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2
Reitor

Prof. Ms. Stefano Barra Gazzola

Gestão da Educação a Distância

Prof. Ms. Wanderson Gomes de Souza

Design Instrucional e Diagramação

Diógenes Caxin

Isabella de Menezes

Revisão Ortográfica / Gramatical

Erika de Paula Sousa

3
Autor

Oswaldo Barolli

Graduação em Engenharia Química com Habilitação Engenharia de

Alimentos pelo Centro Universitário do Sul de Minas. (Grupo Unis).

Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela

Fundação Educacional de Machado-MG.

MBA em Administração e Qualidade pelo Centro Universitário

UNINTER.

Mestrado em Ciência Animal (Exigências Nutricionais, Alimentos e

Alimentação) pela Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS.

Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental

e do Curso Superior de Tecnologia em Gestão da Qualidade do Grupo

Unis.

Docente do Grupo Unis: Curso de Engenharia Agronômica: Disciplina

de Química Geral.

Curso de Engenharia Mecânica: Disciplina de Química Geral e Higiene

e Segurança do Trabalho.

4
Curso de Biomedicina: Disciplina de Bromatologia.

Curso de Gestão em Recursos Humanos: Disciplina de Medicina,

Segurança e Qualidade de vida.

5
801

B694T BOVO, Ana Paula Martins Corrêa.

Guia de Estudo – Teoria da


Literatura. Ana Paula Martins Corrêa
Bovo. Varginha: GEaD-UNIS/MG,
2008.
143p.

1 Literatura; 2 Teoria da
Literatura; 3. Literariedade . I. Título

6
Sumário
Apresentação .............................................................................................................11

UNIDADE 1 – Riscos Profissionais .................................................................15

1. Riscos Profissionais...................................................................................16

Unidade 2 - Avaliação e Controle ..................................................................39

2 - Avaliação e Controle ..................................................................................40

Unidade 3 - Normalização e Legislação ..................................................95

NR 26 - Sinalização de Segurança...........................................................96

Unidade 4 - Organização ................................................................................ 143

4 – Organização ................................................................................................ 144

Unidade 5 - Fisiologia do trabalho ............................................................. 162

5 - Fisiologia do trabalho ............................................................................. 163

Unidade 6 - Ergonomia ..................................................................................... 199

6 - Ergonomia ..................................................................................................... 200

Saúde da Coluna ................................................................................................ 212

7
Unidade 7 - Toxicologia Ocupacional ...................................................... 237

7 - Toxicologia Ocupacional...................................................................... 238

Unidade 8 - Ventilação Industrial ............................................................... 263

8 - Ventilação Industrial ................................................................................ 264

Unidade 9 –Doença do Trabalho ................................................................ 291

9 –Doença do Trabalho ................................................................................ 292

Unidade 10 - Saneamento do Meio .......................................................... 324

10 - Saneamento do Meio .......................................................................... 325

Unidade 11 - Proteção Contra Incêndio ................................................. 330

A história do fogo .................................................................................................. 330

11 - Proteção Contra Incêndio ................................................................. 331

A história do fogo ............................................................................................. 331

Unidade 12 - Comunicação ........................................................................... 381

12 - Comunicação ........................................................................................... 382

Unidade 13 - Primeiros Socorros ........................................................... 387

8
13 - Primeiros Socorros ................................................................................ 388

Bibliografia Básica........................................................................................... 429

Bibliografia Completar .................................................................................. 429

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10
Apresentação

Inicialmente é o nosso desejo dar-lhe nossas boas-vindas e

bons estudos!

Tê-lo(a) cursando nossa matéria: Higiene e Segurança do

Trabalho é motivo de alegria, pois deve existir uma clareza da

importância para o curso escolhido. Estes conhecimentos que

serão abordados são essenciais para a vida profissional.

Tão essencial quanto os conceitos é a prática daquilo que se

apreende, por isso, adotamos um enfoque funcional, ou seja,

11
todos os exercícios e práticas estão contextualizados no campo

profissional.

Esteja motivado a buscar o conhecimento e prepare-se para

utilizar as os assuntos abordados neste guia porque, dentro da

sua área de atuação, o quesito segurança é considerado um

assunto da mais alta relevância sem o qual você ficará inerente

a acidentes que podem causar danos não desejáveis.

Desejo a todos, muito sucesso nos estudos e estamos a

disposição!

Professor Barolli

A Constituição Federal determina que o


trabalhador tenha direito a proteção de sua saúde,
integridade física e moral e segurança na execução de
suas atividades. O trabalho deve ser executado em
condições que contribuam para a melhoria da
qualidade de vida e a realização pessoal e social.
A segurança e a saúde do trabalhador são de
responsabilidade do empregador e dos profissionais
envolvidos no ambiente de trabalho.

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Objetivo

Este guia tem como objetivo esclarecer, de forma simples

e objetiva, as normas de segurança para que empregadores e

empregados, a partir da educação, conhecimento e

conscientização, desfrutando dos benefícios alcançados pela

realização de um trabalho seguro em ambientes ocupacionais.

O guia ilustra alguns exemplos de assuntos pertinentes na

área de segurança, situações reais e corretas na prática das

atividades exercidas, conceitos básicos de segurança e os

riscos ambientais gerados pela Indústria em geral.

Objetivos Específico

Depois de concluído o estudo deste guia, acredita-se que o

aluno será capaz de:

13
Compreender os principais conceitos associados à Higiene e

Segurança do Trabalho;

Conhecer assuntos de Segurança do Trabalho e fatores

relacionados de tal forma que possa aplicá-la no cotidiano

profissional;

Apreender práticas de segurança para implantação de ações

com o objetivo de eliminação de riscos ocupacionais.

14
UNIDADE 1 – Riscos Profissionais

15
1. Riscos Profissionais

Os riscos profissionais são os que decorrem das

condições precárias inerentes ao ambiente ou ao próprio

processo operacional das diversas atividades profissionais. São,

portanto, as condições ambientes de insegurança do trabalho,

capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem-estar do

trabalhador. São eles:

Riscos Físicos

16
Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas

de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais

como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e

não-ionizantes, vibração e etc.

Riscos Químicos

Consideram-se agentes de risco químico os compostos, as

substâncias ou produtos que possam penetrar no organismo do

trabalhador pelas vias respiratórias, pele ou ingestão nas formas

de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores.

Riscos Biológicos

17
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias,

vírus, fungos, parasitos, entre outros.

Riscos Ergonômicos

18
Qualquer fator que possa interferir nas características físicas e

mentais do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua

saúde. São exemplos de risco ergonômico: levantamento de

peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade,

postura inadequada de trabalho, etc.

Riscos de Acidentes

Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de risco e

possa afetar sua integridade e seu bem-estar físico e mental.

São exemplos de risco de acidente: as máquinas e

equipamentos sem proteção, possibilidade de incêndio e

19
explosão, falta de organização no ambiente, armazenamento

inadequado, etc.

Sugestão de leitura

http://www.scielo.br/pdf/csp/v15n1/0034.pdf

Mapa de risco

Mapa de Riscos tem como objetivos:

a) reunir as informações necessárias para estabelecer o

diagnóstico da situação da segurança e saúde no trabalho na

empresa;

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b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de

informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua

participação nas atividades de prevenção.

Etapas de elaboração:

a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:

- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos

profissionais e saúde, jornada;

- os instrumentos e materiais de trabalho;

- as atividades exercidas;

- o ambiente.

b) identificar os agentes de riscos existentes no local analisado,

conforme a classificação da tabela I;

c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:

21
- medidas de proteção coletiva;

- medidas de organização do trabalho;

- medidas de proteção individual;

- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios,

vestiários, armários, bebedouros, refeitórios, área de lazer.

d) identificar os indicadores de saúde:

- queixas mais frequentes e comuns entre os

trabalhadores expostos aos mesmos riscos;

- acidentes de trabalho ocorridos;

- doenças profissionais diagnosticadas;

- causas mais frequentes de ausência ao trabalho.

e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

22
f) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o “layout” da empresa,

indicando através do círculo:

- o grupo a que pertence o risco;

- o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual

deve ser anotado dentro do círculo;

- a especificação do agente (por exemplo: químico-sílica,

hexano, ácido clorídico; ou ergonômico);

- repetividade, ritmo excessivo que deve ser anotada também

dentro do círculo;

- a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos

trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos

proporcionalmente diferentes dos círculos.

Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos,

completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local

23
analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os

trabalhadores.

No caso das empresas de indústrias de construção, o Mapa de

Riscos do estabelecimento deverá ser realizado por etapa de

execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato

novo e superveniente, modificar a situação de riscos

estabelecida.”

Importante

CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS

Classifica os principais riscos ocupacionais em grupos, de

acordo com a sua natureza e a padronização das cores

correspondentes.

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GRUPO I: GRUPO II: GRUPO III: GRUPO IV: GRUPO V:

VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL

Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Riscos de

Ergonômicos Acidentes

Ruído Poeiras Vírus Esforço Físico Arranjo físico

Intenso inadequado

Levantamento e Máquinas e

transporte manual equipamentos

Vibrações Fumos Bactérias de peso sem proteção

Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de Ferramentas

postura inadequada inadequadas ou

defeituosas

Radiações não Neblinas Fungos Controle rígido de Iluminação

ionizantes produtividade inadequada

Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos Eletricidade

excessivos

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Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e Probabilidade de

noturno incêndio ou

explosão

Pressões anormais Substâncias, Jornada de Armazenamento

compostos ou Trabalho

produtos químicos em prolongadas inadequado

geral

Umidade Monotonia e Animais


repetitividade peçonhentos

Outras situações Outras situações


causadoras de de risco que
stress físico e/ou poderão
psíquico contribuir para a
ocorrência de
acidentes

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REQUISITOS

O Mapa de Riscos é um retrato da situação de segurança

e higiene nos ambientes de trabalho. A estrutura gráfica do

mapa deve ser elaborada conforme “layout” da empresa. Isso se

torna inviável se a empresa tiver uma área muito grande, sendo

preferível nesse caso, dividir a área em setores específicos a

fazer um mapa para cada um. Para esse “layout”, basta uma

planta baixa onde possam ser identificados os locais dos riscos.

Os riscos devem ser representados no mapa por meio de cores,

de acordo com a Tabela anterior, em círculos que devem, ser

proporcionais à intensidade.(Risco pequeno, médio e grande).

Como não há fórmula definida para calcular a

proporcionalidade proposta, ela pode ser estipulada pelos

elaboradores do mapa. As anotações de todas as informações

necessárias para confecção dentro dos círculos, só poderão ser

27
feitas com o auxílio do recurso de legendas, o que é lícito do

ponto de vista informativo e atinge aos objetivos do mapa.

ATUAÇÃO DOS CIPEIROS NO

LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES

1) Observar os agentes de riscos de cada um dos cinco grupos,

segundo a sua classificação.

2) Conversar com os trabalhadores da área expostos a esses

agentes ou que trabalham próximos deles.

3) Obter opiniões e informações sobre como podem estar sendo

afetados.

4) Recorrer aos supervisores de área se achar conveniente, para

esclarecimentos adicionais.

28
5) Relacionar, com detalhes possíveis de serem obtidos, todos

os riscos levantados.

6) Com as informações preliminares em mãos, recorrer à seção

de Segurança se existente, para revisar e consolidar os dados

que irão compor o mapa da área.

AGENTES DE RISCOS QUANTIFICÁVEIS E

MENSURÁVEIS

• Levar em consideração que os grupos dos agentes químicos,

físicos e biológicos, os riscos são mensuráveis ou quantificáveis

por meio de técnicas e instrumentos específicos de pesquisa

ambiental ou laboratorial.

• Caso não existam dados comprovados por pesquisa

ambiental, os que forem afixados no mapa devem levar a

observação provisória.

29
• Os riscos ergonômicos e mecânicos não são facilmente

mensuráveis por meios científicos; podem, no entanto, ser

quantificáveis em razão da incidência na área e avaliável pela

experiência ou informações estatísticas.

PARÂMETROS

Definição de parâmetros para classificar os riscos em grandezas

proporcionais às suas intensidades.

AGENTES DE PEQUENO MÉDIO GRANDE

RISCOS

Físicos, quando os agentes quando as condições quando a concentração, intensidade, tempo

Químicos e existem no ambiente, agressivas dos agentes de exposição etc. estejam acima dos limites

Biológicos mas de concentração estiverem abaixo dos considerados toleráveis pelo organismo

ou intensidade tal que limites toleráveis para as humano e não há proteção individual ou

a capacidade de pessoas, mas ainda coletiva eficiente.

agressão às pessoas causam desconforto - com

possa ser ou sem proteção individual quando não existem dados precisos sobre

considerada ou coletiva. concentração, intensidade, tempo de

desprezível. exposição etc., e, comprovadamente, os

agentes estejam afetando a saúde do

30
trabalhador, mesmo que existam meios de

proteção individual e coletiva.

Ergonômicos podem ser podem ser consideradas as quando for flagrante:

considerados situações citadas no item

trabalhos que seguinte, quando trabalho permanente e excessivamente

cansam, com pouca ocasionais. pesado;

probabilidade de
postura totalmente em desacordo com a
afetar a pessoa.
posição e movimentos normais do corpo,

em longos períodos;

jornada de trabalho com muitas horas

extras;

serviços com movimentos rápidos e

repetitivos por longos períodos.

de Acidentes podem ser podem ser consideradas as quando forem evidentes casos que podem

(mecânicos) considerados os características dos meios e causar lesões sérias como:

trabalhos que não se dos processos e trabalho

aproximam os que expõem as pessoas máquinas, equipamentos, plataformas,

trabalhadores de em perigo, com pouca escadas etc, que estiverem desprovidos dos

pontos agressivos, probabilidade de lesões meios de segurança;

como, por exemplo, sérias.


arranjo físico for ou estiver de tal forma a
em máquinas
comprometer seriamente a segurança das

31
automáticas. pessoas;

ferramentas manuais forem ou estiverem

visivelmente compromentendo a segurança

dos usuários;

o armazenamento ou transporte de

materiais forem desordenados e

visivelmente inseguros.

Importante

ELABORAÇÃO DO MAPA

1) Classificados os agentes de riscos, pode-se começar a

organizar o mapa. É necessário cuidar para evitar confusão na

classificação dos agentes e definição dos símbolos - tamanho e

cor dos círculos.

32
2) Para facilitar o preparo e a disposição dos símbolos, pode ser

usado um formulário para o resumo dos agentes de riscos

levantados.

3) Completando o resumo dos riscos levantados já se tem id eia

de como o mapa, sobre uma planta baixa ou um esboço da

área, em tamanho suficiente para distribuição dos círculos-

códigos.

4) Dependendo do número de riscos levantados, decide-se pelo

uso de círculos individuais para cada risco ou pelo

agrupamento, como demonstrado no modelo.

5) Completando o mapa, com todos os agentes devidamente

numerados, passa-se para a elaboração do relatório.

6) Para melhor informar os empregados, deve constar no mapa

o risco a que cada código (círculo) corresponde. A forma de

indicar fica à escolha da CIPA.

33
7) É preferível um mapa por setor de atividade; quanto mais

detalhado a setorização, melhor serão atingidos os objetivos

informativo e pedagógico do mapa.

8) A localização no setor também é importante: o mapa deve ser

instalada onde possa ser facilmente visto e os empregados

possam parar para observá-lo.

9) O mapa pode ser um painel de madeira, ou até uma simples

folha de papel, desde que cumpra o seu objetivo de bem

informar e instruir.

Sugestão de leitura

http://www.scielo.br/pdf/rlae/v8n5/12362.pdf

ADMINISTRANDO O MAPA

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Para melhor administrar o mapa de riscos, convém consolidar

todas as informações num único relatório, onde deverá constar

os riscos, os problemas que eles ocasionam ou que poderão vir

a ocasionar e as recomendações propostas. Um modelo para

esse tipo de relatório é mostrado a seguir. A CIPA em conjunto

ou não com o SESMT, poderá adaptá-lo, se for o caso, criar um

novo desde que atenda a sua finalidade.

• O relatório poderá ser exposto ao lado do mapa para

melhor informar os empregados sobre os riscos das suas áreas

de trabalho, atividades, as recomendações.

• O relatório servirá também para manter o empregado

informado sobre os resultados dessa atividade da CIPA e dos

pontos a serem melhorados no ambiente de trabalho, do ponto

de vista da segurança e da saúde dos trabalhadores.

35
• É recomendável que o mapa e o relatório sejam

atualizados à medida em que as condições apontadas no mapa

sofram alterações.

Revendo

36
Realize

Exercícios:

1 - Quais as respectivas cores do mapeamento de riscos:

a) cor azul ( ) risco químico

b) cor vermelha ( ) risco físico

c) cor marron ( ) risco biológico

d) cor verde ( ) risco de acidentes no trabalho

e) cor amarela ( ) risco ergonômica

2) São classificados como Riscos Ambientais os ruídos, a que


possam estar expostos nos locais de trabalho os trabalhadores,
provocados por:

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a) Agentes Fisioquímicos.
b) Agentes Biológicos.
c) Agentes Físicos.
d) Agentes Químicos.
e) n.d.a.

3) Os principais agentes físicos são:

a) Calor intenso, ruído de impacto e contínuo, arranjo físico


inadequado, radiações e vibrações.

b) Ruídos, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões anormais


e vibrações.

c) Temperaturas extremas, neblinas, vibrações, ruídos, pressões


anormais e radiação.

d) Calor intenso, vibrações localizadas, ruídos, ritmos excessivos,


pressões e radiação.

Respostas: 1- b, d, c, a, e

2- c

3- b

38
Unidade 2 - Avaliação e Controle

39
2 - Avaliação e Controle

NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora

- NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual-EPI,

todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de

ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

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Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção

Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o

fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que

possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de

ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

O equipamento de proteção individual, de fabricação

nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado

com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido

pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e

saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,

gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de

conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam

completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou

de doenças profissionais e do trabalho;

41
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo

implantadas; e,

c) para atender a situações de emergência.

Atendidas as peculiaridades de cada atividade

profissional, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os

EPI adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I desta

NR, descrito a seguir.

As solicitações para que os produtos que não estejam

relacionados no ANEXO I, desta NR, sejam considerados como

EPI, bem como as propostas para reexame daqueles ora

elencados, deverão ser avaliadas por comissão tripartite a ser

constituída pelo órgão nacional competente em matéria de

segurança e saúde no trabalho, sendo as conclusões

submetidas àquele órgão do Ministério do Trabalho e Emprego

para aprovação.

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Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de

Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas

desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador

o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao

designado, mediante orientação de profissional tecnicamente

habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do

trabalhador.

Importante

Cabe ao empregador quanto ao EPI :


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda

43
e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

Importante

Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne

impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso

adequado.

44
Importante

Cabe ao fabricante e ao importador


O fabricante nacional ou o importador deverá:

a) cadastrar-se, junto ao órgão nacional competente em


matéria de segurança e saúde no trabalho;
b) solicitar a emissão do CA;
c) solicitar a renovação do CA, quando vencido o prazo de
validade estipulado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde do trabalho;
d) requerer novo CA, quando houver alteração das
especificações do equipamento aprovado;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI
que deu origem ao Certificado de Aprovação - CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador
de CA;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho quaisquer alterações dos
dados cadastrais fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma
nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e
demais referências ao seu uso;

45
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito
do SINMETRO, quando for o caso.

Certificado de Aprovação - CA

Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá

validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos

de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no

âmbito do SINMETRO;

b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no

âmbito do SINMETRO, quando for o caso;

c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da

publicação desta Norma, quando não existirem normas

técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente

reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos

ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação

pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e

saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do

46
Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação

técnica de fabricação, podendo ser renovado até 2007,

quando se expirarão os prazos concedidos; e,

d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI

desenvolvidos após a data da publicação desta NR, quando

não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,

oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para

realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados

pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e

saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do

Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação

técnica de fabricação.

Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem

visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de

fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o

nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

Restauração, lavagem e higienização de EPI

Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização,

47
serão definidos pela comissão tripartite constituída, desta NR,

devendo manter as características de proteção original.

Da competência do Ministério do Trabalho e

Emprego / MTE

Cabe ao órgão nacional competente em matéria de

segurança e saúde no trabalho:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;

b) receber e examinar a documentação para emitir ou

renovar o CA de EPI;

c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos

para ensaios de EPI;

d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou

importador;

e) fiscalizar a qualidade do EPI;

f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou

48
importadora; e,

g) cancelar o CA.

Sempre que julgar necessário o órgão nacional

competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,

poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome

do fabricante e o número de referência, além de outros

requisitos.

Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade

do EPI;

b) recolher amostras de EPI; e,

c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades

cabíveis pelo descumprimento desta NR.

49
Fiscalização para verificação do cumprimento das

exigências legais relativas ao EPI.

Por ocasião da fiscalização poderão ser recolhidas

amostras de EPI, no fabricante ou importador e seus

distribuidores ou revendedores, ou ainda, junto à empresa

utilizadora, em número mínimo a ser estabelecido nas normas

técnicas de ensaio, as quais serão encaminhadas, mediante

ofício da autoridade regional competente em matéria de

segurança e saúde no trabalho, a um laboratório credenciado

junto ao MTE ou ao SINMETRO, capaz de realizar os respectivos

laudos de ensaios, ensejando comunicação posterior ao órgão

nacional competente.

O laboratório credenciado junto ao MTE ou ao

SINMETRO, deverá elaborar laudo técnico, no prazo de 30

(trinta) dias a contar do recebimento das amostras, ressalvados

os casos em que o laboratório justificar a necessidade de

dilatação deste prazo, e encaminhá-lo ao órgão nacional

50
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,

ficando reservado a parte interessada acompanhar a realização

dos ensaios.

Se o laudo de ensaio concluir que o EPI analisado não

atende aos requisitos mínimos especificados em normas

técnicas, o órgão nacional competente em matéria de

segurança e saúde no trabalho expedirá ato suspendendo a

comercialização e a utilização do lote do equipamento

referenciado, publicando a decisão no Diário Oficial da União -

DOU.

A Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, quando julgar

necessário, poderá requisitar para analisar, outros lotes do EPI,

antes de proferir a decisão final.

Esgotado o prazo de apresentação de defesa escrita, a

autoridade competente do Departamento de Segurança e

51
Saúde no Trabalho - DSST, analisará o processo e proferirá sua

decisão, publicando-a no DOU.

Da decisão da autoridade responsável pelo DSST, caberá

recurso, em última instância, ao Secretário de Inspeção do

Trabalho, no prazo de 10 (dez) dias a contar da data da

publicação da decisão recorrida.

Mantida a decisão recorrida, o Secretário de Inspeção do

Trabalho poderá determinar o recolhimento do(s) lote(s), com a

conseqüente proibição de sua comercialização ou ainda o

cancelamento do CA.

Nos casos de reincidência de cancelamento do CA, ficará

a critério da autoridade competente em matéria de segurança e

saúde no trabalho a decisão pela concessão, ou não, de um

novo CA

As demais situações em que ocorra suspeição de

irregularidade, ensejarão comunicação imediata às empresas

52
fabricantes ou importadoras, podendo a autoridade competente

em matéria de segurança e saúde no trabalho suspender a

validade dos Certificados de Aprovação de EPI emitidos em

favor das mesmas, adotando as providências cabíveis.

ANEXO I

LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA

Capacete

a) Capacete de segurança para proteção contra impactos de


objetos sobre o crânio;

53
b) capacete de segurança para proteção contra choques
elétricos;

c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra


riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos
de combate a incêndio.

Capuz

a) Capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço


contra riscos de origem térmica;

b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço


contra respingos de produtos químicos;

54
c) capuz de segurança para proteção do crânio em trabalhos
onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis de
máquinas.

EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE

Óculos

a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra


impactos de partículas volantes;

b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra


luminosidade intensa;

55
c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra
radiação ultra-violeta;

d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra


radiação infra-vermelha;

e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra


respingos de produtos químicos.

Protetor facial

a) Protetor facial de segurança para proteção da face contra


impactos de partículas volantes;

b) protetor facial de segurança para proteção da face contra


respingos de produtos químicos;

56
c) protetor facial de segurança para proteção da face contra
radiação infra-vermelha;

d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra


luminosidade intensa

Máscara de Solda

a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e


face contra impactos de partículas volantes;

b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e


face contra radiação ultra -violeta;

c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e


face contra radiação infra-vermelha;

57
d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e
face contra luminosidade intensa.

EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA

Protetor auditivo

a) Protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema


auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao
estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema


auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao
estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

58
c) protetor auditivo semi -auricular para proteção do sistema
auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao
estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.

EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Respirador purificador de ar

a) Respirador purificador de ar para proteção das vias


respiratórias contra poeiras e névoas;

b) respirador purificador de ar para proteção das vias


respiratórias contra poeiras, névoas e fumos;

c) respirador purificador de ar para proteção das vias


respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;

59
d) respirador purificador de ar para proteção das vias
respiratórias contra vapores orgânicos ou gases ácidos em
ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por
milhão);

e) respirador purificador de ar para proteção das vias


respiratórias contra gases emanados de produtos químicos;

f) respirador purificador de ar para proteção das vias


respiratórias contra partículas e gases emanados de produtos
químicos;

g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das


vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e
radionuclídeos.

60
Respirador de adução de ar

a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para

proteção das vias respiratórias em atmosferas com

concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em

ambientes confinados;

b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para

proteção das vias respiratórias em atmosferas com

concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em

ambientes confinados;

61
Respirador de fuga

a) Respirador de fuga para proteção das vias respiratórias

contra agentes químicos em condições de escape de

atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde ou com

concentração de oxigênio menor que 18 % em volume.

EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

62
Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco

contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e

meteorológica e umidade proveniente de operações com uso

de água.

Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que

trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco

contra riscos de origem mecânica

EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

Luva

a) Luva de segurança para proteção das mãos contra agentes


abrasivos e escoriantes;

63
b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes
cortantes e perfurantes;

c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques


elétricos;

d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes


térmicos;

e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes


biológicos;

f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes


químicos;

g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;

h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações


ionizantes.

64
Creme protetor

a) Creme protetor de segurança para proteção dos membros

superiores contra agentes químicos, de acordo com a Portaria

SSST nº 26, de 29/12/1994.

65
Manga

a) Manga de segurança para proteção do braço e do antebraço


contra choques elétricos;

b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço


contra agentes abrasivos e escoriantes;

c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço


contra agentes cortantes e perfurantes.

d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço


contra umidade proveniente de operações com uso de água;

e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço


contra agentes térmicos.

Braçadeira

66
a) Braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra

agentes cortantes.

Dedeira

a) Dedeira de segurança para proteção dos dedos contra

agentes abrasivos e escoriantes.

EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

67
Calçado

a) Calçado de segurança para proteção contra impactos de


quedas de objetos sobre os artelhos;

b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques


elétricos;

c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes


térmicos;

d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes


cortantes e escoriantes;

e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra


umidade proveniente de operações com uso de água;

68
f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra
respingos de produtos químicos.

Meia

a) Meia de segurança para proteção dos pés contra baixas

temperaturas.

69
Perneira

a) Perneira de segurança para proteção da perna contra


agentes abrasivos e escoriantes;

b) perneira de segurança para proteção da perna contra


agentes térmicos;

c) perneira de segurança para proteção da perna contra


respingos de produtos químicos;

d) perneira de segurança para proteção da perna contra


agentes cortantes e perfurantes;

e) perneira de segurança para proteção da perna contra


umidade proveniente de operações com uso de água.

70
Calça

a) Calça de segurança para proteção das pernas contra agentes


abrasivos e escoriantes;

b) calça de segurança para proteção das pernas contra


respingos de produtos químicos;

c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes


térmicos;

d) calça de segurança para proteção das pernas contra


umidade proveniente de operações com uso de água.

EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO

71
Macacão

a) Macacão de segurança para proteção do tronco e membros


superiores e inferiores contra chamas;

b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros


superiores e inferiores contra agentes térmicos;

c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros


superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;

72
d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra umidade proveniente de
operações com uso de água.

Conjunto

a) Conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou


jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra agentes térmicos;

b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou


jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;

c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou


jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros

73
superiores e inferiores contra umidade proveniente de
operações com uso de água;

d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou


jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra chamas.

Vestimenta de corpo inteiro

a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo


contra respingos de produtos químicos;

b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo


contra umidade proveniente de operações com água;

c) vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o


corpo contra choques elétricos.

74
EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE

NÍVEL

Dispositivo trava-queda

a) Dispositivo trava-queda de segurança para proteção do

usuário contra quedas em operações com

movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado

com cinturão de segurança para proteção contra quedas.

75
Cinturão

a) Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos


de queda em trabalhos em altura;

b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos


de queda no posicionamento em trabalhos em altura.

Sugestão de leitura

http://epionline.com.br/artigos/art_epi_cv.pdf

76
Realize

Exercício de fixação:

01) Qual a atitude a ser tomada pelo empregador caso não haja
EPI adequado no canteiro de obra?
RESPOSTA: Providenciar a especificação pelo profissional da
Segurança, Técnico de Segurança do Trabalho e ou Engenheiro
de Segurança do Trabalho do tipo de EPI mais adequado para
os riscos identificados e quantificados.

02) A fiscalização do uso correto do equipamento é feito por


quem?
RESPOSTA: Por profissionais do SESMT e/ou por pessoa
treinada para este fim.

03) A fiscalização da correta distribuição dos equipamentos


conforme o risco e feita por quem?
RESPOSTA: Internamente pelo SESMT e externamente por
órgãos fiscalizadores como a Superintendência Regional do
Trabalho

77
NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade

Esta Norma Regulamentadora - NR fixa as condições mínimas

exigíveis para garantir a segurança dos empregados que

trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas,

incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e

ampliação e, ainda, a segurança de usuários e terceiros.

78
As prescrições aqui estabelecidas abrangem todos os que

trabalham em eletricidade, em qualquer das fases de geração,

transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.

Nas instalações e serviços em eletricidade, devem ser

observadas no projeto, execução, operação, manutenção,

reforma e ampliação, as normas técnicas oficiais estabelecidas

pelos órgãos competentes e, na falta destas, as normas

internacionais vigentes.

Instalações.

Proteção contra o risco de contato.

Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas

e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios

seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos

de acidentes.

79
As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas

ou examinadas, devem ser dispostas de modo a permitir um

espaço suficiente para trabalho seguro.

As partes das instalações elétricas, não cobertas por material

isolante, na impossibilidade de se conservarem distâncias que

evitem contatos casuais, devem ser isoladas por obstáculos que

ofereçam, de forma segura, resistência a esforços mecânicos

usuais.

Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos

circuitos elétricos, mas que, eventualmente, possa ficar sob

tensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local acessível a

contatos.

O aterramento das instalações elétricas deve ser executado.

As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e

sempre que tecnicamente possível, devem ser providas de

80
proteção complementar, através de controle à distância, manual

e/ou automático.

As instalações elétricas que estejam em contato direto ou

indireto com a água e que possam permitir fuga de corrente

devem ser projetadas e executadas, em especial quanto à

blindagem, estanqueidade, isolamento e aterramento.

Proteção contra riscos de incêndio e explosão.

As instalações elétricas sujeitas a maior risco de incêndio e

explosão devem ser projetadas e executadas com dispositivos

automáticos de proteção contra sobrecorrente e sobretensão.

Os ambientes das instalações elétricas, que contenham risco de

incêndio, devem ter proteção contra fogo, de acordo com as

normas técnicas vigentes no País.

As partes das instalações elétricas sujeitas à acumulação de

eletricidade estática devem ser aterradas.

81
Componentes das instalações.

Os transformadores e capacitores devem ser instalados,

consideradas as recomendações do fabricante e normas

específicas, no que se refere à localização, distância de

isolamento e condições de operação.

Os transformadores e capacitores, localizados no interior de

edificações destinadas a trabalho, deverão ser instalados em

locais bem ventilados, construídos de materiais incombustíveis e

providos de portas corta-fogo, de fechamento automático.

Os dispositivos de desligamento e manobra de circuitos

elétricos devem ser projetados e instalados, em especial, as

prescrições referentes à localização, sinalização, comando e

identificação.

Todas as edificações devem ser protegidas contra descargas

elétricas atmosféricas. em especial, as prescrições referentes à

82
localização, condições de ligação à terra e zona de atuação dos

pára-raios.

Os condutores e suas conexões, condutos e suportes devem ser

projetados e instalados, em especial, as prescrições referentes a

isolamento, dimensionamento, identificação e aterramento.

Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como

telefonia, sinalização, controle e tração elétrica, devem ser

instalados, observando-se os cuidados especiais quanto à sua

separação física e identificação.

Os Quadros de Distribuição e Painéis de Controle devem ser

projetados, instalados, mantidos e operados, em especial, as

prescrições referentes à localização, iluminação, visibilidade,

identificação dos circuitos e aterramento.

As baterias fixas de acumuladores devem ser instaladas em

locais ou compartimentos providos de piso de material

83
resistente a ácidos e dotados de meios que permitam a

exaustão dos gases.

Equipamentos de utilização da energia elétrica.

As instalações elétricas, destinadas à utilização de

eletrodomésticos, em locais de trabalho e de ferramentas

elétricas portáteis, quanto à tomada de corrente, extensões de

circuito, interruptores de correntes, especificação e qualidade

dos condutores devem obedecer às prescrições específicas.

É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à

mesma tomada de corrente, com o emprego de acessórios que

aumentem o número de saídas, salvo se a instalação for

projetada com essa finalidade.

As máquinas elétricas girantes devem ser instaladas,

obedecidas as recomendações do fabricante, as normas

específicas no que se refere à localização e condições de

operação.

84
Todo motor elétrico deve possuir dispositivo que o desligue

automaticamente toda vez que, por funcionamento irregular,

represente risco iminente de acidente.

Os equipamentos de iluminação devem ser especificados e

mantidos durante sua vida útil, de forma a garantir os níveis de

iluminamento contidos na Norma Regulamentadora - NR 15 e

posicionados de forma a garantir condições seguras de

manutenção.

Os equipamentos de iluminação devem ser de tipo adequado

ao ambiente em que serão instalados e possuir proteção

externa adequada.

As lâmpadas elétricas portáteis serão utilizadas unicamente

onde não possa ser conseguida uma iluminação direta dentro

dos níveis de iluminamento previstos na NR 15.

85
As tomadas de correntes para instalação no piso devem possuir

caixa protetora que impossibilite a entrada de água ou de

objetos estranhos, estando ou não o pino inserido na tomada.

Serviços.

Proteção do trabalhador.

No desenvolvimento de serviços em instalações elétricas devem

ser previstos Sistemas de Proteção Coletiva – SPC através de

isolamento físico de áreas, sinalização, aterramento provisório e

outros similares, nos trechos onde os serviços estão sendo

desenvolvidos.

Quando, no desenvolvimento dos serviços, os sistemas de

proteção coletiva forem insuficientes para o controle de todos os

riscos de acidentes pessoais, devem ser utilizados

Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC e Equipamentos de

86
Proteção Individual - EPI, tais como varas de manobra, escadas,

detectores de tensão, cintos de segurança, capacetes e luvas.

As ferramentas manuais utilizadas nos serviços em instalações

elétricas devem ser eletricamente isoladas, merecendo

especiais cuidados as ferramentas e outros equipamentos

destinados a serviços em instalações elétricas sob tensão.

Todo equipamento elétrico, tais como motores, transformadores,

capacitores, devem conter, nas suas especificações, o seu

espectro sonoro em faixas de oitava frequência, para controle

do seu nível de pressão sonora.

Procedimentos.

Durante a construção ou reparo de instalações elétricas ou

obras de construção civil, próximas de instalações sob tensão,

87
devem ser tomados cuidados especiais quanto ao risco de

contatos eventuais e de indução elétrica.

Quando forem necessários serviços de manutenção em

instalações elétricas sob tensão, estes deverão ser planejados e

programados, determinando-se todas as operações que

envolvam riscos de acidente, para que possam ser

estabelecidas as medidas preventivas necessárias.

Toda ocorrência, não programada, em instalações elétricas sob

tensão deve ser comunicada ao responsável por essas

instalações, para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

É proibido o acesso e a permanência de pessoas não

autorizadas em ambientes próximos a partes das instalações

elétricas que ofereçam riscos de danos às pessoas e às próprias

instalações.

88
Os serviços de manutenção ou reparo em partes de instalações

elétricas que não estejam sob tensão só podem ser realizados

quando as mesmas estiverem liberadas.

Entende-se por instalação elétrica liberada para estes serviços

aquela cuja ausência de tensão pode ser constatada com

dispositivos específicos para esta finalidade.

Para garantir a ausência de tensão no circuito elétrico, durante

todo o tempo necessário para o desenvolvimento destes

serviços, os dispositivos de comando devem estar sinalizados e

bloqueados, bem como o circuito elétrico aterrado.

Os serviços de manutenção e/ou reparos em partes de

instalações elétricas, sob tensão, só podem ser executados por

profissionais qualificados, devidamente treinados, em cursos

especializados, com emprego de ferramentas e equipamentos

especiais.

89
As instalações elétricas devem ser inspecionadas por

profissionais qualificados, designados pelo responsável pelas

instalações elétricas nas fases de execução, operação,

manutenção, reforma e ampliação.

Deve ser fornecido um laudo técnico ao final de trabalhos de

execução, reforma ou ampliação de instalações elétricas,

elaborado por profissional devidamente qualificado e que

deverá ser apresentado, pela empresa, sempre que solicitado

pelas autoridades competentes.

Nas partes das instalações elétricas sob tensão, sujeitas a risco

de contato durante os trabalhos de reparação, ou sempre que

for julgado necessário à segurança, devem ser colocadas

placas de aviso, inscrições de advertência, bandeirolas e demais

meios de sinalização que chamem a atenção quanto ao risco.

Quando os dispositivos de interrupção ou de comando não

puderem ser manobrados, por questão de segurança,

90
principalmente em casos de manutenção, devem ser cobertos

por uma placa indicando a proibição, com letreiro visível a olho

nu, a uma distância mínima de 5 (cinco) metros e uma etiqueta

indicando o nome da pessoa encarregada de recolocação, em

uso normal, do referido dispositivo.

Os espaços dos locais de trabalho situados nas vizinhanças de

partes elétricas expostas não devem ser utilizados como

passagem.

É proibido guardar objetos estranhos à instalação próximo das

partes condutoras da mesma.

Medidas especiais de segurança devem ser tomadas nos

serviços em circuitos próximos a outros circuitos com tensões

diferentes.

Quando da realização de serviços em locais úmidos ou

encharcados, bem como quando o piso oferecer condições

propícias para condução de corrente elétrica, devem ser

91
utilizados cordões elétricos alimentados por transformador de

segurança ou por tensão elétrica não superior a 24 volts.

Situações de emergência.

Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou reparar

instalações elétricas, deve estar apto a prestar primeiros

socorros a acidentados, especialmente através das técnicas de

reanimação cardio-respiratória.

Todo profissional, para instalar, operar, inspecionar ou reparar

instalações elétricas, deve estar apto a manusear e operar

equipamentos de combate a incêndios utilizados nessas

instalações.

Pessoal.

Autorização para trabalhos em instalações elétricas.

92
Estão autorizados a instalar, operar, inspecionar ou reparar

instalações elétricas, somente os profissionais qualificados que

estiverem instruídos quanto às precauções relativas ao seu

trabalho e apresentarem estado de saúde compatível com as

atividades desenvolvidas no mesmo.

Cabe ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho – SESMT, o estabelecimento e avaliação

dos procedimentos a serem adotados pela empresa visando à

autorização dos empregados para trabalhos em instalações

elétricas.

São considerados profissionais qualificados aqueles que

comprovem, perante o empregador, uma das seguintes

condições:

a) capacitação, através de curso específico do sistema oficial de

ensino;

93
b) capacitação através de curso especializado ministrado por

centros de treinamento e reconhecido pelo sistema oficial de

ensino;

c) capacitação através de treinamento na empresa, conduzido

por profissional autorizado.

Das instruções relativas às precauções do trabalho, devem

constar orientação quanto à identificação e controle dos riscos e

quanto aos primeiros socorros a serem prestados em casos de

acidentes do trabalho.

Todo profissional qualificado, autorizado a trabalhar em

instalações elétricas, deve ter essa condição anotada no seu

registro do empregado.

94
Unidade 3 - Normalização e Legislação

95
NR 26 - Sinalização de Segurança

Cor na segurança do trabalho.

Esta Norma Regulamentadora - NR tem por objetivo fixar as

cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para

prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de

segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações

empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases

e advertindo contra riscos.

96
Deverão ser adotadas cores para segurança em

estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e

advertir acerca dos riscos existentes.

A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas

de prevenção de acidentes.

O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de

não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

As cores aqui adotadas serão as seguintes:

- vermelho;
- amarelo;
- branco;
- preto;
- azul;
- verde;
- laranja;
- púrpura;
- lilás;
- cinza;

97
- alumínio;
- marrom.

A indicação em cor, sempre que necessária,

especialmente quando em área de trânsito para pessoas

estranhas ao trabalho, será acompanhada dos sinais

convencionais ou da identificação por palavras.

98
Vermelho.

O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar

equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio.

Não deverá ser usado na indústria para assinalar perigo, por ser

de pouca visibilidade em comparação com o amarelo (de alta

visibilidade) e o alaranjado (que significa Alerta).

É empregado para identificar:

- caixa de alarme de incêndio;

- hidrantes;

- bombas de incêndio;

- sirenes de alarme de incêndio;

- caixas com cobertores para abafar chamas;

99
- extintores e sua localização;

- indicações de extintores (visível a distância, dentro da área de

uso do extintor);

- localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada

no carretel, suporte, moldura da caixa ou nicho);

- baldes de areia ou água, para extinção de incêndio;

- tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água;

- transporte com equipamentos de combate a incêndio;

- portas de saídas de emergência;

- rede de água para incêndio (sprinklers);

- mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica).

A cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de

advertência de perigo:

100
- nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de

construções e quaisquer outras obstruções temporárias;

- em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de

emergência.

Amarelo.

Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar

gases não liquefeitos. O amarelo deverá ser empregado para

indicar "Cuidado!", assinalando:

- partes baixas de escadas portáteis;

- corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que

apresentem risco;

- espelhos de degraus de escadas;

101
- bordas desguarnecidos de aberturas no solo (poços, entradas

subterrâneas, etc.) e de plataformas que não possam ter

corrimões;

- bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham

verticalmente;

- faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de

carregamento;

- meios-fios, onde haja necessidade de chamar atenção;

- paredes de fundo de corredores sem saída;

- vigas colocadas a baixa altura;

- cabines, caçambas e gatos-de-pontes-rolantes, guindastes,

escavadeiras, etc.;

102
- equipamentos de transporte e manipulação de material, tais

como empilhadeiras, tratores industriais, pontes-rolantes,

vagonetes, reboques, etc.;

- fundos de letreiros e avisos de advertência;

- pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de estruturas

e equipamentos em que se possa esbarrar;

- cavaletes, porteiras e lanças de cancelas;

- bandeiras como sinal de advertência (combinado ao preto);

- comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco;

- pára-choques para veículos de transporte pesados, com listras

pretas. Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão

usados sobre o amarelo quando houver necessidade de

melhorar a visibilidade da sinalização.

103
Branco.

O branco será empregado em:

- passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas

(localização e largura);

- direção e circulação, por meio de sinais;

- localização e coletores de resíduos;

- localização de bebedouros;

- áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de

combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência;

- áreas destinadas à armazenagem;

- zonas de segurança.

Preto.

104
O preto será empregado para indicar as canalizações de

inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (ex: óleo

lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.).

O preto poderá ser usado em substituição ao branco, ou

combinado a este, quando condições especiais o exigirem.

Azul.

O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu

emprego limitado a avisos contra uso e movimentação de

equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço.

- empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem

localizadas nos pontos de comando, de partida, ou fontes de

energia dos equipamentos.

Será também empregado em:

105
- canalizações de ar comprimido;

- prevenção contra movimento acidental de qualquer

equipamento em manutenção;

- avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência.

Verde.

O verde é a cor que caracteriza "segurança".

Deverá ser empregado para identificar:

- canalizações de água;

- caixas de equipamento de socorro de urgência;

- caixas contendo máscaras contra gases;

- chuveiros de segurança;

106
- macas;

- fontes lavadoras de olhos;

- quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de

segurança, etc.;

- porta de entrada de salas de curativos de urgência;

- localização de EPI; caixas contendo EPI;

- emblemas de segurança;

- dispositivos de segurança;

- mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica).

Laranja.

O laranja deverá ser empregado para identificar:

107
- canalizações contendo ácidos;

- partes móveis de máquinas e equipamentos;

- partes internas das guardas de máquinas que possam ser

removidas ou abertas;

- faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;

- faces externas de polias e engrenagens;

- botões de arranque de segurança;

- dispositivos de corte, borda de serras, prensas.

Púrpura.

A púrpura deverá ser usada para indicar os perigos provenientes

das radiações eletromagnéticas penetrantes de partículas

nucleares.

108
Deverá ser empregada a púrpura em:

- portas e aberturas que dão acesso a locais onde se

manipulam ou armazenam materiais radioativos ou materiais

contaminados pela radioatividade;

- locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos

contaminados;

- recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais

e equipamentos contaminados;

- sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de

radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.

Lilás.

O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que

contenham álcalis. As refinarias de petróleo poderão utilizar o

lilás para a identificação de lubrificantes.

109
Cinza.

a) Cinza claro - deverá ser usado para identificar canalizações

em vácuo;

b) Cinza escuro - deverá ser usado para identificar eletrodutos.

Alumínio.

O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases

liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (ex.

óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante, etc.).

Marrom.

O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para

identificar qualquer fluído não identificável pelas demais cores.

110
O corpo das máquinas deverá ser pintado em branco, preto ou

verde.

As canalizações industriais, para condução de líquidos e gases,

deverão receber a aplicação de cores, em toda sua extensão, a

fim de facilitar a identificação do produto e evitar acidentes.

Obrigatoriamente, a canalização de água potável deverá ser

diferenciada das demais.

Quando houver a necessidade de uma identificação mais

detalhada (concentração, temperatura, pressões, pureza, etc.), a

diferenciação far-se-á através de faixas de cores diferentes,

aplicadas sobre a cor básica.

A identificação por meio de faixas deverá ser feita de modo que

possibilite facilmente a sua visualização em qualquer parte da

canalização.

111
Todos os acessórios das tubulações serão pintados nas cores

básicas de acordo com a natureza do produto a ser

transportado.

O sentido de transporte do fluído, quando necessário, será

indicado por meio de seta pintada em cor de contraste sobre a

cor básica da tubulação.

Para fins de segurança, os depósitos ou tanques fixos que

armazenem fluidos deverão ser identificados pelo mesmo

sistema de cores que as canalizações.

Sinalização para armazenamento de substâncias perigosas.

O armazenamento de substâncias perigosas deverá seguir

padrões internacionais.

a) Para fins do disposto no item anterior, considera-se

substância perigosa todo material que seja, isoladamente ou

não, corrosivo, tóxico, radioativo, oxidante, e que, durante o seu

112
manejo, armazenamento, processamento, embalagem,

transporte, possa conduzir efeitos prejudiciais sobre

trabalhadores, equipamentos, ambiente de trabalho.

Símbolos para identificação dos recipientes na movimentação

de materiais.

Na movimentação de materiais no transporte terrestre, marítimo,

aéreo e intermodal, deverão ser seguidas as normas técnicas

sobre simbologia vigentes no País.

Rotulagem preventiva.

A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saúde deverá

ser feita segundo as normas constantes deste item.

Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves, precisas,

redigidas em termos simples e de fácil compreensão.

113
A linguagem deverá ser prática, não se baseando somente nas

propriedades inerentes a um produto, mas dirigida de modo a

evitar os riscos resultantes do uso, manipulação e

armazenagem do produto.

Onde possa ocorrer misturas de 2 (duas) ou mais substâncias

químicas, com propriedades que variem em tipo ou grau

daquelas dos componentes considerados isoladamente, o

rótulo deverá destacar as propriedades perigosas do produto

final.

Do rótulo deverão constar os seguintes tópicos:

- nome técnico do produto;

- palavra de advertência, designando o grau de risco;

- indicações de risco;

- medidas preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas;

114
- primeiros socorros;

- informações para médicos, em casos de acidentes;

- e instruções especiais em caso de fogo, derrame ou

vazamento, quando for o caso.

No cumprimento do disposto no item anterior, dever-se-á adotar

o seguinte procedimento:

- nome técnico completo, o rótulo especificando a natureza do

produto químico. Exemplo: "Ácido Corrosivo", "Composto de

Chumbo", etc. Em qualquer situação, a identificação deverá ser

adequada, para permitir a escolha do tratamento médico

correto, no caso de acidente.

115
- Palavra de Advertência - as palavras de advertência que

devem ser usadas são:

- "PERIGO", para indicar substâncias que apresentem alto risco;

116
- "CUIDADO", para substâncias que apresentem risco médio;

- "ATENÇÃO", para substâncias que apresentem risco leve.

- Indicações de Risco - As indicações deverão informar sobre os

riscos relacionados ao manuseio de uso habitual ou

razoavelmente previsível do produto. Exemplos:

"EXTREMAMENTE INFLAMÁVEIS", "NOCIVO SE ABSORVIDO

ATRAVÉS DA PELE", etc.

117
Importante

- Medidas Preventivas - Têm por finalidade estabelecer outras

medidas a serem tomadas para evitar lesões ou danos

decorrentes dos riscos indicados. Exemplos: "MANTENHA

AFASTADO DO CALOR, FAÍSCAS E CHAMAS ABERTAS" "EVITE

INALAR A POEIRA".

Realize

Exercício de fixação:

1-De acordo com a regulamentação para Sinalização de

Segurança, a cor a ser utilizada para indicar as canalizações de

inflamáveis e líquidos de alta viscosidade é:

118
2-A Norma que trata da sinalização de segurança orienta quanto

às cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para

prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de

segurança e canalizações utilizadas, bem como delimitando tais

áreas. Nesse contexto, considere e assinale a aternativa correta:

I. A adoção de cores tem por objetivo eliminar riscos de

acidentes.

II. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras

formas de prevenção de acidentes.

III. O uso de cores deverá ser o mais reduzido possível, a fim de

não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

IV. A indicação em cor não poderá ser acompanhada de sinais

convencionados e nem de identificação por palavras.

119
NORMA REGULAMENTADORA n.º 33

SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS

CONFINADOS

Objetivo e Definição

Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos

mínimos para identificação de espaços confinados e o

reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos

riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a

segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou

indiretamente nestes espaços.

120
Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado

para ocupação humana contínua, que possua meios limitados

de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para

remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou

enriquecimento de oxigênio.

Das Responsabilidades

Cabe ao Empregador:

a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento

desta norma;

b) identificar os espaços confinados existentes no

estabelecimento;

c) identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

d) implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em

espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção,

121
administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de

forma a garantir permanentemente ambientes com condições

adequadas de trabalho;

e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre

os riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento

em espaços confinados;

f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra

após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e

Trabalho.

g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os

riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a

capacitação de seus trabalhadores;

h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e

saúde dos trabalhadores das empresas contratadas provendo

os meios e condições para que eles possam atuar em

conformidade com esta NR;

122
i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de

suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo

ao imediato abandono do local; e

j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de

controle antes de cada acesso aos espaços confinados.

Cabe aos Trabalhadores:

a) colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;

b) utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos

pela empresa;

c) comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações

de risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam

do seu conhecimento; e

d) cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos

treinamentos com relação aos espaços confinados.

123
Gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços

confinados

A gestão de segurança e saúde deve ser planejada,

programada, implementada e avaliada, incluindo medidas

técnicas de prevenção, medidas administrativas e medidas

pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados.

Medidas técnicas de prevenção:

a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar

a entrada de pessoas não autorizadas;

124
b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;

c) proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos,

biológicos, ergonômicos e mecânicos;

d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e

etiquetagem;

e) implementar medidas necessárias para eliminação ou

controle dos riscos atmosféricos em espaços confinados;

f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada

de trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro;

g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e

durante toda a realização dos trabalhos, monitorando,

ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço

confinado;

125
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços

confinados nas áreas onde os trabalhadores autorizados

estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as

condições de acesso e permanência são seguras;

i) proibir a ventilação com oxigênio puro;

j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização;

k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro,

provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões

eletromagnéticas ou interferências de radiofreqüência.

Os equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação

e de movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados

aos riscos dos espaços confinados;

126
Em áreas classificadas os equipamentos devem estar

certificados ou possuir documento contemplado no âmbito do

Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - INMETRO.

As avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas fora do

espaço confinado.

Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio

ou explosão em trabalhos a quente, tais como solda,

aquecimento, esmerilhamento, corte ou outros que liberem

chama aberta, faíscas ou calor.

Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de

inundação, soterramento, engolfamento, incêndio, choques

elétricos, eletricidade estática, queimaduras, quedas,

escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e

outros que possam afetar a segurança e saúde dos

trabalhadores.

127
Medidas administrativas:

a) manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados,

inclusive dos desativados, e respectivos riscos;

b) definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os

riscos do espaço confinado;

c) manter sinalização permanente junto à entrada do espaço

confinado;

d) implementar procedimento para trabalho em espaço

confinado;

e) adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho;

f) preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de

Entrada e Trabalho antes do ingresso de trabalhadores em

espaços confinados;

128
g) possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade

da Permissão de Entrada e Trabalho;

h) entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia

cópia da Permissão de Entrada e Trabalho;

i) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as

operações forem completadas, quando ocorrer uma condição

não prevista ou quando houver pausa ou interrupção dos

trabalhos;

j) manter arquivados os procedimentos e Permissões de

Entrada e Trabalho por cinco anos;

k) disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e

Trabalho para o conhecimento dos trabalhadores autorizados,

seus representantes e fiscalização do trabalho;

129
l) designar as pessoas que participarão das operações de

entrada, identificando os deveres de cada trabalhador e

providenciando a capacitação requerida;

m) estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no

exterior e no interior dos espaços confinados;

n) assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja

iniciado com acompanhamento e autorização de supervisão

capacitada;

o) garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos

riscos e medidas de controle existentes no local de trabalho; e

p) implementar um Programa de Proteção Respiratória de

acordo com a análise de risco, considerando o local, a

complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.

A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para cada

entrada.

130
Nos estabelecimentos onde houver espaços confinados devem

ser observadas, de forma complementar a presente NR, os

seguintes atos normativos: NBR 14606 – Postos de Serviço –

Entrada em Espaço Confinado; e NBR 14787 – Espaço

Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas

de Proteção, bem como suas alterações posteriores.

O procedimento para trabalho deve contemplar, no mínimo:

objetivo, campo de aplicação, base técnica, responsabilidades,

competências, preparação, emissão, uso e cancelamento da

Permissão de Entrada e Trabalho, capacitação para os

trabalhadores, análise de risco e medidas de controle.

Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a

Permissão de Entrada e Trabalho devem ser avaliados no

mínimo uma vez ao ano e revisados sempre que houver

alteração dos riscos, com a participação do Serviço

Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT e

da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

131
Os procedimentos de entrada em espaços confinados devem

ser revistos quando da ocorrência de qualquer uma das

circunstâncias abaixo:

a) entrada não autorizada num espaço confinado;

b) identificação de riscos não descritos na Permissão de

Entrada e Trabalho;

c) acidente, incidente ou condição não prevista durante a

entrada;

d) qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na

configuração do espaço confinado;

e) solicitação do SESMT ou da CIPA; e

f) identificação de condição de trabalho mais segura.

132
Medidas Pessoais

Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços

confinados deve ser submetido a exames médicos específicos

para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as

NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a

emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.

Capacitar todos os trabalhadores envolvidos, direta ou

indiretamente com os espaços confinados, sobre seus direitos,

deveres, riscos e medidas de controle.

O número de trabalhadores envolvidos na execução dos

trabalhos em espaços confinados deve ser determinado

conforme a análise de risco.

É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços

confinados de forma individual ou isolada.

133
O Supervisor de Entrada deve desempenhar as seguintes

funções:

a) emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das

atividades;

b) executar os testes, conferir os equipamentos e os

procedimentos contidos na Permissão de Entrada e Trabalho;

c) assegurar que os serviços de emergência e salvamento

estejam disponíveis e que os meios para acioná-los estejam

operantes;

d) cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando

necessário; e

e) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término

dos serviços.

O Supervisor de Entrada pode desempenhar a função de Vigia.

134
O Vigia deve desempenhar as seguintes funções:

a) manter continuamente a contagem precisa do número de

trabalhadores autorizados no espaço confinado e assegurar que

todos saiam ao término da atividade;

b) permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em

contato permanente com os trabalhadores autorizados;

c) adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe

de salvamento, pública ou privada, quando necessário;

d) operar os movimentadores de pessoas; e

e) ordenar o abandono do espaço confinado sempre que

reconhecer algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa,

condição proibida, acidente, situação não prevista ou quando

não puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser

substituído por outro Vigia.

135
Vigia não poderá realizar outras tarefas que possam

comprometer o dever principal que é o de monitorar e proteger

os trabalhadores autorizados;

Cabe ao empregador fornecer e garantir que todos os

trabalhadores que adentrarem em espaços confinados

disponham de todos os equipamentos para controle de riscos,

previstos na Permissão de Entrada e Trabalho.

Em caso de existência de Atmosfera Imediatamente Perigosa à

Vida ou à Saúde - Atmosfera IPVS –, o espaço confinado

somente pode ser adentrado com a utilização de máscara

autônoma de demanda com pressão positiva ou com respirador

de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape.

136
Importante

Capacitação para trabalhos em espaços confinados

É vedada a designação para trabalhos em espaços confinados


sem a prévia capacitação do trabalhador.

O empregador deve desenvolver e implantar programas de


capacitação sempre que ocorrer qualquer das seguintes
situações:

a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de


trabalho;

b) algum evento que indique a necessidade de novo


treinamento; e

c) quando houver uma razão para acreditar que existam desvios


na utilização ou nos procedimentos de entrada nos espaços
confinados ou que os conhecimentos não sejam adequados.

Todos os trabalhadores autorizados e Vigias devem receber


capacitação periodicamente, a cada doze meses.

137
A capacitação deve ter carga horária mínima de dezesseis
horas, ser realizada dentro do horário de trabalho, com
conteúdo programático de:

a) definições;

b) reconhecimento, avaliação e controle de riscos;

c) funcionamento de equipamentos utilizados;

d) procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e


Trabalho; e

e) noções de resgate e primeiros socorros.

A capacitação dos Supervisores de Entrada deve ser realizada


dentro do horário de trabalho, com conteúdo programático
específico, acrescido de:

a) identificação dos espaços confinados;

b) critérios de indicação e uso de equipamentos para controle


de riscos;

138
c) conhecimentos sobre práticas seguras em espaços
confinados;

d) legislação de segurança e saúde no trabalho;

e) programa de proteção respiratória;

f) área classificada; e

g) operações de salvamento.

Importante

Todos os Supervisores de Entrada devem receber


capacitação específica, com carga horária mínima de
quarenta horas.

Os instrutores designados pelo responsável técnico, devem


possuir comprovada proficiência no assunto.

Ao término do treinamento deve-se emitir um certificado


contendo o nome do trabalhador, conteúdo programático,
carga horária, a especificação do tipo de trabalho e espaço

139
confinado, data e local de realização do treinamento, com as
assinaturas dos instrutores e do responsável técnico.

Uma cópia do certificado deve ser entregue ao trabalhador e


a outra cópia deve ser arquivada na empresa.

Emergência e Salvamento

O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de

emergência e resgate adequados aos espaços confinados

incluindo, no mínimo:

a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a

partir da Análise de Riscos;

b) descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a

serem executadas em caso de emergência;

c) seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de

comunicação, iluminação de emergência, busca, resgate,

primeiros socorros e transporte de vítimas;

140
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela

execução das medidas de resgate e primeiros socorros para

cada serviço a ser realizado; e

e) exercício simulado anual de salvamento nos possíveis

cenários de acidentes em espaços confinados.

O pessoal responsável pela execução das medidas de

salvamento deve possuir aptidão física e mental compatível

com a atividade a desempenhar.

A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos

os possíveis cenários de acidentes identificados na análise de

risco.

Disposições Gerais

O empregador deve garantir que os trabalhadores possam

interromper suas atividades e abandonar o local de trabalho,

141
sempre que suspeitarem da existência de risco grave e iminente

para sua segurança e saúde ou a de terceiros.

São solidariamente responsáveis pelo cumprimento desta NR

os contratantes e contratados.

É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em

espaços confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e

Trabalho.

142
Unidade 4 - Organização

143
4 – Organização

A organização do trabalho deve ser feita de forma a não

haver atividades aos domingos e feriados, seja total ou parcial,

com exceção das empresas autorizadas previamente pelo

Ministério do Trabalho e Emprego, conforme o previsto no Artigo

68, “caput”, da CLT e das atividades previstas em lei.

