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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA

DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E BIOFÍSICA


BIOQUIMICA E FISIOLOGIA MOLECULAR VEGETAL

TRANSPORTE DE ÁGUA, NUTRIENTES E FOTOASSIMILADOS

Prof.ª Marta Bruno Loureiro


TRANSPORTE A LONGAS DISTÂNCIAS - XILEMA

• Elementos traqueais (Traqueídes)


Pteridófitas, gimnospermas, angiospermas

Células mortas (adultas) mais especializadas


do xilema - responsáveis pela condução da
água e dos sais minerais

• Elementos de vaso
Angiospermas

Derivados das traqueídes - a grande maioria


das angiospermas apresentam elementos de
vaso além das traqueídes, para a condução
da seiva no xilema.
TRANSPORTE A LONGAS DISTÂNCIAS - FLOEMA

Componentes estruturais do floema

❖Elementos do tubo crivado


❖Células companheiras
❖Células parenquimáticas

Outros Elementos
❖Fibras, esclereídes, células
condutoras de látex, células da bainha
do feixe (folhas)
Elementos de tubo crivados ou células crivosas - células vivas (quase
sem organelas), colocadas topo a topo, formando os tubos crivosos.

Paredes celulares transversais - placas crivosas, cujos microporos


estabelecem a ligação entre o citoplasma de células adjacentes.
Células companheiras ou Células de companhia
Células parenquimáticas especializadas (Contém
todos os componentes que existem nas células
vivas, inclusive o núcleo).

São derivados da mesma célula mãe e têm várias


conexões citoplasmáticas entre si.
Quando um elemento
crivado morre,
Função – liberação de substâncias para o elemento
morrem também
do tudo crivado. Quando o núcleo do tubo crivado suas células
for ausente, as células companheiras podem liberar companheiras, o que
é uma demonstração
moléculas de informação, proteínas e ATP.
dessa
interdependência.
Parênquima liberiano
As células do parênquima liberiano exercem funções de
reserva.

Fibras liberianas
Células mortas do floema e exercem funções de
suporte.
TEORIAS PARA O TRANSPORTE DE ÁGUA E MINERAIS NO XILEMA
PRESSÃO RADICULAR

PRESSÃO RADICULAR

➢A pressão é condicionada pelo transporte ativo de íons que são


lançados no interior dos vasos xilêmicos.

➢Estabelece-se uma diferença de pressão osmótica que força a


entrada de água na raiz e a ascensão da mesma nos vasos xilêmicos.

Taiz e Zeiger, 2013


TEORIAS PARA O TRANSPORTE DE ÁGUA E MINERAIS NO XILEMA
COESÃO-TENSÃO – Teoria de Dixon

COESÃO-TENSÃO

O movimento de moléculas de água no mesófilo faz mover toda a


coluna de água e, quanto mais rápida for a transpiração ao nível das
folhas, mais rápida se torna a ascensão.
Taiz e Zeiger, 2013
TEORIAS PARA O TRANSPORTE DE ÁGUA E MINERAIS NO XILEMA
COESÃO-TENSÃO – Teoria de Dixon

COESÃO-TENSÃO
➢A planta perde água por transpiração (órgãos aéreos/ estômatos)
➢O conteúdo celular fica mais concentrado, (criando-se uma pressão
negativa – tensão).
➢Diminui o potencial hídrico nas células do mesófilo foliar e outros
órgãos aéreos (cc de soluto células aumenta)
➢A falta de água é reposta com água das células vizinhas.

Seiva Bruta circula


desde a raiz até às
As folhas passam a exercer uma
folhas, numa coluna
tensão (força de sucção) que
contínua
atinge a coluna do xilema até a
(coesão-adesão). raíz
TEORIAS PARA O TRANSPORTE DE ÁGUA E MINERAIS NO XILEMA
COESÃO-TENSÃO – Teoria de Dixon
COESÃO-TENSÃO
A coluna de água pode ascender grandes distâncias (110 metros de
altura)

Explicação:

Formação de uma coluna contínua de água no xilema, que se


estabelece entre as folhas e a raiz, devido a forças de tensão-
coesão-adesão. Corrente de transpiração
Funcionamento: a coluna de água
tem de se manter continua sem
qualquer interrupção.

