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Biologia e Geologia Ano I

Distribuição da Matéria O Transporte nas Plantas


EQUAÇÃO GERAL DA FOTOSSÍNTESE:

luz
CO2 + H2O -------------> C6H12O6 + H2O + O2
clorofila

O CO2 utilizado durante


fotossíntese entra na
planta através dos
ESTOMAS (estruturas
localizadas nas folhas
das plantas e em
alguns caules, através
das quais se efectuam
as trocas gasosas). Os
estomas também
controlam a quantidade
de H2O que se evapora
pelas folhas sob a
forma de vapor, num
processo denominado
de TRANSPIRAÇÃO.
Onde se localizam os estomas nas plantas ?
Epiderme

O2 e H2O Estomas na face inferior das folhas de uma planta

CO2

Estrutura de um estoma:

Células da epiderme
CO2

H2O

Células guarda
Ostíolo
A H2O e os sais Minerais utilizados na síntese de matéria
orgânica, entram na planta por absorção, através da raiz, e necessitam
ser transportados até às folhas, para garantir a síntese de compostos
orgânicos que aí ocorre. Posteriormente, esses compostos orgânicos
terão de ser distribuídos a todas as células da planta, de forma a serem
utilizados.

Mas, como chega a


matéria às células ?

Aparecimento de estruturas especializadas no transporte de substâncias.

PLANTAS AVASCULARES PLANTAS VASCULARES


• Algumas plantas muito simples não • Nas espécies de plantas mais
possuem estruturas especializadas evoluídas (plantas vasculares), a
no transporte de substâncias. distribuição de substâncias ocorre
devido à existência de sistemas de
transporte localizados nos diferentes
órgãos das plantas (folhas, caules,
raízes, etc.).
Plantas avasculares – Briófitas.
Plantas vasculares – Pteridófitas (fetos), Gimnospérmicas, Angiospérmicas.
Como se efectua o transporte nas plantas vasculares ?

ATRAVÉS DE UM SISTEMA DE VASOS CONDUTORES

XILEMA FLOEMA
(tecido traqueano ou lenho) (tecido crivoso ou líber)

cerca de 99% da água tecidos condutores


absorvida pelas raízes é especializados no transporte
perdida sob a forma de vapor de água e substâncias
através das folhas. Porém, esta orgânicas (por exemplo:
água, é substituída por outra, sacarose) resultantes da
transportada, juntamente com fotossíntese, e que se
sais minerais, através de um deslocam, essencialmente, das
sistema contínuo de vasos folhas para os outros órgãos
especializados no transporte das plantas.
de água e de sais minerais, que
se estende desde as raíz,
passa pelos caules e chega até
O xilema e o floema são tecidos complexos,
ás folhas, e que se denomina formados por diferentes tipos de células
de Xilema. especializadas em funções específicas.

O movimento de água e de solutos no interior da planta


através destes tecidos condutores (xilema e floema)
Seiva Bruta denomina-se de TRANSLOCAÇÃO.
Seiva Elaborada
O que é transportado no xilema e floema ?

• No Xilema é transportada
seiva bruta ou seiva
xilémica: Água + sais
minerais.

• No Floema é
transportada seiva
elaborada ou seiva
floémica: água +
compostos orgânicos.

Translocação: corresponde
movimento da água e solutos
no interior da planta através dos
tecidos condutores.

ACTIVIDADE PÁG. 105 DO MANUAL


O Xilema e o Floema são tecidos complexos, formados por
diferentes tipos de células especializadas em funções
específicas.

Na maioria das plantas o xilema é O Floema, também é constituído por 4


constituído por 4 tipos de células: tipos de células:

•Os Elementos Condutores – células • As Células dos Tubos Crivosos


mortas por onde circulam a água e os sais • As Células de Companhia
minerais (seiva bruta) • As Fibras, de comprimento variável, têm
• Tracoídes ou traqueídeos função de suporte.
• Elementos de Vasos • O Parênquima, que, tal como no xilema, é
formado por células vivas, pouco
•Fibras Lenhosas – são constituídas por diferenciadas. Desempenha funções de
células mortas cujas paredes estão reserva.
espessadas por lenhina, e desempenham
funções de suporte.
• Parênquima Lenhoso – Tecido formado
por células vivas, pouco diferenciadas,
que desempenham funções,
essencialmente, de reserva.
Estrutura do Xilema

Tracoídes
Elementos condutores do xilema:
Tracoídes – células cilíndricas alongadas e de
extremidades afiladas, que contactam entre si
formando tubos que permitem a passagem de água e
sais minerais.