Aos trabalhadores é assegurado, nos casos previamente

autorizados, pelo menos um dia de repouso semanal

remunerado coincidente com o domingo a cada mês,

independentemente de metas, faltas e/ou produtividade.

144
As escalas de fins de semana e de feriados devem ser

especificadas e informadas aos trabalhadores com a

antecedência necessária, de conformidade com os Artigos 67,

parágrafo único, e 386 da CLT, ou por intermédio de acordos ou

convenções coletivas.

Os empregadores devem levar em consideração as

necessidades dos operadores na elaboração das escalas

laborais que acomodem necessidades especiais da vida familiar

dos trabalhadores com dependentes sob seus cuidados,

especialmente nutrizes, incluindo flexibilidade especial para

trocas de horários e utilização das pausas.

A duração das jornadas de trabalho somente poderá

prolongar-se além do limite previsto nos termos da lei em casos

excepcionais, por motivo de força maior, necessidade imperiosa

ou para a realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou

cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, conforme

dispõe o Artigo 61 da CLT, realizando a comunicação à

145
autoridade competente, prevista no §1º do mesmo artigo, no

prazo de 10 (dez) dias.

Em caso de prorrogação do horário normal, será

obrigatório um descanso mínimo de 15 (quinze) minutos antes

do início do período extraordinário do trabalho, de acordo com o

Artigo 384 da CLT.

O contingente de operadores deve ser dimensionado às

demandas da produção no sentido de não gerar sobrecarga

habitual ao trabalhador.

O contingente de operadores em cada estabelecimento

deve ser suficiente para garantir que todos possam usufruir as

pausas e intervalos previstos neste Anexo.

O tempo de trabalho em efetiva atividade de

teleatendimento/telemarketing é de, no máximo, 06 (seis) horas

diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração.

146
A prorrogação do tempo previsto no presente item só será

admissível nos termos da legislação, sem prejuízo das pausas

previstas neste Anexo, respeitado o limite de 36 (trinta e seis)

horas semanais de tempo efetivo em atividade de

teleatendimento/telemarketing.

Para o cálculo do tempo efetivo em atividade de

teleatendimento/telemarketing devem ser computados os

períodos em que o operador encontra-se no posto de trabalho,

os intervalos entre os ciclos laborais e os deslocamentos para

solução de questões relacionadas ao trabalho.

Para prevenir sobrecarga psíquica, muscular estática de

pescoço, ombros, dorso e membros superiores, as empresas

devem permitir a fruição de pausas de descanso e intervalos

para repouso e alimentação aos trabalhadores.

As pausas deverão ser concedidas:

a) fora do posto de trabalho;

147
b) em 02 (dois) períodos de 10 (dez) minutos contínuos;

c) após os primeiros e antes dos últimos 60 (sessenta) minutos

de trabalho em atividade de teleatendimento/telemarketing.

A instituição de pausas não prejudica o direito ao intervalo

obrigatório para repouso e alimentação previsto no §1° do Artigo

71 da CLT.

O intervalo para repouso e alimentação para a atividade

de teleatendimento/telemarketing deve ser de 20 (vinte)

minutos.

Para tempos de trabalho efetivo de

teleatendimento/telemarketing de até 04 (quatro) horas diárias,

deve ser observada a concessão de 01 pausa de descanso

contínua de 10 (dez) minutos.

148
As pausas para descanso devem ser consignadas em

registro impresso ou eletrônico.

O registro eletrônico de pausas deve ser disponibilizado

impresso para a fiscalização do trabalho no curso da inspeção,

sempre que exigido.

Os trabalhadores devem ter acesso aos seus registros de

pausas.

Devem ser garantidas pausas no trabalho imediatamente

após operação onde haja ocorrido ameaças, abuso verbal,

agressões ou que tenha sido especialmente desgastante, que

permitam ao operador recuperar-se e socializar conflitos e

dificuldades com colegas, supervisores ou profissionais de

saúde ocupacional especialmente capacitados para tal

acolhimento.

149
O tempo necessário para a atualização do conhecimento

do operador e para o ajuste do posto de trabalho é considerado

como parte da jornada normal.

A participação em quaisquer modalidades de atividade

física, quando adotadas pela empresa, não é obrigatória, e a

recusa do trabalhador em praticá-la não poderá ser utilizada

para efeito de qualquer punição.

Com o fim de permitir a satisfação das necessidades

fisiológicas, as empresas devem permitir que os operadores

saiam de seus postos de trabalho a qualquer momento da

jornada, sem repercussões sobre suas avaliações e

remunerações.

Nos locais de trabalho deve ser permitida a alternância de

postura pelo trabalhador, de acordo com suas conveniência e

necessidade.

150
Os mecanismos de monitoramento da produtividade, tais

como mensagens nos monitores de vídeo, sinais luminosos,

cromáticos, sonoros, ou indicações do tempo utilizado nas

ligações ou de filas de clientes em espera, não podem ser

utilizados para aceleração do trabalho e, quando existentes,

deverão estar disponíveis para consulta pelo operador, a seu

critério.

Para fins de elaboração de programas preventivos devem

ser considerados os seguintes aspectos da organização do

trabalho:

a) compatibilização de metas com as condições de trabalho e

tempo oferecidas;

b) monitoramento de desempenho;

c) repercussões sobre a saúde dos trabalhadores decorrentes

de todo e qualquer sistema de avaliação para efeito de

remuneração e vantagens de qualquer espécie;

151
d) pressões aumentadas de tempo em horários de maior

demanda;

e) períodos para adaptação ao trabalho.

É vedado ao empregador:

a) exigir a observância estrita do script ou roteiro de

atendimento;

b) imputar ao operador os períodos de tempo ou interrupções

no trabalho não dependentes de sua conduta.

A utilização de procedimentos de monitoramento por

escuta e gravação de ligações deve ocorrer somente mediante

o conhecimento do operador.

É vedada a utilização de métodos que causem assédio

moral, medo ou constrangimento, tais como:

152
a) estímulo abusivo à competição entre trabalhadores ou

grupos/equipes de trabalho;

b) exigência de que os trabalhadores usem, de forma

permanente ou temporária, adereços, acessórios, fantasias e

vestimentas com o objetivo de punição, promoção e

propaganda;

c) exposição pública das avaliações de desempenho dos

operadores.

Com a finalidade de reduzir o estresse dos operadores,

devem ser minimizados os conflitos e ambigüidades de papéis

nas tarefas a executar, estabelecendo-se claramente as

diretrizes quanto a ordens e instruções de diversos níveis

hierárquicos, autonomia para resolução de problemas,

autorização para transferência de chamadas e consultas

necessárias a colegas e supervisores.

153
Os sistemas informatizados devem ser elaborados,

implantados e atualizados contínua e suficientemente, de

maneira a mitigar sobretarefas como a utilização constante de

memória de curto prazo, utilização de anotações precárias,

duplicidade e concomitância de anotações em papel e sistema

informatizado.

As prescrições de diálogos de trabalho não devem exigir que o

trabalhador forneça o sobrenome aos clientes, visando resguardar

sua privacidade e segurança pessoal.

Atitudes seguras e comportamentos seguros.

154
ATOS INSEGUROS E CONDIÇÕES INSEGURAS

Todo acidente é CAUSADO, e não simplesmente acontece, é por

isso que toda vez que ocorre um acidente, por mais simples que

possa parecer, nós o investigamos e analisamos, com a

finalidade de encontrarmos causas e, em consequência,

encontrarmos as providências ou recomendações necessárias,

para evitarmos a repetição de acidentes semelhantes.

Os acidentes ocorrem por falta cometida pelo empregado

contra as regras de segurança ou por condição de insegurança

que existem no ambiente de trabalho.

Podemos classificar basicamente as causa de um acidente de

trabalho em dois fatores:

ATO ou CONDIÇÃO INSEGURA.

155
Pense

Isto é um ato inseguro ou uma condição insegura?

156
Existe uma terceira classificação de causas de acidentes que

são as causas naturais, responsável por 1 a 2% dos acidentes.

As causas naturais são os fatores da natureza, tais como vulcão,

terremotos, maremotos, tempestades, etc, onde a tecnologia

não tem controle ou previsões mais confiáveis.

Atos e condições inseguras são fatores que, combinados ou

não, desencadeiam os acidentes do trabalho. São portanto, as

causas diretas dos acidentes. Assim, pode-se entender que

prevenir acidentes do trabalho, em síntese, é corrigir condições

inseguras existentes nos locais de trabalho, não permitir que

outras sejam criadas e evitar a pratica de atos inseguros por

parte das pessoas.

Tanto as condições como os atos inseguros tem origem mais

remotas, em causas indiretas. Esses fatores indireto, porém,

podem ser atenuados ou eliminados, de modo a evitar que os

últimos elos da cadeia, atos e condições inseguras, venham a

157
propiciar a ocorrência de acidentes ou pelo menos que essas

ocorrências se tornem cada vez mais raras.

ATO INSEGURO

É a maneira como as pessoas se expõem, consciente ou

inconscientemente, a riscos de acidentes. São esses os atos

responsáveis por muitos dos acidentes de trabalho e que estão

presentes na maioria dos casos em que há alguém ferido.

Nota-se que nas investigações de acidentes, que alguns atos

inseguros se sobressaem entre os catalogados como os

frequentes, embora essa maior evidência varie de empresa para

empresa. Cabe ressaltar que um funcionário sem treinamento

ou que não saiba os riscos inerentes a uma determinada

atividade, não deve ser classificado como ato inseguro, mas sim

como condição insegura.

Abaixo alguns exemplos de atos inseguros mais conhecidos:

· Ficar junto ou sob cargas suspensas.

158
· Usar máquinas sem habilitação ou permissão.

· Lubrificar, ajustar e limpar maquina em movimento.

· Inutilizar dispositivos de segurança.

· Uso de roupa inadequada.

· Transportar ou empilhar inseguramente.

· Tentar ganhar tempo

· Expor partes do corpo, a partes móveis de maquinas ou

equipamentos.

· Imprimir excesso de velocidade.

· Improvisar ou fazer uso de ferramenta inadequada a tarefa

exigida.

· Não utilizar EPI.

· Manipulação inadequada de produtos químicos.

· Fumar em lugar proibido.

· Consumir drogas, ou bebidas alcoólicas durante a jornada de

trabalho.

159
CONDIÇÃO INSEGURA

Condições inseguras nos locais de serviço são aquelas que

compreendem a segurança do trabalhador. São as falhas, os

defeitos, irregularidades técnicas e carência de dispositivos de

segurança que pões em risco a integridade física e/ou a saúde

das pessoas e a própria segurança das instalações e

equipamentos.

Convém ter em mente que estas não devem ser confundidas

com os riscos inerentes a certas operações industriais. Por

exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos

que envolvam eletricidade, aparelhos ou instalações elétricas, a

eletricidade não pode ser considerada uma condição insegura

por ser perigosa.Instalações mal feitas, ou improvisadas, fios

expostos, etc., são condições inseguras, a energia elétrica em si

não.

160
Abaixo alguns exemplos de condições inseguras mais

comumente conhecidas:

· Falta de proteção em máquinas e equipamentos

· Deficiência de maquinário e ferramental

· Passagens perigosas

· Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas

· Falta de equipamento de proteção individual

· Nível de ruído elevado

· Proteções inadequadas ou defeituosas

· Má arrumação/falta de limpeza

· Defeitos nas edificações

· Iluminação inadequada

· Piso danificado

· Risco de fogo ou explosão

Sugestão de leitura

http://rica.unibes.com.br/index.php/rica/article/view/360/318

161
Unidade 5 - Fisiologia do trabalho

162
5 - Fisiologia do trabalho

Sabendo-se que a Ergonomia tem por objetivo adequar o trabalho

às características do homem, sejam físicas, sejam psíquicas, é

necessário ter-se conhecimentos mínimos de como nosso

organismo funciona e quais são as limitações do nosso corpo, para

que se possam desenvolver projetos que correspondam a tais

características.

Através de conhecimentos de Anatomia e Fisiologia,

compreenderemos o porquê de algumas das reações adversas no

organismo humano.

- A Anatomia estuda a localização dos órgãos de nosso corpo,

bem como lhes dá uma terminologia adequada, conforme tal

localização.

- Já a Fisiologia estuda como funcionam os órgãos e qual a

relação de interdependência de cada órgão com os sistemas que

compõem o organismo humano.

163
É importante para o profissional de Segurança e Higiene do

Trabalho conhecer as limitações do corpo humano e como este

pode se sobrecarregar, com o intuito de buscar soluções para

os problemas diagnosticados.

SISTEMA LOCOMOTOR

Subdividiremos o estudo de tal sistema em Esquelético e

Músculo-Ligamentar. O primeiro representa a estrutura de

164
sustentação de todo o corpo, tanto como base à movimentação,

quanto para proteger órgãos vitais. O segundo possibilita

justamente os movimentos do corpo e a força aplicada nos

diversos segmentos, bem como a velocidade e precisão de tais

movimentos.

Sistema Esquelético A título de organização do estudo deste

sistema, o mesmo pode ser dividido em três partes

fundamentais: Cabeça, Tronco e Membros, a saber:

 a cabeça, na extremidade superior do esqueleto,

sustentada pela coluna vertebral;

 o tronco, na região central do corpo, abrangendo a coluna

vertebral e as costelas;

 os membros, superiores e inferiores, compreendendo,

acima, os braços, antebraços, punhos e mãos e, abaixo,

as pernas e pés;

 as cinturas, escapular (acima) e pélvica (abaixo).

165
Das partes acima descritas, algumas merecem destaque para o

estudo e aplicação da Ergonomia, em função das posturas

adotadas por nosso organismo, quando em atividade.

AS CURVAS DA COLUNA:

A coluna apresenta uma estrutura para promover equilíbrio e

sustentação corporal, é formada por dois tipos de curvas: cifose

e lordose em vista lateral, enquanto que na vista posterior não

apresenta.

DISCO INTERVERTEBRAL:

166
São estruturas localizadas entre as vértebras que permitem

mobilidade da coluna e agem como amortecedores de impacto

na mesma. São responsáveis por ¼ do comprimento da coluna.

Degenera com a idade, ficando vulnerável a movimentos

agressivos da coluna, deformando-os progressivamente (perde

líquido e mobilidade). Essa deformidade pode comprometer a

raiz nervosa, levando à dor.

Uma das características da coluna vertebral é a sua grande

mobilidade. As imagens abaixo demonstram esta característica,

com a flexão da coluna (esquerda) e a flexão e extensão

específicas da região cervical:

167
LIMITAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL

O amortecimento das pressões exercidas sobre cada vértebra,

que forma o conjunto da COLUNA VERTEBRAL, é

desempenhado essencialmente pelos núcleos pulposos (NP’s),

que distribuem radialmente a pressão recebida.

Isto equivale a dizer que o núcleo, que se encontra dentro dos

anéis, tende sempre a aumentar seu diâmetro quando recebe

a carga de cima para baixo, fazendo pressão sobre as paredes

dos anéis que o envolvem, enquanto diminui de altura.

A - Núcleo entre vértebras em situação de repouso

B - Núcleo entre vértebras em situação de carga incidindo sobre

a coluna

Ocorre que o disco intervertebral apresenta uma degeneração

natural que se acentua a partir dos 20 anos de idade, época

168
em que as artérias que alimentam a região da coluna vertebral

começam a se fechar, interrompendo a vaso-irrigação e sua

alimentação.

Assim, o disco passa a receber alimentação de líquidos

nutrientes que se encontram na região à sua volta,

principalmente aqueles que permanecem no tecido esponjoso

que reveste as faces superiores e inferiores dos corpos

vertebrais.

Contudo, claro está que quando a coluna recebe uma carga

sobre o conjunto de vértebras, o líquido é expulso da região na

qual se encontra naturalmente, dada a pressão ali concentrada.

O comportamento é similar a uma esponja.

Tal fato é muito importante, vez que pressionada, a coluna

vertebral não se alimenta e que tal situação facilita ainda mais

a degeneração dos discos intervertebrais. Sem alimentação, a

característica fibro-elástica destes tende a diminuir, o que inicia

169
um PROCESSO DE ROMPIMENTO DAS PAREDES DOS ANÉIS

QUE ENVOLVEM O NP, toda vez que este tenta se deslocar de

sua origem.

Como já vimos a coluna é composta por 33 vértebras, cada uma

apoiada sobre um disco que está sobre a vértebra

imediatamente abaixo. Esta característica possibilita a todo o

conjunto uma mobilidade extraordinária, dentro de limites

impostos pela própria estrutura anatômica de cada região d a

coluna.

A mobilidade do conjunto, entretanto, representa não apenas

flexibilidade útil para desenvolvê-lo de inúmeras tarefas

efetuadas pelo ser humano, mas alguns riscos à região da

coluna vertebral, como agora observaremos.

Como se viu, os discos degeneram com o passar do tempo,

perdendo a elasticidade necessária. Com isto, a capacidade de

170
amortecer pressões diminui e há uma tendência do NP

extravasar-se da região central que originalmente ocupa.

Tal situação é agravada ainda mais quando a coluna vertebral

sai da posição em que suas curvaturas naturais são

alteradas. Nesta postura, os NP são arremessados para trás

(região posterior do corpo), pressionando os anéis desta

região. Quanto mais esta postura se repete, mais e mais os

anéis são pressionados.

Movimentos de flexão frequente da coluna faz com que o disco

sofra pressões constantes movimentando-os para trás. Os

distúrbios dos discos são os mais graves e podem ocasionar

dor muito forte e incapacitante. Gera afastamento prolongado e

posteriormente pode ter incapacidade para atividades pesadas.

Todos os esforços feitos próximos ao corpo e que não haja

rotação da coluna lombossacra são melhores tolerados dentro

de limites, não trazem problemas à coluna.

171
Os problemas que afetam a coluna são adquiridos com o

passar dos anos. A dor é um sinal de alerta, que alguma coisa

vai mal ou está errada.

A consciência corporal para uma postura correta e sua

manutenção levarão a boa qualidade da coluna no futuro.

PRESSÕES NA COLUNA DE ACORDO COM A POSTURA

COMO ATENUAR OS MALES À COLUNA NO TRABALHO:

Maneira correta de abaixar e pegar objetos;

Móveis, máquinas e objetos devem ter altura e posicionamento

adequados para ser manuseados.

172
Cadeiras com encosto apropriado;

Estimular atividade física (fortalecimento muscular protege a

coluna, maior circulação e nutrição dos músculos, mais líquido

sinorial nas articulações.)

PRINCIPAIS SITUAÇÕES DE SOBRECARGA PARA A COLUNA

NO TRABALHO:

173
Levantar, carregar e manusear cargas pesadas (+25 kg) ou

muito pesadas (+25 kg).

Levantar carga com freqüência.

Não carregar carga na cabeça.

Trabalhar com o pescoço excessivamente reto ou inclinado.

Vibração do corpo.

DOENÇAS DA COLUNA

PROTUSÃO INTRADISCAL

A protusão intradiscal é um problema grave. Ocorre quando a

postura acima detalhada se repete com freqüência nas

atividades rotineiras de um trabalhador ou mesmo quando

eventuais, mas nos indivíduos que já apresentam degeneração

nos discos intervertebrais.

174
Caracteriza-se pelo fato do núcleo pulposo ser

constantemente empurrado para trás, rompendo os anéis

fibrosos que o envolvem, um por um, até chegar na região

periférica do disco. Esta região passa a apresentar um volume

mais acentuado, pressionando um ligamento que corre de cima

a baixo na coluna, o Ligamento Posterior. Terminações

nervosas aí localizadas provocam fortes dores no indivíduo,

acompanhadas de espasmos musculares.

HÉRNIA DE DISCO

A hérnia de disco é um problema ainda mais grave que a

protusão intradiscal. Na hérnia, o NP, após ter rompido todos os

anéis, consegue extravasar-se de dentro do anel e sai do disco

intervertebral, empurrando os tecidos da região, pressionando-

os. Esta lesão se verifica mais na região lombar, principalmente

quando o indivíduo flexiona o tronco para erguer cargas (hérnia

posterior) e quando o rotaciona lateralmente, movimentando a

175
carga da direita para a esquerda, por exemplo (hérnia póstero-

lateral).

OSTEOFITOSE (BICO DE PAPAGAIO)

É uma lesão derivada da hérnia de disco e muito mais grave.

Caracteriza-se pela formação de protuberâncias ósseas nas

paredes externas do corpo da vértebra, mais precisamente em

locais onde há contato de um corpo de vértebra com outro,

ocasião em que os dois entram em atrito.

Este contato entre uma vértebra e a outra se dá pela ausência

do Núcleo Pulposo no disco intervertebral, já herniado

(extravasado).

O tecido ósseo, quando submetido a pressões concentradas em

determinados pontos, inicia um processo de multiplicação de

suas células, formando um CALO ÓSSEO. Tal processo verifica-

se como uma reação de defesa do tecido ósseo, mas traz o

inconveniente de produzir, quando não controlada, a

176
calcificação indesejada de PROTUBERÂNCIAS (chamadas de

osteófitos), resultando em problemas graves de coluna.

Na vértebra, o tecido vai ficando mais denso na região central

do corpo, empurrando os tecidos vizinhos, até chegar na

periferia do corpo, onde se formam as protuberâncias.

D- DOR CIÁTICA

É uma das conseqüências mais comuns dos problemas

anteriores. A dor ciática se dá a partir da pressão que o núcleo

pulposo herniado ou o osteófito fazem sobre o conjunto de

raízes nervosas que formam o nervo ciático. Estas raízes saem

do espaço existente entre as vértebras L4 e L5 (ou seja, quarta

vértebra lombar e quinta vértebra lombar) e S1 (primeira

vértebra sacral). Também pode surgir dor proveniente das raízes

que formam o nervo femoral, provenientes dos espaços entre L2

e L3.

177
Importante

CARREGAR PESO:

- manobras para manuseio de carga: ao abaixar para pegar um

objeto no chão, o ser humano pode dobrar os joelhos e abaixar,

mas normalmente o que se vê é a flexão da coluna, que é um

pequeno eixo de flexão. Esse ato exige até mais depressão nos

discos, deslocando-os posteriormente, o que levará a dor

irradiando para as pernas.

- os músculos do dorso devem ser considerados apenas

músculos posturais, e como tais, têm pequena força.

- Ao contrário, os grossos músculos das nádegas e das coxas,

são músculos dinâmicos, e como tais, possuem grande força

muscular. A musculatura dos mesmos é que devem fazer

178
esforço físico de elevação do corpo quando se está levantando

um peso.

- Quando o indivíduo não está levantando um peso, o disco já

estará sob uma determinada pressão, quando o indivíduo

levanta o peso, o ponto de apoio continua sendo a transição L5-

S1, que agora passa a suportar não apenas o peso do corpo,

mas também o peso do objeto que está sendo levantado.

A pressão sobre o disco acima dos 2/3 anteriores que ficaram

sob pressão, enquanto a parte posterior do disco estará sob

tensão, sujeita a romper-se.

Quando o levantamento de peso é feito de forma correta,

observamos que a mesma pressão, porém distribuída

uniformemente, sobre a superfície superior do disco, não causa

tensão em nenhum ponto, com diminuição da possibilidade do

disco romper-se. (peso excessivo tem risco de rompimento).

179
O efeito mais sério é a hérnia de disco. É desencadeada por

esforços excessivos ou errados, que podem arrebentar diante

de um esforço muito grande.

A lombalgia simples é uma ocorrência menos grave, causada

por dor muscular por fadiga, protusão discal, alterações

posturais.

- O esforço físico crônico age sobre a coluna semelhante ao

processo de envelhecimento. Há degeneração do disco, com

diminuição da água do mesmo, e como consequência, as

vértebras se tornam mais aproximadas e a coluna diminui de

tamanho. Há degeneração e deformação das vértebras com

cifose ou escoliose e consequentemente incapacidade para

levantar peso.

- Quando o indivíduo vai levantar carga pesada, ocorre uma

etapa de paralisia dos músculos respiratórios, fechamento da

glote e mais pressão intratoráxica. Há pressão arterial e pressão

180
interna, o que é significativa em indivíduo em atividade física

intensa.

- O homem adulto pode realizar levantamento de peso

ocasionalmente de no máximo 50kg, enquanto mulher adulta

poderia levantar 20kg. Levantamento frequente o homem pode

levantar 18 kg e a mulher 12 kg (elevação desde o piso)

- Carga de 23 kg para pesos situados à altura da cintura.

ORIENTAÇÃO POSTURAL

Uma das obrigatoriedades estabelecidas pelo governo, por

meio do Ministério do Trabalho e Emprego, é a de que as

empresas devem dar orientação postural aos seus

funcionários, para que evitem doenças de coluna. Tal obrigação

está na NR 17 – Ergonomia, conforme o item 17.2.3:

181
“17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual

regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento

ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que

deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir

acidentes”.

O Setor de Segurança do trabalho da empresa deve programar

palestras orientativas quanto a tal aspecto, informando aos

trabalhadores os tipos de doenças que podem vir a adquirir,

caso não respeitem ao procedimento de levantamento de

cargas com flexão das pernas (correto), pois costumam fazer o

contrário, ou seja, flexionam o tronco (errado).

ERRADO CERTO

MÚSCULOS

182
Os músculos são tecidos que se caracterizam por ampla

flexibilidade, por contração e alongamento de suas células,

conhecidas por MIOFIBRILAS. Tais células são especialistas em

retirar energia química proveniente dos alimentos que ingerimos

e transportada pelo sangue, transformando-a em energia

mecânica. O trabalho produzido pelos músculos é possibilitado

pela vaso-irrigação que lhes garante a devida alimentação, mas

dentro de determinadas condições.

A contração dos músculos recebe duas classificações básicas:

 Contração Isotônica ou DINÂMICA: o tamanho do

músculo é alterado, mas não há aumento de tensão em

sua parte interna. Exemplo: Fletir o antebraço sobre o

braço.

 Contração Isométrica ou ESTÁTICA: ocorre o contrário,

ou seja, não é alterado o tamanho do músculo, mas há

um aumento de sua tensão interna. Exemplo: Sustentar

183
uma carga com a mão, enquanto o braço permanece

estendido.

Tal classificação é muito importante, pois as diferentes

contrações implicam num consumo variável de oxigênio pelo

músculo.Assim, a contração DINÂMICA implica em maior

consumo de oxigênio, mas possibilita um fluxo sangüíneo

facilitado aos tecidos musculares, pois neste tipo de contração,

há períodos intercalados de contração e relaxamento dos

músculos.

Já na contração ESTÁTICA, há um aumento de pressão

muscular externa sobre as artérias e vasos capilares, deixando-

os parcial ou totalmente fechados, diminuindo muito o fluxo

sangüíneo, e sem que haja relaxamento durante a atividade.

Cada fibra muscular aperta a fibra vizinha, reduzindo, assim, o

fluxo (veja a ilustração). Com esta diminuição do fluxo

sangüíneo, a taxa de oxigênio nos tecidos cai e, ao mesmo

tempo, aumenta a taxa de ácido lático, que é responsável por

184
dores musculares. Dependendo do tempo de duração da

contração, para realizar-se a atividade, haverá também a

presença de ESPASMOS MUSCULARES, que prejudicam a

precisão dos trabalhos.

Outro detalhe muito importante relacionado à alimentação dos

músculos, seja qualquer a contração por eles apresentada,

refere-se à CARGA HEMODINÂMICA, que é a coluna a ser

vencida pelo fluxo sangüíneo, quando um membro está

elevado.

Um ótimo exemplo é o do braço estendido acima do nível da

cabeça, abduzido sobre o ombro, desenvolvendo alguma

atividade (apertar parafusos com uma chave combinada, muito

comum para mecânicos embaixo de veículos). Com os braços

elevados, o fluxo de sangue encontra enorme dificuldade em

subir até a extremidade (ponta das mãos), resultando em

dormência no braço. Veja a Foto 01 – Pintores abaixo de um

ônibus:

185
Na foto que vimos acima, há várias situações que promovem

sequelas à saúde dos pintores. Observe que eles trabalham

com o braço acima da linha do ombro e que o pescoço está em

extensão.

A postura, sendo estática, faz com que os músculos fiquem

tensos todo o tempo, pois devem sustentar a cabeça na posição

“para cima”. Com isto, acumula-se o ácido lático nas fibras

musculares, aparecendo rapidamente dor no pescoço. Como a

postura é mantida por muito tempo, pode surgir uma inflamação

nos músculos envolvidos, conhecida por miosite. Com os

braços ocorre o mesmo.

TENDÕES

São feixes de fibras formadas de tecido conjuntivo, denso e

modelado, vez que tais fibras encontram-se orientadas em

direções bem definidas, de modo a oferecer resistência alta em

relação às forças que atuam sobre o tecido. Os tendões são

186
estruturas anatômicas VISCO-ELÁSTICAS, ou seja, possuem

certo grau de elasticidade, mas este é inferior à elasticidade

apresentada pelas fibras dos músculos, cuja capacidade de

contração e expansão é muito maior, pois os músculos, como

acima vimos, são abastecidos por sangue, o que não se dá

com os tendões.

Uma das características mais importantes dos tendões, em

fisiologia, refere-se ao TEMPO DE REPOUSO necessário para

que o tecido que os forma consiga retornar ao seu estado

natural. Quando se sobrecarrega um tendão, solicitando-o em

demasia, o mesmo tende a sofrer lesões nas fibras do tecido

conjuntivo, pois o limite de elasticidade é facilmente

ultrapassado.

Tal problema é grave na medida em que um tendão lesionado

possui recuperação bastante lenta, pois são estruturas que

recebem alimentação indireta (se alimentam de substâncias

187
nutritivas presentes em tecidos vizinhos, este últimos, vaso

irrigados).

Portanto, se compararmos a alimentação de um músculo com

a de um tendão, veremos que o primeiro, além de se alimentar

muito bem, tem um ótimo sistema de remoção de resíduos

metabólicos, pois o sangue que volta ao coração carrega várias

impurezas.

Já o tendão, que não apresenta boa alimentação, também não

tem um bom sistema de remoção de resíduos, ou seja, se um

músculo apresentar uma inflamação, a recuperação será rápida

(em dias) e se um tendão apresentar inflamação, a recuperação

levará meses.

Os tendões são responsáveis pela transmissão de forças

atuantes nos músculos, conferindo movimento aos segmentos

corporais, pois servem de elemento de ligação entre o corpo

central do músculo e os ossos.

