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“Para conseguir o que quer, você deve olhar além do que você vê.”

(Rei Leão)
SMARTPHONES NO AMBIENTE
EDUCACIONAL
 Pode parecer normal checar o celular dezenas ou centenas de vezes ao dia, mas
esse comportamento dependente tem nome: “NOMOFOBIA”; é uma condição que
afeta quem é viciado em smartfones a ponto de não conseguir ficar longe da tela.
Um estudo publicado no International Journal of Environmental Research and
Public Health identificou uma relação entre o uso excessivo de celulares e
problemas de autoestima, controle emocional e solidão.
 Os pesquisadores concluíram que altos níveis de NOMOFOBIA geram menos
autocontrole, deficiências em tarefas cognitivas e tempos de reação mais lentos.
Em contrapartida, níveis mais baixos de dependência de aparelhos celulares
geram uma melhor percepção de bem-estar e qualidade de vida, com menos
procrastinação e medo de exclusão.Além de passarem mais tempo em seus
celulares, pessoas com maior dependência apresentaram pior memória, tempo de
reação visual, tempo de reação a estímulos auditivos, capacidade de inibir a
resposta motora e inibição comportamental.
 A ampla utilização das redes sociais e a multiplicação do acesso aos vários
aplicativos e jogos online direcionados às crianças e adolescentes prolongam
o tempo de utilização de equipamentos como celulares e tablets.

 Um levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou


que os moradores das capitais brasileiras e do Distrito Federal aumentaram o
tempo gasto no lazer em celular, computador ou tablet de 1,7 para 2 horas
por dia, entre 2016 e 2021.
 A coordenadora do Grupo de Saúde Digital da Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP), Evelyn Eisenstein, afirma que não existe uma idade ideal para
introduzir o uso desses aparelhos na vida de crianças, sendo recomendado o
estabelecimento de limites por pais e cuidadores.

 “O problema é: o que essa criança está deixando de fazer para ficar sob a
tela? Sempre que possível, a criança tem de brincar, porque é por meio da
brincadeira que ela desenvolve suas habilidades psicomotoras. Quando a
criança deixa de fazer, por exemplo, o que chamamos de rotina de casa,
como tomar banho, pula refeições e quer ficar o tempo todo no celular,
ela vai criando uma patologia, doença mesmo, que é a dependência do
mundo digital”, diz Evelyn em comunicado.
 Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, feita com crianças e
adolescentes sobre o acesso e uso da rede, revela que houve um
crescimento significativo na proporção de usuários da rede na faixa de 9 e
10 anos (92% em 2021, frente a 79% em 2019).

 “De um lado, a gente fala que é bom, claro. Mas, como pediatra, tenho
que falar dos riscos. Existe o outro lado das telas, o dos riscos à saúde”,
afirma. A médica afirma que a dep endência digital é um processo que
torna a criança mais “acelerada”, porque provoca uma alternância de
humor, em que a criança fica mais irritada ou mais chorosa. “Isso está
relacionado à liberação de dopamina, um neurotransmissor cerebral que
deixa a criança reagindo assim”, detalha.
 Além disso, o comportamento dos pais tem influência direta no consumo
digital dos filhos, explica a pediatra. “Estamos falando cada vez mais de os
pais desconectarem e caminharem com seus filhos. Aproveitar, por
exemplo, o fim de semana com um passeio ao ar livre. Os pais que estão
conectados o tempo todo servem como modelo referencial para a criança
e nem percebem o risco. Dessa maneira, vai se criando uma
codependência”, diz Evelyn.
De acordo com a SBP, a dependência digital e o excesso da exposição
aos
recursos tecnológicos podem levar a problemas como:

 Danos à saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;


 transtornos do déficit de atenção e hiperatividade;
 distúrbios do sono;
 transtornos de alimentação, como sobrepeso ou obesidade e anorexia
ou
bulimia
 sedentarismo e falta da prática de exercícios;
 bullying e cyberbullying;
 problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador;
 problemas auditivos, como perda auditiva induzida pelo ruído,
 e transtornos posturais.
 O uso excessivo de smartphones e das redes sociais está deixando as
pessoas mais infelizes, deprimidas e ansiosas, e é hora de a humanidade
reavaliar de maneira muito séria seu relacionamento com a tecnologia. É o
que afirma Anna Lembke, professora e chefe da clínica especializada em
vícios da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

 "Quando nos afastamos de nossos telefones, entramos em abstinência.


