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RESUMO DE PALESTRAS

SEMANA JURÍDICA - 07 A 11 DE 2023

FELIPE DE PAULA DIAS – 0014/21


DIREITO UNIFAI
08 de Agosto de 2023 - 19:54 - Primeiro dia da Semana Jurídica
“Reforma Tributária”

Palestrante: Dr. Cristiano Scorvo Conceição

Tema em Voga na atualidade, um tema que se é discutido dentre as mais


variadas esferas, passando pro inúmeros governos, muito até mesmo antes da CF de
1988. É muito discutido na mídia que deveria haver uma diminuição dos impostos e
tributos, simplificar o que custa trabalho humano e tempo, coisa que em países de
primeiro mundo não possuem de forma tão exacerbada, mas no Brasil, acaba
aparecendo impostos sobre todas as esferas nacionais, desde a união até o mais
simples município, por isso é necessário uma simplificação, especialmente pelo
declarante para que haja uma verdadeira justiça, onde o que ganha mais paga mais e o
que ganha menos paga menos, respeitando a constituição.
É importante que haja o pagamento de tributos, por ser o sangue do estado,
com ele não podendo realizar suas tarefas caso não haja essa contribuição, mas dentro
da justa medida, dentro da capacidade monetária da sociedade. A CF estabelece os
impostos e as receitas que cada esfera do país poderá estabelecer em seu território,
bem como a divisão de tal entre os três entes federativos. Dentro da CF são
estabelecidos uma série de princípios a serem obedecidos, como a legalidade,
capacidade contributiva, princípio da anterioridade e da irretroatividade, princípio do
não confisco (móvel e imóvel) com a reforma tributária sendo uma forma de se
simplificar e de se haver uma justiça maior. Houve uma tentativa de ter essa
simplificação, mas acabou sendo algo muito contra do que havia sido planejado, onde
ainda havia a todo o problema de haver impostos demais, de forma exacerbada, com a
união sendo resumida a apenas três impostos (ICS CBS E IS), com todos os outros
permanecendo, não havendo essa simplificação que fora prometida.
Outro agravante dessa situação foi que, pegando cinco tributos de uma vez e
agrupando, acaba colocando pessoas de capacidades econômicas distintas em um
mesmo barco, em uma mesma situação, sendo que suas capacidades são diferentes,
tornando quem não é contribuinte em contribuinte, com a alíquota sendo uma prova
concreta desse fato, dessa forma, a justificativa de simplificar, acabava colocando
uma gama de pessoas de diferentes áreas em um mesmo balaio. Essa reforma

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tributária trás o questionamento de que se realmente vai diminuir a carga tributária, ou
se vai aumentar essa carga.
Outro fator que incide nessa questão é a questão da autonomia dos entes
federativos, que além de tudo já previsto na CF, todos eles tem sua autonomia
financeira, já que evidentemente a União lucra mais e acaba cedendo para os outros
entes federativos e vice e versa. Outra questão é que com a criação de um conselho
federativo vai acabar tendo mais poderes do que um dos entes federativos já previstos
em lei, como clausula pétrea, bem como irá faltar representação e pode acabar
sofrendo punições desnecessárias. Até mesmo a criação de uma nova CF, ou até pior e
mais escabroso, um novo poder.
Para se alcançar a estabilidade jurídica e a segurança, de acordo com um
especialista, que tudo irá funcionar melhor se essas regras jurídicas serão só delas, não
se sobressaindo em nenhum fator, ficando de forma estabilizada.
Por fim, temos a capacidade contributiva, onde os países de primeiro mundo
tem suas características de acordo com a capacidade econômica dentro de seu país,
logo, obedecendo certos fatores. No preâmbulo da constituição está previsto que é
necessário uma igualdade, onde estabelece uma certa balança, mas é complicado
quando todos são julgados de forma igual, sem levar em consideração suas
particularidades, mas que se for assim aqui no Brasil, muitos podem acabar pagando
um valor muito maior do que sua capacidade permitiria. Outro fator é a questão
seletiva, onde a prática de lobbying no Brasil é vetada, mas que ainda sim acontece, o
que muitas vezes pode acabar taxando coisas que para um é muito importante, mas
para outros é algo banal, indiferente, por isso, colocar todos no mesmo barco talvez
não seja a resposta, mas é necessário que se pense na atual situação.
Apesar de parecer a resposta, taxar as grandes fortunas, primeiro que não se há
uma definição física ou fática, já que essa definição varia de pessoa para pessoa e
também, é capaz de acontecer uma fuga enorme de capital, gerando o que aconteceu
com a Argentina, uma quebra econômica bem pesada. A resposta não jaz na
modificação constante de uma emenda, mas sim em outros fatores que podem ser até
mais simples, como uma análise de renda ou algo do tipo.

