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TROCAS GASOSAS

Em plantas e animais
TROCAS GASOSAS
Seres Unicelulares – as trocas
efectuam­se directamente através da
membrana celular
Seres Pluricelulares – o modo como
se efectuam as trocas depende da
complexidade dos organismos e do
respectivo habitat


Ambiente Aquático 
Ambiente Terrestre
► A água transporta apenas 5% de O2, ► Plantas – desenvolvimento de uma cutícula de
quando se compara com o mesmo volume cutina impermeavel, trocas realizadas através de
de ar. Existência de superficíes de trocas estomas nas folhas.
especializadas com grandes áreas.
► Animais – vivem em locais húmidos e realizam
►Não existe perigo de desidratação, as hematose através do tegumento (ex: minhoca),
brânquias podem ser externas (girinos), vivem em locais secos e desenvolveram um
mas como podem ser danificadas, na sistema de traqueias (insectos) ou pulmões no
maioria dos seres desenvolveram-se no interior do organismo (anfíbios, répteis, aves e
interior do corpo. mamíferos)
TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

Como apresentam uma
superfície
impermeabilizada, as
trocas gasosas ocorrem nos
estomas

► Apresentam 2 células-guarda ou células estomáticas em


forma de feijão, que são ricas em cloroplastos e não
apresentam cutina.

► A parede celular que delimita a abertura – ostíolo é mais


espessa, que a parede encostada às células vizinhas.

► Apresentam microfibrilas de celulose que aumentam a


abertura dos ostíolos.
TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

Os estomas permitem a realização e
regulação de todas as trocas gasosas:
Respiração
Fotossíntese
Transpiração
TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

É o estado de
turgescência das
células estomáticas
que determina o
grau de abertura do
estoma.

Esta variação da
turgescência pode
Concentração de iões K+ ser provocada por
Concentração de CO2 factores tão
Luminosidade diversos como:
Temperatura
Vento
Humidade no ar e no solo
TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

 Concentração de iões K+
Transporte activo de iões K+ Células hipertónicas – Células-guarda túrgidas.
para as células-guarda. pressão osmótica elevada. Abertura dos estomas
Entrada de água por osmose.

Transporte activo cessa e Células hipotónicas – pressão Células-guarda plasmolisadas.


os iões K+ saem por osmótica baixa. Saída de Fecho dos estomas
difusão para fora das água por osmose.
células-guarda.
TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

Existem factores externos, cuja variação activa ou cessa o
transporte activo de iões K+, determinando assim a abertura ou
fecho dos estomas.

Aumento do factor Abertura do estoma Fecho do estoma


ambiental
Luminosidade

Temperatura
Vento
Humidade do solo

Concentração de CO2

Humidade do ar
TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

Trocas gasosas através do caule e da raíz

As plantas podem realizar trocas


gasosas também nos caules e
raízes, apesar da taxa de trocas
ser mais reduzida.

► Em plantas herbáceas, as trocas realizam-se facilmente através do caule.

► Em plantas de grande porte e lenhosas, como as árvores, no caule, as paredes


celulares encontram-se revestidas com suberina (ex: cortiça). Nestas estruturas
existem passagens que permitem a difusão de gases, designadas lentículas.
TROCAS GASOSAS NAS PLANTAS

Trocas gasosas através do caule e da raíz

Como as raízes não possuem


cutícula, não necessitam de
desnvolver estomas. O O2 que
obtêm encontra­se entre as
partículas que formam o solo.

► O O2 é essencial para a realização da respiração aeróbia pelas células da raíz,


produzindo energia usada para a maioria dos processos celulares, com destaque
para o transporte activo de iões – fundamental ao movimento de água e transporte
da seiva xilémica.

► Muitas plantas são incapazes de sobreviver em solos com elevado conteúdo de


água, pois têm dificuldades em extrair o O2 que necessitam.
TROCAS GASOSAS NOS ANIMAIS

Difusão de O2 e CO2 Superfícies Respiratórias húmidas

é necessário a existência de:

O movimento de gases pode processar­se de 2 formas:

 Difusão Directa  Difusão Indirecta


► Os gases difundem-se ► os gases difundem-se da
directamente através da superfície respiratória para um
superfície respiratória para as fluido circulante e deste para as
células, não havendo nenhum células. HEMATOSE
fluido circulatório envolvido. ● Minhoca (Anelídeos)
● Hidra (Cnidários ou celentrados) ● Peixes
● Planária (Platelmintes) ● Anfíbios
● Insectos ● Répteis
● Aves
● Mamíferos
TROCAS GASOSAS NOS ANIMAIS
Características das superfícies
respiratórias que garantem a eficácia
das trocas:

