Você está na página 1de 7

WILLIS, Paul (1991) Aprendendo a ser Trabalhador.

Porto Alegre: Artes Médicas

APRENDER A SER TRABALHADOR – PAUL WILLIS

Estudo de Willis:

Faz, nos anos 70, uma etnografia da cultura contra-escolar


operária de 12 jovens brancos, do sexo masculino, numa
escola de Inglaterra;

Estes jovens seguiam um currículo não – académico do


curso secundário;

Fez o seu estudo numa altura em que se elevava a idade da


escolaridade obrigatória dos 14 para os 16 anos;

O seu estudo foi realizado numa cidade industrial chamada


HAMMERTOWN;

O objectivo principal da obra de Willis é explicar e


compreender como é que os jovens de classe operária acabam
em empregos de classe operária e porque é que eles próprios
deixam que isso aconteça. Enquanto que, os jovens da classe
média obtém empregos da classe média e porque é que os
outros deixam que isso aconteça.
WILLIS, Paul (1991) Aprendendo a ser Trabalhador. Porto Alegre: Artes Médicas

APRENDER A SER TRABALHADOR – PAUL WILLIS

 Ao longo da obra podemos identificar 4 conceitos centrais:

 Produção Cultural;
 Resistência;
 Agência;
 Reprodução Cultural;

Produção Cultural e Contra-Cultura:

Existe um erro educacional comum que diz que as


oportunidades podem ser construídas pela educação, isto é,
que a mobilidade vertical (ascensão social) é basicamente
uma questão de esforço individual.

Mas, na prática isto não acontece aos jovens pertencentes à


classe operaria, pelo facto, que as oportunidades que são
geradas pela economia serem extremamente reduzidas para
esta classe.

É perante esta realidade que os jovens se questionam se vale


a pena investir as suas energias em qualificações, quando
muitas vezes estas não lhes dão qualquer tipo de garantia.

Segundo o autor, isto leva a que grande maioria destes


rapazes de classe operária negue o saber escolar.

Assim, desenvolve-se uma CULTURA


CONTRA – ESCOLAR.

NESTA CULTURA:
WILLIS, Paul (1991) Aprendendo a ser Trabalhador. Porto Alegre: Artes Médicas

 Nesta cultura eles, os jovens, vão desenvolver as suas


próprias práticas específicas, que têm o propósito de
desmascarar o “conhecimento” equivalente que lhes é
oferecido;

 A cultura contra escolar rejeita as recompensas que o


conformismo pode trazer e a obediência, que a escola procura
obter dos rapazes da classe operária

 A cultura contra-escolar e outras formas culturas


operárias contem elementos dirigidos para uma profunda
critica da ideologia dominante do individualismo na nossa
sociedade.

A cultura contra-escolar identifica as falsas promessas


individualistas da ideologia dominante, tal como elas se
operam na escola.

Deste modo, podemos verificar que há a produção de uma


cultura diferente daquelas que já existem, das dominantes.
WILLIS, Paul (1991) Aprendendo a ser Trabalhador. Porto Alegre: Artes Médicas

Resistência:

A escola é vista como um lugar de transição para o


trabalho;

Estes jovens tentam resistir às normas impostas pela


escola, definindo as suas próprias regras. Na medida em que
o facto de estudarem ou não, não irá alterar a sua mobilidade
horizontal, o seu futuro emprego;

Para a classe ou grupo, a mobilidade não significa nada. A


única mobilidade existente para eles seria a destruição da
sociedade de classes.

Mas, como isso não acontece estes sujeitos são


resistentes à classe dominante e agentes da sua acção.
WILLIS, Paul (1991) Aprendendo a ser Trabalhador. Porto Alegre: Artes Médicas

Agência:

 Podemos considerar que estes jovens não são agentes


passivos das influências culturais.

Estes jovens rejeitam ser controlados pela sociedade e pela


escola, porque eles próprios procuram produzir a sua própria
cultura.

Deste modo, estes sujeitos são dotados de uma liberdade e de


controlo da sua própria acção, sendo este um modo de
mostrarem a sua oposição àquilo que é imposto pela escola, o
que lhes permite uma “fuga” à escola.
WILLIS, Paul (1991) Aprendendo a ser Trabalhador. Porto Alegre: Artes Médicas

Reprodução Cultural

Inerente a todas as No interior da Cultura


Classes Sociais Contra – Escolar

A reprodução cultural faz com que


as classes sociais se reproduzam ao É na cultura contra -
longo do tempo, assim como os seus valores. escolar que os jovens da
classe operária
criativamente
desenvolvem,
transformam e acabam
por reproduzir aspectos
da cultura mais ampla,
na sua própria praxis.

 Sexismo e Racismo:

Estereótipos/preconceitos que se vão reproduzindo no


interior das classes sociais.

O autor verificou que os rapazes se mostravam superiores a


dois grupos diferentes: o das raparigas e o das minorias
étnicas.

As raparigas eram vistas como:

• Objecto sexual;
• “Materialmente consumidas”;
• Fáceis;
• Provedoras de bem-estar doméstico;
WILLIS, Paul (1991) Aprendendo a ser Trabalhador. Porto Alegre: Artes Médicas

Apesar destas serem consideradas “objectos sexuais”, a sua


sexualidade explícita e aberta não era permitida.

Rapariga “fácil” diferente de namorada.

Era inspirada no modelo de mãe.

No entanto, a mãe é vista como tendo um papel inferior.

Racismo

Você também pode gostar