Elementos de Vaso – são células vasculares de


diâmetro superior aos tracoídes. Resultam de células
mortas, que perderam as paredes celulares poros
transversais e cujas paredes laterais apresentam

Elementos de vaso
espessamentos de lenhina (substância que lhe confere
rigidez).

Tracoídes

Tracoídes
Estrutura do Floema:
As Células dos Tubos
Crivosos – são células muito
especializadas, ligadas entre si pelos
topos e cujas paredes de contacto
possuem uma série de orifícios, que
se assemelham a um crivo – Placa
crivosa (possuem microporos). As
células dos tubos crivosos são
células vivas, embora tenham
perdido a maior parte dos
organelos.

As Células de Companhia –
situam-se junto das células dos tubos
crivosos, com as quais mantêm
numerosas ligações citoplasmáticas, Placa
ajudando-as assim no seu crivosa
funcionamento. São células vivas,
possuindo núcleo e os restantes
organelos.
Como estão dispostos os tecidos condutores (xilema e
floema) nas Angiospérmicas ?

Monocotiledóneas Dicotiledóneas

- Possuem sementes com 1 só cotilédone - Possuem sementes com 2 ou mais cotilédones


- Raiz fasciculada - Raiz aprumada
- Folhas paralelinérvias - Folhas palminérvias
- Exemplo: milho,… - Exemplo: feijoeiro, ervilheira,…

Actividade pág. 113

CONCLUSÃO:
O xilema e o floema não são tecidos isolados,
ocorrendo associados nos vários órgãos da planta,
formando feixes condutores, que ocupam posições
relativas diferentes nos vários órgãos da planta, como por
exemplo, nas nervuras das folhas, nos caules e nas
raízes, formando feixes com arranjos distintos.
Como é que a H2O
e os sais minerais se
movem desde o solo
até aos vasos
xilémicos existentes
na raiz? E como é que
a seiva bruta é depois
distribuída pela
planta?

O Transporte no Xilema
A = Xilema, B = Floema.
A maior parte da água e iões/solutos necessários para
as actividades da planta são absorvidos pelo sistema
radicular. A eficiência da absorção da água a nível da raíz
deve-se à existência de pêlos radiculares que aumentam a
superfície de absorção.
Quais os mecanismos implicados na absorção de água e de
solutos (Ca2+, K+, Na+, etc.), através da raíz?

Normalmente, o meio intracelular das células


das raízes é hipertónico relativamente ao
exterior, pelo que a água se move desde o
solo até aos vasos xilémicos existentes no
interior da raíz por OSMOSE.

Os iões minerais presentes no solo, quando em


concentrações elevadas, entram nas células da
raíz por difusão simples (transporte passivo).
No entanto, é usual verificar-se uma elevada
concentração destes iões no meio intracelular.
Neste cado, os iões só entram para as células
da raíz por transporte activo, com consequente
gasto de energia.

O transporte activo destes iões através das


células da periferia da raiz até ao xilema cria um
gradiente osmótico, que faz com que a água
tenda a passar por osmose até ao xilema. A
água e os iões, uma vez chegados ao xilema,
constituem a seiva bruta ou seiva xilémica.
Uma vez no xilema, as substâncias dissolvidas
na água são transportadas de forma passiva.
Ascensão da Seiva Xilémica
O fluxo de seiva xilémica para a parte superior da planta é
bastante rápido e pode alcançar uma altura de mais de 100 metros.

Que mecanismos estarão envolvidos no movimento


ascendente de água e de solutos no xilema?

Hipótese da Hipótese da
Pressão Radicular Tensão-Coesão-Adesão
Hipótese da Pressão Radicular
Em algumas situações a ascensão de água no xilema pode ser
explicada por uma pressão que se desenvolve ao nível das raízes (pressão
radicular) , graças à ocorrência de forças osmóticas.

contínua acumulação de iões


nas células da raíz

Aumento da concentração de solutos nas células da raíz


(células da raiz hipertónicas relativamente ao solo).

Entrada de água por osmose do solo para a raíz.

Acumulação de água nos tecidos conduz ao


desenvolvimento de uma pressão radicular.

A pressão radicular força a água a subir no xilema.

Quando a pressão radicular é muito elevada faz com que a


água ascenda até às folhas.
Evidencias da Pressão Radicular

O efeito da pressão radicular


pode ser observado quando se
efectuam podas tardias em
certas plantas, verificando-se a
saída de água pela zona dos
cortes, num processo
conhecido por exsudação. A
resina e o latex, utilizados na
industria, são exsudações.

