Funciona mais ou menos assim. Eu compro um bem (suponha que seja uma
casa) e pego um recurso emprestado em um Banco. Esse Banco emite um
título que dá ao seu detentor o direito de receber de mim a grana da casa (um
direito creditório). Emite e vende esse título a alguém ou a um FDIC. Dessa
forma, o dinheiro que eu pagaria pelo empréstimo ou o cano que eu poderia
dar no mesmo, não seria no Banco mas sim no detentor do título que o Banco
vendeu ou no FDIC.

Observe que esse fundo só pode ser direcionado a investidores qualificados.


Observe que as cotas, diferentemente dos fundos tradicionais, não precisam
ser calculadas diariamente. Isso ocorre porque esses ativos não são tão
líquidos e não é muito simples avaliá-los diariamente. Há, portanto, a
obrigatoriedade de determinar o valor da cota mensalmente e anualmente.

8
Quando as pessoas vão se referir a esse tipo de fundo no mercado financeiro, as pessoas pronunciam “fidiqui”.
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“Art. 1º - A presente Instrução dispõe sobre normas gerais que
regem a constituição, a administração, o funcionamento e a
divulgação de informações de Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios – FIDC e de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos
de Investimento em Direitos Creditórios – FICFIDC.

Art. 3º - Os fundos regulados por esta instrução terão as seguintes


características:
I. serão constituídos na forma de condomínio aberto ou
fechado; (grifo meu)
II. somente poderão receber aplicações, bem como ter cotas
negociadas no mercado secundário, quando o subscritor ou o
adquirente das cotas for investidor qualificado; (grifo meu)
III. serão classificados ou terão os seus ativos classificados por
agência classificadora de risco em funcionamento no País; e
IV. terão valor mínimo para realização de aplicações de R$
25.000,00 (vinte e cinco mil reais). (grifo meu)

Art. 11 - As cotas do fundo devem ser nominativas e mantidas em


conta de depósitos em nome de seus titulares.

Art. 14 - As cotas do fundo devem ter seu valor calculado pelo


menos por ocasião das demonstrações financeiras mensais e anuais
mediante a utilização de metodologia de apuração do valor de
mercado dos direitos creditórios e dos demais ativos financeiros
integrantes da respectiva carteira, de acordo com critérios
consistentes e passíveis de verificação, amparada por informações
externas e internas que levem em consideração aspectos
relacionados ao devedor, aos seus garantidores e às características
da correspondente operação. (grifo meu)

Art. 17 - A cota do fundo poderá ser negociada em bolsa de


valores ou em mercado de balcão, cabendo ao intermediário
assegurar a condição de investidor qualificado do adquirente das
cotas. (grifo meu)

Art. 26 - É da competência privativa da assembléia geral de


condôminos:
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I. tomar anualmente, no prazo máximo de quatro meses após o
encerramento do exercício social, as contas do fundo e deliberar
sobre as demonstrações financeiras desse;
II. alterar o regulamento do fundo;
III. deliberar sobre a substituição da instituição administradora;
IV. deliberar sobre a elevação da taxa de administração praticada
pela instituição administradora, inclusive na hipótese de
restabelecimento de taxa que tenha sido objeto de redução;
V. deliberar sobre incorporação, fusão, cisão ou liqüidação do
fundo.

Art. 28 - A convocação da assembléia geral deve ser feita mediante


anúncio publicado no periódico utilizado para a divulgação de
informações do fundo ou por meio de carta com aviso de recebimento
endereçada a cada condômino, do qual devem constar dia, hora e
local de realização da assembléia e os assuntos a serem tratados.

§ 1º A convocação da assembléia geral deve ser feita com 10 (dez)


dias de antecedência, no mínimo, contado o prazo da data de
publicação do primeiro anúncio ou do envio de carta com aviso de
recebimento aos condôminos. (grifo meu)

Art. 32 - A administração do fundo pode ser exercida por banco


múltiplo, por banco comercial, pela Caixa Econômica Federal,
por banco de investimento, por sociedade de crédito,
financiamento e investimento, por sociedade corretora de
títulos e valores mobiliários ou por sociedade distribuidora de
títulos e valores mobiliários. (grifo meu)

Parágrafo único. Qualquer alteração cadastral relativa ao


administrador do fundo deve ser comunicada à CVM, no prazo de 15
(quinze) dias, contados de sua ocorrência.

Art. 35 - É vedado à instituição administradora:


I. prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra
forma nas operações praticadas pelo fundo, inclusive quando se
tratar de garantias prestadas às operações realizadas em
mercados de derivativos;
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II. utilizar ativos de sua própria emissão ou coobrigação como
garantia das operações praticadas pelo fundo;
III. efetuar aportes de recursos no fundo, de forma direta ou
indireta, a qualquer título, ressalvada a hipótese de aquisição de
cotas deste.

§ 1º As vedações de que tratam os incisos I a III deste artigo


abrangem os recursos próprios das pessoas físicas e das pessoas
jurídicas controladoras da instituição administradora, das sociedades
por elas direta ou indiretamente controladas e de coligadas ou outras
sociedades sob controle comum, bem como os ativos integrantes das
respectivas carteiras e os de emissão ou coobrigação dessas.

§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior os títulos de


emissão do Tesouro Nacional, os títulos de emissão do Banco Central
do Brasil e os créditos securitizados pelo Tesouro Nacional, além dos
títulos públicos estaduais, integrantes da carteira do fundo.

Art. 40 - O FIDC deve manter após 90 (noventa) dias do início das


atividades do fundo, no mínimo 50% de seu patrimônio líquido, em
direitos creditórios.

Art. 45 - A instituição administradora deve prestar à CVM,


mensalmente, até o 3o dia útil após o encerramento do mês anterior,
com base no último dia útil daquele mês, as seguintes informações
relativas ao fundo:
I. saldo das aplicações;
II. valor do patrimônio líquido;
III. valor da cota e quantidade em circulação;
IV. valores totais das captações e dos resgates no mês,
considerados os valores efetivamente ingressados e retirados;
V. o comportamento da carteira de direitos creditórios, abrangendo,
inclusive, dados sobre o desempenho esperado e o realizado;
VI. posições mantidas em mercados de derivativos.”

Dessa forma, vemos que o gabarito é a letra D.

Gabarito: D
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GABARITO

102- B 103- A 104- A 105- C 106- D

Galera,

Acabamos mais uma aula. Vocês viram que o assunto foi alterado,
completamente.

Grande abraço e até a próxima aula.

César Frade

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