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Impacto sobre a criança e o adolescente

A participação da mídia televisiva na vida de todos e,


principalmente, na das crianças e adolescentes é enorme. Ela
forma opiniões, cria conceitos, direciona o consumo e influência o
comportamento. As crianças, em especial, imitam o que vêem na
tela ou incorporam padrões de comportamento por ela
propostos.
Cada vez mais cedo, as crianças entram em contato com o
universo comunicativo. Sabendo disso, e por considerá-las um
público de fácil persuasão, as crianças frequentemente são alvos
de publicidades. É só ligar a TV ou acessar a internet, para que se
possa constatar de que maneira as nossas crianças são
bombardeadas, por informações que as induzem ao consumo.
São propagandas de alimentos, roupas, brinquedos, produzidos
de forma lúdica com elementos do universo infantil e palavras
imperativas como: compre, use, tenha etc.

Esses anúncios têm como único objetivo invadir o imaginário


infantil e criar necessidades de consumo que, na maioria das
vezes, são inexistentes. O público infantil está especialmente
vulnerável ao marketing, por sua dificuldade em perceber a
intenção persuasiva que motiva a propaganda.
O poder da mídia afeta as famílias, mas ao mesmo tempo é
permitido pela própria. Sendo assim, a mídia tem uma parcela de
responsabilidade sobre o aumento do consumo de jogos
eletrônicos pelas crianças e adolescentes, pois através de
propagandas, tanto em TVs, internet e outros meios, acabam
estimulando-as a quererem ter determinado brinquedo e, ao
terem, não ficam satisfeitos, devido a dia após dia a mídia
apresentar outro modelo, e os pequenos já não vão querer o que
tem, desejando o mais moderno.
Diariamente, são exibidas cenas de violência através de jornais,
filmes, novelas e outros programas e meios de comunicação. A
violência tem uma dimensão estética, muitas vezes estas cenas
são embelezadas, estetizadas e repetidas sem cessar em vários
programas, desde o drama romântico ao desenho animado em
que os gêneros são de ação; as crianças entram nesses
personagens protagonistas e a tendência sempre é combater o
mal (imaginário) de forma violenta, reproduzindo o que é visto
na televisão

Grande parte dos programas que exibem violência não é aberta


às crianças, porém muitas acabam assistindo devido a estarem
sozinhos em casa, ou até mesmo assistem escondidas.

Crimes, drogas, sexo, zumbis, vampiros: cenas comuns na


programação da TV, nos cinemas e em jogos de videogame. Se,
para adultos, são apenas entretenimento, para crianças e
adolescentes, em processo de desenvolvimento intelectual e
social, esses conteúdos podem assumir outro sentido e se tornar
um problema, principalmente quando lhes faltam limites e
orientação da família.

Os especialistas reforçam, que cabe à família estabelecer limites,


dialogar e ensinar aos mais novos a diferença entre ficção e
realidade. Além da incorporação de comportamentos exibidos,
distúrbios do sono, sexualização precoce, sedentarismo, mau
desempenho escolar e diminuição da interação social estão entre
as prováveis consequências do excesso de tempo gasto em
frente a uma tela.
Influência da mídia social em crianças e adolescentes

1. Redes tornam tanto crianças quanto adolescentes mais


influenciáveis.
Adolescentes estão se preparando para a vida independente,
então construir laços para além da família é fundamental nesta
fase. É natural que a aprovação e feedback do grupo influenciem
os comportamentos do adolescente. No entanto, antes das redes
sociais, precisavam sair de casa para encontrar a aprovação ou
reprovação dos amigos. Existia um tempo de reflexão individual.
Hoje, os adolescentes recebem estes sinais o tempo todo. Outro
fator importante é que na comunicação offline você precisa
refletir sobre o que os outros estão pensando. Nas redes, isso
não é necessário – o número de likes e seguidores deixa claro o
que é desejável. Quando batem o olho em uma foto ou um
perfil, os adolescentes já sabem o que devem fazer ou quem
devem ser para serem populares. Um estudo feito na
Universidade da Califórnia, identificou que quando os
adolescentes viam fotos com muitos likes, áreas do cérebro
relacionadas à memória, imitação e reforço de comportamento
ficavam mais ativas. Quando as fotos com muitos likes envolviam
comportamentos como fumar maconha ou beber, havia uma
redução de atividade na área cerebral relacionada ao controle de
impulsos. Vale lembrar que adolescentes ainda não tem um
autoconceito e identidade formados. Ou seja, temos a receita
certa para que eles se tornem mais influenciáveis e
manipuláveis.
2. As redes provocam o vício
Sean Parker, o primeiro presidente do Facebook, declarou que a
ferramenta foi desenhada para explorar a vulnerabilidade
psicológica humana, já que em cada like ou interação positiva,
nosso cérebro produz dopamina, um hormônio relacionado ao
prazer que é altamente viciante. A dopamina está envolvida no
vício em redes sociais, e diversos outros vícios como drogas e
jogos. Um outro fator fundamental para o vício é a velocidade
em que os usuários recebem o reforço. Quanto mais rápido vem
o reforço, mais viciante é o comportamento. No caso das redes,
likes são comunicados em tempo real, a todo momento, nos
bolsos dos jovens. É claro que todos nós podemos nos viciar nas
redes sociais. Mas as crianças e adolescentes são muito mais
vulneráveis. Primeiro porque o cérebro deles ainda está em
formação. Segundo, porque nesta fase a aprovação social é
naturalmente sobrevalorizada.

3. Prejudica a autoimagem
Uma das principais tarefas da adolescência é a construção da
identidade. Adolescentes são autocentrados porque estão
obcecados em descobrir quem são. E para descobrirmos quem
somos, olhamos em volta. Comparamos nós mesmos com as
outras pessoas para descobrirmos similaridades e diferenças. O
problema é que nas redes, o adolescente compara a vida e
imagem que tem, com fragmentos das vidas de outras pessoas,
propositalmente editados para impressionar. Antes das redes,
falava-se que as modelos magérrimas das revistas contribuíam
para a baixa autoestima e problemas alimentares entre jovens.
Hoje, são os próprios amigos quem postam essas imagens
perfeitas e editadas. Quando os adolescentes criam uma imagem
alterada por filtros, edições e recortes, e recebem a aprovação
dos pares, eles se sentem motivados a repetir esse
comportamento. O problema é que quando a imagem que eles
apresentam nas redes não condiz com quem eles veem no
espelho, fica mais difícil gostarem de quem são de fato. Por
outro lado, se eles recebem silêncio, cancelamento e
comentários maldosos, eles se sentem inferiores e aprendem
que precisam ser ou pensar diferente. Eles se tornam mais
inseguros e propensos a construírem imagens falsas de si
mesmo.

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