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Transporte nas plantas

- Nas plantas, a distribuição das substâncias, é feita pelos tecidos vasculares ou condutores.
-Nas plantas mais simples (onde os tecidos vasculares estão ausentes) a distribuição faz-se a uma
curta distância, célula a célula, através da osmose ou a difusão.
Aparecimento de tecidos especializados no transporte
é relacionado com a capacidade de adaptação ao ambiente terrestre

o plantas avasculares- não têm vasos condutores, confinadas em ambientes húmidos (ex: musgos, hepáticas..)
o plantas vasculares- têm vasos condutores, maior independência relativamente à água (ex: licófitas, fetos..)

o que favoreceu a colonização de uma grande diversidade de ambientes terrestres

NOTA: algas verdes – desprovidas de tecidos condutores


- obtêm a água, CO2, sais minerais através dos tales

- O transporte das plantas vasculares é constituído por dois tipos de tecidos: o xilema e o
floema.
Percorrem todos os órgãos vegetais de modo contínuo,
permitindo o movimento ou translocação das substâncias
que constituem os fluidos que circulam nestes tecidos.

Xilema- conduz seiva bruta ou xilémica (constituída por água 90% e sais minerais)
Floema- conduz seiva elaborada ou floémica (constituída por água 80%, sacarose, aminoácidos ..)
Xilema Folha: xilema e floema localizados em
posição colateral, nos alinhamentos
Floema correspondentes às nervuras da folha
(xilema orientado para a página superior)

Xilema Caule: xilema e floema localizados em posição


colateral (xilema orientado para interior)
Floema

Floema
Raiz: xilema e floema localizados
de forma alternada
Xilema

Sem sementes →plantas primitivas

Seiva fluído transportado pelas plantas


Diferentes quanto à composição química
Necessária à sobrevivência da planta

-Monocotiledóneas ex: minho → 1 cotiledone—raíz fasciculada


Plantas Angiospérmicas
-Dicotiledóneas ex: feijão → 2 cotiledones—raíz aprumada

-Tegumento→ casca→ estrutura de proteção

Semente -Cotiledone → matéria orgânica



-Embrião→ assegura a continuidade das espécies (germina quando tiver condições propícias) Xilema

constituído por células mortas desprovidas de conteúdo celular
→ transporte da seiva da seiva bruta
Diâmetro superior ao dos tiracoides (permite a passagem de H2O)
Células longas e extremidades afiladas (mais
Canais ocos que apresentam espaçamento lateral de lenhina, que finas nos topos) que contactam umas com
lhe confere rigidez e impermeabilidade. as outras. Estes apresentam perfurações
através dos elementos do vaso e os traqueídos/tiracoides que permitem a passagem de água
→ Ao longo do seu processo de maturação, estas células alongadas e cilíndricas vão perdendo o
conteúdo celular, acabando por morrer.

Permite a comunicação entre células


vegetais (passagem de substâncias)

→ Este ainda é constituído por fibras lenhosas e parênquima lenhoso

Funções de suporte Células vivas


Floema → constituído por células vivas (pouco conteúdo
elular)
J → circulação da seiva elaborada através das células de companhia e células do tubo crivoso

Mantêm ligações citoplasmáticas com células


dos tubos crivosos, apresentam organelos. -Células vivas especializadas ligadas
umas ás outras pelos topos e pelas
 As paredes do topo constituem placas crivosas, cujas perfurações permitem placas crivosas.
ligações citoplasmáticas entre células vizinhas.
 Apesar de não possuirem núcleo nem vacúolos, as células do tubo crivoso -Células com poucos organelos.
permanecem vivas, dependendo das células companhia para o desempenho da sua -Calose (substância que preenche
função. os crivos no inverno e que se
dissolve na primavera)
Absorção de água e sais minerais
→As plantas absorvem a matéria do solo através das raízes. A seiva xilémica segue depois para os caules,
onde se desloca numa trajetória unidirecional, em sentido ascendente, até às folhas.
→Percurso das substâncias do solo até ao xilema:
o Inicia-se com a absorção destas substâncias para as células da epiderme (estas revestem a superfície
das raízes mais finas);
Estas células, que estão em contacto com as partículas do solo e com a solução aquosa
existente entre elas, apresentam frequentemente expansões -os pelos radiculares- estes
contribuem para um aumento significativo da área de absorção.