188
Determinados grupos musculares, como os que atuam nos

membros superiores e inferiores, possuem feixes de tendões

que se movimentam dentro de bainhas (túneis), conhecidas por

BAINHAS SINOVIAIS. Veja a ilustração:

Análise Postural do Corpo Humano

CONCEITO: A postura do corpo é compreendida como o

arranjo relativo entre as partes que compõem este corpo.

A BOA POSTURA é aquela que se caracteriza pelo EQUILÍBRIO

entre os diversos segmentos corporais estruturais (ossos e

músculos, de modo geral), protegendo o organismo contra

agressões e deformidades. Na BOA postura, portanto, as

estruturas orgânicas desempenham suas funções de modo

eficiente.

Por conclusão, a MÁ POSTURA pode ser conceituada como

aquela em que há DESEQUILÍBRIO entre aquelas partes do

corpo e também na qual o relacionamento entre as estruturas é

189
ineficiente, induzindo o organismo à agressões e lesões

diversas, localizadas ou generalizadas.

FATORES QUE INFLUEM NA ADOÇÃO DE POSTURAS

Como vimos, os gestos são adotados entre uma postura e outra

para a realização de tarefas. Mas é preciso analisar PORQUE os

gestos são adotados pelo trabalhador, levando-o à adoção

desta ou daquela postura. Vários são os fatores que influem e,

até mesmo obrigam o trabalhador à adoção de posturas

inadequadas, levando seu organismo à agressões e lesões

diversas.

 Fatores relacionados à natureza da tarefa.

Dependendo do tipo de tarefa, esta é mais voltada à atividade

mental ou à atividade física. Cada atividade implicará na adoção

de posturas que correspondem à natureza. Exemplos:

190
A- Um operador de painel que trabalha numa sala de controle,

sentado, observando dezenas de mostradores, controlando

variáveis de um processo industrial. A atividade é de natureza

mental.

B- Um estivador que trabalha junto a uma correia transportadora

de sacos de café, no cais do porto. Seu trabalho implica em

permanente movimentação e esforço físico.

 Fatores Físicos Ambientais.

Compreendem a quantidade de grandezas físicas existentes no

ambiente e no posto de trabalho, no qual está o trabalhador.

Ruído, iluminamento, temperatura, umidade, são alguns fatores

que implicam na adoção de posturas. Exemplos:

A- Um metalúrgico controla a qualidade de peças produzidas

numa linha de montagem e sua movimentação nesta linha,

191
observando tais peças através de uma pequena abertura

existente num tapume que serve de proteção. O tapume não foi

previsto originalmente para a linha de produção, mas o próprio

metalúrgico o colocou defronte à linha, pois as peças que por ali

passam ainda estão incandescentes, irradiando calor em

excesso, que não é suportado pelo organismo humano. Neste

exemplo, observa-se que o trabalhador acaba inclinando a

cabeça até a altura da abertura existente no tapume, a fim de

obter um ângulo de visão das peças. O calor (agente físico)

implicou na colocação do tapume (Veja slide na sala de aula).

B- Um digitador trabalha sentado defronte à uma mesa,

operando seu micro. O CPD no qual trabalha é refrigerado por

sistema de ar condicionado central. Uma calha percorre a sala

do CPD no sentido longitudinal, com várias derivações da calha

central que distribuem diversas tubulações de insuflação de ar

no ambiente. Uma grelha de ar está sobre a mesa do digitador,

insuflando ar frio que atinge a região da sua coluna cervical.

192
Inconscientemente, o digitador adota uma postura “encolhida”,

tensionando os músculos da cintura escapular e da cervical.

 Fatores Dimensionais.

Muito comuns, os fatores dimensionais de um posto de trabalho

influenciam diretamente na adoção de posturas e gestos dos

trabalhadores. Referem-se ao tamanho e à localização de

alavancas, botões, pedais, teclados, volantes, entre outros

dispositivos de comando de máquinas e equipamentos.

Também a presença de estruturas, degraus, passagens,

influenciam na postura adotada. Exemplos:

A- Já temos um ótimo exemplo, em relação à postura adotada

pela operária da linha de montagem de rádios e toca-fitas. Não

havia espaço abaixo da bancada de trabalho, pela presença de

cantoneiras, impossibilitando a colocação das pernas e pés da

operária, o que a obrigou a rotacionar o tronco para um dos

193
lados, torcendo a coluna. Para colocar painéis com dispositivos

eletro-eletrônicos já montados numa esteira rolante, a operária

debruçava seu corpo sobre caixas de plástico e estendia todo o

braço. São posturas adotadas em função das dimensões do

posto e da localização de seus diferentes componentes.

B- Um operador de Ponte Rolante debruça o tronco e a cabeça

por sobre o caixilho da janela localizada na cabine de controle,

numa altura de 03 andares (possibilidade de queda-livre). Tal

postura absurda (veja o slide) ocorre em função da necessidade

que o operador da PR tem de visualizar os equipamentos que se

encontram abaixo da cabine da ponte. No exemplo,

percebemos que, se o operador ficar sentado no banco

existente dentro da cabine, será impossível enxergar as bobinas

de aço que devem ser içadas pelo guincho, o que o obriga a

debruçar-se para fora da cabine.

C- Numa área industrial de grande porte, com diversos

pavimentos, encontram-se equipamentos com altura elevada,

194
como tanques de estocagem (entre 15 e 20 metros) sobre os

quais há motores, bombas e tubulações que sofrem

manutenção mecânica. Falhas no projeto da área industrial

possibilitam que alguns destes equipamentos sejam

posicionados muito próximos a pisos, plataformas ou paredes

da área, o que implica em verdadeiros malabarismos posturais

por parte dos trabalhadores. Bocas de visita de tanques e

caldeiras, muitas vezes de diâmetro restrito, só permitem

mesmo que os mecânicos e outros profissionais de

manutenção entrem no vaso por terem dimensões corporais

pequenas.

D- Operária trabalha em prensa: Banqueta permite que o joelho

bata no painel; Tampa de proteção faz cotovelo ficar na altura

do ombro; O encosto não está sendo usado = tensão muscular

na região lombar.

E- Bancada de trabalho para estanhar contatos

eletromecânicos: O operário flexiona toda a coluna para obter

195
alcance dos contatos, pois a bancada é muito baixa (Estatura do

operário = 1,90 m).

 Fatores Temporais.

São de grande importância, na medida em que já temos

consciência de que os trabalhadores são obrigados a adotar

posturas absurdas e que as agressões ao organismo são ainda

mais acentuadas, quanto maior for o tempo em que o corpo

permanece em desequilíbrio.

Se as atividades são desenvolvidas sob pressão de tempo, a

situação se agrava em função da tensão nervosa à qual o

trabalhador se expõe. Mais uma vez usaremos o exemplo da

operária mencionada na em tópico anterior:

A- O controle da velocidade da esteira rolante que corre junto às

bancadas de trabalho não é da operária, sujeitando-se a mesma

à velocidade imposta por sua chefia. Ela sabe muito bem que se

a velocidade é aumentada na linha de montagem, um “recado”

196
está sendo enviado à todas as operárias: “TRABALHEM MAIS

RÁPIDO”. Tal situação às leva muitas vezes a um descontrole

emocional, pois estão sendo pressionadas a aumentar o ritmo

de trabalho. Esta situação costuma fazer com que a

concentração mental das trabalhadoras aumente muito,

implicando-as a aproximar o tronco e a cabeça ao plano de

trabalho da bancada, alterando a postura.

O mais impressionante é que a operária nem ao menos se dá

conta de tal situação. Só no final de um turno de trabalho,

quando sai para almoçar, por exemplo, é que a operária sente a

agressão postural, manifestada por fortes dores musculares e

retesamento de tecidos, ligamentos, etc.

B- Situações parecidas também se verificam na seção de

controle de qualidade, no final da linha de montagem de

produtos. Uma esteira rolante faz com que os produtos

acabados passem na frente de um inspetor, que deve observar

alguns detalhes da peça, procurando defeitos. Caso haja

197
detalhes que exigem grande acuidade visual por parte do

inspetor, o mesmo acaba debruçando o tronco sobre a esteira,

aproximando a cabeça (e os olhos) do objeto a ser

inspecionado, adotando uma postura errada. Se a velocidade

da esteira for incompatível à capacidade mental do inspetor, o

fator temporal (tempo para identificar defeitos e rejeitar a peça)

é caracterizado.

198
Unidade 6 - Ergonomia

199
6 - Ergonomia

A ergonomia esta associada em todos os setores

profissionais de nossa sociedade. E tem a necessidade de um

novo olhar para a sua função ocupacional, tão repetida e

estressante nos aspectos psicofísicos. Ela visa à adaptação do

trabalhador às condições do trabalho, com ênfase na

preservação de sua saúde.

Definição

Ergonomia é o estudo dos problemas relacionados à

organização do trabalho em função dos objetivos propostos e

da relação homem-máquina.

Contudo, para que possamos desempenhar nossas

atividades com facilidade e com qualidade é necessário

segurança.

Eis algumas regras:

1. Evitar qualquer postura curvada ou não natural do corpo.

200
2. Evitar a imobilidade, para frente ou para o lado, dos braços
estendidos.
3. Procurar, na medida do possível trabalhar sentado.
4. O movimento dos braços deve ser em sentido oposto (cada
um ou em direção simétrica).
5. A altura do campo de trabalho deve permitir a observação
visual ótima com a postura do corpo o mais natural possível.

Fatores Ergonômicos

Fatores ergonômicos são aqueles que definem o conforto

do trabalhador ao desempenhar suas tarefas diárias no

trabalho, sendo o estudo desses fatores muito importante para

sua saúde.

As condições ergonômicas dos veículos também são um

aspecto importante para a saúde e segurança dos motoristas e

dos usuários de transporte.

O assento do motorista é, na maior parte das vezes, a

principal causa das dores nas costas, pois em muitos veículos

os itens ergonômicos necessários para o conforto e maior

201
adequabilidade do trabalhador ao instrumento de trabalho não

são observados.

O tipo de câmbio e direção nos veículos são também

elementos ergonômicos importantes para evitar a fadiga do

profissional e o surgimento de doenças decorrentes dessa

atividade.

Devido às trocas constantes de marchas, a região dos

ombros dos motoristas, especialmente o direito, é um foco de

dores que resultam em bursite ou tendinite. A sobrecarga

muscular do motorista é intensa, pois a troca de marcha pode

ser feita centenas de vezes por jornada de trabalho. Dessa

forma, o uso de câmbio automático e de direção hidráulica é

uma alternativa que diminui a fadiga e o cansaço muscular do

profissional.

O risco de desordens nos músculos e no esqueleto é

cerca de quatro vezes maior em motoristas profissionais, em

202
relação a outros profissionais. Os problemas de coluna, tendões

e juntas também são frequentes nos motoristas.

O manuseio ergonomicamente inadequado de cargas

durante o carregamento e descarregamento dos veículos pode

gerar os mesmos problemas.

Como exemplo, veremos algumas dicas de posição

adequada, que podem ser aplicadas no dia a dia, enquanto o

motorista estiver ao volante:

 Dirigir com os braços e pernas ligeiramente dobrados, para

diminuir as chances de lesões;

 Apoiar bem o corpo no assento e no encosto do banco, o

mais próximo possível de um ângulo de 90 graus;

 Ajustar o encosto de cabeça de acordo com a altura do

ocupante, de preferência na altura dos olhos;

 Manter os calcanhares apoiados no assoalho do veículo;

203
 Evitar apoiar os pés nos pedais quando não os estiver

usando;

 Usar calçados bem fixos aos pés, para que os pedais sejam

acionados rapidamente e com segurança.

Importante

Uma forma de minimizar os efeitos negativos

da rotina e preparar o trabalhador para uma

jornada de trabalho é a ginástica laboral.

A ginástica laboral é um instrumento para reduzir e

prevenir problemas de saúde causados pela rotina profissional

por meio de exercícios específicos que devem ser realizados no

próprio local de trabalho. Trata-se de uma ginástica que não

sobrecarrega nem cansa o trabalhador, pois é leve e de curta

duração.

204
Com a ginástica laboral, o trabalhador se adaptará melhor

ao trabalho com exercícios que, entre outros resultados:

 Aliviam o estresse;

 Aumentam o ânimo para o trabalho;

 Previnem lesões no trabalho;

 Diminuem a fadiga visual, corporal e mental com

uma pausa para os exercícios.

Que tal pararmos a aula agora e fazermos um pouco de

ginástica laboral?

Vamos repetir os movimentos na seqüência dos

desenhos abaixo:

205
Repita os exercícios pelo menos três vezes durante 10

segundos, respeitando os limites do seu corpo.

Riscos Ergonômicos:

• Esforço físico excessivo ou repetitivo;

• Levantamento de peso;

• Postura inadequada;

• Controle rígido em relação à sua produtividade;

• Situação de estresse pela atividade ou convivência;

• Trabalhos em período muito longos ou noturnos;

• Jornada de trabalho prolongada ou monótona.

Para evitar que esses riscos ergonômicos comprometam a saúde do


trabalhador e, consequentemente sua produtividade e sua relação com a
empresa, é necessário avaliar e ajustar suas condições de trabalho.

Devem ser avaliados aspectos como: praticidade, conforto físico e


psíquico, processo e local de trabalho, modernização de máquinas e
equipamentos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, ritmo de
trabalho, utilização de ferramentas adequadas, postura etc.

Algumas soluções para problemas ergonômicos:

Solução ergonômica 1- eliminação de movimentos críticos ou

da postura crítica.

206
Trata-se de uma nova forma de fazer aquele trabalho, em que

aquela ação técnica, de alta sobrecarga ergonômica, não

necessite ser feita.

Solução ergonômica 2- pequenas melhorias

Trata-se de uma das atuações mais eficazes da ergonomia,

principalmente quando envolve a participação dos

trabalhadores.

Solução ergonômica 3- equipamentos e soluções conhecidos.

Desde a instituição dos primórdios da ergonomia, uma série de

equipamentos e acessórios foram desenvolvidos visando

facilitar a vida do trabalhador e muitos deles são conhecidos.

Ex: prateleiras elétricas para manuseio de cargas de mais de

700 kg;

207
 Mesas elevadoras, para evitar que as costas do

trabalhador venham a sofrer de sobrecarga ao manusear

cargas situadas mais próximas do nível do piso;

 Cadeiras e mesas de escritório ergonomicamente

corretas;

Solução ergonômica 4- projetos ergonômicos

Neste caso, a solução costuma envolver esforços diversos de

engenharia, de Administração do processo, de manutenção,

estudos de alternativas com fornecedores de produtos e

serviços, estudos de equipamentos disponíveis no mercado. As

soluções que envolvem projetos ergonômicos têm que ser

amadurecidas, uma vez que a precipitação em solucioná -las

costuma trazer resultados piores.

Solução ergonômica 5- rodízio de tarefas

O rodízio funciona como uma forma de reduzir a sobrecarga

existente nas diversas operações.

208
Para que os rodízios funcionem bem, deve-se ter em mente:

 Deve existir um equilíbrio salarial entre trabalhadores;

 Garantir que no rodízio o trabalhador tenha que realizar

diferentes padrões de movimentos.

 Cuidar para que todos passem pelas atividades mais

difíceis;

Solução ergonômica 6- melhorias na organização do trabalho

 Se houver horas extras devido a um excesso de trabalho

de retirada de rebarbas de peças produzidas em moldes

inadequados, a solução deve envolver o trabalho de

melhorias dos moldes e uso de tecnologia adequada

naquele processo industrial.

 Se a sobrecarga for devido a esforços excessivos porque

determinados comandos não estão sendo submetidos à

manutenção adequada, o programa adequado de

manutenção é a solução correta.

209
Solução ergonômica 7- Condicionamento físico para o trabalho

Determinadas operações industriais exigem padrões de

movimentos específicos, que não se adquirem da noite para o

dia. Outras tarefas são feitas em posições forçadas, que exigem

ginástica compensatória.

Solução ergonômica 8- Orientação ao trabalhador e cobrança

de atitudes corretas. Pessoas sentadas de forma imprópria,

pessoas fazendo esforços manuais indevidos quando existem

recursos nos postos de trabalho, pessoas usando ferramentas

incorretas ou pegando recipientes pesados do alto de

prateleiras sem colocar escada adequada existente na área...

Solução ergonômica 9- Seleção (mínima)

Existem situações em que não se consegue adequar o trabalho

a maioria das pessoas, tornando necessário apelar para o

princípio de adaptação do homem ao trabalho. Deve ser usada

como uma das últimas medidas a serem tomadas.

210
Solução ergonômica 10- Pausas de recuperação

Devem ser adotadas quando não se consegue a neutralização

dos riscos ergonômicos com as outras medidas.

Deve-se lembrar que a solução ergonômica nunca reduz

produtividade;

 Ela deve reduzir queixa de dor, desconforto e fadiga na

realização de tarefas;

 Demonstra que o corpo está trabalhando numa posição

biomecanicamente mais correta;

211
Saúde da Coluna

A saúde da coluna é um

assunto de extrema

importância, porém, muitas

vezes negligenciado. Nós nos

importamos com atividades

que previnem riscos cardíacos,

o colesterol, a hipertensão, o

câncer etc. Concentramos

toda a nossa atenção nas

principais doenças que

oferecem risco de morte, mas

esquecemos daquelas que oferecem um desconforto crônico e

limitam nossa qualidade de vida.

Preservar nossa coluna, garantir nossa saúde, viver uma

vida sem dores, independentemente da idade e da atividade

212
profissional, é um compromisso que podemos assumir por

conta própria.ZER, EU SOU A SUA

Não fomos programados para viver com dor. No entanto,

diariamente, mais pessoas lidam com dores e desconfortos nas

costas, originados por uma série de descuidos e maus-tratos

constantes com a coluna. O pior é que muitas pessoas lidam

com a situação de desconforto como se fosse algo normal:

coisas da idade, sinal de que trabalharam duro o dia inteiro etc.

Procurando atenção de profissionais de saúde, como médicos e

fisioterapeutas, apenas quando ela se torna insuportável.

Comum é diferente de normal e com conhecimentos

adequados e atenção nas ações do cotidiano desenvolve-se

atitudes saudáveis em relação à coluna. Com a abordagem

correta você poderá conhecer seus limites e suas fragilidades,

trabalhar essas questões e aprender a viver com qualidade de

vida por muitos anos.

213
Conhecendo qual a função da coluna, como ela funciona

e como se estrutura, podemos tomar decisões conscientes que

evitem seu desgaste precoce e conservem o bem-estar

necessário para vivermos com saúde por muitos anos.

Conceitos básicos

De maneira bem resumida, a


coluna nada mais é do que
um conjunto de ossos
alinhados em seqüência,
indo da nuca até o cóccix
(aquele ossinho no final das
costas, próximo às nádegas).

Esses ossos são vazados e formam um túnel de proteção

para a medula espinhal, uma prolongação do sistema nervoso

central, ligado diretamente ao cérebro e responsável por toda a

sensibilidade do corpo. E é por isso que muitas vezes lesões nas

214
vértebras da coluna levam a danos na medula e a consequente

paralisia e perda dos movimentos.

Além de sua função básica de proteção da medula, a

coluna é responsável pela movimentação e estabilidade do

indivíduo. Essa função é realizada com o auxílio das estruturas

que ficam entre as vértebras: discos intervertebrais, ligamentos,

músculos e articulações.

Os ossos da coluna (as vértebras)

Conforme vimos, as vértebras são as estruturas

responsáveis por dar sustentação ao nosso corpo, mantendo as

costas eretas, sustentando a cabeça e os braços.

A coluna é formada por: 33 ossos

 24 vértebras simples

(divididas em três regiões: cervicais, torácicas e lombares);

215
 O osso sacro (considerado a fusão de cinco

vértebras);

 O cóccix (considerado a fusão de quatro vértebras).

Quando essa estrutura é saudável, os ossos são rígidos e

densos. No entanto, quando faltam fósforo e cálcio (como

acontece no desenvolvimento da osteoporose ou por conta da

adoção de um estilo de vida sedentário), toda a estrutura se

enfraquece, estando mais sujeita a fraturas e deformações.

Discos intervertebrais

Os discos intervertebrais são os “amortecedores” da

nossa coluna. Eles se localizam entre as vértebras e são

responsáveis tanto por amortecer o impacto sobre as vértebras

quando nos movimentamos quanto por permitir a passagem

dos nervos pelo canal medular e para outras áreas do corpo.

216
Essa estrutura é formada principalmente por um tecido

fibroelástico e um fluido denso, comparado a uma geléia. No

entanto, com o passar dos anos e o abuso de sua função de

amortecimento, esses discos tendem a perder líquido, se

tornando menos eficientes na redução do impacto. É quando as

dores surgem, como acontece, por exemplo, na hérnia de disco.

Ligamentos, músculos e articulações

São estruturas que complementam a formação da coluna

vertebral. Os ligamentos fazem a união das vértebras,

estabilizando a coluna e protegendo suas estruturas. Por

possuírem muitos nervos podem ser, muitas vezes, a causa das

dores nas costas. Já os músculos são o motor dos movimentos

permitidos pela coluna. Eles também podem ser foco de dor

caso não estejam fortalecidos e tenham dificuldade na

realização das suas atividades básicas (como acontece quando

exageramos na movimentação ou no peso corporal). Já as

articulações são o ponto de contato entre os ossos. No caso da

217
coluna, a maioria dos seus ossos possui quatro articulações, e o

desgaste delas também pode levar ao surgimento de dores.

Grandes partes das dores e dos problemas de coluna

estão relacionadas aos desgastes provocados por postura

inadequada. A melhor forma de lidar com esses desconfortos é

agir na raiz do problema: trabalhar melhor a sua postura.

Alterações de postura – Como diferenciá-las?

As alterações posturais podem ser causadas tanto por

desgastes e patologias da coluna, como pelo reforço de

posições inadequadas que passam a se tornar mais

“confortáveis” ao longo do tempo. Entre as principais alterações

de postura estão a cifose, hiperlordose e escoliose.

218
 Cifose (ou corcunda): é um aumento anormal na

concavidade posterior da coluna que, quando é vista de lado,

deixa de ter o formato de um “S” para acentuar o formato de um

“C”. É uma alteração de postura muito comum, pois quase todas

as atividades que realizamos são relativas à frente do nosso

corpo, enfraquecendo a musculatura posterior do corpo. Além

disso, há a ação da força da gravidade e o desgaste das

vértebras e ligamentos ao longo da vida, tornando mais difícil

manter a coluna perfeitamente ereta.

 Hiperlordose: é uma alteração da coluna na altura

da lombar, que deixa o quadril muito inclinado para a frente. Ela

normalmente é resultado de flacidez dos músculos abdominais,

que fazem com que o abdômen fique protuberante. A prática de

“colocar a barriga pra dentro, e o peito pra fora”, tão

recomendada por mães e avós, consegue, mesmo que

temporariamente, diminuir essa alteração. A hiperlordose

também é muito comum no final da gravidez, quando as futuras

219
mamães jogam o quadril para a frente, tentando manter o seu

centro de equilíbrio.

 Escoliose: é o desvio lateral da coluna provocado

por um problema estrutural (rotação das vértebras) ou não

estrutural (má postura). Em alguns casos, a escoliose pode se

apresentar por meio da detecção de uma perna maior que a

outra – o que na maioria dos casos pode ser resolvido com o

uso de palmilhas especiais.

Atividades prejudiciais

São todas aquelas que sobrecarreguem a coluna já

lesionada ou que sejam realizadas de maneira repetitiva e

estressante para a coluna, sem os cuidados de postura

necessários. Muitas atividades do dia a dia estão nessa lista,

como:

 Cavar;

 Levantar-se e abaixar-se frequentemente;

220
 Girar constantemente o corpo (varrendo, passando

o aspirador de pó);

 Carregar crianças no colo etc.

Para essas atividades a recomendação é que sejam

evitadas, principalmente, quando já houver dor ou o

aparecimento de lesão.

Praticando a boa postura

Para praticar a boa postura, devemos estar atentos ao

posicionamento da coluna quando nos sentamos, levantamos,

deitamos etc. Ao sentar, por exemplo, tenha calma. Não se

jogue na cadeira ou no sofá, pois isso tende a sobrecarregar a

musculatura e os ligamentos da coluna. Tente manter a cabeça

sempre alinhada com a coluna, olhando sempre para o

horizonte. Evite manter a cabeça baixa (como costumamos

fazer durante a leitura) ou projetada para a frente (como

fazemos no computador). Se os móveis não favorecerem essa

disposição, mude-os de lugar.

221
Pense

Movimentar-se: evite passar longos períodos na mesma

posição, seja ela sentada, deitada ou de pé. Cada uma das

posições tende a sobrecarregar uma estrutura da coluna e

aliviar outra, ou seja, quando variamos nossa posição com

regularidade, evitamos a sobrecarga dessas estruturas.

Saiba quando procurar o médico ou o fisioterapeuta

Quando identificamos a ação que provocou a dor, como

algum movimento repetitivo ou um movimento brusco, devemos

assumir uma atitude de repouso. No entanto, se as dores

persistirem após o repouso por um período de dois a três dias, é

hora de procurar o auxílio médico, que pode ser prestado tanto

por um reumatologista como por um ortopedista.

Após a identificação da lesão e da causa do problema o

médico poderá encaminhá-lo para um fisioterapeuta, que fará o

222
acompanhamento do tratamento e muitas vezes de reeducação

postural, evitando o aparecimento de novas lesões.

Cuidados ao dormir e acordar

Existem quatro itens principais a serem analisados no que

se refere ao nosso período de sono: o colchão, o travesseiro, a

nossa posição ao dormir e a maneira como despertamos.

 Cuidados com o colchão: o colchão deve respeitar

as curvas anatômicas da sua coluna, sem ser mole demais ou

duro demais. A melhor recomendação é procurar aquele que

mantenha o seu corpo confortável, sem sobrecarregar sua

coluna.

 Cuidados com o travesseiro: o travesseiro também

é uma questão de escolha pessoal, desde que você obedeça a

um pequeno detalhe anatômico: quando você se deitar de lado,

o travesseiro deve ter altura suficiente para preencher o vão

entre sua cabeça e o ombro, mantendo-a alinhada com a

223
coluna, ou seja, nada de travesseiros altos demais ou baixos

demais.

 Posição ao dormir: a

posição ideal para o sono é de barriga

para cima, com os braços abertos e

palmas voltadas para cima. No entanto,

estima-se que somente 2% da

população mundial consiga dormir

nessa posição, principalmente pelas questões psicológicas que

essa posição traz. Resta utilizar a segunda melhor posição: de

lado, tomando o cuidado de preencher os espaços e as curvas

da coluna cervical com um travesseiro com altura ideal. Outro

travesseiro pode ser utilizado entre os joelhos para evitar

choque entre eles. A única posição que deve ser

terminantemente evitada é de bruços, com a barriga para baixo.

Essa posição tenciona a coluna e é um dos principais motivos

de dores causadas durante o sono.

224
 O despertar: ao acordar, a primeira coisa que

devemos ter em mente é que nosso corpo passou por um longo

período de repouso, logo, não devemos realizar movimentos

bruscos sem ter certeza de que os músculos estão relaxados.

Para isso, espreguice-se! Ainda na cama, de barriga para cima,

alongue pernas e braços antes de se levantar.

Também tenha cuidado na hora de se levantar, realizando

movimentos leves e pausados.

Cuidados ao sentar

Passar muitas horas na posição sentada pode aumentar o

desgaste localizado da coluna, porém, é possível minimizar essa

situação.

Em primeiro lugar, sua cadeira deve

ser compatível com a atividade que você

está realizando: cadeiras para relaxar devem

contar com o apoio para os braços,

enquanto cadeiras de trabalho devem ter

225
altura regulável e preferencialmente rodinhas, já que estas

permitem que você gire o corpo inteiro como um bloco, sem

que você precise se contorcer constantemente.

Quando sentar, apoie toda a coluna no encosto da

cadeira, deixando o cóccix encontrar com a união entre acento

e encosto. Você poderá utilizar um degrau de madeira para

apoiar os pés, ajudando o joelho a se proteger do peso do

quadril. Além disso, evite permanecer nessa posição por

períodos superiores há uma hora: saia e dê uma volta, levante e

relaxe antes de voltar à posição.

Cuidados ao andar

Devemos prestar atenção em nossa postura quando

andamos ou simplesmente aguardamos alguns minutos de pé,

mantendo a mesma estrutura ereta que temos ao sentar. Alguns

cuidados podem ser tomados para verificar se estamos

adotando a postura correta:

226
 Verifique se os seus pés estão paralelos e

separados pela distância aproximada da largura do quadril.

Nada de ficar com os pés abertos ou fechados demais;

 As pontas dos pés devem estar ligeiramente

voltadas para fora. Pense em um relógio analógico: o pé

esquerdo deve ficar em uma posição como se estivesse

marcando 11h55 e o pé direito numa posição 12h05;

 Olhos sempre fixos no horizonte. Evite andar e

permanecer de cabeça baixa, forçando a estrutura da nuca, do

pescoço e dos ombros;

 Alongue a coluna: respeite a máxima “barriga para

dentro, peito para fora”.

 Escolha o sapato ideal. Pois sapatos inadequados

(apertados, soltos demais, com solas desgastadas) podem

prejudicar as nossas pisadas, sobrecarregando a estrutura da

coluna, provocando dores e causando lesões.

Cuidados no trabalho

227
Não importa o ramo de atividade,

o ambiente de trabalho sempre nos

sujeita a uma permanência exagerada

em uma determinada posição, seja ela

sentada ou de pé. Enquanto algumas

obrigações profissionais exigem a

permanência dos empregados por

longos períodos em uma única posição (como acontecem com

operadores de telemarketing, seguranças, motoristas etc.)

outros estão sujeitos a esforços repetitivos que podem gerar

lesões (como é o caso de entregadores e carregadores,

auxiliares de estoque, auxiliares de limpeza etc.).

Se você é alguém que permanece sentado por longos

períodos e não pode fazer pausas regulares de hora em hora

(como acontece com motoristas), tenha certeza de que todos os

itens aos quais você deve ter acesso imediato são de fácil

alcance, evitando torções desnecessárias.

228
Cuidados ao dirigir

O motorista deve certificar-se de que seus joelhos fiquem

um pouco flexionados mesmo quando os pedais são acionados

até o final de seu curso. Os joelhos levemente flexionados

absorvem melhor o impacto, pois ele se dobra com esta força.

Já a inclinação ideal do encosto pode ser encontrada da

seguinte forma: com as costas devidamente acomodadas,

verifique se seus pulsos alcançam o topo do aro do volante.

Essa é a medida certa para que seus cotovelos fiquem

dobrados o suficiente para oferecer uma dirigibilidade

confortável, e para que seus braços sejam capazes de realizar

manobras e direcionar o veículo em curvas com eficiência e

segurança.

