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Domínio 5 - Distribuição de matéria

Domínio 5 - Distribuição de matéria


DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA

―5.1 Distribuição de matéria nas plantas.

― 5.2 Transporte nos animais.

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Necessidade do sistema de transporte
As plantas sintetizam compostos orgânicos
ao nível das folhas (fotossíntese)
 necessitam de um sistema que assegure o
transporte de água e sais minerais (matéria
inorgânica) desde as raízes até às folhas,
onde se dá a fotossíntese.

Posteriormente, há necessidade de
distribuir os compostos orgânicos
produzidos até aos restantes tecidos
vegetais.
 necessitam de um sistema que assegure o
transporte de compostos orgânicos por toda
a planta.

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As plantas precisam de distribuir a água os compostos orgânicos
a todos os órgãos… e fazem-no através de dois sistemas de
transporte: o xilema e o floema.

Mas será que todas as plantas necessitarão de sistemas de


transporte para o fazer??
Plantas de pequenas dimensões
que vivem em ambientes húmidos,
não necessitam de sistemas de
transporte (quase todas as células
realizam a fotossíntese e por
difusão /osmose as substâncias são
distribuídas),

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… Mas as plantas conquistaram o meio terrestre, tornaram-se mais complexas e
começaram a atingir dimensões consideráveis … A osmose e a difusão são
processos insuficientes e demasiados lentos para que as substâncias sejam
transportadas em tempo útil!!

SURGEM OS MEIOS DE
TRANSPORTE!!

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O Reino das Plantas engloba um vasto conjunto de
seres vivos que apresentam uma grande variedade de
formas e complexidade.

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Plantas
Plantas
Plantas vasculares
vasculares
avasculares com
sem sementes
sementes

Gimnospérmicas

Licófitas Fetos
Hepáticas Musgos Angiospérmicas

Evolução
de sementes

Aparecimento
de tecidos de transporte A evolução das plantas terrestres
conduziu ao aparecimento de
Alga Aparecimento estruturas que permitiram a adaptação
verde a esses ambientes.
de cutícula impermeável
ancestral O aparecimento de tecidos de
transporte foi uma dessas adaptações.

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Plantas simples de pequenas dimensões
não necessitam de sistemas de transporte -
são plantas avasculares (não possuem
tecidos condutores; nem xilema nem Plantas mais evoluídas de grandes
floema). dimensões necessitam de sistemas
A água vai-se movimentando célula a de transporte – são plantas
célula por osmose. Os produtos resultantes vasculares (possuem tecidos
da fotossíntese também se movimentam condutores: xilema e floema; de
por difusão ou transporte ativo célula a outra forma o transporte por
célula – é que as distâncias são curtas. difusão seria demasiado lento e
difícil).
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Translocação
Movimento de água e solutos no
interior da planta através de tecidos
condutores ou vasculares.

As plantas vasculares têm um duplo


sistema de condução da água e de
solutos.

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Seiva xilémica e seiva floémica
Seiva xilémica/bruta
Constituída por água
Seiva xilémica (99%) com sais minerais
Seiva floémica
dissolvidos.
Circula no xilema.

Seiva floémica/elaborada
Solução aquosa
açucarada com outras
moléculas orgânicas.
É translocada no floema.

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Tecidos vasculares
Os tecidos vasculares, xilema e floema, apresentam vários tipos de células
especializadas:
 Células especializadas no transporte de substâncias.
 Fibras: células, geralmente mortas, com paredes impregnadas de
lenhina que conferem sustentação.
 Células parenquimatosas: células vivas e pouco diferenciadas.