o A absorção de água deve-se à existência de de um gradiente de potencial de água/hídrico, entre o


solo e a raiz. Verifica-se uma baixa concentração de solutos na solução do solo (baixa pressão
ósmotica), que se traduz num elevado potencial de água no exterior da raiz. Já no interior do xilema,
o potencial de água é geralmente baixo, devido à diminuição da pressão da água, como resultado do
seu fluxo em direção às folhas. Este gradiente é a principal causa da entrada de água por osmose na
raiz, onde passa a movimentar-se através do citoplasma das células, ou através dos espaços
intercelulares, em direção ao xilema.
o Ao nível da raíz dá-se também a absorção de iões. Este movimento está associado, normalmente, ao
transporte ativo, devido à solução do solo tender a ser muito diluída.
Dessa forma os iões são transportados contra o gradiente de concentração, com gasto de energia
pela planta, levando ao aumento da pressão ósmotica no interior da raiz. Este processo provoca a
diminuição do potencial de água no interior do xilema, contribuindo também para a entrada de água
por osmose.

NOTA: em muitas plantas, o estabelecimento de relações simbióticas


com os fungos permite aumentar a captação de água e de sais minerais.
Estas associações, conhecidas como micorrizas, traduzem-se num
aumento funcional da área de superfície total de absorção do sistema
radicular.
Transporte no xilema
→No interior do xilema a água e os sais minerais passam a constituir a seiva bruta.
→Devido aos vasos xilémicos serem constituídos por células mortas, a ascensão da água no interior deste
tecido não envolve gasto de energia.
→Os modelos atuais para explicar a translocação de água no xilema apresentam apenas causas físicas,
associadas às propriedades da água.

Hipótese da pressão radicular


→As plantas, podem apresentar valores elevados de pressão de água na raiz- pressão radicular-, que
poderão explicar o movimento ascendente da seiva bruta no xilema.

Este processo inicia-se com a acumulação de iões no interior da raiz, por transporte ativo o que provoca
a entrada de água por osmose.

O aumento do volume da água no interior da raiz faz aumentar a pressão no xilema, impulsionando a
seiva no sentido ascendente. (o recurso a dispositivos permite determinar os valores desta pressão)

→Alguns processos podem ser interpretados como consequências da pressão radicular.


→Algumas plantas de pequeno porte libertam, por consequência da pressão, gotas de água pelo
bordo da folha- gutação.
→A exsudação da seiva bruta, através de superfícies de corte em caules, pode também ser
interpretado como consequência dessa pressão.
→Aspetos que limitam a aplicação desta hipótese como modelo geral do movimento da seiva:
 Os valores mais elevados de pressão radicular ocorrem no ínicio da primavera.
 No verão, quando as perdas de vapor de água através das folhas são elevadas, não é detetada pressão radicular.
 As árvores mais altas apresentam valores de pressão radicular inferiores aos necessários para mobilizar a água,
ou mesmo valores nulos.
Hipótese da adesão-coesão-tensão
→Desde o século XVIII, têm surgido evidências que sugerem que a transpiração (perda de água na forma
de vapor através das folhas) é a principal causa do movimento da água no interior das plantas.
→Além disso, também evidenciaram que o movimento ascendente depende apenas de causas físicas.
→De acordo com esta teoria, o movimento da água no interior das plantas vasculares resulta da ação de
três forças fundamentais:
o a tensão- resultante da perda de água por transpiração ao nível das folhas
o a coesão- entre as moléculas de água decorrente das ligações de hidrogénio existentes entre
elas
o a adesão- das moléculas de água às paredes dos vasos condutores

Na atmosfera, o potencial de água é inferior ao que se verifica no interior das folhas, o que determina a
saída da água através dos estomas por difusão (transpiração). Este fenómeno é responsável pela tensão
exercida sobre a água existente no mesófilo e pelo seu movimento em direção aos estomas. A tensão
criada no mesófilo provoca a saída de água do xilema e o movimento da coluna de água no interior dos
vasos xilémicos, desde a raiz até às folhas.

