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Xilema

O TRANSPORTE NAS PLANTAS

Biologia e Geologia – 10º ano


Distribuição da matéria nos seres vivos

 Nos seres unicelulares e nos multicelulares mais simples,


praticamente todas as células estão em contacto com o meio.

 Por essa razão, podem receber do meio tudo o que necessitam para o
seu metabolismo e eliminar para o meio os produtos de excreção.

 Não precisam, por isso, de sistemas de transporte.

 Nos seres multicelulares mais complexos, muitas das suas células


não estão em contacto direto com o meio, apesar de necessitarem de
fazer trocas com ele.

 Nestes, o aparecimento dos sistemas de transporte foi fundamental


não só porque permite que as células se mantenham em contacto
entre si bem como com o meio envolvente.
Transporte nas plantas

 As plantas mais complexas necessitam de transportar no seu interior


substâncias minerais, obtidas a partir do meio, - seiva bruta, que vão ser
usadas na produção de compostos orgânicos.

 Posteriormente os compostos orgânicos sintetizados – seiva elaborada, irão


ser distribuídos por todas as células de modo a poderem ser utilizados

Hepática

Musgo

 Nas plantas mais simples – avasculares o transporte é feito por osmose (água)
e por difusão (substâncias dissolvidas) célula a célula.
EVOLUÇÃO DAS PLANTAS

Plantas Plantas
Plantas vasculares vasculares
avasculares sem com
sementes sementes

Gimnospérmicas

Fetos
Licófitas Angiospérmicas
Hepáticas Musgos

Evolução
de sementes

Aparecimento
A evolução das plantas terrestres
de tecidos de conduziu ao aparecimento de
Alga transporte estruturas que permitiram a
verde Aparecimento
ancestral de cutícula impermeável
adaptação a esses ambientes.
O aparecimento de tecidos de
transporte foi uma dessas
adaptações.
Algas Plantas Não Vasculares Plantas Vasculares

Meio aquático Meio terrestre Meio terrestre

Água, gases e nutrientes Plantas pequenas, em Plantas mais altas, em


em contacto com todas as locais muito húmidos locais mais secos
células da planta.
Água, gases e nutrientes Água, gases e nutrientes longe
passam a curtas distâncias de algumas células da planta.
pelas células, por difusão. Secura do ar.

Surge a necessidade
Não há necessidade de um sistema de um sistema de
de transporte. transporte.
Transporte nas plantas
As plantas necessitam de água e minerais para realizarem a fotossíntese, mas a
sua principal fonte pode estar a mais de 30 metros de distância.

H2O,
carbohidratos,
etc.

H2O e
minerais
dissolvidos

As plantas são organismos autotróficos, mas a maioria dos produtos


orgânicos são produzidos nas folhas.
Para sobreviverem, todas as células vivas da planta precisam do
fornecimento adequado de produtos orgânicos.
Transporte nas plantas
 Nas plantas mais evoluídas – vasculares , o transporte é feito por
tecidos condutores especializados – xilema e floema.

 Nestas plantas, os sistemas radicular, caulinar e foliar, são evidências


de adaptações ao ambiente terrestre.
Como se organizam os tecidos vasculares?

As células dos tecidos vasculares formam feixes de


vasos condutores que são visíveis, por exemplo, nas
nervuras das folhas.
Sistemas de transporte

Níveis de transporte:

1. Absorção de água e solutos do


xilema meio pelas células da raiz
CO2
O2 floema

estomas 2. Transporte a curtas distâncias


de umas células para outras
floema xilema

3 3. Transporte de seivas a longas


distâncias pelo xilema e floema
fluxo de água

floema

1 pelo
xilema
iões minerais
H2O

2
radicular
seiva bruta seiva elaborada
no xilema no floema
Níveis de transporte:

1. Absorção de água e solutos do meio pelas células da raiz

Entrada de água: Como o interior das células da raiz é normalmente hipertónico em


relação ao solo (baixa pressão osmótica), a água entra por osmose.
Entrada de solutos:
Por difusão simples – quando o meio intracelular é hipotónico em relação ao solo.
Por transporte ativo – quando o meio intracelular é hipertónico em relação ao solo
(situação que deverá acontecer com maior frequência).
Absorção radicular - Grande superfície de absorção devido a…

Pelos radiculares - extensões


das células epidérmicas que
aumentam a área da superfície
da raiz.