Fibras
Células de
floema

Células de
xilema
Células
parenquimatosas

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Tecidos vasculares
• Xilema • Floema

• Conduz a seiva bruta • Conduz a seiva elaborada

• Elementos condutores: • Elementos condutores: células dos


traqueídos e elementos de tubos crivosos
vaso – Células vivas
– Células mortas – Placas crivosas facilitam a
– Sem conteúdo celular passagem de substâncias
– Parede espessada com
lenhina • Células de companhia
– Células vivas
– Facilitam a actividade dos tubos
crivosos

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Xilema

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Xilema, lenho ou tecido traqueano

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Xilema, lenho ou tecido traqueano

 Traqueídos ou tracóides – células


mortas, mais estreitas e alongadas –
também com espessamentos de
lenhina. Podem ajudar na condução
VX da seiva bruta – sendo o seu
VX
diâmetro inferior a probablidade de
formarem bolhas de ar é menor.
T
T
 Elementos do vaso/Vasos xilémicos
– células mortas, dispostas topo a
topo e sem paredes transversais –
formam colunas contínuas! As
paredes laterais estão espessadas
Elementos funcionais do xilema:
VX – Vasos xilémicos; T - Traqueídos
devido à deposição de lenhina, que
confere rigidez a toda esta estrutura.

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Xilema

Organização das células que


constituem o xilema de uma planta
Elementos de vaso
Traqueídos
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Xilema

 Fibras Lenhosas - Constituídas por células mortas cujas


paredes são espessas devido à deposição de lenhina e
desempenham funções de suporte.

 Parênquima Lenhoso - Tecido formado por células vivas, pouco


diferenciadas, que desempenha importantes actividades
metabólicas, tais como fotossíntese, armazenamento ou
secreção de substâncias. As células deste parênquima são as
únicas células vivas do xilema e desempenham essencialmente
funções de reserva.

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O xilema facilita o transporte:

 Pela ausência de conteúdo celular, o que não cria resistência ao


fluxo.
 Pela presença de células dispostas topo a topo sem septos
transversais formando longos tubos;
 Por paredes espessadas com lenhina que impedem o seu
colapso, assim como a presença de fibras que dão resistência aos
vasos e permitem suportar a pressão;
 Pelo diâmetro reduzido que facilitam a adesão entre as
moléculas de água e as dos vasos.

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Floema

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Floema, líber ou tecido crivoso
Tecido especializado no transporte de água e substâncias
orgânicas e é formado por quatro tipos de células.

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Floema, líber ou tecido crivoso
 Células dos tubos crivosos - Células
TC TC
muito especializadas, ligadas entre si
PC
pelos topos e cujas paredes de
contacto possuem orifícios, que se
PC assemelham a um crivo. São células
CC vivas, embora tenham perdido a
maior parte dos organitos.
CC
 Células de companhia - Situam-se
junto das células dos tubos crivosos,
com as quais mantêm numerosas
ligações citoplasmáticas, ajudando-
Elementos funcionais do floema:
TC – Tubos crivosos; PC – Placas crivosas; as no seu funcionamento. São células
CC – Células de companhia. vivas, possuindo núcleo e restantes
organelos.

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Floema, líber ou tecido crivoso

 Fibras - Desempenham funções de


suporte.

 Parênquima - Formado por células


vivas, pouco diferenciadas, com
função de reserva.

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Floema

Organização das células que Placas crivosas: corte transversal de


constituem o floema células dos tubos crivosos
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De que forma estão dispostos os tecidos condutores nas
Angiospérmicas?
Os elementos que constituem
os tecidos condutores (xilema
e floema) agrupam-se em
conjuntos designados por
feixes condutores, os quais
ocupam posições relativas
diferentes nos vários órgãos.

Este arranjo é distinto nas


monocotiledóneas e
dicotiledóneas.

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Este arranjo é distinto
Raíz de monocotiledónea e dicotiledónea
nas monocotiledóneas
e dicotiledóneas.

Caule de monocotiledónea e dicotiledónea


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Distribuição dos tecidos condutores nas
dicotiledóneas
RAIZ

SIMPLES – os feixes condutores são constituídos apenas por um


dos tecidos condutores (xilema e floema).

ALTERNOS – os feixes condutores são dispostos alternadamente.