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09 de Agosto de 2023 - 19:34 - Segundo Dia da Semana Jurídica
“Lei de Falência e Recuperação Judicial - Principais Alterações”

Palestrante: Dr. Eduardo Foz Mange

Lei 14.112/20
Sua antecessora é uma lei de 2005, mas foi somente durante o governo de
Temer, que houve um projeto de lei que visava essa alteração, mas que não foi boa o
suficiente, porém serviu para evocar esse sentimento que diversas entidades da
sociedade civil se unissem e pudessem apresentar um projeto válido, um projeto que
seria feito de consenso entre todas, surgindo a lei 14.112. A recuperação judicial é
uma situação que, uma empresa que esteja passando por uma crise, pode entrar com
uma ação para que haja essa recuperação, onde o juiz defere o processamento,
suspendendo todas as ações que corram contra ela por 180 dias, para que ela possa
apresentar um plano de recuperação, aprovado por esses credores (em 4 classes) em
uma assembleia, caso haja a confirmação, será dito a homologação e ela poderá
encerrar esse caso.
O primeiro ponto a ser relevado é o Stay Period (período em que ela está
protegida) onde o período dela é de 6 meses, mas caso ela não consiga se recuperar,
ela pode prorrogar por mais 6 meses, entendo problemas de morosidade e afins. Há
também a suspensão que atinge aos credores que demandam os sócios solidários,
outro ponto é que ela proíbe, de acordo com a jurisprudência, o arresto e a suspensão
das ações trabalhistas, especialmente contra os solidários e subsidiários. Há também
dois fatores diferentes - Consolidação processual (várias empresas que entram com
uma ação apenas, mas cada uma delas apresentam um plano para que seja avaliado de
forma individual) e na consolidação substancial (apenas um plano para uma sequência
de empresas, apresentando uma lista de credores e que eles terão de votar esses
quesitos, podendo ocorrer uma falência geral ou não, sendo necessário uma
interconexão com as empresas).
Há algumas alterações no próprio plano, como nos casos de Votos Abusivos e
de UPI, onde hoje se tem a possibilidade do plano, caso ele não seja aceito pelos
credores, os próprios podem acabar apresentando um plano, obviamente tendo que
obedecer uma série de regras para que haja um plano de credores, seguindo diversos
requisitos, mas que é mais comum em um caso de maior repercussão e de menor

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número de credores. Outro ponto importante é a questão do voto abusivo, onde antes
das alterações, ele dependia muito da jurisprudência e o credor poderia votar de forma
injusta, mas agora com a reforma, o credor irá somente votar contra quando o credor
votar para conseguir uma vantagem ilícita. Na UPI houve uma melhoria na definição
do que pode ser uma unidade produtiva isolada, onde muitas empresas acabam
entrando em recuperação para a venda de uma industria, mas que poderá ser vendida
muito abaixo do preço, devido suas certidões manchadas, onde uma recuperação
judicial é algo mais fácil e menos burocrático, maximizando os ativos.
Hoje é importante que na petição inicial haja a descrição das atividades do
grupo social, a relação dos credores sujeitos e não sujeito (novidade), como por
exemplo os credores de alienamento fiduciário, há também a necessidade de informar
o endereço físico e eletrônico dos credores valor do crédito com regime de
vencimento, os detalhes do relatório passivo fiscal, relações de bens e direitos
integrantes do ativo não circulante e o valor da causa será o total dos créditos sujeitos
a RJ. Outro ponto importante é no tocante aos créditos concedidos durante a
recuperação, em relação a empréstimos, apresentando uma regra para a concessão
desses novos financiamentos, sendo necessário a aprovação da AGC sendo que em
caso de falência, o crédito será considerado extraconcursal.
Há também uma descrição das novas atribuições do Administrador Judicial,
servindo como um fiscalizador do juiz em relação ao que a empresa está fazendo,
apresentando relatório mensal das atividades, fiscalizando a veracidade das
informações prestadas pelo devedor, cabe ao administrador também incentivar
métodos de resolução de conflitos alternativos, fiscalizar o decurso das tratativas e a
regularidade das negociações, assegurar a boa-fé das negociações e, após a decretação
da falência, ele precisa apresentar em 60 dias plano para realização dos ativos,
observando o item abaixo. Há também a adição de medidas de desburocratização e
celeridade, como audiências online e afins, justamente para haver uma celeridade do
processo e uma necessidade menor de burocratização, agilizando o acesso e o
processo por consequência, como o fim do processo do preço vil em terceira chamada
em um leilão, bem como o encerramento da RJ após a homologação do seu plano ou
seu encerramento em dois anos, caso as obrigações estejam cumpridas.
A recuperação extrajudicial é uma outra inovação, onde o já se pleiteia a RJ
com um plano pronto, possibilitando até mesmo um Stay Period na RE, causando uma
certa segurança a mais, onde há uma redução do quórum de aprovação de 60 para