Choro da videira (exsudação)

Quando a pressão radicular é


muito elevada, a água é
forçada a subir até às folhas,
onde é libertada sob a forma
líquida, num fenómeno
designado por gutação.
Gutação numa planta Gutação no morangueiro
Problemas da Hipótese da Pressão Radicular

• Os valores da pressão radicular medida em várias


plantas não são suficientemente grandes para
elevar a água até ao ponto mais alto de certas
árvores, como as coníferas.
• A maioria das plantas não apresenta gutação nem
exsudação.
• Existem determinadas coníferas que possuem
uma pressão radicular nula.

Assim, a pressão radicular, não deve ser o


principal factor explicativo da ascensão da seiva
xilémica nas plantas…

Sequóia
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão

Experiências efectuadas mostraram que as Transpiração foliar


plantas absorvem grandes quantidades de água ao
nível da raíz, mas também perdem muita água através
da transpiração. Estes dois fenómenos parecem
estar intimamente relacionados criando uma
dinâmica que explica a ascensão de água nos vasos
xilémicos. Esta constatação levou à formulação da
Hipótese da Tensão-adesão-Coesão.

Absorção radicular
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão

- Ao nível das folhas, a perda de água por


transpiração (1), cria um défice de água, o que
origina uma pressão negativa - TENSÃO na parte
superior da planta que se transmite até ao xilema,
o que determina a absorção de água na raiz (3);

- Devido à polaridade que apresentam, as


moléculas de água unem-se umas às outras por
pontes de hidrogénio, devido a forças de
COESÃO, o que vai facilitar sua ascensão em
coluna no xilema (2);
- As moléculas de água também estabelecem
ligações com as paredes dos vasos xilémicos, por
acção de forças de ADESÃO que vão facilitar,
também, a ascensão da água em coluna (2);

- Estas forças de tensão-coesão-adesão fazem


com que se estabeleça uma coluna contínua de
água no xilema, desde as raízes até às folhas. O
movimento das moléculas de água que se
perdem por transpiração o nível das folhas,
faz mover toda a coluna de água no sentido
ascendente.
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão
explicada passo a passo
Células do mesófilo

Xilema

Estoma
Supõe-se que a tensão produzida pela transpiração é suficiente
para provocar a ascensão da água até uma altura de 150m, em
tubos com o diâmetro dos vasos xilémicos. Assim, o mecanismo
de Tensão-Adesão-Coesão, é hoje em dia, considerado o
processo dominante de translocação xilémica na maioria das
plantas.
O Transporte no Xilema
A = Xilema, B = Floema.
Transporte no floema
A ascensão xilémica garante o
transporte de H2O e sais minerais (seiva
bruta) até às folhas, para aí se produzirem
substâncias orgânicas, através da
fotossíntese. Mas, a fotossíntese não ocorre
em todas as células da planta, pelo que as
substâncias orgânicas produzidas nos órgãos
fotossintéticos (seiva elaborada) são
transportadas para as restantes células da
planta (onde são utilizadas e/ou
armazenadas).

A seiva floémica ou seiva


elaborada, difere da seiva bruta, porque
contém compostos orgânicos resultantes
da fotossíntese, o que lhe confere uma
certa viscosidade. A seiva floémica pode
ainda conter algumas substâncias
minerais e hormonas vegetais.
HIPÓTESE DO FLUXO DE MASSA

Em relação ao transporte da seiva


elaborada, admite que:

1- Os glícidos produzidos nas folhas durante a fotossíntese são


convertidos em sacarose antes de entrarem para o floema,
para serem transportados aos locais onde são armazenados ou
gastos (flores, frutos, sementes, caules, raízes,…)

2- A passagem da sacarose das células das folhas para as


células de companhia do floema ocorre por transporte activo.

3- Seguidamente, a sacarose passa destas células para os


elementos dos tubos crivosos, através das ligações
citoplasmáticas.

4- O aumento de sacarose nas células dos tubos crivosos


provoca a entrada de água, vinda do xilema, nestas células,
que ficam túrgidas.

5- A pressão de turgescência obriga a solução de sacarose a


deslocar-se através da placa crivosa para a célula seguinte
do tubo e assim sucessivamente, em direcção a um local de
consumo ou reserva.

6- No local de consumo a sacarose é removida, o que faz


baixar a pressão de turgescência, e a água volta ao xilema.

O sentido do fluxo é determinado pelas


concentrações relativas de sacarose que é produzida e
utilizada, o que gera um gradiente de concentração
decrescente, desde o local de produção (folhas) até ao local
de consumo ou armazenamento.
Resumindo…

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