Micorrizas – associação simbiótica


que se estabelece entre certos fungos
e algumas raízes de plantas, que
aumentam a superfície de
absorção da raiz.
Níveis de transporte:

2. Transporte a curtas distâncias de umas células para outras

Via extracelular faixa de Caspary


(apoplasto) – através da via extracelular endoderme
matriz formada pelas paredes
celulares e pelos espaços
intercelulares (esta via coloca via intracelular
menor resistência à
deslocação das soluções).

Via intracelular faixa de Caspary


(simplasto) – através dos
citoplasmas das células,
via extracelular
segundo um contínuo
estabelecido ao longo dos
plasmodesmos (poros que vasos de
atravessam as paredes via pelo xilema
celulares). Esta via é obriga- intracelular radicular

tória a partir da endoderme


devido a espessamentos epiderme córtex endoderme cilindro central

impermeáveis nas suas células.


MOVIMENTO DA ÁGUA NA RAIZ
ESPESSAMENTOS DA ENDODERME

A - Dicotiledóneas
B - Monocotiledóneas
Níveis de transporte:

3. Transporte de seivas a longas distâncias pelo xilema e floema

XILEMA
- vasos transportam água e sais minerais desde a raiz
até às partes superiores e funcionam como suporte
Translocação
FLOEMA
= - vasos transportam
água e substâncias
movimento de água e de orgânicas das folhas
solutos no interior da para os outros
planta através de tecidos órgãos (para cima e
para baixo)
condutores especializados
(feixes condutores =
xilema e floema)

CÓRTEX
e
EPIDERME
protegem o caule
A água e os sais minerais
absorvidos ao nível da raíz
são transportados por um
sistema contínuo de vasos
– xilema, que se estende
até às folhas.

A partir das folhas,


deslocam-se por toda a
planta, água e os solutos
orgânicos resultantes da
fotossíntese, que são
transportados através de
um sistema contínuo de
vasos que percorre todo o
corpo da planta – floema.

A esta movimentação de
substâncias dá-se o nome
de translocação.
Transporte nas plantas
- Vasos condutores
 Xilema * Constituído
essencialmente por
células mortas
justapostas; está
particularmente
adaptado à circulação
de água e sais
minerais.
* A disposição topo a
topo das células, o
facto de serem mortas,
de não terem paredes
transversais ou
terem-nas perfuradas,
torna possível a
circulação de água sob
a forma de “colunas”.
Função: transporte de água e sais
XILEMA (lenho ou tecido traqueano)
minerais (seiva bruta)

Constituído por:
- Vasos xilémicos (vasos traqueanos ou elementos de vasos)

Células mortas colocadas topo a topo, em que as paredes laterais


desapareceram totalmente ou parcialmente. Cada fiada de células assim
colocadas constitui um vaso xilémico. As paredes laterais dos vasos
xilémicos apresentam espessamentos de lenhina mais ou menos densos e
diferentes, o que permite distinguir vários tipos de vasos xilémicos.
- Traqueídos ou tracóides

Células mortas com


estrutura semelhante à
anterior, distinguindo-se por
serem mais longas e
estreitas. São afiladas nas
extremidades pelas quais
contactam entre si. As
paredes laterais
apresentam
espessamentos de
- Fibras lenhosas lenhina.

Células mortas, alongadas, que desempenham funções de suporte.

- Parênquima lenhoso

São as únicas células vivas do xilema e desempenham


essencialmente funções de reserva.
Células do xilema

Parênquima lenhoso (células vivas)


poros
Funções:
- fotossíntese
Fibras lenhosas
- armazenamento (reserva) ou
(células mortas)
- secreção de substâncias
Funções:
- suporte
- resistência