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50%, com a possibilidade de inclusão do passivo trabalhista, mediante acordo coletivo
e a possibilidade da conversão da RE em RJ. Há também a possibilidade de uma RJ
do produtor rural, mas de uma forma restrita, onde ela pode ser admitida, mas sujeita
somente aos créditos decorrentes da atividade rural, desde que regularmente
contabilizados, focando para que o produtor rural possa se recuperar de uma possível
falência.
Como mencionado acima, há também um incentivo maior a conciliação e
mediação, prevendo várias medidas para que tudo se resolve de forma pacífica. O
tratamento adequado do passivo fiscal também é outro fator de certa relevância, para
que se haja um tratamento mais adequado no tratamento desses valores, como a
instauração de incidente para classificação de crédito público, a possibilidade de uma
transação e parcelamento em condições mais vantajosas, além de outros, como a
cooperação entre os juízos da execução fiscal e da recuperação.
As falências foram também alteradas, pois há uma celeridade nesse processo,
já que antes havia uma certa demora e o empregador ficava preso, sem a possibilidade
de empreender novamente, dessa forma, fica vedado à extensão dos efeitos da falência,
melhor definição da ordem de pagamento, encerramento sumário na hipótese de
falência sem bens, além de ser possível o fresh start. A insolvência transnacional está
prevista também, incorporando o modelo da lei da UNCITRAL, com a cooperação
entre juízes brasileiros e estrangeiros, processo estrangeiro poderá ser reconhecido no
Brasil, ocorrendo a suspensão de demais lides.

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10 de Agosto de 2023 - 19:33 - Terceiro Dia da Semana Jurídica
“Sustentação Oral nos Tribunais”

Palestrante: Dr. Nelson Kobayashi Jr.

É uma das mais formas que um advogado pode convencer o tribunal usando de
sua palavra, uma espécie de habilidade, instrumento, usado pela advocacia, mas que é
pouco usado, devido sua facultatividade, ligados a fatores contratuais e etc e por não
ser tão usada, acaba não sendo ensinado, de forma obrigatória. Muitos advogados
mais antigos e com certa carga de trabalho ouvirão que sustentação é inútil, uma vez
que a sentença já está feita, mas atualmente, esse fator está mudando.
Na prática, hoje em dia por estar tudo digitalizado, alguns desembargadores
podem não acabar dando atenção, devido a sua enorme carga de processos, dando
preferência ao processos inscritos para sustentação oral, com o restante sendo julgado
de forma geral, dessa forma, a sustentação oral pode acarretar uma certa facilidade,
mas em todos os casos não é aplicável, ou não preferível ser aplicado, já que muitas
vezes, é bom se aproveitar de casos em que há uma discussão fática ou há uma certa
divergência de entendimento dos desembargadores.
Uma dica válida é que, ao começar, aproveita-se de processos em que há uma
certa certeza se há uma vitória ou derrota, para posteriormente, assim que se ganhar
confiança, começar a filtrar. Para início é bom que haja um certo entendimento da
diferença entre um processo virtual e o processo telepresencial. O primeiro passo é se
opor ao julgamento virtual, uma vez que será incluído a pauta de julgamento, onde
será julgado por um encontro dos relatores, seja por salas virtuais ou presenciais,
possibilitando do advogado se inscrever para a sustentação, avançando para uma parte
prática da sustentação, onde não é recomendável esperar pelo julgamento, mas sim,
falar com os julgadores em gabinete antes desse julgamento, uma prerrogativa do
advogado, onde além de se conversar, pode ser feito um memorial, uma peça informal
que não é protocolada nos autos, enviado diretamente ao desembargador por email ou
em mãos. Nesse memorial, será algo muito mais objetivo para que ele leia e tenha sua
atenção chamada pelos fatos ali apresentados, não sendo uma cópia da apelação, mas
sim algo mais sucinto.