 Superfícies húmidas que facilitam a


difusão dos gases.
 São, geralmente formadas por uma
única camada de células.
 São muito vascularizadas por redes
de capilares, para facilitar o contacto
com o fluido circulante.
 Extensa área de superfície para que o
contacto do meio externo com o meio
interno seja máximo e a velocidade de
difusão dos gases elevada.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DA SUPERFÍCIE
CORPORAL
 HIDRA E PLANÁRIA

Organismos de pequenas
dimensões, com uma relação
área /volume elevada, que
apresentam baixas taxas
metabólicas

► A camada de células exterior realiza as trocas ► A sua forma achatada


com o meio aquático envolvente. facilita o contacto de
► A camada de células interior realiza as trocas todas as células com o
com a água que circula na cavidade meio externo, permitindo a
gastrovascular. difusão dos gases.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DA SUPERFÍCIE
CORPORAL
 MINHOCA
O aparecimento de um
sistema circulatório
aumenta a eficácia das
trocas gasosas através
do tegumento.

Adaptações ao ambiente terrestre:


 Possui uma pele húmida, devido à existência de numerosas
glândulas produtoras de muco.
 O sistema circulatório está muito próximo da pele, o que
possibilita a realização da hematose através do tegumento,
apesar das dimensões consideráveis da minhoca.
O O2 difunde-se através da pele, para o sistema circulatório e é
transportado por este até às restantes células do corpo.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE BRÂNQUIAS

► Órgãos respiratórios da maioria dos animais


aquáticos.
► São formados por evaginações da superfície do
corpo e encontram-se em contacto directo com a água.

Brânquias externas Brânquias internas


p.ex. nos girinos protegidas pelo
opérculo
p.ex. peixes ósseos

As brânquias localizam-se em duas


câmaras branquiais, uma de cada lado da
Como constituem estruturas frágeis
que podem ser danificadas
cabeça, recobertas por uma lâmina óssea de
protecção – o opérculo
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE BRÂNQUIAS
► Filamentos duplos inseridos ► Cada filamento possui um vaso
em arcos branquiais sanguíneo por onde o sangue
entre na brânquia (aferente) e
outro por onde o sangue sai da
brânquia (eferente)

►Uma lamela é uma dilatação do


filamento branquial, onde existe uma
densa rede de capilares, onde o sangue
circula e contacta com a água.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE BRÂNQUIAS
Mecanismo de Contracorrente Aumento da
eficiência da
hematose branquial

► A água que entra na boca do peixe


passa por entre as lamelas, cruzando-se
em sentido contrário com o sangue que
circula nos capilares.

► À medida que o sangue flui pelos


capilares, vai ficando mais rico em O2 e,
dado que circula em sentido contrário ao
da água, vai contactando com àgua cada
vez mais rica de O2.

80% do O2 da água difunde-se para o sangue


TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE BRÂNQUIAS
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE BRÂNQUIAS

► A ventilação é o
processo que desencadeia
o movimento da água, é
controlada pela
coordenação dos
movimentos da boca e dos
opérculos.

Fendas operculares fechadas.

A água entra pela boca.

Passa para a faringe.

Nas brânquias, ao nível


das câmaras branquias
ocorre a hematose.

A água sai pelas fendas


operculares que se abrem.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE TRAQUEIAS

► Rede de Traqueias que se encontram


no interior do corpo, contactam com o ► As traqueias ramificam-se em
exterior através de espiráculos tubos cada vez mais finos –
traquíolas - que fornecem O2
directamente às células

► As traquíolas são fechadas e contêm


um fluído, essencial para a difusão dos
gases respiratórios.

► Quando o animal está mais activo


este fluido passa para as células,
aumentando a taxa de difusão de O2
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE TRAQUEIAS

 Sacos de ar – Existem junto aos músculos de insectos de maiores


dimensões e voadores:
► Contituem uma reserva de ar para o trabalho muscular.

► Facilitam a ventilação devido à acção da contracção dos músculos.

Nos insectos permite taxas


DIFUSÃO DIRECTA metabólicas mais elevadas
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE TRAQUEIAS

► Em espécies mais evoluídas é possível o controlo do ar que


através dos espiráculos, pois estes possuem Ostíolos – estruturas
semelhantes a válvulas que controlam o fluxo de ar.

► Os movimentos rítmicos do corpo também asseguram a


ventilação.

► Por serem internas e revestidas com quitina, as traqueias


impedem que ocorram perdas de água.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

► Órgãos especializados na realização de trocas


gasosas com o ar atmosférico.
► São invaginação da parede do corpo, semelhantes a
sacos de ar com superfícies internas muito
vascularizadas.
► São altamente compartimentados o que aumenta a
área de superfície de trocas gasosas.