Funções:
- condução de água e sais minerais
fibras parênquima elementos de - rigidez
vaso
Elementos de vaso (vasos xilémicos)
Tracóides

elementos
condutores
(células mortas,
com espessamentos
de lenhina)

parede + rígida
Células do xilema
 Floema

* Constituído essencialmente por células vivas, justapostas – células de


companhia e elementos dos tubos crivosos - , está particularmente
adaptado à circulação de seiva elaborada.
* O facto das células condutoras – elementos dos tubos crivosos,
estarem dispostas topo a topo e ligadas por placas crivosas, favorece a
condução de seiva elaborada.
FLOEMA (líber ou tecido crivoso)

Constituído por:

- Células dos tubos crivosos


Células vivas muito especializadas, de paredes celulósicas, alongadas e colocadas
topo a topo. As paredes transversais encontram-se perfuradas, constituindo as
placas crivosas, permitindo que se estabeleçam ligações do citoplasma entre
células consecutivas. Cada fiada de células assim colocadas constitui um tubo
crivoso.
- Células de companhia

Células vivas situadas junto


dos tubos crivosos, ajudando
no seu funcionamento.

Desempenham papel
fundamental na
movimentação dos açúcares
do parênquima clorofilino
para as células dos tubos
crivosos, permitindo que estes
sejam transportados para
- Fibras liberinas outras partes da planta.

Células mortas, mais ou menos longas, que desempenham funções de


suporte nas plantas.

- Parênquima liberino

Células vivas pouco diferenciadas que realizam funções de reserva (água e


matéria orgânica).
Células do floema
Fibras liberinas (células mortas)
Funções: suporte e resistência

Células de companhia
(células vivas)
Função: ajudam no
funcionamento das células
dos tubos crivosos

Parênquima liberino
(células vivas)
Função: armazenamento
(reserva)

placa
crivosa Células dos tubos crivosos (células vivas)

Função: passagem de água e substâncias orgânicas

corte longitudinal corte transversal


Células do floema
FOLHA
- Feixes duplos (xilema e floema) e
colaterais, nos alinhamentos correspondentes
às nervuras.
- Xilema voltado para a página superior.

CAULE
- Feixes duplos (xilema e floema) e
colaterais.
- Sobretudo na periferia do caule.
- Xilema orientado para o interior.

RAIZ
- Feixes simples (feixes de xilema e
feixes de floema) e alternos (em
posição alternada).
- Sobretudo no cilindro central.
ESTRUTURA DA RAIZ

1- Coifa; 2- Meristema apical radicular; 3- Elemento de vaso (xilema); 4- Bandas de Caspary


(dicotiledóneas); 5- Endoderme; 6- Pêlos radiculares; 7- Xilema; 8- Floema; 9- Parênquima cortical
Observação ao microscópio ótico de um corte
transversal de uma raiz e respetivo esquema

Feixes condutores simples e alternos


(constituídos apenas por um dos tecidos condutores, xilema ou floema, e esses feixes
estão colocados alternadamente. O número de feixes condutores é variável)
ESTRUTURA DO CAULE
1- Epiderme
2- Floema
3- Câmbio libero-lenhoso
4- Espessamentos de
lenhina (vasos xilémicos
ou traqueanos)
5- Parênquima cortical
6- Fibras lenhosas
7- Traqueídos
8- Ornamentação de
lenhina das paredes dos
vasos traqueanos
9- Elementos dos vasos
(vasos traqueanos)
10- Célula do tubo
crivoso
11- Placa crivosa
12- Célula de companhia
Feixes condutores duplos e colaterais
(Cada feixe possui xilema e floema e estes tecidos estão colocados lado a lado. O floema
situa-se na parte externa do feixe e o xilema na parte interna)
Observação ao microscópio ótico de um corte
transversal de um caule e respetivo esquema

Legenda:

1. Parênquima cortical
2. Xilema
3. Floema
4. Epiderme
5. Parênquima medular

Feixes condutores
duplos e colaterais
Xilema (interno)
Floema (externo)
ESTRUTURA DA FOLHA

1- Xilema; 2- Floema; 3- Nervura; 4- Mesófilo;


5- Parênquima clorofilino em paliçada; 6-
Parênquima clorofilino lacunoso; 7- Cutícula; 8-
Estoma; 9- Epiderme superior
Observação ao microscópio ótico de um corte
transversal de uma folha e respetivo esquema

Feixes condutores duplos e colaterais


Xilema voltado para a página superior
Floema voltado para a página inferior

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