As dores são sempre sinais de alarme, avisos de que algo

não vai bem. Dores na coluna são normalmente resultado do

acúmulo de anos de má postura e podem indicar lesão em sua

estrutura.

229
Entre as principais dores relacionadas à coluna estão:

 Cervicalgia (dor na região da nuca): são as dores

na região da coluna cervical, também identificadas como

torcicolo ou nucalgia. Ela pode ser caracterizada por dores que

descem em direção aos ombros, podendo chegar até braços e

mãos. Muitas vezes, as contrações nessas áreas são

responsáveis por dores de cabeça e apertos no peito, sintomas

que fazem com que as pessoas corram para o cardiologista.

Como a cervicalgia costuma ser resultado de má postura

(especialmente em pessoas que têm o costume de dormir de

bruços, andar de cabeça baixa, ficar muito tempo no

computador ou ao volante com a cabeça projetada para a

frente), ela pode ser facilmente corrigida. Um bom fisioterapeuta

poderá indicar os exercícios necessários

para manter a postura correta.

 Lombalgias: são as dores na

região da coluna lombar, popularmente

230
chamadas de “dor nas cadeiras”. Sua origem normalmente é

muscular e é resultado de permanência por tempo prolongado

em uma determinada posição ou pela realização de um

movimento brusco que distende a musculatura. Também pode

indicar outros tipos de lesão mais graves na coluna.

 Artrose da coluna vertebral: refere-se ao desgaste

das estruturas da coluna (vértebras, articulações, discos

intervertebrais etc.). Certo desgaste natural começa a ser

sentido após os 35 anos, mas tanto a idade de início quanto a

intensidade da lesão podem ser sentidas de maneiras

diferentes, dependendo de quanto à estrutura foi forçada. A

região cervical e a região lombar são as primeiras a sentir o

impacto do desgaste, seguidas da região do quadril e dos

joelhos. As dores relacionadas à artrose da coluna vertebral

podem ser sentidas no início dos movimentos, pois, quando o

corpo se movimenta, as estruturas tendem a se lubrificar,

diminuindo a dor depois de algumas repetições.

231
 Hérnia de disco: entre as vértebras da coluna

localizam-se os discos intervertebrais, responsáveis pelo

amortecimento da estrutura. Esses discos possuem um núcleo

no centro e um anel fibroso ao seu redor que mantém a

integridade da estrutura. Quando esse anel se rompe e há o

deslocamento do núcleo para fora de seus limites dizemos que

a estrutura está lesionada, caracterizando a hérnia de disco, que

pode ser inclusive tratada com intervenção cirúrgica. Entre os

principais sintomas estão à dor ciática e a sensibilidade nas

pernas.

 Osteoporose: embora não seja uma doença

exclusiva da coluna, e sim dos ossos, a osteoporose, ou a

diminuição da massa óssea que leva à porosidade dos ossos e

consequente aumento do risco de fraturas, afeta diretamente a

saúde das vértebras e a saúde da coluna como um todo, que

passa a estar mais sujeita a desenvolver anomalias como a

cifose (a popular corcunda).

232
 Dores psicossomáticas da coluna: são aquelas

provocadas pelo estresse emocional, e não perdem nada em

intensidade para os exemplos anteriores. Normalmente são

originadas por contração muscular, a famosa tensão, e podem

ser controladas por meio de relaxamento, massagens,

fisioterapia ou até por relaxantes musculares prescritos por

médico especializado. VIDA

A fadiga, ou o esgotamento físico que leva à exaustão e à

perda de energia é muito mais comum do que gostaríamos e

está profundamente interligada com as dores na coluna. As

principais causas da fadiga podem ser divididas em três áreas:

 Física: resultado de esforços repetitivos ou eventuais;

 Emocional: resultado do estresse e do desgaste emocional;

 Ambiental: provocada pelo ambiente no qual vivemos e

trabalhamos, que pode não oferecer as condições

ergonômicas necessárias para o nosso bem-estar físico.

233
Tratamentos Alternativos

Atualmente dispomos de diversos métodos além da

tradicional dupla “medicação e intervenção cirúrgica”.

Entre as principais recomendações que você poderá

encontrar, estão:

 A hidroterapia: consiste na realização de

movimentos de ginástica dentro da água, reduzindo o impacto

nas articulações e estruturas;

 O RPG (Reposicionamento Postural Global):

consiste na realização de uma série de exercícios específicos

para correção da postura, fortalecimento e alongamento

muscular;

 Pilates: exercícios físicos realizados com o auxílio

de aparelhos especiais que fortalecem a musculatura de pernas,

braços e especialmente da região do abdômen, auxiliando na

sustentação da coluna;

234
 Acupuntura: técnica milenar

chinesa e que comprovadamente funciona

bem nos casos de dores da coluna, entre

outros casos;

 Massagem: ajuda a diminuir as tensões,

contrações e conseqüentes dores. Além disso, aumenta os

níveis de serotonina no organismo, ajudando a combater a

depressão.

Lembre-se

Dizer adeus às dores nas costas depende da forma como

mantemos nossa coluna saudável. Não perca a oportunidade

de garantir uma vida saudável, produtiva e, acima de tudo, livre

de dores.

Os acidentes e enfermidades relacionadas às atividades

profissionais representam um prejuízo enorme à saúde dos

trabalhadores e às empresas. Este prejuízo se reflete em baixa

produtividade das empresas, em especial daquelas que não

235
seguem as orientações do Ministério do Trabalho quanto à

prevenção de acidentes e de doenças decorrentes do trabalho.

Quando o ambiente de trabalho não é adequado às

características e ao funcionamento do corpo humano e não são

adotados procedimentos de segurança e de prevenção de

acidentes, o empregado estará em situação penosa ou

insalubre.

Outros fatores não

profissionais, ligados ao estado de

saúde ou aos hábitos de vida

(alcoolismo, tabagismo), também

têm um papel importante para a

aparição e o progresso das

doenças profissionais, que podem

ser relacionadas com a atividade desempenhada pelo

trabalhador.

236
Unidade 7 - Toxicologia Ocupacional

237
7 - Toxicologia Ocupacional

Temida por todos, a Toxicologia foi considerada até o século XIX

como a “ciência dos venenos”. Seu conhecimento, restrito a

alguns estudiosos, relacionava-se à traição, medo e morte, pois

238
esse conhecimento pouco era empregado em benefício da

humanidade.

O envolvimento da substância química na existência humana,

como uma arma, fez a Toxicologia desenvolver-se inicialmente

pelo aspecto legal, dada a necessidade da identificação do

toxicante nas vítimas suspeitadas de assassinato ou de suicídio.

Desde as mais remotas eras o homem, utilizando-se de

produtos vegetais, minerais e animais começou a dar

importância a seus efeitos e a utilizar os que possuíam ação

fulminante para eliminar seus inimigos.

Inúmeros relatos nos dão conta dos venenos como meios

políticos. Assim, sabe-se que nas cortes antigas, existiam

provadores oficiais, na tentativa de evitar-se atentados , onde

sem dúvida o arsênico predominou.

Na idade média tivemos o aprimoramento da arte de

envenenar. Uma das mais famosas envenenadoras do século

XIV foi Lucrécia Borja ( com o pai, Papa Alexandre VI – eleito por

motivos políticos e não religiosos).

239
Já Kalpurnium eliminava (suas amantes) ao introduzir na vagina

de suas vítimas o dedo embebido de arsênio.

Por volta de 1800 começaram a aparecer métodos e estudos

para identificação dos venenos, com o que diminuiu sua

utilização criminosa.

O envenenamento como homicídio e suicídio é de uso antigo.

Os papiros de Ebers (medicina egípcia – 1500 a. C.) informam

que os egípcios sentenciavam à morte com sementes de

amêndoas amargas.

Toxicologia: é a ciência que estuda os efeitos nocivos

decorrentes de interação dos agentes químicos com o

organismo.

Objetivos da toxicologia: diagnóstico, tratamento e prevenção à

intoxicação.

Divisão de toxicologia:

Estudos de agentes tóxicos. A toxicologia abrange uma vasta

área de conhecimentos e vários profissionais. Podemos dividir

em:

240
1. Toxicologia analítica

2. Toxicologia forense

3. Toxicologia clínica

4. Toxicologia Experimental

5. Ecotoxicologia

1. Toxicologia analítica: detecção de agente químico ou algum

parâmetro relacionado à exposição ao agente tóxico em

substratos como fluidos orgânicos, alimentos, água, ar, solo. Por

métodos exatos é necessário vasto conhecimento químico.

241
Importante também na monitorização terapêutica: correção de

doses ou monitorização biológica de indivíduos expostos às

substâncias químicas. Também usada no esporte para

determinar dopagem de atletas

2. Toxicologia forense: análises toxicológicas para fins médico-

legais

3. Toxicologia clínica: atendimento do paciente exposto ao

agente tóxico. Toxicologia analítica associada

4. Toxicologia Experimental: elucidação dos mecanismos de

ação e dos efeitos sobre o sistema biológico

5. Ecotoxicologia: nova modalidade agressões ecológicas

causadas por agentes tóxicos.

242
Áreas de atuação:
1. Toxicologia ambiental

2. Toxicologia ocupacional

3. Toxicologia de alimentos

243
4. Toxicologia medicamentos e cosméticos

5. Toxicologia social

1. Toxicologia ambiental: estuda os efeitos nocivos causados

pela interação de agentes químicos contaminantes do ambiente

com os organismos humanos

2. Toxicologia ocupacional: estuda os efeitos nocivos causados

pela interação de agentes químicos contaminantes do ambiente

de trabalho com os organismos humanos

244
3. Toxicologia de alimentos: estuda as condições em que os

alimentos podem ser ingeridos sem causar danos aos

organismos.

4. Toxicologia dos medicamentos e cosméticos: estuda os

efeitos nocivos produzidos por medicamentos ou cosméticos

decorrentes de uso inadequado ou de suscetibilidade individual.

5. Toxicologia social: efeitos nocivos decorrentes do uso não

médico de drogas ou fármacos causando prejuízo ao indivíduo

e à sociedade.

Definição de toxicidade:

É a capacidade, inerente a um agente químico, de produzir

danos aos organismos vivos, em condições padronizadas de

uso. Uma substância muito tóxica causará dano a um

organismo se for administrada em quantidades muito

pequenas, enquanto que uma substância de baixa toxicidade

somente produzirá efeito quando a quantidade administrada for

muito grande.

245
Em situações práticas não se deve conhecer somente a

toxicidade das substâncias, representadas geralmente pela DL50,

pois tão importante como conhecer a toxicidade dos agentes

químicos, é conhecer e saber avaliar o risco tóxico de uma

substância química.

Classificação Quanto ao Grau de Toxicidade

Categoria de Toxicidade DL50 – Rata (via Oral)

Extremamente tóxico < 1mg/kg

Altamente tóxico 1-50 mg/kg

Moderadamente tóxico 50-500 mg/kg

Ligeiramente tóxico 0,5-5 g/kg

Praticamente não tóxico 5-15 g/kg

Relativamente atóxico > 15 g/kg

246
Termos relacionados a toxicidade

Aguda: este termo será empregado no senso médico para

significar “de curta duração”. Quando aplicada para materiais que

podem ser inalados ou absorvidos através da pele, será referida

como uma simples exposição de duração medida em segundos,

minutos ou horas. Quando aplicada para materiais que são

ingeridos, será referida comumente como uma pequena

quantidade ou dose.

Crônica: este termo será usado em contraste com aguda, e

significa de longa duração. Quando aplicada para materiais que

podem ser inalados ou absorvidos através da pele, será referida

como períodos prolongados ou repetitivos de exposição de

duração medida em dias, meses ou anos. Quando aplicada para

materiais que são ingeridos, será referida como doses repetitivas

com períodos de dias, meses ou anos. O termo “crônico” não se

refere ao grau (mais severo) dos sintomas, mas se importará com

a implicação de exposições ou doses que podem ser

247
relativamente perigosa, a não ser quando extendidas ou

repetidas após longos períodos de tempo (dias, meses ou anos).

Nesta apostila o termo “crônico” inclui exposições que podem

também ser chamadas de “sub-agudas”, como por exemplo

algum ponto entre aguda e crônica.

Local: este termo se refere ao ponto de ação de um agente e

significa que a ação ocorre no ponto ou área de contato. O ponto

pode ser pele, membranas mucosas, membranas dos olhos,

nariz, boca, traquéia, ou qualquer parte ao longo dos sistemas

respiratório ou gastrointestinal. A absorção não ocorre

necessariamente.

Sistêmico: este termo se refere para um ponto de ação diferente

que o ponto de contato e pressupõe que ocorreu absorção. É

possivel, entretanto, para agentes tóxicos ser absorvidos através

de canal (pele, pulmões ou canal gastrointestinal) e produzir

manifestações posteriores em um daqueles canais que não são

um resultado do contato direto original. Desta maneira é possivel

248
para alguns agentes produzir efeitos perigosos em um simples

orgão ou tecido como o resultado de ambas as ações “local e

sistêmica”.

Absorção: um material é dito ter sido absorvido somente quando

tenha alcançado entrada no fluxo sanguíneo e

consequentemente poder ser carregado para todas as partes do

corpo. A absorção necessita que a substância passe através da

pele, membrana mucosa, ou através dos alvéolos pulmonares

(sáculos de ar dos pulmões). Também pode ser produzido

através de uma agulha (subcutânea, intravenosa, etc...) mas esta

não é de muita importância em Higiene Industrial.

249
Risco e segurança

O risco associado à uma substância química se define como a

probabilidade de que uma substância produza um efeito

adverso, um dano, sob condições específicas de uso.

Nem sempre a substância de maior toxicidade é a de maior

risco, ou seja, de maior “perigo” para o homem. Dependendo

das condições de uso, uma substância classificada como muito

tóxica (elevada toxicidade intrínseca) pode ser menos “perigosa”

do que uma pouco tóxica. Existindo um risco associado ao uso

de uma substância química, há a necessidade de estabelecer

condições de segurança. Portanto define-se como segurança, a

certeza prática de que não resultará efeitos adversos para um

indivíduo exposto a uma determinada substância em

250
quantidade e forma recomendada de uso. Ou seja, quando fala-

se em risco e segurança, significa a possibilidade ou não da

ocorrência de uma situação adversa.

Um problema sério, no entanto, é estabelecer o que é um risco

aceitável no uso de substância química. Esta decisão é bastante

complexa e envolve o binômio risco-benefício, ou seja, altos

riscos podem ser aceitáveis no uso das chamadas life saving

drugs, ou seja, os fármacos essenciais à vida e não serem

aceitáveis no uso de aditivos de alimentos, por exemplo.

Na utilização das substâncias químicas para diversos fins ,

alguns fatores devem ser considerados na determinação de um

risco aceitável:

 Necessidade do uso da substância;

 Disponibilidade e a adequação de outras substâncias

alternativas para o uso correspondente;

 Efeitos sobre a qualidade do ambiente e conservação dos

recursos naturais;

251
 Considerações sobre o trabalho (no caso dela ser usada à

nível ocupacional);

 Avaliação antecipada de seu uso público (ou seja, o que

ela poderá causar sobre a população em geral, onde

existe por exemplo: crianças, velhos, doentes, etc.);

 Considerações econômicas.

Classes de substâncias tóxicas

Substâncias tóxicas ou perigosas encontradas na indústria

podem ser classificadas em várias maneiras. Uma classificação

252
simples e útil é dada abaixo, junto com definições adotadas pela

Assossiação de Padrões Americanos (ASA).

Pós (Dusts). Partículas sólidas geradas por abrasão mecânica

tal como, manuseio, esmagamento, moagem, impactos rápidos,

detonação, decreptação de materiais orgânicos ou inorgâncios

tais como rochas, minério, metal, carvão, madeira, grãos, etc... .

Pós não tendem a flocular, exceto sob força eletrostática; eles

não difundem no ar, mas se deslocam sob a ação da gravidade.

Fumos (Fumes). Partículas sólidas geradas pela condensação a

partir do estado gasoso, geralmente após volatilização de

metais fundidos (como exemplo) e sempre acompanhados por

uma reação química como a oxidação. Os fumos floculam e

algumas vezes coalescem.

Névoa (Mists). Gotículas de líquidos suspensos geradas pela

condensação de substâncias do estado gasoso para o líquido,

ou pela passagem do líquido para um estado disperso, como

pela ação de spray, espumação e atomização.

253
Vapores (Vapors). O estado gasoso de uma substância que se

apresenta normalmente no estado sólido ou líquido e que pode

mudar para estes estados através de redução de temperatura

ou aumento de pressão. O vapor difunde no ambiente.

Gases (Gases). Normalmente fluidos sem forma que ocupam

todo espaço de confinamento e que podem ser mudados para o

estado líquido ou sólido somente através da combinação de

efeitos de redução da temperatura e aumento da pressão. O gás

difunde no ambiente.

Esta classificação não inclui, obviamente, as categorias de

sólidos e líquidos que podem ser perigosos, nem contem

agentes físicos (tais como temperatura, pressão, ruído, etc...). Os

últimos, estritamente falando, não podem ser considerados

substâncias. Agentes vivos, tais como bactérias, fungos e outros

parasitas compreendem outro grupo de “substâncias” que não

será colocada nesta apostila.

254
Vias de Absorção

No sentido fisiológico, um material é tido como absorvido

somente quando ele tenha ganho entrada na corrente

sanguínea e consequentemente tenha sido carregado para

todas as partes do corpo. Algo que foi engolido e que é

posteriormente excretado mais ou menos sem mudanças nas

fezes não foi necessariamente absorvido, mesmo que possa ter

permanecido no sistema gastrointestinal por horas ou mesmo

dias. A Toxicologia Industrial se refere primeiramente com três

rotas de absorção ou portas de entrada que os materiais podem

utilizar para atingir a corrente sanguínea: a pele, o trato

gastrointestinal e os pulmões.

255
INTOXICAÇÃO POR DOMISSANITÁRIOS

Saneantes são substâncias ou preparações destinadas a

higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar

(domissanitários ou domissaneantes), em ambientes coletivos

e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento de

água.

São Domissanitários:

•Detergentes, sabões, saponáceos e congêneres;

•Alvejantes;

•Ceras;

256
•Desincrustantes;

•Polidores de Metais;

•Removedores;

•Desinfetantes;

•Desodorizantes;

•Esterelizantes;

•Algicidas e Fungicidas para piscinas;

•Desinfetantes de água para consumo humano;

•Produtos biológicos;

•Inseticidas domésticos;

•Raticidas domésticos;

•Produtos para jardinagem amadora;

•Repelentes de insetos.

257
QUADRO CLÍNICO:

DOR INTENSA na região acometida, cefaléia, tontura, fraqueza,

hipotensão arterial, taquicardia; ESPASMO GLÓTICO (asfixia);

HEMORRAGIA DIGESTIVA (vômitos em borra de café,

desidratação, hipotensão arterial, choque); IRRITAÇÃO

RESPIRATÓRIA: dispnéia, tosse, aumento de secreção

brônquica, cianose e edema pulmonar; edema e inflamação de

boca, língua, faringe posterior e laringe, diminuição do calibre

das vias aéreas superiores. QUEIMADURAS por contato cutâneo:

258
região esbranquiçada e edema, vesículas, necrose. Contato

Ocular leve: CONJUNTIVITE QUÍMICA (hiperemia,

lacrimejamento e fotofobia). Contato ocular grave: dor intensa,

edema de conjuntiva, LESÃO CORNEANA.

OBS 1: ÁCIDO FLUORÍDRICO: (uso em catálises, cerâmica,

sínteses químicas, gravações em vidro, petróleo, medicamentos,

plásticos, processamento de combustíveis nucleares), tem

afinidade com cálcio: escaras da necrose de coagulação não

impede o aprofundamento da corrosão. Quando é absorvido,

produz um quadro de intoxicação por fluoretos (hipocalcemia,

hipercalemia, tetania e insuficiência renal).

OBS 2: ÁCIDO BÓRICO: (antisséptico) distúrbios

gastrointestinais, cutâneos e neurológicos.

OBS 3: ASSOCIAÇÕES DE RISCO: Hipoclorito com Amônia -

produzem fumos de cloramina e dicloramina, que em contato

com mucosas, formam ácido hidrocloroso e oxigênio nascente,

259
potentes agentes oxidantes que causam lesão celular.

Hipoclorito com Soluções Ácidas – liberam gás cloro e ácido

hipocloroso que penetram mais profundamente em mucosas.

COMPLICAÇÕES: Perfuração (mediastinite ou peritonite).

Aspiração: Comprometimento pulmonar (pneumonite química,

edema pulmonar). A entrada de cáusticos na traquéia determina

geralmente morte imediata por sufocação. Coma e convulsões.

Estenose cicatricial de esôfago.

INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS DE USO AGRÍCOLA

260
O uso de substâncias químicas orgânicas ou inorgânicas em

agricultura remonta a Antigüidade clássica. Escritos de

Romanos e Gregos mencionavam o uso de certos produtos

como o arsênico e o enxofre para o controle de insetos nos

primórdios da agricultura. A partir do século XVI até fins do

século XIX o emprego de substâncias orgânicas como a

Nicotina e Piretros extraídos de plantas eram constantemente

utilizados na Europa e EUA também com aquela finalidade. A

partir do início do século XX iniciaram-se os estudos

sistemáticos buscando o emprego de substâncias inorgânicas

para a proteção de plantas, deste modo, produtos à base de

Cobre, Chumbo, Mercúrio, Cádmio, etc., foram desenvolvidos

comercialmente e empregados contra uma grande variedade

de pragas, porém com limitada eficácia. Todavia, a partir da

Segunda Guerra Mundial, com a descoberta do extraordinário

poder inseticida do organoclorado DDT e, organofosforado

SHARADAM, inicialmente utilizado como arma de guerra, deu-se

início à grande disseminação dessas substâncias na Agricultura.

261
A partir dos anos 60, Os agrotóxicos, passam a serem

amplamente difundidos. Basicamente podemos classificar os

efeitos dos agrotóxicos em agudos e crônicos, sendo estes

últimos ainda pouco pesquisados, embora devastadores para o

organismo. Há pelo menos 50 agrotóxicos que são

potencialmente carcinogênicos para o ser humano. Outros

efeitos são neurotoxidade retardada, lesões no Sistema Nervoso

Central - SNC, redução de fertilidade, reações alérgicas,

formação de catarata, evidências de mutagenicidade, lesões no

fígado, efeitos teratogênicos entre outros, compõem o quadro

de morbimortalidade dos expostos aos agrotóxicos.

262
Unidade 8 - Ventilação Industrial

263
8 - Ventilação Industrial

A importância do ar para o homem é por demais conhecida, sob

o aspecto da necessidade de oxigênio para o metabolismo.

Por outro lado, a movimentação de ar natural, isto é, através dos

ventos, é responsável pela troca de temperatura e umidade que

sentimos diariamente, dependendo do clima da região. A

movimentação do ar por meios não naturais constitui-se no

principal objetivo dos equipamentos de ventilação, ar

condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo

energia do ambiente, ou mesmo transportando material,

264
atuando num padrão de grande eficiência sempre que utilizado

em equipamentos adequadamente projetados. A forma pela

qual se processa a transferência de energia e que da ao ar

capacidade de desempenhar determinada função. A velocidade,

a pressão, a temperatura e a umidade envolvem mudanças nas

condições ambientais, tornando-as propícias ao bem-estar do

trabalhador.

A ventilação industrial tem sido e continua sendo a principal

medida de controle efetiva para ambientes de trabalho

prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene do trabalho, a

ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de

contaminantes no ambiente industrial, bem como diluir

concentrações de gases, vapores e promover conforto térmico

ao homem. Assim sendo, a ventilação é um método para se

evitarem doenças profissionais oriundas da concentração de pó

em suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos, vapores, etc.

O controle adequado da poluição do ar tem início com uma

265
adequada ventilação das operações e processos industriais

(máquinas, tornos, equipamentos, etc.), seguindo-se uma

escolha conveniente de um coletor dos poluentes (filtros,

ciclones, etc.). Todavia, ao se aplicar a ventilação numa

industria, é preciso verificar antes, as condições das máquinas,

equipamentos, bem como o processo existente, a fim de se

obter a melhor eficiência na ventilação. A modernização das

industrias, Isto é, mecanização e/ou automação, além de

aumentar a produção melhora sensivelmente a higiene do

trabalho com relação a poeiras, gases, etc.

Pré-requisitos necessários:

Projeto, construção, manutenção de maquinaria e

equipamentos industriais.

Ao se projetar um edifício industrial, é preciso levar em

consideração a disposição geral das máquinas, circulação do

266
pessoal e altura (pé direito) visando possibilitar uma ventilação

natural pelas aberturas de janelas.

Quanto as maquinas e aos equipamentos que poluem o

ambiente de trabalho, devem ser cuidadosamente projetados,

prevendo-se enclausuramentos, anteparos, mecanização e não

permitindo que poeiras, gases, vapores, etc. sejam dispersos no

ambiente.

b) Substituição de materiais nocivos por outros menos

nocivos.

A princípio, qualquer material pode ser manipulado com

segurança; no entanto, as substancias toxicas ou prejudiciais ao

ser humano podem ser substituídas por outras menos nocivas.

Como exemplo temos:

267
1. Nos trabalhos de pintura, o carbonato básico de chumbo é

prejudicial ao organismo humano e pode ser substituído por

compostos de titânio e zinco.

2. Como solvente orgânico o tolueno pode substituir o benzeno,

por ser este altamente toxico.

3. Utilização de abrasivos artificiais em vez de pedras naturais,

que desprendem pó de sílica, provocando a silicose no homem.

c) Modificação de processos e métodos de trabalho

Os processos mecânicos geralmente poluem menos que os

manuais; exemplos:

1. Fábricas de bateria: ajuste mecânico da pasta de óxido de

chumbo para manufatura de placas. Quando manual, o excesso

caía no chão, e, depois de seco, liberava poeira para o

ambiente.

268
2. Redução da evaporação de solventes nos tanques de

desengraxamento, mediante regulagem automática de

temperatura do banho.

d) Umectação

É um antigo método usado na industria cerâmica inglesa,

permanecendo até os dias de hoje, em que as peças de

cerâmica são molhadas, evitando-se a emanação de poeira

quando da sua manipulação.

Exemplo: perfuração de minas, britadores , moinhos , etc.

Em ambientes industriais em que são manipulados produtos

considerados perigosos em relação a combustão ou explosão,

tais como processos industriais, depósitos , transporte, etc, é

necessário controlar a temperatura e a umidade relativa do ar. O

ar condicionado atua nesses ambientes, mantendo as

condições exigidas para cada tipo de produto utilizado, agindo,

inclusive, como renovador de ar ambiental.

269
Características da ventilação industrial

Composição do ar

A composição aproximada do ar, sob três diferentes condições,

é dada na Tabela 1, considerando-se ar limpo e isento de

poluentes em geral.

Um adulto, mesmo executando trabalhos pesados ,respira até

cerca de 40 litros de ar por minuto, consumindo 02 litros de

oxigênio e exalando 1,7 litro de Dióxido de carbono,

aproximadamente.

Necessidades humanas de ventilação

A ventilação de residências, espaços comerciais e escritórios é

necessária para controlar odores corporais, fumaça de cigarro,

odores de cozinha e outras impurezas odoríficas, e não para

manter a quantidade necessária de oxigênio ou remover o

Dióxido de carbono produzido pela respiração. Isso é

270
verdadeiro, pois a construção padrão de edifícios para

ocupação humana não pode prevenir a infiltração ou a saída de

quantidades de ar, mesmo quando todas as janelas, portas e

aberturas no forro estiverem fechadas. Dados publica dos sobre

as quantidades de ar, normalmente disponíveis pela ventilação

natural ou infiltração, indicam que a sufocação por deficiência

de oxigênio ou excesso de gás carbônico, como resultantes da

respiração humana, é potencialmente impossível em

construções não subterrâneas

Classificação dos sistemas de ventilação

Para a classificação dos sistemas de ventilação, é preciso

levar em conta a finalidade a que se destinam. Dessa forma,

os objetivos da ventilação são:

a) Ventilação para manutenção do conforto térmico

 Restabelecer as condições atmosféricas num ambiente

alterado pela presença do homem.

271
 Refrigerar o ambiente no verão. Aquecer o ambiente no

inverno.

b) Ventilação para manutenção da saúde e segurança do

homem

 Reduzir concentrações no ar de gases vapores,

Aerodispersoides em geral, nocivos ao homem, até que

baixe a níveis compatíveis com a saúde.

 Manter concentrações de gases, vapores e poeiras

inflamáveis ou explosivos fora das faixas de

inflamabilidade ou de explosividade.

c) Ventilação para conservação de materiais e equipamentos

(por imposição tecnológica)

 Reduzir aquecimento de motores elétricos, máquinas,

etc.

272
 Isolar cabines elétricas, não permitindo entrada de

vapores, gases ou poeiras inflamáveis, com a finalidade

de se evitar explosão, por meio de faíscas elétricas.

Manter produtos industriais em armazéns ventilados, com o

fim de se evitar deterioração.

Tipos de ventilação

Os tipos de ventilação, empregados para qualquer finalidade,

são assim classificados:

a) Ventilação natural.

273
b) Ventilação geral

c) Ventilação geral para conforto térmico.

d)Ventilação geral diluídora

e) Ventilação local exaustora (Sistema)

Ar condicionado

Evidentemente, o ar pode ser condicionado artificialmente.

Segundo definição da American Society of Heating,

Refrigeratind and Air Conditioning Engineers (ASHRAE), "ar

condicionado e o processo de tratamento do ar de modo a

controlar simultaneamente a temperatura, a umidade, a

pureza e a distribui, para atender as necessidades do recinto

condicionado", ocupado ou não pelo homem.

As aplicações do ar condicionado são inúmeras, podendo ser

citadas, entre outras, as seguintes:

274
a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser

feitos em recintos com umidade, temperatura e pureza

controladas; por exemplo, fabricação de produtos

farmacêuticos, alimentícios, impressão de cores, industrias

testeis, de solventes, etc.

b) Conforto do indivíduo e produtividade.

c) Hospitais: salas de operação, salas de recuperação e

quartos para tratamento de doentes

alérgicos, etc.

Ventilação natural

Considerações gerais

A ventilação natural é o movimento de ar num ambiente de

trabalho, provocado por ventos externos e que pode ser

controlado por meio de aberturas, como portas, janelas , etc.

275
Infiltração é o movimento do ar não controlado, de fora para

dentro e de dentro para fora de um ambiente, através de

frestas de janelas e portas, de paredes, pisos e forros, e por

outras aberturas existentes.

