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ATIVIDADE AVALIATIVA AV1 - ARTICULANDO FATOS COM A TEORIA.

josenice Dias

Adolescentes usam redes sociais para se diagnosticarem com TDAH, autismo e outros distúrbios.

As redes sociais têm se tornado uma parte integrante da vida de muitos adolescentes, proporcionando-
lhes uma plataforma para se expressarem, se conectarem com os outros e obterem informações sobre
uma variedade de tópicos. No entanto, nos últimos anos, tem havido um aumento preocupante no uso
das redes sociais por adolescentes para se autodiagnosticarem com transtornos e distúrbios, como
ansiedade, depressão, transtorno do espectro autista, transtorno alimentares entre outros.

Na reportagem de Samantha Murphy Kellyda (CNN), podemos ver como a dependência das mídias
digitais proporcionou possíveis riscos na saúde mental das pessoas principalmente aos adolescentes, de
modo que a depressão, ansiedade e doenças relacionadas a alimentação e ao sono tem crescido nesses
últimos anos. Muitos fatores contribuíram para esse crescimento, dentre eles o isolamento devido a
pandemia da COVID-19. A facilidade de acesso as redes sociais onde muitos adolescentes usam esses
aplicativos para pesquisar vídeos sobre diagnósticos de saúde mental. Enquanto outras pessoas navegam
no TikTok e no Instagram em busca de receitas, memes e notícias mais leves.

Nessa notícia da CNN um dos depoimentos é de um pai de uma adolescente de 14 anos onde o mesmo
afirma que sua filha usa esses aplicativos para pesquisar vídeos sobre diagnósticos de saúde mental. Ele
afirma que sua filha tinha um diagnostico diferente toda semana. E que depois de passar por alguns
testes de saúde mental e exames médicos a mesma foi diagnosticada com ansiedade severa por um
profissional. Vale ressaltar que quando alguns adolescentes decidem que têm uma condição, pode ser
difícil convencê-los do contrário.

Quando se trata de adolescentes que usam redes sociais para se diagnosticarem, nos gera preocupações,
tanto como pais, como profissionais da saúde. Principalmente com as questões que afetam o
adolescente em relação aos seus sentimentos, comportamentos e as influência da cultura através das
redes sociais. Todavia, esses tipos de pesquisa realizadas por esses adolescentes requer uma atenção
maior, uma vez que esses tipos de diagnósticos podem serem usados como forma de escudo ou
justificativa de comportamento em situações sociais, como por exemplo diminuir as expectativas dos
outros sobre suas habilidades diante do convívio social, como também, pode diante de autodiagnostico
com transtorno alimentar encontrar comunidades online que promovem e normalizam comportamentos
alimentares perigosos. Isso pode agravar ainda mais a situação do indivíduo e dificultar a busca por
ajuda profissional adequada.

Como aborda, Erik Erikson (um renomado psicólogo do desenvolvimento), em sua teoria psicossocial,
descreve que na adolescência o indivíduo vive um conflito entre identidade versus confusão de papéis.
Erik acreditava que os adolescentes precisam explorar suas identidades de forma saudável e autêntica,
desenvolvendo um senso de quem são e o que valorizam, ou seja, nos nossos dias atuais para o
adolescente ter uma saúde mental saudável é necessário buscar sua identidade através de experiências
genuínas e relacionamentos significativos. Quanto que o uso excessivo das redes sociais pode limitar
essas experiencias privando assim as oportunidades de interação e exploração do mundo real para esses
adolescentes. Levando o indivíduo a não ter um desenvolvimento sólido, prejudicando seu alto
conhecimento sobre si mesmo e sobre conhecer seus limites.

Para amenizar os efeitos negativos do autodiagnóstico nas redes sociais, é essencial que haja uma
combinação de esforços entre pais, educadores, profissionais de saúde mental e as próprias plataformas
de mídia social. Os pais precisam dialogar com os seus filhos sobre o que estar acontecendo nesse
mundo virtual e estarem atentos quanto ao tipo de conteúdo que os filhos estão acessando, embora
saibamos que é uma situação difícil e que não é possível controlar totalmente o acesso as redes.
Portanto, é de grande importância incentivar os adolescentes a buscarem ajuda de profissionais
qualificados; para que os mesmos realizarem avaliações e testes psicológicos adequadas. Dessa forma
podemos proporcionar uma orientação especializada e recomendar o tratamento adequado, se
necessário. Do contrário essas informações obtidas podem causar impacto negativo reforçando
comportamentos prejudiciais.

A psicologia desempenha um papel fundamental no contexto do autodiagnóstico nas redes sociais entre
adolescentes. Os profissionais de psicologia podem atuar de várias maneiras para abordar essa questão.
Na educação e conscientização sobre saúde mental, tanto em escolas quanto em comunidades online.
Eles podem fornecer informações precisas e atualizadas sobre transtornos mentais, ajudando os
adolescentes a entenderem a importância de diagnósticos adequados e os riscos do autodiagnóstico.
Realizando uma avaliação adequada de suas preocupações e sintomas. Por meio de entrevistas clínicas e
testes psicológicos, os profissionais podem determinar se há uma necessidade real de diagnóstico e
tratamento. Eles também podem fornecer orientação e informações relevantes sobre os diferentes
transtornos e distúrbios, ajudando os adolescentes a compreenderem melhor suas experiências.

Apoio emocional e terapia, para aqueles que estão lidando com preocupações de saúde mental, os
psicólogos podem oferecer apoio emocional e terapia individual ou em grupo. Eles podem auxiliar os
adolescentes a explorarem suas emoções, desenvolverem habilidades de enfrentamento eficazes e
trabalharem na construção de uma autoimagem positiva.

As plataformas de mídia social devem se esforçar para promover fontes confiáveis de informação sobre
saúde mental e desencorajar a disseminação de conteúdo não verificado ou sensacionalista, porque os
comportamentos decorrentes do uso indiscriminado das redes sociais e da internet impactam nas
relações dos adolescentes com seus familiares e em todo convívio social.

No entanto, é importante lembrar que cada pessoa é única e nem todos os adolescentes que usam as
redes sociais para se diagnosticar estão fazendo isso de forma prejudicial. O contexto e as intenções
individuais devem ser considerados para entender melhor a situação de cada adolescente em particular,
levando em consideração fatores biopsicossociais.
Referências

https://www.cnnbrasil.com.br/saude/adolescentes-usam-redes-sociais-para-se-diagnosticarem-com-
tdah-autismo-e-outros-disturbios/

https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/30898

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