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As redes sociais têm impacto na saúde mental dos

adolescentes?

Adolescência é uma fase cheia de mudanças. E nos últimos anos, esses grandes desafios
emocionais e de saúde mental, novas experiências e vários outros detalhes vieram
acompanhados da explosão de uso das redes sociais.

Poder acompanhar de pertinho os ídolos que moldam os gostos de quem está nesse
momento de vida, compartilhar experiências, explorar sua criatividade e interesses, estar
sempre em contato com os amigos e até mesmo facilitar tarefas escolares estão entre as
grandes vantagens dessa modernidade toda, é claro!

Mas passar tempo demais em redes sociais e consumir conteúdos sem nenhum tipo de
filtro ou atenção aos excessos é algo potencialmente prejudicial — e jovens estão
cientes disso.

De acordo com pesquisas sobre tecnologia e adolescentes feita pela Infobase Interativa
em 2019, 64% dos adolescentes entrevistados estão diminuindo conscientemente o uso
de suas redes sociais.

E os motivos são vários: a sensação de passar muito tempo online, o desejo de mais
privacidade, a falta de interesse e a percepção de que, por algum motivo, o uso trazia
algum tipo de negatividade.

A preocupação é também sobre o despontar de transtornos depressivos e de ansiedade


– mas… sabia que as redes sociais não são a exata causa disso?

Redes sociais não geram problemas por si só

A psicóloga clínica Gabriella Meiglin Machado esclarece que as redes sociais não geram
problemas psicológicos por si só: “Elas não criam nada, mas, se usadas de forma
indevida, fomentam aquilo que já faz parte do indivíduo. Então para um jovem que já se
sente inseguro sobre a própria aparência, passar tempo demais vendo fotos manipuladas
e consideradas ‘perfeitas’ só potencializa essa característica”.
Os hábitos ruins que podem prejudicar o desenvolvimento emocional e social são vários.
A contagem de curtidas, necessidade de autoafirmação por meio de fotos e legendas, a
ideia de que pode estar perdendo eventos e passeios interessantes e a constante
necessidade de checar suas notificações para buscar novas interações.

Por exemplo, são sinais de aumento da ansiedade: “Ela está muito ligada à necessidade
de reconhecimento e aceitação. O jovem passa a ansiar por aprovações o tempo inteiro
e acaba perdendo a noção de que nem sempre o que aparece na internet reflete a vida
real”.

Cyberbullying

O isolamento social e a falta de interações no mundo real podem estimular


comportamentos depressivos. Além disso, o cyberbullying — nome dado ao bullying
sofrido on-line — pode ser um agravante da situação.

“O adolescente pode internalizar todos os ataques e, ao comparar sua realidade à vida


alheia, passa a achar mesmo que é uma pessoa fracassada”. O desenvolvimento desses
sintomas, então só aumenta junto com a sensação de isolamento.

A distorção da imagem corporal também é um risco: “O jovem está exposto a fotos que
valorizam um certo tipo físico e pode começar a buscar um corpo ideal que, na verdade,
nem existe. Há inúmeros aplicativos de retoque e ver tudo isso sem saber que as
imagens foram modificadas é nocivo e pode contribuir para o surgimento de transtornos
psicológicos e alimentares”.

Como estimular o bom uso das redes sociais?

Gabriella esclarece que dar ferramentas para que os adolescentes lidem de maneira
saudável com as redes sociais é essencial. E um diálogo respeitoso é o melhor
instrumento para isso.

“O controle rígido e as famosas ‘varreduras’ nos computadores e celulares não


funcionam.” É preciso dar liberdade e entender os limites da privacidade dos jovens para
que eles se sintam respeitados e validados.

“Proibir o uso não é o caminho, já que, provavelmente, o jovem usará as redes


escondendo tudo dos pais, o que não é saudável”. O conselho, na verdade, vale para o
controle de excesso de qualquer situação!

Chegar em um meio termo sobre controle e respeito é sempre importante –


especialmente quando o objetivo é instruir o jovem para que cresça sempre consciente
de seus limites em qualquer situação da vida.
“O melhor caminho é o diálogo, estabelecer um papo aberto, sem julgamentos e
preconceitos. A conversa não deve ter um tom de cobrança, mas sim de instrução,
explicando quais são os benefícios, os perigos e como se proteger”.

De acordo com a psicóloga, a aproximação faz com que o jovem procure pelos pais ou
responsáveis caso esteja com problemas. “O diálogo gera confiança!”, pontua.
É importante ressaltar que as próprias redes possuem recursos de prevenção e cuidado
com esses sintomas. O Instagram , por exemplo, exibe uma mensagem amigável de
ajuda para quem procura por tags como #ansiedade.

Esse é um recurso que garante atenção para aqueles que podem precisar de ajuda, mas
que talvez não saibam bem como pedir por ela.
Todos estamos unidos para uma internet de hábitos cada vez mais saudáveis nas redes
sociais, que sempre considere a saúde mental como prioridade! 🙂

#temhorapratudo. E a hora do papo sincero entre pais e filhos é uma das mais
importantes! Que tal mostrar essas dicas para pais e mães que você conhece?
Fonte: Dialogando - As redes sociais têm impacto na saúde mental dos adolescentes? (2019)

Comentário(s)

Guilherme Alves 13/09/2020 19:44

Parabéns pelo conteúdo, me ajudou muito com um tema de redação nessa proposta de texto. Além do
mais, me estimulou muito adentrar no assunto de acordo com os benefícios e malefícios do uso das
redes sociais pelos jovens. Agradeço muito!

Dialogando 14/09/2020 16:06

Obrigado pelo comentário, Guilherme! Continue acompanhando o Dialogando :)

Denise Teixeira de Abreu 25/02/2020 18:54

As redes sociais te promove mas também te entrega, principalmente quando tem investigação social. Há
situações que boca fechada não entra mosca, não deve mostrar em público.

Dialogando 27/02/2020 16:35

Olá Denise! É realmente importante usar as redes sociais com responsabilidade, tomando sempre
cuidado de não compartilhar informações ou dados pessoais sensíveis. Usando de forma
consciente, as redes sociais podem ser um ótimo passatempo e fonte de conhecimento :)

Enoely 04/06/2019 22:06

Excelente conteúdo.
Tenho filha adolescente e esse tem sido o meu grande desafio com ela.
Parabéns e
que venham mais textos assim!

Dialogando 19/06/2019 20:54

Oi, Enoely! O importante é incentivar o uso saudável das redes sociais, principalmente no período
da adolescência. Esperamos que esse conteúdo te ajude nesse desafio! Obrigado pelo seu
comentário! ❤

Marcos Alves Lima 03/06/2019 15:03


Muito bom o conteúdo da matéria. Li esse final de semana uma matéria no portal UOL sobre a geração
"Z". Uma pesquisa feita aqui no Brasil e nos EUA trouxeram essa mesma visão: ativos no mundo virtual e
inibidos no mundo real. O consumismo superando temas com o espiritualidade e vida em família.
Precisamos alertar esses jovens que o domínio da tecnologia deve caminhar em paralelo com sua
jornada pessoal, sem afetá-la ou conduzí-la a uma ausência de humanidade. Como no comercial da
VIVO sobre a #temorapratudo, às vezes a melhor conexão é o olho no olho, o pegar pela mão, o abraço
carinhoso e sincero. Abraços.

Dialogando 19/06/2019 20:56

Oi, Marcos, que bom que você curtiu o nosso conteúdo! É sempre bom incentivar o uso da
tecnologia de forma consciente e de maneiras saudáveis! Continue acompanhando nossos
conteúdos para mais textos como este ?

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