O fluxo de ar que entra ou sai de um edifício por ventilação

natural ou infiltração depende da diferença de

pressão entre as partes interna e externa e da resistência ao

fluxo fornecido pelas aberturas. A diferença de pressões

exercida sobre o edifício pelo ar pode ser causada pelo vento

276
ou pela diferença de densidade de ar fora e dentro do edifício.

O efeito de diferença de densidade, conhecido como "efeito

de chaminé", é freqüentemente o principal fator. Quando a

temperatura no interior de um determinado ambiente é maior

que a temperatura externa, produz-se uma pressão interna

negativa e um fluxo de ar entra pelas partes inferiores, o que

causa uma pressão interna positiva, e um fluxo de ar sai nas

partes superiores do edifício.

Regras gerais

Em resumo, os efeitos da corrente de ar num ambiente

dependem: dos seguintes fatores

- movimento devido aos ventos externos;

- movimento devido á diferença de temperatura;

277
- efeito de aberturas desiguais.

As regras gerais para construção de edifícios são:

A - Edifícios e equipamentos em geral devem ser projetados

para ventilação efetiva, independente das direções de vento.

B - Aberturas como portas, janelas, etc. não devem ser

obstruídas.

C - Uma quantidade maior de ar por área total abertura é

obtida usando-se áreas iguais de aberturas de entrada saída.

Ventilação geral

Considerações gerais

A ventilação geral é um dos métodos disponíveis para

controle de um ambiente ocupacional. Consiste em

movimentar o ar num ambiente através de ventiladores;

também chamada ventilação mecânica.

278
Um ventilador pode insuflar ar num ambiente, tomando ar

externo, ou exaurir ar desse mesmo ambiente para o exterior.

Quando um ventilador funciona no sentido de exaurir ar de

um ambiente e comumente chamado de exaustor.

Num ambiente, a pressão atmosférica comum, a insuflação e

a exaustão provocam uma pequena variação da pressão

(considerada desprezível).Dessa forma, a insuflação é

chamada de pressão positiva e a exaustão de pressão

negativa.

A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes

métodos:

- insuflação mecânica e exaustão natural;

- insuflação natural e exaustão mecânica;

- insuflação e exaustão mecânica.

279
A insuflação mecânica, ventilando ar externo num ambiente,

nem sempre é recomendável, uma vez que o ar externo pode

estar contaminado de impurezas, ou ainda, com temperatura

e umidade relativa inadequadas.

Calor e conforto térmico

Aspectos gerais: o homem é um ser tropical por excelência,

possuindo uma capacidade bastante desenvolvida de:

transpiração. Um grande numero de indivíduos está, parte do

tempo, exposto a temperatura, mais altas que a temperatura

ambiente principalmente em seu ambiente ocupacional,

onde uma serie de fatores climáticos e não climáticos

conduzem a um ganho ou a uma menor dissipação de calor

pelo organismo. A esse tipo de estímulo o organismo

responde fisiologicanente, refletindo a severidade da

exposição ao calor, para cujo equacionamento completo e

adequado é necessário medir quantitativamente a ação do

calor, bem como a resposta do organismo, correlacionando -

280
as; essa é uma tarefa difícil em função de vários para metros

intervenientes, tais como temperatura do ar, umidade

relativa, calor radiante, velocidade do ar, tipo de trabalho

exercido, aclimatação, roupa utilizada e outros.

Dessa forma, torna-se necessária a fixação de critérios que

permitem estabelecer os limites de exposição ao calor em

diferentes tipos de trabalho e a redução da exposição para

respostas excessivas do organismo. Os critérios assim

desenvolvidos devem levar em conta não só a resposta

fisiológica, mas também a psicológica, a produtividade e a

ocorrência de desordens devido ao calor.

Renovação do ar ambiente

Requisitos de ventilação: varias medidas podem ser tomadas

para se evitar a exposição de pessoas a condições de alta

temperatura. Por exemplo, enclausuramento e isolamento de

281
fontes quentes, vestimentas, barreiras protetoras, diminuição

do tempo de exposição, etc.

Recomendações gerais

 As trocas de ar de até oito vezes por hora são

suficientes para remover contaminantes emitidos por

ocupantes. O limite superior da faixa é recomendado

para remover calor e vapor em zonas temperadas.

Em climas quentes, sugere-se o dobro de valores pré

definidos.

 Se ocorrer o uso do fumo, deve-se usar o dobro do

valor da tabela (G. Woods, Pratical Guide to Fao

Engineering

 Não se prevê uso de equipamento de limpeza de ar. O

espaço não deve ser inferior a 150 Ft³/pessoa ou 15

Ft²/pessoa

282
 O limite inferior é o mínimo e o limite superior é o

recomendado (mesma referência).

Ventilação Geral Diluidora

A ventilação geral diluídora é o método de insuflar ar em um

ambiente ocupacional, de exaurir ar desse ambiente, ou

ambos, a fim de promover uma redução na concentração de

poluentes nocivos. Essa redução ocorre pelo fato de que, ao

introduzirmos ar limpo ou não poluído em um ambiente

contendo certa massa de determinado poluente, faremos

com que essa massa seja dispersada ou diluída em um

volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração

desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de

que esse método de ventilação não impede a emissão dos

poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os

dilui.

283
A alternativa a este tipo de ventilação é a ventilação local

exaustora (será vista no próximo capítulo) que capta os

poluentes junto à fonte de emissão antes que sejam emitidos

ao ambiente ocupacional. Este ultimo método e sempre

preferível à ventilação geral diluídora, especialmente quando

o objetivo do sistema de ventilação é a proteção da saúde do

trabalhador.

Os objetivos de um sistema de ventilação geral diluídora

podem ser:

Proteção da saúde do trabalhador: reduzindo a concentração

de poluentes nocivos abaixo de um certo limite de tolerância.

Segurança do trabalhador: reduzindo a concentração de

poluentes explosivos ou inflamáveis abaixo dos limites de

explosividade e inflamabilidade.

Conforto e eficiência do trabalhador: pela manutenção da

temperatura e umidade do ar do ambiente.

284
Proteção de materiais ou equipamentos: mantendo

condições atmosféricas adequadas (impostas por motivos

tecnológicos).

Em casos que não é possível ou não é viável a utilização de

ventilação local exaustora, a ventilação geral diluídora pode

ser usada

Doenças relacionadas com o trabalho.

A Saúde do Trabalhador constitui uma área da Saúde Pública

que tem como objeto de estudo e intervenção as relações

entre o trabalho e a saúde. Tem como objetivos a promoção e

a proteção da saúde do trabalhador, por meio do

desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes

nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde

do trabalhador e a organização e prestação da assistência

aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de

diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no

285
SUS. Nessa concepção, trabalhadores são todos os homens

e mulheres que exercem atividades para sustento próprio

e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de

inserção no mercado de trabalho, nos setores formais ou

informais da economia. Estão incluídos nesse grupo os

indivíduos que trabalharam ou trabalham como empregados

assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores

avulsos, trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores

públicos, trabalhadores cooperativados e empregadores –

particularmente, os proprietários de micro e pequenas

unidades de produção. São também considerados

trabalhadores aqueles que exercem atividades não

remuneradas – habitualmente, em ajuda a membro da

unidade domiciliar que tem uma atividade econômica, os

aprendizes e estagiários e aqueles temporária ou

definitivamente afastados do mercado de trabalho por

doença, aposentadoria ou desemprego.

286
A saúde do trabalhador é definida como “um conjunto de

atividades que se destina, por meio das ações de vigilância

epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção

da saúde do trabalhador, assim como visa à recuperação e à

reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos e

agravos advindos das condições de trabalho”. Abrangendo:

• a assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho

ou portador de doença profissional e do trabalho;

• a participação em estudos, pesquisas, avaliação e controle

dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no

processo de trabalho;

• a participação na normatização, fiscalização e controle das

condições de produção, extração, armazenamento,

transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de

produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam

riscos à saúde do trabalhador;

287
• a avaliação do impacto que as tecnologias provocam à

saúde;

• a informação ao trabalhador, à sua respectiva entidade

sindical e às empresas sobre os riscos de acidente de

trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os

resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames

de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,

respeitados os preceitos da ética profissional;

• a participação na normatização, fiscalização e controle dos

serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas

públicas e privadas;

• a revisão periódica da listagem oficial de doenças

originadas no processo de trabalho;

• a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao

órgão competente a interdição de máquina, do setor, do

serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver

288
exposição a risco iminente para a vida ou saúde do

trabalhador.

Quando as condições de trabalho e as condições do

ambiente de trabalho ultrapassam os limites toleráveis do

organismo, a probabilidade de o trabalhador adquirir uma

doença no trabalho é grande. Neste caso, tem-se uma

Doença Profissional, que é definida como uma doença

causada por fatores físicos, químicos e biológicos

encontrados no meio de trabalho a que o trabalhador está

sujeito e no qual não tem acesso aos recursos de proteção

contra esses agentes. Exemplo: a exposição a um nível

elevado de ruído gera uma perda auditiva nos trabalhadores

expostos.

289
Realize

Exercício de Fixação

A ergonomia visa tornar o trabalho uma atividade


agradável e, ao mesmo tempo, produtiva. A respeito desse tema,
julgue os itens a seguir.
( ) O transporte manual de cargas, compreendendo o
levantamento e a deposição da carga, designa todo transporte
no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um único
trabalhador.
( ) A organização do trabalho, para efeito da NR-17, deve levar
em consideração a exigência de tempo e o conteúdo das
tarefas.
( ) A antropometria estática é determinada pelas diferentes
estruturas do corpo humano, nas diferentes posições, em
movimento.
( ) Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem ter
altura fixa, determinada pelo padrão da empresa, e mesas
ajustáveis.

Resposta: c, e, e, e

290
Unidade 9 –Doença do Trabalho

291
Doença do Trabalho

O ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES E SUA RELAÇÃO

COM O TRABALHO

Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e

morte da população em geral, em função de sua idade, gênero,

grupo social ou inserção em um grupo específico de risco. Além

disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas

relacionadas ao trabalho, como consequência da profissão que

exercem ou exerceram, ou pelas condições adversas em que

seu trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de adoecimento e

morte dos trabalhadores resultará da amalgamação desses

fatores, que podem ser sintetizados em quatro grupos de

causas:

292
• doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o

trabalho;

• doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas,

neoplásicas, traumáticas, etc.) eventualmente modificadas no

aumento da frequência de sua ocorrência ou na precocidade de

seu surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições

de trabalho. A hipertensão arterial em motoristas de ônibus

urbanos, nas grandes cidades, exemplifica esta possibilidade;

• doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia

ampliado ou tornado mais complexo pelo trabalho. A asma

brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva

induzida pelo ruído (ocupacional), doenças músculo-

esqueléticas e alguns transtornos mentais exemplificam esta

possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se

(efeito aditivo) ou multiplicam-se (efeito sinérgico) as condições

provocadoras ou desencadeadoras destes quadros

nosológicos;

293
• agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do

trabalho e pelas doenças profissionais.

Lembre-se

A silicose e a asbestose exemplificam este grupo de agravos

específicos.

Grupos onde dão potencial para doença relacionada ao

trabalho:

GRUPO I: doenças em que o trabalho é causa necessária,

tipificadas pelas doenças profissionais, stricto sensu, e pelas

intoxicações agudas de origem ocupacional.

GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de

risco, contributivo, mas não necessário, exemplificadas pelas

doenças comuns, mais frequentes ou mais precoces em

determinados grupos ocupacionais e para as quais o nexo

causal é de natureza eminentemente epidemiológica. A

294
hipertensão arterial e as neoplasias malignas (cânceres), em

determinados grupos ocupacionais ou profissões, constituem

exemplo típico.

GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um

distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida ou

preexistente, ou seja, com causa, tipificadas pelas doenças

alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais, em

determinados grupos ocupacionais ou profissões.

Entre os agravos específicos estão incluídas as doenças

profissionais, para as quais se considera que o trabalho ou as

condições em que ele é realizado constituem causa direta.

295
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS SEGUNDO SUA

RELAÇÃO COM O TRABALHO

Categorias Exemplos

I – Trabalho como causa necessária Intoxicação por chumbo; Silicose; D


profissionais legalmente reconhecidas.

II – Trabalho como fator contributivo, Doença coronariana; Doença do aparelho


mas não necessário. locomotor; Câncer; Varizes do membros
inferiores.

III – Trabalho como provocador de um Bronquite crônica; Dermatite de contato


distúrbio latente, ou agravador de alérgica; Asma; Doenças mentais.
doenças já estabelecidas

Seguem alguns exemplos de doenças relacionadas ao

trabalho:

296
Definiçoes

As lesões por esforço repetitivo (LER).

São inflamações provocadas por atividades de trabalho que

exigem movimentos

manuais repetitivos durante longo tempo; como exemplo,

podemos citar a digitação.

Perda auditiva.

A perda auditiva é provocada, na maioria das vezes, pelos altos

níveis de ruído, como,

por exemplo, barulhos de motor, equipamentos de

manutenção, etc.

Existem inúmeras doenças profissionais que irão se

caracterizar de acordo com o risco, podendo causar vários

problemas ao organismo e até a morte.

297
As doenças profissionais podem ser prevenidas respeitando-se

os limites de tolerância de cada risco e utilizando-se

adequadamente os equipamentos de proteção individual.

Não são consideradas como doença do trabalho: as

doenças degenerativas, as inerentes à idade avançada do

trabalhador, as que não produzem incapacidade de trabalhar e

as que sejam próprias da região onde o trabalhador habite e

onde essas doenças se desenvolvam, salvo comprovação de

que a doença é resultante de algum fator do trabalho.

Acidentes do trabalho

Acidente do trabalho – O acidente de trabalho ocorre

quando o trabalhador, pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa, sofre algum dano que provoque lesão corporal ou

perturbação funcional, podendo causar tanto a morte como a

298
perda ou redução da capacidade para o trabalho, temporária ou

permanente.

Equiparam-se também ao acidente do trabalho

O acidente ligado ao trabalho quando este não é causa

única, mas contribuiu para a morte do trabalhador, redução ou

perda da sua capacidade para o trabalho, ou produziu lesão

que exija atenção médica para a sua recuperação.

O acidente sofrido pelo trabalhador no local e no horário

do trabalho.

A doença proveniente de contaminação acidental do

trabalhador no exercício de sua atividade.

O acidente sofrido pelo trabalhador, ainda que fora do

local e horário de trabalho.

Aspectos gerais sobre acidentes do trabalho

299
Os acidentes do trabalho revestem-se de grande

importância por diversos fatores, que vão desde o grande

número de pessoas expostas até a possível gravidade dos

mesmos.

Os acidentes do trabalho implicam altos custos sociais:

aposentadorias, às vezes, precoces; indenizações; anos de vida

perdidos; perda de familiares, entre outros.

Lembre-se

Os acidentes geralmente resultam de interações inadequadas

entre o homem, a tarefa e o seu ambiente.

As causas dos acidentes, freqüentemente, têm três

componentes: organizacional, tecnológico e humano. Nesse

sentido, seria falso acreditar que somente o operador comete os

erros.

300
A complexidade dos sistemas deve respeitar as

capacidades do cérebro humano. Não se podem prever todos

os acidentes, nem todas as reações dos operadores, mas deve-

se colocar todas as condições ótimas de segurança e de

prevenção para os trabalhadores.

Os acidentes ocorrem principalmente devido a:

• falta de conscientização dos riscos de serviço e das formas de

evitá-los • falta de atenção.

• falta de conhecimento do trabalho que deve ser feito.

• falta de uso dos equipamentos de proteção individual e

coletivo.

• falta de treinamento e informação.

• falta de organização.

• excesso de confiança.

• máquinas e equipamentos com defeitos

301
Programas de apoio à prevenção de acidentes do trabalho e

melhoria da saúde.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

As empresas privadas e públicas e os órgãos

governamentais com empregados registrados

pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT são obrigados a

organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento,

uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA –

conforme o número de empregados. As empresas que não se

enquadrarem na obrigatoriedade da constituição da comissão

deverão anualmente designar um empregado como

representante, o qual deverá participar do Curso da CIPA.

Esta comissão é formada por representantes dos empregados,

eleitos em eleição direta, e representantes indicados pela

empresa, tendo como objetivo prevenir acidentes e doenças

302
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível

permanentemente o trabalho com a presença da vida e a

promoção da saúde do trabalhador.

Objetivos da CIPA:

• Observar e relatar as condições de riscos nos ambientes de

trabalho.

• Solicitar medidas para reduzir ou eliminar os riscos existentes.

• Discutir os acidentes ocorridos, encaminhando ao SESMT

(Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e

Medicina do Trabalho) e ao empregador o resultado da

discussão, e solicitar medidas preventivas.

• Orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de

acidentes.

303
• Investigar as causas e circunstâncias dos acidentes e doenças

ocupacionais.

• Promover anualmente a SIPAT (Seminários Internos de

Prevenção de Acidentes do Trabalho).

PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde

Ocupacional.

O PCMSO é um relatório de elaboração obrigatória por parte da

empresa, com o objetivo de propor o planejamento e

subseqüente implantação de um Programa de Promoção de

Saúde/Prevenção de Doenças em ambiente de trabalho. Esse

programa é exigido pela Norma Regulamentadora 07 do

Ministério do Trabalho, sendo composto de consultas médicas,

exames subsidiários, atividades de educação em saúde e

acompanhamento do estado de saúde dos empregados

atendidos, com enfoque preventivo.

304
Definicao

O PCMSO deve ser um projeto de melhoria da qualidade de

vida do empregado e deve contemplar todos os colaboradores

da empresa.

Os exames que devem constar do PCMSO são:

• ADMISSIONAL – Realizado antes de o empregado assumir

suas funções.

• PERIÓDICO – Realizado em intervalo de tempo variável de

acordo com os riscos aos quais os profissionais estão expostos,

de acordo com a faixa etária dos trabalhadores, em caso de

periculosidade e insalubridade ou segundo determinação do

médico do trabalho.

• RETORNO AO TRABALHO – Realizado no primeiro dia do

retorno do empregado ausente por trinta dias ou mais, por estar

enfermo, por acidente do trabalho ou por licença maternidade.

305
• MUDANÇA DE FUNÇÃO – Realizado antes da mudança do

trabalhador para a função ou setor que implique a sua

exposição a riscos diferentes daqueles aos quais estava exposto

anteriormente.

• DEMISSIONAL – Realizado nos quinze dias que antecedem o

desligamento do trabalhador da empresa.

Realize

Exercício de Fixação

No que se refere ao Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional (PCMSO), previsto na NR-7, julgue os itens a

seguir.

( ) A empresa contratante de mão-de-obra prestadora de

serviços deve informar à empresa contratada os riscos

existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO

306
nos locais de trabalho onde os serviços estejam sendo

prestados.

( ) O exame médico admissional deverá ser realizado até 30

dias depois que o trabalhador assumir suas funções.

( ) Para cada exame médico realizado, o médico tem de emitir

o atestado de saúde ocupacional (ASO) em duas vias: a

primeira via deve ficar no arquivo da empresa e a segunda, ser

entregue ao trabalhador.

( ) Todo estabelecimento deverá estar equipado com material

necessário à prestação de primeiros socorros, considerando-se

as características da atividade desenvolvida. Deverá também

manter esse material guardado em local adequado e aos

cuidados de pessoa treinada para esse fim.

Resposta: e, e, c, c

307
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

Todos os empregadores e instituições que admitam

empregados estão obrigados a elaborar e implementar o PPRA

– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –previsto na

Norma Regulamentadora 09 do Ministério do Trabalho.

Definicao

O programa consiste em ações que visam à preservação

da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da

antecipação, reconhecimento, avaliação e controle das

ocorrências de riscos ambientais existentes ou que venham a

existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção do

meio ambiente e dos recursos naturais.

308
Realize

Exercício de fixação

A higiene industrial ou do trabalho tem por objetivo o

reconhecimento, a avaliação e o controle dos riscos ambientais,

físicos, químicos ou biológicos, originadas no local de trabalho,

que podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-

estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores

ou entre as pessoas da comunidade. Acerca desse assunto e do

PPRA, julgue os itens seguintes.

( ) O ruído e a vibração provocados por um martelo picador

hidráulico são considerados agentes químico e físico,

respectivamente.

( ) Considere que um operário de coleta de lixo urbano tenha

se queixado do odor exalado por material em estado de

309
deterioração com produção de bactérias. Nesse caso, é correto

afirmar que o operário está exposto a agente biológico.

( ) Os gases expelidos na preparação de uma cisterna são

exemplos de agentes químicos.

( ) No desenvolvimento do PPRA a etapa de reconhecimento

envolve a análise de projetos de novas instalações, visando

identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção

para sua redução ou eliminação.

( ) A avaliação quantitativa dos agentes ambientais deverá ser

realizada sempre que necessária para dimensionar a exposição

dos trabalhadores.

( ) Os dados do PPRA devem ser mantidos por um período

mínimo de 5 anos.

Resposta: c, c, c, e, c, c

310
LTCAT – Laudo Técnico das Condições Ambientais do

Trabalho.

O LTCAT é obrigatório, devendo ser atualizado

anualmente. O não atendimento deste dispositivo legal expõe a

empresa a multas por parte da Previdência Social e deverá estar

em concordância com o PPRA e PCMSO, não podendo

substituir e nem ser substituído por eles.

As Normas Regulamentadoras, também conhecidas

como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre

procedimentos obrigatórios relacionados à saúde e segurança

no trabalho no Brasil como anexos da Consolidação das Leis do

Trabalho – CLT. A aplicação dessas regras é obrigatória por

todas as empresas.

Vamos conhecer um pouco mais sobre as normas que

têm grande influência nas atividades do transporte rodoviário de

cargas e passageiros.

311
EPI (Equipamento de Proteção Individual).

São ferramentas de trabalho que visam proteger a saúde

do trabalhador rural que utiliza produtos fitossanitários,

reduzindo os riscos de intoxicações. O uso de EPI é uma

exigência da legislação trabalhista brasileira e o seu

cumprimento poderá acarretar processos, além de multas aos

infratores.

A função básica dos EPI é proteger o organismo do

produto tóxico, minimizando o risco de contaminação.

312
Intoxicação durante o manuseio ou a aplicação de produtos

fitossanitários é considerada acidente e trabalho.

Equipamento de Proteção Individual – EPI

A Norma Regulamentadora 06 delibera sobre o uso de

Equipamento de Proteção Individual – EPI, suas propriedades e

características.

O Equipamento de Proteção Individual – EPI pode ser

definido como todo dispositivo ou produto, de uso individual,

utilizado pelo trabalhador e destinado à proteção contra riscos

ao qual o trabalhador está exposto no desempenho de suas

funções.

313
Para garantir a segurança no desempenho de atividades que

envolvam algum risco à saúde do empregado, os seguintes

procedimentos devem ser seguidos:

1 – A empresa tem a obrigação de fornecer o ambiente

adequado para os funcionários.

2 – Os funcionários devem ser capacitados e estar cientes da

situação de potencial risco a saúde no ambiente de trabalho.

3 – Caso seja necessário, os funcionários devem utilizar o EPI

fornecido pela empresa, conforme a orientação dada pela

mesma.

4 – Os funcionários devem seguir as orientações da empresa

em relação aos procedimentos de segurança, bem como ter a

atitude de exigir as condições necessárias para desempenhar

suas funções com o mínimo de riscos para a saúde.

314
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,

gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de

conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam


completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou
de doenças profissionais e do trabalho.

• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo


implantadas.
• Para atender a situações de emergência.

Cabe ao empregador, quanto ao EPI

• Adquirir o(s) equipamento(s) adequado(s) ao risco de cada


atividade.
• Exigir seu uso.
• Fornecer ao trabalhador somente equipamentos aprovados
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho.
• Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda
e conservação do equipamento.
• Substituir o equipamento imediatamente, quando danificado

315
ou extraviado.
• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica.
• Comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade
observada.

Cabe ao empregado, quanto ao EPI

• Usar o equipamento, utilizando-o apenas para a finalidade a


que se destina.
• Responsabilizar-se pela guarda e conservação do
equipamento.
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o
equipamento impróprio para uso.
• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso
adequado do equipamento.

Lista de equipamentos de proteção individual:

EPI para proteção dos olhos e face Óculos

• óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos

de partículas.

• óculos de segurança para proteção dos olhos contra

316
luminosidade intensa.

• óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação

ultra-violeta.

• óculos de segurança para proteção dos olhos contra

respingos de produtos Químicos.

Máscara de solda.

• máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e

face contra radiação ultra-violeta.

• máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e

face contra radiação infra-vermelha.

• máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e

face contra luminosidade intensa.

EPI para proteção da cabeça Capacete.

• capacete de segurança para proteção contra impactos de


objetos sobre o crânio.
• capacete de segurança para proteção contra choques
elétricos Capuz.

317
• capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra
riscos de origem térmica.
• capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra
respingos de produtos químicos.
• capuz de segurança para proteção do crânio em trabalhos
onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis de
máquinas

EPI para proteção respiratória Respirador purificador de ar .

• respirador purificador de ar para proteção das vias

respiratórias contra poeiras, névoas e fumos.

• respirador purificador de ar para proteção das vias

respiratórias contra gases emanados de produtos químicos

EPI para proteção dos membros superiores Luva.

• luva de segurança para proteção das mãos contra agentes

abrasivos e escoriantes.

• luva de segurança para proteção das mãos contra agentes

cortantes e perfurantes.

318
• luva de segurança para proteção das mãos contra choques

elétricos.

• luva de segurança para proteção das mãos contra agentes

térmicos.

• luva de segurança para proteção das mãos contra agentes

biológicos.

• luva de segurança para proteção das mãos contra agentes

químicos Creme protetor.

• creme protetor de segurança para proteção dos membros

superiores contra agentes químicos.

O creme protetor de segurança para proteção é muito

importante para profissionais que lidam com óleo diesel e graxa.

319
EPI para proteção do tronco.

• vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco


contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e
meteorológica e umidade proveniente de operações com o uso
de água.
• colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que
trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco
contra riscos de origem mecânica

EPI para proteção dos membros inferiores Calçado.

• calçado de segurança para proteção contra impactos de


quedas de objetos sobre os pés.
• calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes
cortantes e escoriantes.
• calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra
respingos de produtos químicos

Não ter programas que promovam a saúde e segurança

do trabalhador ou ter apenas no papel para cumprir a lei

acarreta uma série de prejuízos. Além de afastamentos

constantes, queda na produtividade e qualidade do trabalho, a

320
empresa ainda pode sofrer uma ação indenizatória por doenças

profissionais, acidentes, solicitação de aposentadoria especial e

reclamações trabalhistas.

Conclusão

Cabe ao profissional ficar atento quanto à própria

segurança e sempre solicitar orientações sobre as tarefas sob

sua responsabilidade, exigindo do empregador o equipamento

de proteção individual compatível com sua rotina de trabalho. A

participação ativa do trabalhador na prevenção de acidentes é

uma das medidas mais eficazes para evitar que esses

acidentes ocorram.

321
Realize

Exercício de Fixação

Na oficina de manutenção, solicitado para verificar a

máquina de soldar, um eletricista, usando luvas contra choque

elétrico e botina com biqueira de aço, desligou o quadro geral

de força, no qual percebeu fusível queimado, e efetuou inspeção

na máquina. Após essa verificação, o soldador, usando máscara

de solda de segurança, retomou suas atividades, que consistiam

na confecção de um alambrado de tubos metálicos. Nessa

atividade, por meio de biombos, evitou que as emissões de

fumos e radiações atingissem os trabalhadores nas

proximidades. Nessa situação hipotética,

( ) a desenergização elétrica foi uma medida de proteção


coletiva.
( ) o eletricista usou equipamentos de proteção individual (EPI)
apropriado.

322
( ) o soldador usou EPI para os olhos e face.
( ) o biombo é classificado como um tipo de EPI.
( ) os fumos e a radiação são agentes físico e químico,
respectivamente.
Resposta: e, c, c, e, e

323
Unidade 10 - Saneamento do Meio

324
10 - Saneamento do Meio

Definição

Saneamento Industrial é uma série de práticas que

visam proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores em

ambientes industriais, além de proteger o meio ambiente

natural contra o acúmulo de resíduos industriais e da poluição.

Muitas nações têm códigos legais específicos que dizem

respeito ao saneamento básico industrial e, com base nessas

leis, definem normas para instalações industriais. Esses códigos

325
podem ser aplicados pelos representantes da segurança dos

trabalhadores e pelas agências de saúde ambiental que

possam inspecionar as instalações, inclusive com possibilidade

de encerramento das atividades no estabelecimento em caso

de violações graves.

Há uma série de questões de saneamento que devem ser

consideradas nas instalações e plantas industriais. Um deles é o

saneamento básico, que inclui a manutenção das instalações

limpas e em ordem, com ventilação e iluminação adequadas,

oferecendo aos trabalhadores um ambiente agradável. Os

funcionários também precisam de acesso ao saneamento, com

a disponibilização de chuveiros, armários para guardar

pertences, e assim por diante. O saneamento na indústria

também inclui treinamento em práticas de segurança do

trabalho e programas que incentivem a observação das normas

de saneamento.

326
Importante

Outro aspecto do saneamento industrial é o controle de

resíduos em uma instalação industrial. A gestão dos resíduos

inclui tudo, desde produtos químicos utilizados na fabricação de

produtos até os contêineres que devem ser reutilizados ou

devidamente descartados. Um contrato com uma empresa

especializada na gestão de resíduos muitas vezes é algo

primordial para o controle e tratamento de resíduos e descarte

de lixo biológico ou radioativo, assegurando a qualidade dos

serviços de descarte de resíduos industriais no meio ambiente

de forma responsável.

As necessidades de saneamento em segurança do

trabalho abrangem itens como o acesso à água potável, com

uso de protocolos claros para o tratamento dos resíduos e para

o controle de equipamentos utilizados nas instalações, sempre

327
com o intuito de confirmar que os detritos não são poluentes ou

expõem os trabalhadores a situações perigosas. Outras

medidas de saneamento citam também as medidas tomadas

para proteger a integridade do produto, como a refrigeração da

carne nos matadouros e proteção contra riscos biológicos em

instalações farmacêuticas para assegurar que os produtos não

sejam contaminados.

Realize

Exercício de Fixação

Com referência a poluição do solo, da água e do ar, julgue

os itens que se seguem.

( ) Considere a seguinte situação hipotética. Durante obra de

escavação, uma retroescavadeira danificou a tubulação da rede

de esgoto de uma indústria de produtos alimentícios, o que

328
provocou intenso vazamento. O conteúdo atingiu um córrego, e

forte odor causou desconforto na população vizinha. Nessa

situação, o acidente provocou poluição apenas da água.