Fisiologistas vegetais calculam que a tensão produzida pela transpiração é


suficiente para fazer ascender água a cerca de 150 metros em tubos com o
diâmetro dos vasos xilémicos, assim, este mecanismo pode explicar a
ascensão da seiva, mesmo nas árvores mais altas.
TEORIAS PARA O TRANSPORTE DE ÁGUA E MINERAIS NO XILEMA
COESÃO-TENSÃO – Teoria de Dixon

H2O

Corrente de transpiração
A coluna de água tem de
se manter continua sem
qualquer interrupção

Fisiologistas vegetais - calculam que a tensão produzida pela


transpiração é suficiente para fazer ascender água a cerca de 150
metros em tubos com o diâmetro dos vasos xilémicos
TRANSPORTE NO FLOEMA

TEORIA DO FLUXO DE PRESSÃO/ MASSA

A água move-se no floema a favor de um gradiente de


potencial de pressão

❖ Velocidade média de transporte no floema


➔ 1 m/h (0,3 a 1,5 m/h)

❖ A velocidade é considerada rápida


➔ evidencia que não é por difusão (1 m a cada 32 anos)

12
Teoria do Fluxo de Pressão/ Massa
Münch (1930)
Água
Sacarose

Floema

Folha Raíz

xilema
Solução concentrada Solução diluída

Tubo 1 – Liga os osmômetros


Tubo 2 – Liga os frascos com água
Teoria do Fluxo de Pressão/ Massa Münch
(1930)
Mesófilo
foliar
A glicose produzida na fotossíntese é
H2O convertida a sacarose (células do mesofilo).

A sacarose passa para o floema por


Centro transporte ativo (contra um gradiente de
produtor
concentração-com movimento osmótico de
água a partir do xilema)

H2O A seiva elaborada desloca-se das zonas


com maior concentração de sacarose–
Xilema Floema (centros produtores) – para zonas com
menor concentração de sacarose (centros
A água empurra a consumidores/reserve)
sacarose pelo floema
Centros ou órgaõs consumidores- a
sacarose abandona o floema,
possivelmente por transporte ativo e a água
para para o xilema (com movimento
Taiz e Zeiger, 2013 osmótico). 14
TRANSPORTE NO FLOEMA
EVIDÊNCIAS – EXPERIMENTO DO ANEL DE MALPIGHI

Taiz e Zeiger, 2013 16


TRANSPORTE NO FLOEMA

Partição de fotoassimilados

Fonte ➔ Dreno Drenos mais “fortes” recebem

Fontes - órgãos fotossintetizantes mais nutrientes.

Drenos
•Tec. vegetativos (ápices radiculares e folhas jovens)
•Tec. de armazenamento (raízes e caules)
•Tec. de dispersão (frutos e sementes)

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TRANSPORTE NO FLOEMA

Fatores que definem a força do dreno

1) Proximidade
Orgãos mais próximas as fontes

Estratégia de manejo para


desenvolvimento de frutos

Eliminação de folhas próximas,


Desbaste em videiras desbaste de frutos e flores
19
em
desenvolvimento
TRANSPORTE NO FLOEMA

Fatores que definem a força do


dreno

2) Desenvolvimento
Fase vegetativa para reprodutiva

3) Conexão vascular
Direta é preferencial
TRANSPORTE NO FLOEMA

3 etapas do transporte no floema

1) Carregamento
Simplástico ou apoplástico

2) Transporte –
em longa distância
(floema)

3) Descarregamento

Taiz e Zeiger, 2013 Simplástico ou


apoplastico
Transição da folha de dreno para fonte

Transporte de Nutrientes Minerais e Fotoassimilados 23

Taiz e Zeiger, 2013


TRANSPIRAÇÃO

ESTRUTURAS ENVOLVIDAS
•Estômatos – correspondem de 1 a 2% da área superficial da folha
•Cutícula – camada de cera

ESTÔMATOS
FATORES QUE INFLUENCIAM A
TRANSPIRAÇÃO

ÁREA DE EVAPORAÇÃO

Plantas com folhas maiores


transpiram mais do que aquelas
plantas com folhas menores.