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Feixes vasculares
numa raiz

Simples e alternos

Floema
Xilema

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Distribuição dos tecidos condutores nas dicotiledóneas
CAULE

DUPLOS – cada feixe condutor é constituído pelos dois vasos


(xilema e floema).
COLATERAIS – os tecidos condutores estão colocados lado a lado
(floema na parte externa e xilema na parte interna).

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Feixes vasculares num
caule (dicotiledónea)

Duplos e colaterais
Floema

Cambio

Xilema

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ESTRUTURA DA FOLHA: feixes duplos e colaterais

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Feixes duplos e colaterais
no caule e nas folhas

Feixes simples e alternos na raiz.

Cortes transversais da folha, do caule e da raiz.


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Dicotiledóneas
Feixes condutores

Raiz Caule Folha

Simples e alternos Duplos e colaterais Duplos e colaterais

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Absorção de água e sais minerais pela raiz

A raiz é o órgão especializado na


absorção de água e sais minerais.

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As plantas fazem a absorção da
água e sais minerais necessários
ao seu desenvolvimento através
do sistema radicular, que por este
motivo é permeável (não apresenta
cutícula), muito ramificado e cuja
área é aumentada através da
presença de pêlos absorventes.

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Existem 3 zonas distintas na raiz: epiderme, zona cortical ou
córtex e cilindro central. A Epiderme
Córtex
Endoderme
A absorção de água Cilindro central

na raiz ocorre por


Pelos radiculares
osmose.

A raiz tem de se apresentar Nas células da raiz, o


hipertónica em relação ao B meio é hipertónico,
ou seja, há maior
meio que a envolve. pressão osmótica.

Os sais minerais, na sua A solução do solo tem


maioria, entram na raiz por menor concentração
de iões.
transporte ativo, garantindo a
manutenção do gradiente
osmótico.
A – Corte transversal da raiz.
B – Absorção num pelo radicular.
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Absorção de água e sais minerais pela raiz
O movimento da água e sais minerais até ao xilema da raiz pode ocorrer de três
formas diferentes:
 Via apoplástica: através das paredes e espaços intercelulares;
 Via simplástica: de célula em célula através de plasmodesmos;
 Via transmembranar: com entrada e saída de cada célula, atravessando
a membrana plasmática.

Via apoplástica
Via simplástica
Via transmembranar

Membrana Plasmodesmo Vacúolo


plasmática Parede
celular
Transporte a curta distância em tecidos vegetais.

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Epiderme Córtex Cilindro central

Membrana
Via apoplástica plasmática

Pelo da raiz Endoderme


Via simplástica Suberina

Via apoplástica
Via simplástica

Plasmodesmos

Vasos de xilema
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Absorção de água e sais minerais pela raiz

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Absorção pela raiz

Pelos
Transporte
radiculares

Aumentar a área de
Água Sais minerais
contato com o solo

Difusão
Osmose
simples

Transporte
ativo
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Transporte de seiva xilémica
Chegado ao xilema, água e sais minerais – seiva bruta – terão de
efectuar um movimento ascendente (contra a força da
gravidade). Se as plantas forem de pequena dimensão o
problema não se coloca …

Mas como explicar estes


movimentos no xilema em
plantas que têm dezenas de
metros de altura …?

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Transporte de seiva xilémica
 Estima-se que uma única árvore adulta com cerca de 15 metros
de altura tenha cerca de 177 000 folhas, com uma área de
superfície foliar total de 675 m2.
 Durante um dia de Verão, essa árvore perde para a atmosfera
220 litros de água por hora, por evaporação nas folhas.
 Para evitar o murchamento, a cada hora o xilema precisa de
transportar 220 litros de água das raízes para as folhas.

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Transporte de seiva xilémica
Para explicar o transporte existem dois modelos:
 Hipótese da pressão radicular
(a raiz “pressiona” ou “empurra” a seiva bruta para cima).