( ) Poluição pode ser definida como a introdução, no meio

ambiente, de qualquer matéria ou energia que venha a alterar

as propriedades físicas, químicas ou biológicas desse meio,

afetando, ou podendo afetar, a saúde das espécies animais ou

vegetais.

( ) O local onde é feito o tratamento de esgoto nas empresas é

denominado estação de tratamento de afluente.

Resposta: e, c, c

329
Unidade 11 - Proteção Contra Incêndio

A história do fogo

330
11 - Proteção Contra Incêndio

A história do fogo

Quando o homem das

cavernas há

aproximadamente 1.200.000

anos aprendeu a usar o fogo,

ele iniciava a civilização. Por

intermédio do fogo ele era

capaz de cozinhar os

alimentos obtidos tornando-os

mais digeríveis e de melhor gosto. Por intermédio da iluminação

proveniente da chama ele pode afugentar os animais, iluminar

seu ambiente e tornar as noites frias mais confortáveis

assegurando sua sobrevivência.

Supõe-se que o homem obteve o fogo de uma forma

casual, por intermédio de galhos de uma árvore que ardiam ou

por intermédio de lavas vulcânicas. Entretanto, sua produção

331
pelo homem só foi possível segundo estudos arqueológicos por

volta de 500.000 anos a.C.

Como o fogo tornou-se um elemento básico de

sobrevivência e progresso de cada tribo, um dos integrantes, era

sempre mantido na condição de guardião do fogo mantendo-o

sempre aceso e protegido contra ataque de outras tribos. Ao

longo do tempo ele assumiu um aspecto por vezes mágico, por

vezes religioso.

Ao mesmo passo que possuía enorme valor ao homem,

por diversas vezes fugiu do seu controle, quer por meio de

desastres naturais, vulcões, terremotos, raios, incêndios

florestais, combustões espontânea provenientes de secas

prolongadas, ou por meio de descuidos, ou de ações de

incendiarismo por motivos de sabotagem ou guerra, em que ele

começou a constituir-se significativa preocupação para a

humanidade face ao prejuízo e vítimas resultantes.

332
Conceito de fogo

Definição

Fogo ou combustão é o resultado de uma reação química

das mais simples e, para que ela se efetive, é necessária a

presença de quatro elementos: combustível, comburente

(oxigênio), ignição ( calor) e reação em cadeia.

Muitas das ocorrências de

acidentes no transporte de produtos

perigosos são gerados pelos incêndios,

agravando ainda mais a situação.

Transportar produtos perigosos

em condições inseguras, sem obedecer às normas de

segurança de cada produto, pode facilitar a ocorrência de um

incêndio. Somente com conhecimento é possível prevení-lo ou

combatê-lo corretamente, utilizando técnicas para minimizar

333
riscos à vida e à saúde das pessoas e animais, danos ao meio

ambiente e prejuízos materiais.

Para estar preparado para evitar ou enfrentar essas

situações, é necessário que o motorista conheça:

 Como o fogo se origina;

 O triângulo do fogo (atualmente conhecido como


tetraedro do fogo);

 Os pontos de inflamabilidade;

 Como ocorre a transmissão de calor;

 As classes de incêndios;

 O uso adequado dos agentes extintores..

Tipos de Combustão (Queima)

Combustão é uma reação química, na qual uma

substância combustível reage com o oxigênio, ativada pelo calor

(elevação de temperatura), emitindo energia luminosa (fogo),

mais calor e outros produtos.

334
A combustão pode ser classificada em:

 Lenta: Ocorre quando uma determinada substância não

provoca liberação de energia luminosa suficiente. Exemplo:

brasa do cigarro.

 Rápida: Ocorre quando grande liberação de energia

luminosa e calor como na queima de matéria comuns. Exemplo:

madeira, lixo, papéis.

 Instantânea: Ocorre quando há liberação de energia e

calor numa velocidade muito rápida com elevado aumento de

pressão no ambiente. Exemplo: Explosões de gás de cozinha,

dinamite.

Triângulo do fogo: Atualmente, Tetraedro do Fogo.

O Triângulo do Fogo é uma forma didática, criada para

melhor ilustrar a reação química da combustão onde cada

ponta do triângulo representa um elemento participante desta

reação.

335
Para que exista fogo, 3 elementos são necessários: o

combustível, o comburente (Oxigênio) e a fonte de calor

(Temperatura de Ignição).

Uma melhor representação gráfica deste processo nos é

dado pelo Triângulo do Fogo. Devemos ter em mente que os

dois elementos: Combustível e Comburente e a condição Calor

devem manter-se na mesma proporção para que ocorra a

Combustão, uma vez que uma menor quantidade de um desses

elementos ou até a inexistência de um deles faz com que a

combustão não ocorra.

Esta descoberta foi feita por Lavoisier (Antoine Laurent

Lavoisier: 1743-93) em 1783, quando o mesmo conseguiu provar

a conexão química entre o

oxigênio e o fogo. Até a algum

tempo, havia a figura do triângulo

de fogo, que agora foi substituída

pelo TETRAEDRO DO FOGO, pela

336
inclusão de um quarto elemento: a reação em cadeia

Compõem o triângulo e o tetraedro do fogo os elementos a

seguir:

a) Combustível: é o material oxidável (sólido, líquido ou gasoso)

capaz de reagir com o comburente (em geral o oxigênio) numa

reação de combustão.

b) Comburente (oxigênio): é o material gasoso que pode reagir

com um combustível, produzindo a combustão.

c) Ignição: é o agente que dá início ao processo de combustão,

introduzindo na mistura combustível/comburente, a energia

mínima inicial necessária.

d) Reação em cadeia: é o processo de sustentabilidade da

combustão, pela presença de radicais livres, que são formados

durante o processo de queima do combustível.

337
Eliminando-se um desses quatro elementos, terminará a

combustão e, conseqüentemente, o foco de incêndio.

Pode-se afastar ou eliminar a substância que está sendo

queimada, embora isso nem sempre seja possível.

Pode-se eliminar ou afastar o comburente (oxigênio), por

abafamento ou pela sua substituição por outro gás não

comburente.

Pode-se eliminar o calor, provocando o resfriamento no

ponto em que ocorre a queima ou combustão. Ou ainda, pode-

se interromper a reação em cadeia.

Alguns materiais, em temperatura ambiente, podem

pegar fogo com uma simples faísca. Outros, no entanto,

necessitam de aquecimento prévio para que entrem em

combustão. Exemplos: a gasolina pode queimar em

temperatura ambiente e o ferro necessita de altíssimas

temperaturas para queimar. Por isso, é importante conhecer o

que significam pontos de inflamabilidade.

338
Propagação do calor

O calor é uma energia térmica em trânsito entre os corpos

que estão à temperaturas diferentes. O calor passa de um corpo

para o outro até que seja atingido o equilíbrio térmico. Ele se

propaga de 3 maneiras. Veja cada uma dela a seguir:

Condução - O calor se propaga de

molécula a molécula através de um

método direto, como exemplo deste fato

poderemos ter a situação de uma barra

de ferro ao ser aquecido em uma extremidade. Após algum

tempo encontrar-se-á aquecida em outra extremidade por

condução, em um incêndio o superaquecimento dos pontos

superiores de um andar transmitirá por intermédio do piso

caloria suficiente para reiniciar um incêndio em um outro

pavimento imediatamente ao lado ou acima do ambiente

incendiado.

339
Irradiação - Uma fonte de

elevada energia termoluminosa ao

longo do tempo emitindo pacotes

de energia aquecerá outros

materiais sem que haja qualquer

conta física entre ambos, um bom exemplo deste fato foram os

incêndios secundários gerados em edifícios próximos ao

incêndio do edifício Andraus em São Paulo em 1972, por

determinadas vezes lâmpadas do tipo Spot Light deixadas por

longo tempo acesas em vitrine causam incêndios por irradiação.

Convecção - Em virtude dos gases

superaquecidos serem mais leves que

o ar eles sobem propagando o

incêndio para pontos mais altos do

ambiente, no caso de edifícios eles

causam o "Efeito Chaminé" que é a

340
propagação de incêndios para os andares superiores via

poços de elevadores, dutos de escadas e de ar

condicionados.

Ponto de inflamabilidade

Vimos que o calor, em presença do oxigênio, pode

desencadear a queima de combustíveis ou materiais

inflamáveis .

Para cada tipo de combustível existe uma temperatura,

falamos ponto de inflamabilidade.

Existem materiais que desprendem gases inflamáveis em

altas temperaturas, mas existe substancia ( materiais ) que

desprende gases inflamáveis em baixas temperaturas.

É importante saber disso, porque alguns combustíveis são

altamente inflamáveis, mesmo à temperatura ambiente.

Quanto maior a temperatura ou a que um combustível é

exposto, mais perigoso ele se torna.

341
Para poder comparar as temperaturas críticas dos

combustíveis, precisamos conhecer alguns conceitos: (Ponto de

fulgor, Ponto de combustão, Ponto de ignição).

 Ponto de fulgor: É a temperatura mínima em que um

combustível começa a liberar gases ou vapores inflamáveis que,

se entrarem em contato com alguma fonte externa de calor, se

incendeiam. Só que as chamas não se mantêm, não se

sustentam, por não existirem gases ou vapores suficientes.

 Ponto de combustão: É a temperatura mínima em que

o combustível libera gases ou vapores inflamáveis, que em

contato com fonte externa de calor, se incendeiam, mantendo-

se as chamas.

 Ponto de ignição: É a temperatura mínima em que um

combustível libera gases ou vapores inflamáveis, que se

incendeiam espontaneamente, na presença do oxigênio,

independentemente de uma fonte externa de calor.

342
Vale ressaltar que muitos produtos perigosos inflamáveis,

apenas em temperatura ambiente, já ultrapassam seu ponto de

fulgor, isto é, liberam gases ou vapores suficientes para serem

inflamados.

Exemplos:

Produtos Perigosos Ponto de Fulgor

Gasolina Inflamáveis -42ºC

Tintas, vernizes e diluentes. +23ºC

Querosene +34ºC

Butano -60ºC

Etanol +12,2ºC

Metanol +16,1ºC

Madeira +150ºC

Asfalto +204ºC

343
O oxigênio do ar

(comburente) está sempre

presente nesses casos. Cabe

ao motorista evitar a fonte de

calor que pode ser conduzida

até o combustível, iniciando-

se assim o incêndio.

Classificação e Causas de Incêndios

Incêndio é a ocorrência na qual objetos ou bens pegam

fogo de forma indesejável e desnecessária, geralmente onde

falha a preservação.

Classificação das causas de

incêndios: Naturais e Artificiais:

Acidentais e Propositais

344
Causas Naturais: Quando o incêndio é originado em razão dos

fenômenos da natureza, que agem por si só, completamente

independentes da vontade humana; Ex. (raios, vulcões,

vendavais, terremotos).

Causas Artificiais: Quando o incêndio irrompe pela ação direta

do homem, ou poderia ser por ele evitado tomando-se as

devidas medidas de precaução.

a) Acidental: Quando o incêndio é proveniente do descuido

do homem, muito embora ele não tenha intenção de

provocar o acidente. Esta é a causa da maioria dos

incêndios.

b) Proposital (Criminosos): Quando o incêndio tem origem

criminosa, ou seja, houve a intenção de alguém em

provocar o incêndio.

345
 Culposos: Incêndio provocado não intencionalmente,

mas considerados criminosos, por ter havido negligencia,

imperícia ou imprudência.

 Dolosos: incêndio provocado com a intenção de causar

dano ou prejuízo.

Classificação dos incêndios

De acordo com as características dos materiais

combustíveis, e visando a utilização de extintores adequados

para romper o triângulo do fogo, os incêndios foram divididos

em cinco classes.

 Classe A: São incêndios que envolvem combustíveis

sólidos comuns (geralmente de natureza orgânica), e ainda, tem

como características queimar em razão do seu volume

(queimam em superfície e profundidade) e deixar resíduos

fibrosos (cinzas).

346
 Classe B: São incêndios envolvendo líquidos inflamáveis,

graxas e gases combustíveis. É caracterizado por não deixar

resíduos e queimar apenas na superfície exposta (queimam só

em superfície ).

 Classe C: Qualquer incêndio envolvendo combustíveis

energizados. Alguns combustíveis energizados (aqueles que

não possuem algum tipo de armazenador de energia) podem se

tornar classe A ou B se for desligado da rede elétrica.

347
 Classe D

Incêndios resultantes da combustão de metais pirofóricos,

são ainda caracterizado pela queima em altas temperaturas e

reagirem com alguns agentes extintores (principalmente a

água)

 Classe E

Os incêndios desta categoria, em produtos radioativos,

exigem cuidados especializados para preservação e combate. A

melhor providencia é chamar imediatamente os bombeiros.

348
Métodos de Extinção

Conhecido o Triângulo do Fogo, este só existirá quando

estiverem presentes os três elementos constituintes nas

proporções definidas. Portanto, para extinguir o fogo, basta

desfazer o Triângulo, isto é, retirar uma de suas pontas.

Isolamento

Método de Extinção de Incêndio que consiste na retirada

do Combustível.

Abafamento

Método de Extinção de Incêndio que consiste na redução

ou retirada do Oxigênio.

349
Resfriamento

Método de Extinção de Incêndio que consiste na retirada

parcial do calor (diminuição da temperatura).

Dispositivos de Combate à Incêndio/Extintores

Extintores são aparelhos que contêm os agentes

extintores de incêndios, ou seja, certas substâncias químicas

sólidas, líquidas ou gasosas, utilizadas na extinção de um

350
incêndio. Eles podem ser aparelhos portáteis de utilização

imediata (extintores), conjuntos hidráulicos (hidrantes) ou

dispositivos especiais (sprinklers e sistemas fixos de CO2).

Os extintores devem estar:

1) Visíveis (bem localizados);

2) Desobstruídos (livres de quaisquer obstáculos que possa

dificultar o acesso até eles);

3) Sinalizados (para melhor visualizá-los caso não estejam

visíveis).

Extintores de incêndio portáteis; são os aparelhos de fácil e

rápida utilização. Existem vários tipos. Vejamos os

mais comuns:

a) Extintor de água pressurizada: Age por

resfriamento. É indicado para incêndios da classe

A, por penetrar nas profundidades do material,

resfriando-o. Não pode ser utilizado em líquidos

351
inflamáveis e equipamentos elétricos. Tem a desvantagem, em

alguns casos, de danificar o material que atinge. Neste extintor a

água é acondicionada em cilindro metálico, o qual possui um

gatilho para controle do jato, bem como um dispositivo para

dirigi-lo e um manômetro que indica a pressão que se encontra

o líquido no seu interior. Deve ser inspecionado a cada seis

meses, inspeção que consiste em verificar a pressão indicada

no manômetro.

Modo de usar:

1º Leve sempre o extintor ao local do fogo.

2º Coloque-se com o extintor a uma distância segura do local

do fogo.

3º Retire a trava de segurança, aperte a alavanca e empunhe a

mangueira.

4º Dirija o jato para a base das chamas. Caso queira estancar o

jato basta soltar a alavanca.

352
b) Extintor de espuma: Age tanto por

resfriamento (sendo indicado para incêndios

da classe A) quando for abafamento (sendo

então indicado para incêndios da classe B).

Não pode ser utilizado em incêndios da

classe C, ou seja, em equipamentos

energizados e tem a desvantagem de danificar o material que

atinge. A espuma para combate a incêndio é um agregado de

bolhas cheias de gás, geradas de soluções aquosas. Sua

densidade é menor do que a dos líquidos inflamáveis e

combustíveis. É utilizada principalmente, para formar uma capa

flutuante de cobertura. Extingue o incêndio neste líquido,

cobrindo e resfriando o combustível, de forma a interromper a

evolução dos vapores e impedir o acesso do oxigênio.

Modo de usar:

1º Leve o extintor até o local do fogo sem invertê-lo.

353
2º Inverta o extintor somente quando chegar ao local do fogo,

direcionando a válvula para a base das chamas.

3º A espuma flutua na maioria dos combustíveis líquidos, por

isso, quando se tratar de recipiente com líquido inflamável ou

combustível, dirija o jato contra um anteparo. Assim, a espuma

vai chocar-se contra ele, escorrer e flutuar sobre o líquido em

chamas, abafando-o. O jato disparado só estanca quando

esgotada a carga.

c) Extintor de pó químico seco: Age por

abafamento. Sua ação consiste na formação de

uma nuvem sobre a superfície em chamas,

reduzindo a porcentagem de oxigênio disponível.

Pode ser utilizado nas três classes de incêndio,

embora seja mais eficiente nas classes B e C. É

corrosivo, danificando o material que atinge, não devendo ser

empregado em aparelhos elétricos delicados (relés, filamentos,

centrais telefônicas, computadores e outros). É tóxico, devendo

354
ser evitado em canais fechados. Esse extintor pode ser de

pressão injetada ou extintor de pó pressurizado internamente.

Modo de usar:

1º Leve o extintor ao local do fogo.

2º Se o extintor for do tipo pressurizado, retire o pino de

segurança.

3º Se for do tipo pressão injetada, desatarraxe a válvula da

garrafa externa, segurando a mangueira com a válvula acionada

para evitar seu entupimento e um possível acidente.

4º Aperte o gatilho e dirija o pó procurando cobrir o fogo,

principalmente se for da classe B

d) Extintor de CO2: Age por abafamento,

expelindo CO2, reduzindo a concentração de

oxigênio do ar. O CO2 é mais pesado que o ar

(por isso desce sobre as chamas). É inodoro,

incolor e não conduz eletricidade. É

especialmente indicado nos incêndios de classe C e B, podendo

355
ainda ser usado na classe A com ação positiva. Tem a

vantagem de nunca danificar o material que atinge, podendo

ser empregado em aparelhos delicados (relês, filamentos,

centrais telefônicas, computadores e outros) sem danificá-los. O

extintor de CO2 não deve ser usado em materiais leves e soltos,

pois seu "sopro" poderá espalhar o material em chamas,

facilitando a propagação das mesmas. Também não deve ser

instalado em ambientes onde a temperatura possa atingir mais

de 50ºC, pois sua válvula de segurança poderá romper-se,

permitindo a saída de gás. Em recintos pequenos e fechados

pode acontecer gás de CO2 reagir com o oxigênio e tornar o

ambiente asfixiante.

Modo de usar:

1º Leve o extintor ao local do fogo.

2º Se o extintor for do tipo pressurizado, retire o pino de

segurança.

356
3º Se for do tipo pressão injetada, desatarraxe a válvula da

garrafa externa, segurando a mangueira com a válvula acionada

para evitar seu entupimento e um possível acidente.

4º Aperte o gatilho e dirija o pó procurando cobrir o fogo,

principalmente se for da classe B

d) Extintor de CO2: Age por abafamento,

expelindo CO2, reduzindo a concentração

de oxigênio do ar. O CO2 é mais pesado que

o ar (por isso desce sobre as chamas). É

inodoro, incolor e não conduz eletricidade. É

especialmente indicado nos incêndios de

classe C e B, podendo ainda ser usado na classe A com ação

positiva. Tem a vantagem de nunca danificar o material que

atinge, podendo ser empregado em aparelhos delicados (relês,

filamentos, centrais telefônicas, computadores e outros) sem

danificá-los. O extintor de CO2 não deve ser usado em materiais

leves e soltos, pois seu "sopro" poderá espalhar o material em

357
chamas, facilitando a propagação das mesmas. Também não

deve ser instalado em ambientes onde a temperatura possa

atingir mais de 50ºC, pois sua válvula de segurança poderá

romper-se, permitindo a saída de gás. Em recintos pequenos e

fechados pode acontecer gás de CO2 reagir com o oxigênio e

tornar o ambiente asfixiante.

Modo de usar:

1º Retire o pino de segurança quebrando o arame do selo de

lacre.

2º Retire o esguicho (difusor) do seu suporte, empunhando-o

com uma das mãos, na manopla.

3º Com o extintor na posição, acione a válvula e com a outra

mão dirija o jato para a base do fogo, movimentando o difusor.

Obs.: As imagens dos extintores são ilustrativas. A etiquetagem,

o formato e a cor utilizada podem variar de fabricante a

fabricante.

358
Atenção

Classificação dos Incêndios, Métodos de Extinção e Tipos de

Extintores.

Classes de Materiais
Métodos de Extinção Extintores
Incêndio Combustíveis

Resfriamento: retirada do
Água pressurizada,
Tecido, madeira, papel, calor, reduzindo a temperatura
A espuma mecânica.
fibra. para que fique abaixo do ponto de

combustão.

Abafamento: retirada do

comburente (oxigênio), isolando o Gás carbônico, pó

Graxa, verniz, tinta, material combustível da fonte de químico seco,


B
gasolina. calor para evitar a formação de espuma mecânica.

novos gases ou vapores

inflamáveis.

C Motores, quadros de Abafamento: usando extintor que Gás carbônico, pó

359
distribuição, fios sob não conduza eletricidade; também químico seco.

tensão. interromper a corrente elétrica de

forma segura.

Quebra de reação em cadeia: pelo


Metais pirofóricos:
uso de pós químicos especiais Pó químico
magnésio, titânio,
D que formarão camadas protetoras especial e limalha
zircônio, potássio e
que mpedem a continuação das de ferro fundido.
alumínio em pó.
chamas.

Corpo de
Isolamento da área e não se
E Radioativo. Bombeiros Fone:
aproximar do local.
193 / CNEN

Extintor veicular

O único equipamento de segurança adequado para

combater um princípio de incêndio veicular é o Extintor

Automotivo.

Por lei, ele é obrigatório em todo o território nacional,

menos em motocicletas, ciclomotores e triciclos motorizados

sem cabine.

360
Capacidade Extintora, com medidas estabelecidas por

norma (NBR 9444).

Configuração do Recipiente

Capacidade Quantidade de
Área m 2

Extintora Líquido Inflamável

5-B 1.15 58,5 litros

10-B 2.30 117 litros

20-B 4.65 245 litros

40-B 9.30 475 litros

Nova Legislação para Extintor Veicular

Extintor de incêndio veicular ABC: mais segurança para o

motorista:

361
Com a aprovação pelo Conselho Nacional de Trânsito

(CONTRAN) da Resolução nº 157 - do uso do extintor de

incêndio automotivo com pó "ABC" - os carros produzidos no

Brasil ficaram mais seguros contra princípio de incêndio. A lei

vale para os veículos produzidos a partir de janeiro de 2005.

Já a Resolução 333/2009 do (CONTRAN) restabelece a

vigência da Resolução n.º 157, de 22 de abril de 2004, dando

nova redação ao artigo 8º, que fixa especificações para os

extintores de incêndio sendo equipamentos de uso obrigatório

nos veículos automotores, elétricos, reboque e semi-reboque, de

acordo com o artigo 105 do Código de Trânsito Brasileiro e dá

outras providências.

Os extintores de incêndio veiculares com pó ABC são

dotados de uma tecnologia que os tornam mais eficientes do

que os atuais equipamentos próprios para classes B e C, uma

vez que são capazes de apagar princípio de incêndio da classe

A.

362
Atualmente os extintores originais de fabrica com pó

químico "BC" possui ( 3 ) três anos de garantia e os

recondicionados um (1) ano, essa mudança beneficiará o

consumidor porque o novo equipamento é mais seguro, mais

potente e o prazo de garantia é maior.

Com a aprovação da Resolução n.º 157, de 22 de abril de

2004, a fabricação do extintor com pó "BC" termina em 2004, sua

substituição pelo extintor "ABC" será gradual e acontecerá entre

2005 e 2009, à medida que for vencendo o prazo de validade do

teste hidrostático (cilindro) e não da carga.

Apesar de todos os avanços tecnológicos e a introdução

de novos sistemas de segurança nos automóveis, os números

de incêndios veiculares continuam altos.

Proteção Contra Incêndios por Extintores, no Transporte

Rodoviário de Produtos Perigosos

363
O objetivo da NBR 12710, é de especificar as

características exigíveis para proteção contra princípios de

incêndios por extintores portáteis (veicular-PQS), no transporte

rodoviário de produtos perigosos.

Queremos lembrar que, princípio de incêndio é o

resultado de uma reação química que produz luz e calor. O

princípio de incêndio é considerado o momento inicial desta

reação.

Para combater um princípio de incêndio podemos usar

extintores portáteis, que são os extintores que podem ser

transportados manualmente, com massa total que não

ultrapasse 20 kg.

Quanto ao produto utilizado para extinção do fogo,

chamamos de agente extintor e de capacidade extintora a

medida do poder de extinção do fogo de um extintor.

364
Tabela de Capacidade de Extintores:

Tabela 1- Capacidade dos Extintores sem Classificação de

Capacidade Extintora.

Tipo de Agente Quantidade mínima de agente extintor

Extintor por extintor de incêndio

Pó Químico Seco -
8 kg
PQS

Água 10 L

Dióxido de Carbono-
6 kg
CO2

365
Tabela 2- Capacidade dos Extintores com Classificação de

Capacidade Extintora

Tipo de Agente Quantidade Extintora mínima por

Extintor extintor de incêndio

Pó Químico Seco - 20-BC ou 2-A 20-BC

PQS

Dióxido de Carbono - 10-BC

CO2

Água 2A

Extintores para Veículos Utilizados no Transporte Rodoviário

de Produtos Perigosos a "GRANEL"

 Veículos que transportam produtos com ri sco subsidiário de

inflamabilidade devem portar dois extintores conforme as

tabelas 1 ou 2;

366
 Veículos que transportam produtos de Classe 4, devem

portar dois extintores conforme tabelas 1 ou 2;

 Veículos que transportam líquidos e gases inflamáveis

devem portar, além do disposto nas Resoluções do

CONTRAN nº 560 e 743, mais um extintor de incêndio

portátil, conforme tabela 1 ou 2;

 Veículos que transportam demais produtos perigosos

que não se enquadrem nas formas citadas, devem portar

um extintor, conforme tabela 1 ou 2.

 Extintores de incêndio para Veículos Utilizados no

Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos

"EMBALADOS (fracionados)";

 Veículos que transportam líquidos e gases inflamáveis

devem atender ao disposto nas Resoluções do

CONTRAN nº 560 e 743;

367
Importante

 Nota: No caso de gás liquefeito de petróleo (GLP)

envasado, devem portar um extintor de pó químico

seco (PQS) de no mínimo 4 kg ou 20-BC.

 Veículos que transportam demais produtos perigosos

devem portar um extintor conforme tabelas 1 ou 2.

Notas:

1- No caso de produto da classe 1 – explosivos;

a) Devem portar dois extintores de incêndio de pó químico

seco - PQS - de no mínimo 8 kg ou 20-BC ou 2 A 20-BC.

b) Os veículos com capacidade de carga de até 1 t devem

portar dois extintores de incêndio de pó químico seco - PQS -

de 4 kg ou 20-BC.

368
2- Os veículos com capacidade de carga de até 1 t devem

portar um extintor de incêndio de pó químico seco - PQS - de

4 kg ou 20-BC.

A NBR 13095, tem como objetivo especificar as

características exigíveis para instalação e fixação de

extintores de incêndio, para carga, no transporte rodoviário

de produtos perigosos.

Requisitos:

 A carga do extintor deve estar de acordo com a NBR

12710;

 O extintor deve estar em local de fácil acesso;

 Os extintores não devem estar próximo(s) ao(s) eixo(s) do

veículo ou dentro do compartimento de carga;

 Os extintores devem possuir marca Nacional de

Conformidade INMETRO, de identificação legível, e ser

369
manutenidos e recarregados em empresas credenciadas pelo

INMETRO;

 Os dispositivos de fixação do extintor devem possuir

mecanismos de liberação, de forma a simplificar esta operação,

que exijam movimentos manuais mínimos. Os dispositivos não

devem ter ou possibilitar a colocação de componentes ou

acessórios que necessitem da utilização de chaves, correntes,

etc.;

 A informação referente à inspeção do extintor deve ser

fixada no próprio extintor ou estar junto com a documentação

do veículo em etiqueta plastificada, atendendo à NB 23 do

Ministério do Trabalho;

 Deve ser verificado o estado de conservação do extintor e

a sua carga a cada viagem, bem como os seus dispositivos de

fixação;

 No transporte a granel, os extintores não devem estar

próximos às válvulas de carregamento e/ou descarregamento.

370
Para produtos inflamáveis ou produtos com risco subsidiário de

inflamabilidade, Os extintores devem estar localizados um de

cada lado do compartimento de carga;

 No caso de reboque carregado ou contaminado com

produto perigoso, desatrelado em qualquer local longe do

caminhão-trator, o reboque deve possuir extintor de incêndio

adequado ao tipo de carga ou de contaminação;

 Para o conjunto formado por caminhão-trator e semi-

reboque, os extintores podem ser colocados tanto em um, como

em outro, obedecendo ao disposto no item acima;

 No caminhão-trator o dispositivo de fixação do extintor

deve situar-se sobre a plataforma junto à cabina do veículo;

 No semi-reboque-tanque, no caminhão-tanque ou nos

veículos para carga fracionada, o dispositivo de fixação do

extintor deve situar-se na lateral do chassi ou à frente dos

respectivos compartimentos de carga, obedecendo-se aos

demais critérios estabelecidos nesta Norma. Os dispositivos de

371
fixação colocados diretamente no tanque devem ser providos

de empalme.

Tipos e capacidade mínima dos extintores de incêndio

que deverão portar os veículos automotores, de acordo com

anexo da Resolução do CONTRAN nº 560/80.

a) Caminhão, reboque e semi-reboque de transporte de cargas

com capacidade superior a seis toneladas, inclusive os

destinados ao transporte de gás domiciliar acondicionado em

vasilhames especiais:

 Um extintor de incêndio com carga de pó químico seco -

PQS - ou de gás carbônico CO2), de 2 (dois) kg;

b) Veículo de transporte de inflamáveis líquido ou gasoso;

 Um extintor de incêndio com carga de pó químico seco -

PQS - de 8 kg, ou dois extintores de incêndio com carga

de gás carbônico - CO2 - de 6 kg

372
Outros Dispositivos de Combate a Incêndio

Hidrantes: São dispositivos existentes em redes

hidráulicas, que facilitam o combate ao fogo. O

sistema de hidrantes é composto de um reservatório

que pode ser elevado ao subterrâneo, de um conjunto de

canalização, de mangueiras, esguichos, registro, engate de

mangueira e abrigo.