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A sustentação oral pode variar de tempo, mas em via de regra é apenas 15
minutos, necessário uma vestimenta específica, recomendável o cumprimento de
todos ali, bem como um breve resumo de seu caso antes do começo da sustentação
oral. A oratória é sempre uma arma valiosa para se usar, especialmente sendo o
advogado a usar, aproveitando de toda sua confluência para convencer os relatores de
que seu ponto de vista é o certo.

11 de Agosto de 2023 - 19:43 - Quarto e Último dia de Palestra


“Direito Educacional”

Palestrante: Dr. Arthur José Pavan Torres.

O palestrante inicia, diferente do profissional de ontem, mostrando o quanto


nossa escrita se sobrepõe a nossa oralidade, pois é uma tarefa árdua do advogado,
acima de todas as outras, colocar em palavras, em um papel, o que está no plano
mental. Voltando seu foco ao direito educacional, são diferentes situações que
demonstram a importância de tal, por mais que educar, ensinar seja algo bem
complexo, ainda mais que na história do próprio palestrante, isso se mostrou
importante, ainda mais que por recomendação da própria mãe, ele permanece até hoje
no local em que começou.
Para falar de direito educacional, é necessário entender a realidade
contemporânea. Não é mais necessário que haja a presença física para se trabalhar,
como mostrado no ano de 2020, onde foi necessário reaprender a viver nessa nova
realidade. O mundo contemporâneo é o mundo da informação, da sociedade da
informação, onde, de acordo com Manuel Castells, cerca de 96% das informações
podem ser encontradas na internet, seja ela onde estiver. Por conta dessa hiper
informação, essa mudança de pensar, muda como podemos enxergar o direito e a
educação. Os processos de metodologia ativa antes eram limitados, mas que hoje em
dia foram atualizados para que atendam as novas necessidades e as atualizações do
mundo, mas cada vez mais, o uso de uma linguagem mais correta, de pensamento
complexo, acaba limitando o pensamento de solução de casos complexos, já que em
muitos casos, dependem de uma situação mais simples do que uma tomada mais
complexa dependendo de muito mais do que algo simples. A verdade tende a ser
diferente, se tomada de diferentes pontos de vistas, a exemplo do Vaso de Rubin, uma

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ilusão de ótica que dependendo da perspectiva pode ser apenas um vaso, mas se
olhado com mais calma, se enxerga um rosto, da mesma forma funciona o direito
educacional, já que há três tipos de verdades: a do juiz, a do advogado e a do réu.
Diariamente, 60 milhões de pessoas no Brasil se deslocam para que consigam
desenvolver suas capacidades educacionais, com o Direito Educacional afetando todas
as áreas, contidas, em outros ramos do direito, com seus próprios princípios, todos
eles elencado da CF, uma vez que o direito se estende a mais ramos do que apenas o
direito per si, como a própria pedagogia, uma vez que a própria palavra “Educação”
está presente na CF mais do que outros termos, passando a imagem de que isso é algo
muito mais importante, na nova república de 1988. É algo que a sociedade deve estar
atendendo em um geral, já que há, em artigos posteriores, uma extensão da educação,
como levar o conhecimento ao hipossuficiente, devolvendo a educação dada aos
alunos. No artigo 205 da CF, está previsto que a educação é um direito e um dever do
estado e da família, além do restante de seu Caput, bem como o artigo 227, onde é
dever da família cuidar da educação, o artigo 208 onde prevê o dever do estado na
educação. De acordo com a LDB, no artigo 21, a educação é dividia em Educação
básica (creche, pré escola, fundamental e médio) e em Educação Superior (graduação,
pós e extensão). Dessa forma a educação, com base no artigo 1° da CF, todos os seus
incisos, dessa forma, interferindo em todos os princípios que tornam o Brasil um país
correto e que sabe de seus limites educacionais, tendo mudado o conceito de escola e
seu próprio modelo, saindo de uma escola mais fechada e se abrindo mais para algo
que valorize o ensino e o bate papo.

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