 Hipótese da tensão-coesão-adesão
(as folhas “sugam” ou “aspiram” a seiva bruta contida no xilema).

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Hipótese (Modelo) da Pressão Radicular

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Hipótese da pressão radicular

A pressão radicular, força que impele a água desde a epiderme até


ao xilema, deve-se à constante entrada de água por osmose e de
substâncias minerais por transporte ativo para a epiderme e desta
até ao xilema, devido ao gradiente osmótico que é originado por
esta absorção.

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Hipótese da pressão radicular

A acumulação de iões por transporte ativo nas células radiculares,


faz com que a concentração de solutos aumente, levando à entrada
de água por osmose, na raiz.

A acumulação de água na raiz provoca uma pressão na raiz –


pressão radicular – que força a água a subir, levando à ascensão da
seiva xilémica.

A hipótese da pressão radicular postula que existe uma pressão


formada na raiz (pressão radicular) que impele a seiva bruta para
cima.

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Hipótese da pressão radicular

A figura representa um procedimento experimental em que é


seccionado o caule da planta do género Coleus acima da raiz.

A pressão radicular faz subir a seiva xilémica no tubo.

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Hipótese da pressão radicular

Existem 2 fenómenos que podem ser


explicados pelo modelo da pressão
radicular:

 Exsudação caulinar;

 Gutação;

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Gutação
A gutação corresponde à formação de pequenas gotas de água nas
margens das folhas, que resultam da saída de água através dos
hidátodos ou estomas aquíferos.

Perda de água no
estado líquido nas
margens das
folhas.

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Exsudação

A exsudação caulinar
corresponde à saída contínua
de seiva bruta através de um
corte efetuado no caule de
uma planta.

Saída de seiva xilémica quando o caule é cortado.

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Esta hipótese/teoria apresenta, no entanto, alguns aspetos que
não consegue explicar:
 A pressão radicular medida em várias plantas
não é suficientemente grande para elevar a
água até ao ponto mais alto de uma grande
árvore.
 A maioria das plantas não apresenta gutação
nem exsudação.
 As plantas das zonas temperadas não
apresentam exsudação nos planos de corte,
efetuando até, por vezes, absorção de água.
 Muitas plantas não apresentam pressão
radicular – pinheiros, cedros e sequoias.

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Concluindo, a pressão radicular:

 é uma força que impele a água e os solutos, através do xilema,


até às folhas;
 é criada à custa do transporte ativo de iões do solo para o
interior da raiz, o que provoca a entrada contínua de água, por
osmose;
 é evidenciada por fenómenos como a gutação e a exsudação
caulinar;
 não explica a ascensão da água e dos solutos em numerosas
espécies vegetais, especialmente nas de grande porte.

CONCLUSÃO: a pressão radicular não é o principal


fenómeno responsável pela subida da água no xilema.
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Hipótese da Adesão-Coesão-Tensão

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Hipótese da Adesão-Coesão-Tensão

A elevada polaridade da molécula de água é responsável por


duas propriedades muito importantes: Coesão e a Adesão

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Coesão
As moléculas de água unem-se por pontes de hidrogénio
umas às outras, devido à sua polaridade, pelo que esta coesão
vai facilitar a sua ascensão numa coluna de água contínua.

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Adesão
As moléculas de água, além de se ligarem entre si, também
estabelecem ligações com as paredes dos vasos xilémicos
(celulose), indo esta adesão facilitar a ascensão da coluna de
água, por capilaridade.

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Hipótese da Adesão-Coesão-Tensão

Pressupõe que a transpiração e a absorção estão relacionadas.

TRANSPIRAÇÃO
 Água perdida pela
planta (através dos
estomas) sob a forma
de vapor!
 É provocada pela
energia solar.

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Tensão
A perda de vapor de água pelas
folhas gera indiretamente uma
força – tensão – sobre a água
no apoplasto das folhas.