Modo de usar:

1º - Localize a mangueira;

2º - Desenrole-a;

3º - Conecte a mangueira ao hidrante;

4º - Estique totalmente a mangueira;

5º - Combata as chamas, dirigindo o

jato à base do fogo;

373
Dispositivos especiais (Sprinklers): São também conhecidos

como "chuveiros Sprinklers". Esse sistema consiste na

distribuição de encanamentos ligados a um encanamento

central, do qual saem ramificações de tubos cujos diâmetros

diminuem à medida que se afastam da linha principal. Nessas

ramificações são instalados bicos, peças dotadas de dispositivo

sensível à elevação de temperatura e destinadas a espargir

água sobre a área incendiada, quando acionadas pelo aumento

da temperatura ambiente.

Providências a Serem Tomadas em Caso de Princípio de

Incêndio

Procedimentos:

1. Toda área deve ser evacuada, pois os curiosos e as pessoas

de boa vontade podem atrapalhar;

2. Isolar a área e combater o fogo;

374
3. Você não possui todos os recursos e não domina todas as

técnicas de combate ao fogo, portanto o Corpo de Bombeiros

deve ser acionado de imediato;

4. Informar ao Corpo de Bombeiros, ou pedir a terceiros que

informem, o tipo de material que está se incendiando e o local

da ocorrência;

5. Verificar a proximidade das instalações elétricas, para que

sejam desligadas;

6. Em todos os casos, deve-se manter a calma para atuar com

serenidade e precisão, sem tentar ser o herói

Instruções de Combate ao Fogo em

Veículo

1. Posicione-se a favor do vento e

aproxime-se do foco do incêndio

cuidadosa e progressivamente;

375
2. Através de uma pequena abertura do capô do motor e com o

extintor na posição vertical;

3. Acione a válvula

completamente para provocar o

abafamento do fogo;

4. Movimente o jato para a esquerda e

para a direita em forma de leque;

5. No caso de combustível

líquido, evite atacar o fogo com

pressão muito forte sobre a

superfície. Assim você evita o

alargamento da área de combustão;

376
6. No final, assegure-se de que não

houve reignição;

IMPORTANTE!

• Fumaça de cor BRANCA e sem cheiro é vapor de água do


radiador.

• Fumaça de cor ESCURA e com cheiro forte é princípio de


incêndio.

• Se o fogo não puder ser controlado, deixe imediatamente


o local.

• Sempre que possível, acione o Corpo de Bombeiros – 193.

377
Terminologia – Extintor de Pó Químico

1. Lacre

2. Suporte da trava

3. Mangueira de descarga

4. Anel de empatação

5. Bico de saída

6. Trava de segurança

7. Anel de vedação da haste

8. Haste

9. Arruela da haste

10. Mola da válvula

11. Bucha do tubo sifão

12. Tubo sifão

13. Recipiente

14. Porca

15. Parafuso do gatilho

16. Espiga

17. Anel o’ring

378
18. Corpo da válvula

19. Gatilho da válvula

20. Cabo da válvula

21. Indicador de pressão

22. Pêra da haste

Realize

Exercício de fixação:

Na área de expedição de uma fábrica de embalagens

plásticas, uma empilhadeira chocou-se com um painel elétrico

energizado e provocou curto-circuito, dando origem a um

princípio de incêndio. O fogo atingiu um motor elétrico e

materiais de plástico. A brigada de incêndio foi acionada e

prontamente os brigadistas desligaram a energia elétrica do

setor e iniciou-se o combate ao fogo. Extintores de CO2 e de

água pressurizada foram usados no painel elétrico, no motor e

379
nos plásticos em chama. Os trabalhadores foram conduzidos à

saída de emergência, que tem 1,20 m de largura e abertura para

dentro do recinto.

Tendo como referência essas informações e com base na

legislação sobre proteção a incêndios e na NR 23, julgue os

itens subseqüentes.

( ) O agente extintor CO atua no fogo pelo princípio de


abafamento.

( ) O comburente é um dos componentes responsáveis pela


manutenção do fogo.

( ) Fogo em componentes elétricos energizados é classificado


como de tipo B.

( ) Para combater o fogo do motor e outros componentes


elétricos, os brigadistas agiram corretamente.

( ) A saída de emergência está dentro dos padrões


estabelecidos pela legislação vigente.

Resposta: c, c, e, e, c

380
Unidade 12 - Comunicação

381
12 - Comunicação

Saber comunicar o risco é o principal fator na metodologia de

análise de risco. A análise de risco inclui a avaliação,

caracterização, comunicação e gerenciamento de risco, bem

como as políticas a ele associadas. A avaliação de risco é um

processo que permite avaliar a informação sobre as

propriedades perigosas de certas substâncias, o potencial de

exposição e seus efeitos sobre a saúde.

O gerenciamento de risco é um processo para a tomada de

decisões que se utiliza para estabelecer políticas e assinalar os

perigos identificados durante a avaliação de riscos e suas

382
consequências na saúde pública. Os aspectos de controle, as

questões tecnológicas, financeiras e reguladoras são

consideradas no gerenciamento de risco. A comunicação de

risco é um dos elementos do gerenciamento de risco e é um

processo constituído de etapas bem definidas que apoiam a

tomada de decisão e contribuem para um melhor entendimento

do risco e de seu impacto.

383
O gerenciamento de risco é um processo para a tomada de

decisões que se utiliza para estabelecer políticas e assinalar os

perigos identificados durante a avaliação de riscos e suas

conseqüências na saúde pública. Os aspectos de controle, as

questões tecnológicas, financeiras e reguladoras são

consideradas no gerenciamento de risco. A comunicação de

risco é um dos elementos do gerenciamento de risco e é um

processo constituído de etapas bem definidas que apóiam a

tomada de decisão e contribuem para um melhor entendimento

do risco e de seu impacto.

384
As sete regras fundamentais para a comunicação do risco:

1 Aceitar o público como agente colaborador.

2. Escutar o público.

3. Ser honesto e flexível ao escutar outras opiniões.

4. Coordenar e colaborar com outras agências e grupos que

têm credibilidade.

5. Satisfazer as necessidades dos meios de comunicação.

6. Falar com clareza e com empatia (sem paternalismos).

7. Planejar com cuidado e avaliar as ações.

Elemtos da comunicação:

Emissor – quem emite a mensagem para a outra parte

Codificação – o processo de transformar o pensamento em

forma simbólica

Mensagem – o conjunto de símbolos que o emissor transmite

385
Mídia – os canais de Comunicação através dos quais a

mensagem passa do emissor ao receptor

Decodificação – o processo pelo qual o receptor confere

significado aos símbolos transmitidos pelo emissor

Receptor – a parte que recebe a mensagem emitida pela outra

parte

Resposta – as reações do receptor apóster sido exposto à

mensagem Feed Back – a parte da resposta do receptor que

retorna ao emissor

Ruído – distorção ou estática nãoplanejada durante o processo

de Comunicação, que resulta em uma mensagem chegando ao

receptor diferentemente da forma como foi enviada pelo

emissor

Quando um desses elementos não é respeitado, o processo de

Comunicação enfrenta problemas difíceis de serem

diagnosticados, que podem trazer sérios danos aos objetivos e

resultados da empresa.

386
Unidade 13 - Primeiros Socorros

387
13 - Primeiros Socorros

I - A IMPORTÂNCIA DO APRENDIZADO DE PRIMEIROS


SOCORROS

Acidentes acontecem e a todo o momento estamos

expostos a inúmeras situações de risco que poderiam ser

evitadas se, no momento do acidente, a primeira pessoa a ter

contato com o paciente soubesse proceder corretamente na

aplicação dos primeiros socorros.

Muitas vezes esse socorro é decisivo para o futuro e a

sobrevivência da vítima.

II - OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO DE


EMERGÊNCIA

388
Baseia-se nos três ERRES:

RAPIDEZ NO ATENDIMENTO

RECONHECIMENTO DAS LESÕES

REPARAÇÃO DAS LESÕES

III - RECOMENDAÇÕES AOS SOCORRISTAS

PROCURE SEMPRE CONHECER A HISTÓRIA DO ACIDENTE

PEÇA OU MANDE PEDIR UM RESGATE ESPECIALIZADO ENQUANTO

VOCÊ REALIZA OS PROCEDIMENTOS BÁSICOS

SINALIZE E ISOLE O LOCAL DO ACIDENTE

DURANTE O ATENDIMENTO UTILIZE, DE PREFERÊNCIA, LUVAS E

CALÇADOS IMPERMEÁVEIS

389
IV - O SUPORTE BÁSICO DA VIDA

A - O CONTROLE DAS VIAS AÉREAS


B - O CONTROLE DA VENTILAÇÃO
C - A RESTAURAÇÃO DA CIRCULAÇÃO

Em algumas situações as vias aéreas podem ficar obstruídas

por sangue, vômitos, corpos estranhos (pedaços de dente,

próteses dentárias, terra) ou pela queda da língua para trás,

como acontece nos casos de convulsões e inconsciência.

Em crianças sãos comuns obstruções por balas, contas e

moedas.

A - O Controle das
Vias Aéreas

Desobstruir as vias aéreas, removendo corpos

estranhos

390
Coloque a pessoa deitada de lado, com a cabeça e o pescoço

no mesmo plano do corpo da vítima e, com o dedo polegar abra

a boca, tracionando o queixo. Ao mesmo tempo, introduza o

dedo indicador na boca do paciente, retirando, com rapidez, o

material que esteja obstruindo.

Importante

Obs.: Para a desobstrução das vias aéreas em crianças muito

pequenas: pendure-a de cabeça para baixo e bata com as

mãos espalmadas nas costas entre os omoplatas

Para a desobstrução de crianças maiores:

deite-a sobre os seus joelhos, com o

tronco e a cabeça pendentes e bata

com as mãos espalmadas entre os

omoplatas

Facilitar a entrada de ar nos pulmões

391
Após a desobstrução das vias aéreas, centralize a cabeça da

vítima e incline a cabeça para trás, fazendo tração na mandíbula

com uma das mãos e segurando a testa com a outra mão.

B - O Controle da Ventilação

É empregado para restabelecer a respiração natural, caso esta

tenha cessado (parada respiratória) ou em caso de asfixia.

O sinal indicativo da parada respiratória é a paralisação dos

movimentos do diafragma (músculo que realiza os

movimentos do tórax e abdome).

Os sinais mais comuns de asfixia são:

 respiração rápida e ofegante ou ruidosa

 dedos e lábios azulados

 alterações do nível de consciência

392
 agitação

 convulsões

Para o pronto restabelecimento da respiração natural devemos

iniciar rapidamente a respiração boca-a-boca ou boca nariz.

Respiração Boca-a-Boca

Antes de aplicar a respiração boca-a-boca verifique se há

obstrução das vias aéreas e proceda à desobstrução e aplique

as manobras para facilitar a ventilação,

393
Com a cabeça da vítima posicionada corretamente:

1. aperte as narinas do socorrido de modo a

impedir a saída do ar

2. inspire profundamente

3. coloque sua boca sobre a boca do socorrido

4. sopre dentro da boca do socorrido não deixando

escapar o ar, e, ao mesmo tempo,

5. afaste-se e inspire novamente

6. repita a operação

Importante
Obs.: - Em caso de parada respiratória em crianças pequenas, coloque a
boca sobre o nariz e a boca do socorrido.

394
C - A Restauração da Circulação

Em algumas situações você poderá se deparar com casos em

que o coração da vítima deixou de pulsar, porém, com

possibilidade de restabelecimento, como por exemplo, nos

casos de:

 choques elétricos

 asfixia

 afogamento

 infarto do miocárdio

 arritmias cardíacas

Nesses casos, a forma mais correta de se diagnosticar a

parada cardíaca será a VERIFICAÇÃO DO PULSO DA ARTÉRIA

CARÓTIDA, colocando-se as duas polpas digitais (do segundo

e terceiro dedos) sob o ângulo da mandíbula com o pescoço.

395
Não havendo pulso dê início às manobras de ressuscitação

cárdio-pulmonar.

Massagem Cardíaca Por Compressão Externa do Tórax

 o socorrido deverá estar deitado de costas

sobre uma superfície lisa, plana e num

nível bem abaixo do seu

 proceda a todas as manobras de

desobstrução das vias aéreas e ventilação

adequadas

 localize o osso esterno que fica no meio do

tórax

 coloque uma das mãos espalmadas sobre

a metade inferior desse osso

 coloque a palma da outra mão sobre o

dorso da mão espalmada

 entrelace os dedos das duas mãos,

puxando-os para trás

 conserve seus braços esticados

396
 comprima o tórax do socorrido, aplicando a

força de seu peso

Obs.: Caso o socorrido seja criança recém nascida, comprima o

tórax com apenas um dedo (polegar). Utilize apenas a força

deste dedo para comprimir o tórax. Se criança maior, utilize dois

dedos para a compressão.

397
Procedimento das manobras de ressuscitação cárdio-
pulmonar:

30 massagens para 02 ventilações

Quando poderemos interromper as manobras?

Após 30 minutos, com a certeza de terem sido realizadas as


manobras adequadas sem o retorno da circulação (sem o pulso
da artéria carótida).

FRATURAS

Fratura é a quebra de um osso. Pode ser completa (quando


separa partes ósseas) ou incompleta (fissura).

Classificação de fraturas:

fechadas: quando não há solução de continuidade entre a pele


e o osso fraturado

398
 abertas: quando existe um ferimento no local da fratura,
porém o osso não se expõe

 expostas: quando existe uma abertura na pele, por onde


se expõe parte do osso fraturado

Como diagnosticar uma fratura:

A inchação a deformidade e a dor são os sintomas mais


comuns.

Para melhor avaliação estimule o socorrido a mobilizar o


membro afetado.

Perda de sangue em fraturas

As vítimas que apresentarem sinais de fratura do fêmur e


fraturas múltiplas na bacia devem ser levadas ao hospital
imediatamente pois essas fraturas costumam sangrar muito.

Ao sofrer uma fratura do fêmur, a vítima poderá perder até 1,5


litros de sangue. Já se apresentar fraturas múltiplas da bacia
este mesmo paciente poderá perder até 3 litros de sangue.

Como prestar socorro

399
Imobilize o local de modo a impedir que o osso fraturado se
mexa e danifique as partes moles. A imobilização costuma
reduzir a dor.

Não tente de forma alguma colocar o osso no lugar. Se houver


ferimento na pele, lave com água e sabão e coloque uma
compressa de gaze cobrindo a região afetada, antes de
imobilizar.

TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR OU TRAUMATISMO DA


COLUNA (ESPINHA)

A lesão (traumatismo) da coluna vertebral tem que ser


presumida em TODOS os casos de trauma.

As quedas de altura, durante um mergulho, após acidentes de


carro ou atropelamentos podem levar ao traumatismo da coluna
vertebral.

Diagnóstico Presumido

Se o acidentado estiver lúcido, questione se está sentindo os


membros. Solicite que movimente as pernas e os braços.No
traumatismo da coluna costuma haver perda da sensibilidade e
do tato e a perda da mobilidade dos membros.

400
O acidentado deve ser colocado em uma superfície lisa e plana,
com a cabeça centrada e os membros alinhados paralelamente
ao corpo.

Não tente levantar ou remover o acidentado. Chame o socorro


especializado, pois o transporte errado do paciente poderá
causar danos irreversíveis para o mesmo.

TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

O transporte da vítima é de extrema importância e pode ser


decisivo para a sua sobrevivência.

Antes de transportá-la verifique SEMPRE:

 se está respirando

 se há hemorragia

 se há fraturas

 se existe traumatismo da coluna

Para a mobilização do acidentado são necessárias três pessoas

agindo simultaneamente

401
 a primeira segura com firmeza a cabeça e o pescoço

da vítima, para evitar que dobre o pescoço;

 a segunda apoia a região da bacia;

 a terceira segura pelos pés, evitando dobrar as pernas

da vítima;

 com um movimento simultâneo e sincronizado retiram

a vítima do chão e a colocam em uma superfície plana

e firme, imobilizando o pescoço, os braços e as pernas,

antes do transporte.

AFOGAMENTO

Ao presenciar um afogamento, evite abordar diretamente a


vítima. Procure arremessar um objeto flutuante para que ela se
agarre e retire-a rapidamente da água.

Cuidados com o Afogado

402
 limpe a boca da vítima de afogamento, procurando
desobstruir as vias aéreas.

 observe se está respirando

 caso contrário inicie imediatamente a respiração boca-a-


boca

 em caso de vômitos vire a cabeça do afogado para o lado


a fim de evitar sufocamento

 todo o afogado deverá ser encaminhado ao hospital para


avaliação, qualquer que seja a gravidade, pois existem casos
em que a vítima vem a falecer até quatro dias após, devido a

403
infecção pulmonar ocasionada pela aspiração da água
contaminada.

CHOQUE ELÉTRICO

Nunca toque na vítima até que ela seja separada da corrente


elétrica, ou que esta seja interrompida.

Se a corrente não puder ser desligada, coloque-se sobre um


pedaço de madeira e afaste a vítima com uma vara de madeira
ou bambu.

404
Conseqüências Mais Comuns nos Casos de Eletrocussão
(Choque Elétrico)

Queimaduras - As queimaduras por corrente elétrica se


propagam em ondas, o que acarreta a continuidade das lesões,
podendo atingir planos mais profundos da pele mesmo após a
separação da vítima da corrente elétrica.

Arritmias Cardíacas (ritmo irregular dos batimentos cardíacos) -


Costumam ser a causa mais comum de morte por choque
elétrico e podem levar à parada cárdio-respiratória.

Convulsões

Cuidados com a Vítima

 verifique a respiração e o pulso


 se não houver respiração e pulso, inicie imediatamente
as manobras de ressuscitação cárdio-respiratórias
 trate as queimaduras produzidas pela corrente elétrica
 transporte a vítima para o hospital imediatamente.

405
CONVULSÃO EPILÉPTICA

Durante a crise convulsiva, o doente costuma apresentar fortes

abalos musculares e contrações da mandíbula, o que pode

acarretar ferimentos na cabeça e cortes profundos na língua.

Cuidados com o Doente

 proteja a cabeça do doente e afaste qualquer

objeto que possa machucá-lo;

 retire qualquer material da boca que possa

causar obstrução das vias aéreas não, sem

406
antes colocar um pano ou gaze enrolados

para evitar que morda a língua ou quebre os

dentes

 afrouxe as roupas

 não dê água ou qualquer medicamento

durante, ou logo após a crise

 espere, que ele voltará a si naturalmente

CONVULSÃO FEBRIL

A convulsão febril ocorre geralmente em crianças com febre

elevada.

Cuidados com o Doente

 nunca agasalhe a criança

 coloque-a em uma banheira com água

tépida (quase fria) durante cerca de 5

minutos, com o corpo submerso

407
INFARTO DO MIOCÁRDIO

Definicao

infarto do miocárdio é a necrose (morte) de uma

determinada área do músculo cardíaco (do coração) e é

devido à obstrução (entupimento) das artérias que nutrem

o coração - as coronárias.

a causa mais comum do infarto do miocárdio é a

aterosclerose, que consiste na formação de placas de

gordura obstruindo as artérias coronárias.

Sintomas do Infarto do Miocárdio

 o principal é a dor no peito, que pode ou não, se

irradiar para a mandíbula, para as costas, para os

braços ou para a região do estômago

 a dor costuma ser muito intensa e prolongada

408
 os idosos e diabéticos podem não apresentar dor

 suor intenso

 palidez

 náuseas e vômitos

 arritmias cardíacas - ritmo irregular dos batimentos

cardíacos

 morte súbita - em um terço dos casos de infarto, a

morte súbita é a primeira manifestação. Deve-se

comumente a arritmias cardíacas graves que levam

a parada do coração.

Conduta frente a um Paciente com Infarto do Miocárdio

 afrouxe as roupas do doente

 procure evitar que faça esforços (impedindo-o

inclusive de caminhar)

 na dúvida ou suspeita, leve-o imediatamente ao

hospital, pois o quanto antes você agir, estará

409
evitando a morte do músculo cardíaco do doente e,

consequentemente, prolongando a vida do mesmo.

Importante

No infarto do miocárdio TEMPO É FUNDAMENTAL, pois com

o socorro rápido e competente, possibilitará o início precoce

do tratamento de desobstrução das artérias coronárias.

QUEIMADURAS

410
São lesões decorrentes da ação do calor sobre o organismo.

75% das queimaduras ocorrem no lar, com crianças e pessoas

idosas por descuido na manipulação de líquidos

superaquecidos.

Causas Mais Comuns por Ordem de Freqüência

 líquidos superaquecidos

 exposição direta às chamas

 químicas

 objetos superaquecidos

 elétricas

Classificação por Intensidade

1. primeiro grau: atingem somente a camada

superficial da pele cararacterizam-se por

vermelhidão e ardência;

411
2. segundo grau: atingem camadas mais profundas

da pele e do tecido subcutâneo têm aparência de

molhadas, avermelhadas, produzem bolhas (que

não devem ser perfuradas) e dor intensa;

3. terceiro grau: provocam destruição profunda de

toda a pele, terminações nervosas ou, até mesmo,

de camadas musculares.

Por destruírem as terminações nervosas não produzem dor

Conduta frente ao Doente Queimado

 nunca use gelo, substâncias gordurosas (manteiga

ou óleo), pasta de dentes, borra de café etc.

 lave a queimadura em água corrente por um tempo

bastante prolongado

mantenha o membro queimado submerso em

água fria

 não toque no queimado sem antes lavar as mãos

para não contaminar a queimadura

412
 antes de cobrir a queimadura com atadura, coloque

vaselina esterilizada

encaminhe o queimado a um hospital

Queimaduras das Vias Aéreas

São consideradas muito graves porque têm evolução rápida e

podem levar à morte por asfixia.

Os sinais indicativos de queimaduras nessa área são:

 queimadura na face

 chamuscamento dos cílios

 depósito de fuligem no nariz e na boca

 história de confinamento no local do incêndio

 história de explosão

Face a gravidade deste tipo de queimadura, você deverá

encaminhar o queimado o mais rápido possível a um

hospital.

413
Queimadura Química

A gravidade da queimadura por produtos químicos é

proporcional à duração da exposição à substância em contato

com a pele.

Procedimento frente a um Acidentado por Queimadura

Química

 remova rapidamente as roupas contaminadas

 inicie, imediatamente, lavagem intensa e

prolongada da área queimada

Queimaduras Elétricas

Geralmente são mais graves do que aparentam, pois podem

apresentar pele normal com morte muscular (necrose).

414
Costumam evoluir com aumento da área queimada mesmo

após o afastamento do acidentado da corrente elétrica.

Importante

OBS.: São também consideradas muito graves as queimaduras

da face, do pescoço e das articulações (juntas) face a

possibilidade de produzirem deformidades.

FERIMENTOS

415
Os ferimentos acontecem com muita freqüência em nosso

cotidiano. No entanto, costumamos tratá-los de forma incorreta.

Muitas vezes damos prioridade ao uso de substâncias anti-

sépticas em detrimento de adequada limpeza da ferida com

água corrente e sabão comum.

A limpeza adequada com ÁGUA E SABÃO com a retirada de

detritos da ferida (terra, partículas de vidro, pedaços de madeira

etc.) é a forma mais eficiente de se evitar a contaminação pelo

TÉTANO, uma terrível doença causada por uma bactéria que

atua no sistema nervoso central e pode levar à morte.

Após a limpeza, aí sim, estará indicado o emprego de

substâncias anti-sépticas, de preferência a base de compostos

iodados.

Proteja o ferimento com gaze e troque o curativo tantas

vezes quanto necessário.

Nunca utilize pó de café, folhagens ou qualquer outro

material que possa levar à contaminação da ferida.

416
HEMORRAGIAS

A hemorragia é a perda de sangue ocasionada pelo

rompimento dos vasos sangüíneos.

Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente, pois

grandes perdas sangüíneas podem levar ao estado de choque e

à morte em poucos minutos.

Cuidados frente à Vítima de Hemorragia

 se a hemorragia for intensa coloque o paciente deitado,

pois ele poderá apresentar sensação de desfalecimento,

queda da pressão arterial e mal estar geral. Esses

417
sintomas costumam desaparecer com o doente deitado,

em repouso.

 caso a hemorragia seja devida a ferimentos nos

membros superiores ou inferiores eleve o membro

afetado acima do nível da cabeça.

 comprima a região com pequenos pedaços de

gaze ou pano, que não devem ser removidos para

que não desfaçam o coágulo que evita a

continuidade do sangramento.

 nunca aplique garrotes ou torniquetes no membro

atingido

418
 nunca utilize panos grandes ou absorventes, pois

dão a falsa impressão de controle da hemorragia.

ESTADO DE CHOQUE

O estado de choque é uma situação de risco que pode levar à

morte e decorre, na maioria das vezes, de hemorragias internas

ou externas não controladas adequadamente.

Sintomas mais Comuns

 palidez

 pele fria e pegajosa

 pulso fraco e rápido

 respiração rápida e irregular

 agitação e ansiedade

 inconsciência

419
A vítima deverá ser levada ao hospital rapidamente pois

somente o médico preparado poderá alcançar êxito com o

tratamento.

CORPOS ESTRANHOS

Pequenas partículas de poeira, carvão, areia, grãos, pequenos

insetos podem penetrar no nariz, ouvidos e olhos. São

chamados de corpos estranhos.

Nos olhos

 lave bem os olhos com água corrente ou soro

fisiológico

 evite esfregar os olhos

420
 não tente retirar os corpos estranhos caso não

sejam removidos com a água

 cubra totalmente o olho afetado com um tampão

de gaze esterilizada enquanto aguarda o

atendimento pelo oftalmologista

No nariz

 solicite à vítima que force a saída de ar pela narina

obstruída, enquanto você comprime a outra narina

No ouvido

 nunca tente retirar corpos estranhos dos ouvidos a

exceção dos insetos

 para retirar insetos, pingue algumas gotas de óleo

no ouvido afetado. O óleo irá imobilizar os

movimentos de asas ou patas do inseto. Incline a

cabeça para o lado na tentativa de colocar o inseto

421
para fora do ouvido, que deverá deslizar com o

óleo.

ENVENENAMENTO OU INTOXICAÇÃO

Envenenamento ou intoxicação é causado pela introdução de

substâncias tóxicas no organismo.

O envenenamento pode se dar por:

 ingestão - pela boca

 absorção - pela pele

 aspiração - pelo nariz e boca

 injeção

422
Importante

Conduta

 verifique com que veneno a vítima se intoxicou e

leve-a imediatamente para o hospital

 não provoque vômitos se a vítima estiver

inconsciente, em convulsão ou se houver ingerido

substâncias ácidas, alvejantes (água sanitária) ou

derivados do petróleo (querosene ou gasolina)

 no caso de contaminação da pele, retire

imediatamente as roupas contaminadas e lave com

água abundante a área afetada.

423
PICADA DE COBRA

As cobras venenosas mais comuns no Brasil são do gênero

botrópico, como a Jararaca e a Jararacuçu.

Geralmente só atacam quando acuadas e costumam picar as

extremidades dos membros inferiores e superiores.

Importante

Conduta

 lave bem o local com água e sabão para evitar

contaminação da ferida

 não permita que a vítima se movimente evitando,

assim, que o veneno se alastre

424
 de forma alguma faça garrotes ou utilize

torniquetes pois os mesmos aumentam a área de

necrose causada pelo veneno e não impedem sua

disseminação

 nunca faça perfurações na área da picada pois

poderá causar infecções graves

dê analgésicos (remédios para dor) se houver dor

intensa

encaminhe imediatamente a vítima para o hospital

SISTEMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO AO

POLITRAUMATIZADO - SAP

Denomina-se politraumatizado a vítima de acidente sobre a qual

resultaram várias lesões traumáticas pelo corpo.

O doente politraumatizado costuma apresentar alto índice de

mortalidade, bem como, alterações no funcionamento do

aparelho respiratório, circulatório e no sistema nervoso central.

425
Apesar da boa formação das equipes de atendimento ao

politraumatizado, esse alto índice de morbidade e mortalidade

somente passou a ser reduzido a partir do momento em que se

instituiu a SAP.

A SAP constitui-se na ORDENAÇÃO e SISTEMATIZAÇÃO dos 5

itens principais responsáveis pelo controle da vida do doente

politraumatizado, ou seja:

A - ABORDAGEM DAS VIAS AÉREAS (verificação das vias

respiratórias, removendo-se corpos estranhos)

B - BOA VENTILAÇÃO (não havendo ventilação satisfatória,

promover imediatamente a respiração boca-a-boca)

C - CIRCULAÇÃO GARANTIDA (palpar o pulso carotídio para

verificar se há parada cardíaca , iniciando a massagem

cardíaca externa ou, no caso da ocorrência de sinais de

choque, tentar controlar a hemorragia)

D - DÉFICIT NEUROLÓGICO (avaliação de sinais de lesão do

sistema nervoso central)

426
E - EXPOSIÇÃO DO DOENTE (DESPIR)

Isto quer dizer que os itens A, B, C, D e E devem ser

SISTEMATICAMENTE verificados durante o atendimento ao

politraumatizado e seguidos na ordem dessas letras do alfabeto.

A sistematização segue as letras do alfabeto, nessa ordem,

porque;

 se não houver a ABORDAGEM DAS VIAS AÉREAS,

removendo-se corpos estranhos, não haverá,

conseqüentemente, BOA VENTILAÇÃO.

 não existindo BOA VENTILAÇÃO, haverá falta de

oxigenação dos órgãos, seguida de parada

cardíaca.

 caso não seja GARANTIDA A CIRCULAÇÃO,

novamente haverá pouca ventilação dos órgãos

e tecidos, o que acarretará, certamente, DÉFICIT

427
NEUROLÓGICO (deficiência do sistema nervoso

central).

 a exposição do doente (retirar ou rasgar TODA a

roupa) tem a finalidade de verificar a presença de

lacerações, contusões, escoriações,

sangramento e desvio dos ossos.

428
Bibliografia Básica

SALIBA, Tuffi Messias; PAGANO, Sofia C. Reis Saliba. Legislação

de segurança, acidente do trabalho e saúde do trabalhador.

São Paulo: LTR, 2010.

FUNDACENTRO. Curso para engenheiros de segurança do

trabalho. Sp: Fundacentro, 1981.

TAVARES, J. C., Noções de Prevenção e Controle de Perdas

em Segurança do Trabalho. São Paulo: SENAC, 1995

Bibliografia Completar

HOEPPNER, Marcos Garcia. Normas regulamentadoras

relativas a segurança e medicina do trabalho. Sp: Icone, 2006.

MENDES, René. Patologia do Trabalho. Atualizada e ampliada.

2.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.

429
MINISTERIO DO TRABALHO. Normas Regulamentadoras de

Higiene e Segurança do Trabalho. Brasília, DF: Ministério

430

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