Cutina

-A manutenção deste fluxo depende da forte coesão entre as moléculas de água e é favorecida pelas
forças de adesão entre a água e as paredes dos vasos do xilema.
-À medida que a água ascende a partir das raízes, novas moléculas são absorvidas por osmose a partir do
solo, mantendo o potencial de água na raiz, que é superior ao que se verifica nas folhas.
-Quando a tensão no interior do xilema se torna intensiva, pode haver formação de bolhas de ar
(embolismo) que interrompem a corrente de água em movimento. Este processo, conhecido por
cativação, pode levar à inativação dos vasos xilémicos cativados ou à transferência lateral de água para
vasos funcionais através das perfurações nas paredes laterais.
→Apesar de muitos aspetos ainda não estarem esclarecidos, esta é aceite como a explicação mais
consciente para explicar a subida de seiva xilémica nas plantas vasculares.

1-A transpiração através dos estomas gera tensão no mesófilo

2-A tensão sobre a água no xilema provoca a sua saída para o mesófilo

3-A coesão entre as moléculas de água e a sua adesão às paredes do xilema


favorecem a subida da coluna de água no seu interior

4-O movimento ascendente da água diminui o seu potencial na raiz, o que


favorece a sua absorção a partir do solo

Transporte no
floema
O floema é um tecido complexo formado, sobretudo por células vivas, como as células de companhia e
as células do tubo crivoso que conduzem a seiva floémica. Nesta predominam os glícidos, com destaque
para a sacarose e aminoácidos.
→A seiva floémica é um fluido onde se encontram substâncias orgânicas que são translocadas para a
planta.
→Este movimento verifica-se desde os órgãos fotossintéticos (onde à produção de glícidos) até aos
locais onde estes são consumidos ou armazenados (ex: frutos, caules, folhas). A translocação pode
também ocorrer desde os órgãos do armazenamento para os locais de consumo, podendo considerar-se
que o transporte é bidirecional (ocorre no sentido ascendente e descendente).
Descoberta

O uso dos afídios permitiu a descoberta da composição química da seiva floémica.

Estes pequenos insetos parasitas, ao alimentarem-se, inserem os estiletes bucais nos elementos do tubo crivoso, ingerindo
os fluídos. Se o estilete for cortado, permanecendo inserido no floema, a pressão no interior deste tecido força a saída da
seiva, que pode ser recolhida e analisada.

Hipótese do fluxo de massa


→O mecanismo de transporte de seiva elaborada pode ser explicada por esta hipótese, inicialmente
proposta em 1927, por Ernst Munch.
→De acordo com esta hipótese o movimento da seiva elaborada deve-se a um gradiente de pressão entre
os locais de produção, onde é feito o carregamento de sacarose, e os locais de consumo ou
armazenamento, onde este açúcar sai do floema.

Locais de produção Locais de consumo


-Nas folhas, produz-se sacarose, a partir de - Os solutos são descarregados do interior dos tubos
monossacarídeos produzidos na fotossíntese. A crivosos, através das células de companhia, e
sacarose é transportada por transporte ativo para o transportados para os órgãos de consumo ou
interior das células de companhia. A partir destas armazenamento. Neste processo, pode ocorrer
células, este açúcar difunde-se para os elementos do também gasto de energia.
tubo crivoso, levando ao aumento da pressão osmótica
-A saída da sacarose torna o interior das células
no seu interior.
crivosas hipotónico, o que provoca a saída de água
-O aumento da concentração de sacarose no interior por osmose, em direção ao xilema, fazendo diminuir a
das células crivosas provoca a entrada de água do pressão no floema. Dessa forma, mantém-se o
xilema próximo, levando ao aumento de pressão de gradiente de pressão de turgescência entre os locais
turgescência nos tubos crivosos. de produção e os de consumo, necessário ao fluxo de
massa.
-A pressão de turgescência força o fluxo em massas de
seiva floémica, que atravessa as placas crivosas para as -A sacarose, assim mobilizada, pode ser consumida ou
zonas de consumo ou reserva, onde a pressão é menor. armazenada, geralmente na forma de polissacarídeos,
como o amido.

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