As células das folhas ficam agora


hipertónicas e, por isso, sai água
do xilema para o mesófilo foliar!

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Tensão
 A perda de água nas folhas provoca um défice de água, o que origina uma tensão.
 Processa-se então um mecanismo inverso ao que acontece na raiz aquando da absorção.
 A saída de água das células das folhas tornou-as hipertónicas em relação às próximas
células parenquimatosas clorofilinas, até que se atinge o xilema que está hipotónico em
relação às células do mesófilo.
 Devido à menor pressão osmótica do xilema relativamente às células clorofilinas, a água
movimenta-se do xilema para estas células, criando-se um défice de água no xilema
(tensão).

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❸ Como as células
do mesófilo ficam
❷ ❸ com elevada pressão
osmótica (e potencial
hídrico inferior)
❶ devido à transpiração,
a água do mesófilo
❶Transpiração foliar vai ser reposta
O vapor de água por água do xilema,
(pontos azuis da por osmose. A tensão
figura) difunde-se a ❷ A transpiração criada faz ascender
partir dos espaços obriga à saída de toda a coluna hídrica
húmidos da folha para água das células no xilema, por causa
o ar atmosférico mais do mesófilo. das forças de coesão e
seco, através dos adesão das moléculas
estomas. de água.
Transpiração foliar e a consequente tensão que retira água do xilema.

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Hipótese da Adesão-Coesão-Tensão
As características do xilema ajudam a que
este processo seja extremamente eficaz,
pois a ausência de conteúdo celular não cria
obstáculos ao movimento da coluna de
água; a parede relativamente espessa dos
vasos xilémicos impede o colapso dos
mesmos e o diâmetro reduzido dos tracóides
facilita a adesão e a coesão.

Efeito de capilaridade
EFEITO DE CAPILARIDADE
Quanto mais reduzido for o diâmetro dos vasos, mais alta é a coluna de água que sobe
naturalmente.

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Hipótese da Adesão-Coesão-Tensão

A transpiração põe em movimento uma coluna contínua e


ascendente de água e soluto através de toda a planta!
(A seiva bruta é como que “sugada” (tensão) e haverá
tendência para uma maior absorção radicular) …

Como a molécula de água é polar, facilmente se criam ligações


químicas (pontes de hidrogénio) entre várias moléculas de água,
o que as mantém unidas umas às outras (coesão) e “agarradas”
às paredes do xilema (adesão).

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Este processo apenas funciona se
a corrente não for quebrada, o
que pode acontecer por
interposição de bolhas de ar. Se a
corrente não for reestabelecida, o
vaso xilémico deixa de ser
funcional.
Neste caso a seiva bruta pode
passar para outros elementos dos
vasos ou traqueídos e o transporte
contínua!

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Resumo
 A saída de água pelas folhas
(transpiração) causa uma tensão
na parte superior da planta, o
que provoca a ascensão de água.
 As moléculas de água tendem a
ligar-se umas às outras, por
pontes de hidrogénio – força de
coesão.
 As moléculas de água têm ainda
a capacidade de aderir a outras
substâncias constituintes das
paredes do xilema – adesão.

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Transporte no floema
A fotossíntese não ocorre em todas as células, pelo que as substâncias orgânicas
produzidas nos órgãos fotossintéticos têm de ser transportados pelo floema
para as restantes células da planta!

E isso ocorre muito


rapidamente, logo a difusão
não será o processo
responsável pelo movimento.

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Hipótese do fluxo de massa

Malphigi retirou um anel à


volta de uma árvore, nas
condições indicadas na
figura, e reparou que, com
o passar do tempo, ela
continuava viva, mas
apareceu uma tumescência
imediatamente acima do
corte. Passadas algumas
semanas a árvore morreu.

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Hipótese do fluxo de massa

Ao fim de algum tempo a planta morre por falta de compostos orgânicos.