ESPESSURA DA CUTÍCULA
A transpiração diminui conforme
o aumento da espessura da
Cutícula impermeabilizante
cutícula. (ceras)

Taiz e Zeiger, 2013


FATORES QUE INFLUENCIAM A TRANSPIRAÇÃO

PÊLOS
1) Os pêlos prendem a água na
folha, diminuindo a taxa de
transpiração.

2) Formam uma proteção


contra o efeito da luz solar,
dificultando que ela seja
absorvida, refletindo-a,
influenciando na temperatura
das folhas ou caules.
Taiz e Zeiger, 2013
FATORES QUE INFLUENCIAM A
TRANSPIRAÇÃO
GRAU DE ABERTURA E FREQUÊNCIA DOS
ESTÔMATOS
A abertura dos estômatos é um fator muito
importante, que interfere na transpiração.

Plantas que permanecem com seus


estômatos abertos por mais tempo =
transpiração mais intensa

Plantas que possuem os estômatos abertos


por um tempo menor = transpiração menos
intensa
Taiz e Zeiger, 2013
FATORES QUE INFLUENCIAM A
TRANSPIRAÇÃO

GRAU DE ABERTURA E FREQUÊNCIA DOS


ESTÔMATOS

Pimenta cereja

Lima et al., Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 1, p. 25-29, 2010


ABERTURA E FECHAMENTO DOS ESTÔMATOS

1- Quando as células guarda estão túrgidas – o estômato


abre – ocorre transpiração

2- Quando as células guarda plasmolisam – o estômato


fecha – não ocorre transpiração

Estômato aberto em
folhas de tomate (MEV)
Taiz e Zeiger, 2013
TRANSPIRAÇÃO FOLIAR

Estômato fechado

Estômato aberto

Taiz e Zeiger, 2013


ABERTURA E FECHAMENTO DOS ESTÔMATOS

O grau de turgescência é determinado por fatores


como:

▪ concentração de íons – abertura aumenta com


maior concentração.

▪ luz – abertura aumenta com a luz.

concentração de CO2 – abertura diminui com maior


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concentração – para manter a taxa de fotossíntese
líquida alta .
Taiz e Zeiger, 2013
FATORES QUE INFLUENCIAM A
TRANSPIRAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE ÁGUA
PARA A PLANTA

Quando há uma
Desidratação da PC
desidratação da parede
celular, por causa do baixo
teor de água na planta, a Diminuição da Taxa de transpiração

transpiração torna-se
escassa.
NUTRIÇAO MINERAL DE PLANTAS

Um elemento químico é essencial quando perfaz dois critérios:


1) Faz parte de uma molécula que por si mesma já é essencial ➔
carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos

2) O vegetal não consegue completar seu ciclo de vida na ausência


desse elemento.
Ex:
❖ Florescer
❖ Formar sementes viáveis
NUTRIÇAO MINERAL DE PLANTAS
Os elementos químicos considerados essenciais são denominados
nutrientes.

Nutrientes considerados essenciais para as plantas = 17

Macronutrientes
elementos necessários
em grandes quantidades

Micronutrientes
elementos necessários
em quantidades
menores
NUTRIÇAO MINERAL DE PLANTAS

A produtividade de uma cultura é limitada pelo elemento que


está presente em menor quantidade.

Lei do mínimo de Liebig

Um nutriente não é mais importante do


que outro.

Todos são necessários, no entanto, em


quantidades e concentrações diferentes
para o metabolismo celular.

Salisbury e Ross, 1991


NUTRIÇAO MINERAL DE PLANTAS

Representação da "Lei do mínimo de Liebig".

Mesmo se
aumentarmos a
concentração dos
demais nutrientes, não
haverá um aumento da
produtividade
A capacidade do barril é limitada pela ripa mais curta

O crescimento das plantas é determinado pelo nutriente com


menor oferta no solo

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