 O Acto de respirar envolve 2 processos interligados:


► Ventilação – é o movimento do ar para dentro e
para fora dos pulmões.

► Respiração – trocas de O2 e CO2 através das


membranas celulares.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

ANFÍBIOS
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

RÉPTEIS
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

AVES
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

Para além dos pulmões, as aves possuem sacos


AVES aéreos, que desempenham as seguintes funções:

Os sacos aéros
assumem uma
posição anterior e
posterior e estão
associados aos
pulmões

► Constituem reservas de ar, melhorando assim a eficácia da


ventilação.

► Tornam as aves menos densas facilitando-lhes o voo.

► Contribuem para a dissipação do calor resultante do metabolismo,


sobretudo durante o voo.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

A hematose ocorre apenas nos pulmões, ao nível dos

AVES parabrônquios que são finos canais, abertos nas duas


extremidades. Nos sacos aéros não ocorre hematose, mas
permitem que o ar circule apenas num sentido
Para que o ar percorra todo o sistema respiratório da ave, são necessários
2 ciclos respiratórios
1ª Inspiração 2ª Inspiração

Expiração Expiração
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

AVES Para que o ar percorra todo o sistema respiratório da ave, são necessários
2 ciclos respiratórios

O ar desloca- 1ª Inspiração 2ª Inspiração Os sacos aéreos


se pela posteriores recebem
traqueia até novo ar e o ar do
aos sacos ciclo anterior que
aéreos estava nos pulmões
posteriores passa para os sacos
aéreos anteriores

O ar passa dos 1ª Expiração 2ª Expiração O ar contido nos


sacos aéreos sacos aéreos
posteriores para anteriores sai
os pulmões, para o ambiente
onde se dá a através da
hematose traqueia e o ar
contido nos
sacos aéros
► O ar circula nos parabrônquios no sentido posteriores
oposto ao da circulação sanguínea, o que aumenta passa para os
pulmões
a eficiência da hematose.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

MAMÍFEROS
► Possuem um par de pulmões
protegidos pela caixa torácica.

► São formados por milhões


de alvéolos que aumentam a
superfície das trocas gasosas.

► As vias respiratórias:

● Nariz
Produzem um muco que as
● Faringe
humedece, retendo
● Laringe
partículas sólidas, bactérias
● Traqueia
e outros agentes
● Bronquios
patogénicos. Funcionando
● Bronquíolos
assim como um filtro.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

MAMÍFEROS
Ventilação Pulmonar

Inspiração

► Contracção da musculatura
do diafragma e dos músculos
intercostais.

► O diafragma abaixa e as
costelas elevam-se, ocorre o
aumento da caixa torácica.

► Como o volume aumenta, a


pressão interna diminui,
forçando o ar a entrar nos
pulmões.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

MAMÍFEROS
Ventilação Pulmonar

Expiração

► Relaxamento da musculatura
do diafragma e dos músculos
intercostais.

► O diafragma eleva-se e as
costelas abaixam, ocorre uma
diminuição da caixa torácica.

► Como o volume diminui, o


aumento da pressão interna
força o ar a sair dos pulmões.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

MAMÍFEROS
Nos mamíferos, ao
contrário das aves, o
ar circula em 2
sentidos opostos

Pulmões
► A pressão parcial do O2 é
maior ao nível dos alvéolos do
que no sangue venoso que
circula nos capilares,
permitindo a difusão deste gás
para a corrente sanguínea.

► A pressão parcial do CO2 nos


capilares é mais elevada do que
nos alvéolos, permitindo a
difusão deste gás para o exterior,
em sentido oposto ao O2
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

MAMÍFEROS
Nos mamíferos, ao
contrário das aves, o
ar circula em 2
sentidos opostos

Tecidos
► A pressão parcial do O2 é
menor nas células dos tecidos
do que no sangue, logo este
gás difunde-se dos capilares
para os tecidos.

► O CO2 difunde-se dos tecidos


onde a sua pressão é superior,
para os capilares, onde a sua
pressão parcial é inferior.
TROCAS GASOSAS ATRAVÉS DE PULMÕES

MAMÍFEROS O sistema respiratório dos mamíferos


é particularmente eficiente, pois:

► Os pulmões são formados por milhões de sacos alveolares que aumentam a


superfície da área respiratória.

► Os alvéolos encontram-se irrigados por uma densa rede de capilares, nos


quais o sangue circula a uma velocidade muito baixa.

► Os capilares e os alvéolos são formados por uma fina camada de células que
facilitam a passagem dos gases.

► Permite manter elevadas pressões de O2 nos alvéolos, facilitando a sua


difusão para o sangue, enquanto que a maior pressão de CO2 no sangue
favorece a sua difusão para os alvéolos.

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