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Texto de opinião – Uso excessivo das tecnologias na

adolescência
A relação dos jovens com as tecnologias é saudável?
O uso de telemóveis, computadores, tablets tem aumentado de forma
exponencial na maioria das gerações. Atualmente é considerado anormal um
adolescente não ter pelo menos um destes aparelhos. Com efeito, é inevitável
não estar conectado a eles para qualquer tipo de acesso que seja como: a
informação, amigos, música entre muitos outros e consequentemente o
excesso leva à dependência.
A meu ver, o uso da tecnologia em excesso e em idades mais novas pode ser
muito prejudicial para o crescimento da criança/ adolescente assim como ser
uma relação não saudável. Reajo com estranheza por exemplo quando vejo
uma criança tão nova já dependente do telemóvel e com isso relembro que
quando eu tinha aquela idade não estava sempre a olhar para um ecrã. Acho
que as crianças precisam de tempo para se aborrecerem, necessitam daqueles
momentos em que a criança chateada diz à mãe “não sei o que fazer” e a mãe
responde “inventa” esses momentos são fundamentais para o crescimento
saudável e para a estimulação da criatividade. E por isso na minha opinião
acho a relação dos jovens com as tecnologias uma relação não saudável
nestes casos, as crianças precisam de tempo para se aborrecerem e não
ficarem coladas ao telemóvel.
Além disso, é normal que quando se utilizam esses aparelhos também
tenhamos acesso ás redes sociais uma outra relação que se não for controlada
pode causar muitos problemas. De acordo com inúmeros estudos, os mesmos
alertam para as redes sociais poderem afetar a forma como os adolescentes se
veem, assim como as relações que criam com quem os rodeia. As
comparações sociais e as interações negativas, incluindo o bullying, foram
alguns dos problemas detetados. Em muitos tem se dito que as “social media”
passam uma ideia de “normalização da automutilação e do suicídio entre os
jovens”, ou seja, assunto grave que tem vindo a ter interpretações diferentes.
Inclusive nota-se que a relação entre adolescente e até mesmo adultos na
maioria das vezes não é saudável com as tecnologias, pois outro estudo em
Ontário (Canadá) revela que a percentagem de adolescentes identificados
como tendo problemas de saúde mental tem vindo a aumentar: em 2013 eram
24%, subiu para 34% em 2015 e chegou aos 39% em 2017, o que se prevê
que atualmente tenha aumentado mais. Em Portugal também as consultas de
apoio a crianças e jovens nos serviços de saúde por questões de saúde mental
aumentaram.
Vários investigadores sublinham ainda que o problema afeta mais as raparigas:
os casos de automutilação feminina dispararam entre 2009 e 2014, tendo-se
registado um aumento de 110%. No Canadá, o suicídio é a segunda maior
causa de morte entre os jovens, uma realidade que se repete noutros países,
razão mais que suficiente para controlar este uso de tecnologias.
Assim como um estudo conduzido pelo International Center for Media & the
Public Agenda (ICMPA) deu o alerta: 4 em cada 5 estudantes sentiam-se
cansados fisicamente e mentalmente e com a sensação de estarem isolados
se fossem forçados a estar afastados de qualquer tipo de tecnologia durante
um dia inteiro. Segundo o estudo, a abstinência do uso de aparelhos poderia
ainda originar crises de ansiedade e depressão. Será isto considerado uma
relação saudável? Óbvio que não.
E ainda que compreensível os pais darem um telemóvel aos filhos para
poderem ter momentos de sossego e descanso tem que ter em atenção alguns
pormenores para que no futuro a criança não venha a ter problemas causados
pelas tecnologias em excesso. No meu ponto de vista oferecer um telemóvel a
uma criança só numa fase mais avançada onde a mesma já possa ter
consciência das consequências do mesmo para que possa evitar uma relação
não saudável.
Para concluir, é quase impossível os jovens não serem atraídos pela
tecnologia. É possível tirar partido dos aparelhos sem que o bem-estar e a
saúde sejam postas em causa, contudo é cada vez mais evidente que a
relação jovem e tecnologia na maioria dos casos não é saudável. Porém como
em tudo, moderação é o segredo e sempre que possível, os pais devem ser os
“fiéis da balança”. Os jovens devem ser encorajados a praticar exercício físico,
atividades ao ar livre e em família, conversar com os amigos fisicamente em
vez de trocarem mensagens e descobrirem hobbies que lhes deem prazer e
que sejam relaxantes.

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