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Hipótese do fluxo de massa

Apesar da interrupção do fluxo floémico a parte inferior da planta sobrevive


algum tempo, graças às reservas de alimento aí localizadas, mas quando essas
reservas se esgotam, acaba por morrer.
O floema tem uma posição periférica em relação ao xilema. Ao ser cortado aquele anel foi
removido o floema mas não xilema – a planta continuou a absorver água e a conduzi-la até às
zonas aéreas através do xilema, onde foi usada para a realização da fotossíntese. Daí
resultarem açúcares, que não chegaram à raiz porque o “trânsito” estava interrompido. Sem
eles, a planta morre!!

82
Hipótese do fluxo de massa

O movimento da seiva floémica faz-se sob pressão.

83
Hipótese do fluxo de massa

É difícil estudar o
mecanismo de transporte
da seiva elaborada pois
esta circula em células
vivas do floema e
qualquer introdução
mecânica ou artificial
perturba aquelas células.

84
Hipótese do fluxo de massa
A análise desta relação de
parasitismo permitiu concluir que:
 A seiva circula sobre
pressão: entrou no tubo
digestivo dos afídeos e sai pelo
seu ânus – existe uma pressão
de turgescência no floema!!
 A seiva elaborada, além da
água e dos açúcares, pode
ainda conter em menores
concentrações hormonas, iões,
aminoácidos, lípidos!!

85
Hipótese do fluxo de massa
O mecanismo para explicar a translocação da seiva elaborada desde as
fontes, órgãos fotossintéticos, até aos sumidouros, células em crescimento ou
órgãos de reserva, foi proposto por Ernst Münch.

Floema
Órgãos
Órgãos de
fotossintéticos
reserva Devido à maior concentração de
sacarose, entra maior quantidade
de água em A do que em B –
aumenta a pressão em A e a
solução desloca-se até ao
recipiente B arrastando consigo a
sacarose! No floema acontece um
fenómeno semelhante!!!

86
Hipótese do fluxo de massa

Elevada concentração de sacarose


O transporte no floema deve-
se a um gradiente de
concentração de açúcares que
se estabelece entre uma fonte
(órgão da planta onde o açúcar
é produzido) e um local de
consumo (órgãos da planta
onde o açúcar será consumido
ou permanece em reserva.

Baixa concentração de sacarose


87
❶Carga do floema
Os açúcares
produzidos na
fotossíntese (sacarose)
passam para o tubo
crivoso, por transporte
ativo. O aumento da
pressão osmótica leva
à passagem da água do
xilema para o floema.

❷ Fluxo de massa
Junto à fonte, aumenta
a pressão de
turgescência, o que
Transporte da seiva floémica, desde a fonte (folha) até ao sumidouro força a deslocação da
(neste caso, um fruto em desenvolvimento), segundo o modelo do seiva para locais com
fluxo de massa sob pressão. menor pressão
osmótica.

88
❸ Descarga do
floema
Ocorre a saída de
sacarose para o
sumidouro (um fruto
em formação, por
exemplo), por
transporte ativo.

❹Com a diminuição
da pressão
osmótica, a água
regressa ao xilema.

Transporte da seiva floémica, desde a fonte (folha) até ao sumidouro


(neste caso, um fruto em desenvolvimento), segundo o modelo do
fluxo de massa sob pressão.

89
Transporte
ativo
Transporte de Aumento da
20% 3% sacarose para os Pressão
tubos crivosos osmótica

Aumenta a A água passa do


Pressão de xilema para os
turgescência tubos crivosos

Origina-se um A sacarose é
fluxo de massa convertida em
em direcção às amido
c. consumidoras (insolúvel)

A água regressa Diminui a


aos vasos de pressão
xilema osmótica
90 Amido
91
Hipótese do fluxo de massa
Nos órgãos de consumo ou de reserva a sacarose é geralmente
convertida em glicose, que pode ser utilizada na respiração ou na
construção de novos compostos ou então polimerizar-se em
amido, que fica em reserva.

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Em resumo…

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