Sentimos ansiedade, irritabilidade, insônia. Então, em algum nível, somos
realmente viciados em nossos smartphones", diz.

 Autora de Nação dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando
infelizes e o que podemos fazer para mudar, a pesquisadora americana alerta
para os perigos do "ciclo da dopamina", uma reação natural do corpo que
busca re balancear o excesso antinatural de dopamina injetado por
comportamentos ou drogas.
 "Quando usamos uma droga que aumenta temporariamente o disparo de
dopamina bem acima da linha de partida natural, o nosso cérebro deseja
retornar à homeostase, o seu funcionamento normal. Por isso, ele regula a
balança novamente, limitando a liberação até um ponto muito baixo, onde
sentimos os sintomas de abstinência, como a ansiedade e depressão.
Portanto, esse é o estado de dor", afirma.

 Lembke explica que a busca por sair dessa situação dolorosa de abstinência
cria uma forma de vício em que o uso se torna responsável apenas por fazer o
usuário parar de sentir tal desconforto.
 Além disso, tal compulsão tem sido capitalizada por políticos extremistas,
afirma ela. "As redes também criaram uma droga muito potente por meio da
indignação e de uma espécie de tribalismo, em que as pessoas sinalizam seu
pertencimento expressando pontos de vista extremos. É assim que as
pessoas se conectam ou sinalizam que pertencem a uma tribo ou outra",
explica.

 Levando em conta tudo isso, a pesquisadoradefende que governos


e a
sociedade civil pressionem por mudanças na regulação das tecnologias.
 O resultado de uma pesquisa divulgado recentemente pela Max Spielmann
mostra que o momento vivido pelas câmeras digitais e profissionais está cada
vez menos popular entre os amantes da fotografia. Isso porque 92,5% das
fotos tiradas diariamente em todo o mundo são capturadas utilizando
smartphones ao invés de câmeras fotográficas tradicionais.

 O fenômeno não é visto por especialistas como uma tendência passageira,


mas um reflexo de como as mídias sociais conseguiram mudar
consideravelmente a maneira como as fotos são compartilhadas
atualmente. O impacto das redes sociais na indústria fotográfica é
significativo, com plataformas como Instagram e TikTok incentivando o
consumo e a criação de conteúdo visual.
 Tudo isso é um processo químico, que ocorre dentro do nosso cérebro
através da dopamina. Estimulado por comentários e curtidas, o
neurotransmissor é liberado, provocando prazer e satisfação.

 Alerta: Só que a dopamina vicia. Checar o celular o tempo todo, clicar em


notificações, ficar rolando infinitamente as timelines sem buscar algo
determinado, pode gerar um looping altamente perigoso para a saúde.
 Mas como saber se sou dependente digital? De acordo com a psiquiatra
Julia Khoury, um dos principais sinais de quem abusa da tecnologia ou é
viciado nela é a síndrome de FOMO.

 A palavra é uma sigla em inglês de "fear of missing out", que, traduzida


para
o português, seria algo como "medo de ficar de fora".

 O tempo todo que a pessoa recebe notificação é um convite para um ritual


de checagem regular, porque ela fica olhando para a tela, principalmente
quando recebe uma notificação, por medo de perder coisas importantes,
informações que ela considera importantes. — Julia Khoury, psiquiatra
 A consequência é o desenvolvimento de sintomas de ansiedade e problemas
de atenção, o que pode evoluir para quadros mais graves, como a Síndrome
de Burnout, causada pelo esgotamento mental, ou o Transtorno de Déficit
de Atenção (TDA).

 “A pessoa se sente o tempo todo com excesso de estímulo, não consegue


descansar”, explica a psiquiatra. “A gente tem visto uma prevalência cada
vez maior de pessoas com dificuldade de concentração”, afirma também.
 Celulares, tablets e smartwatches serão amplamente banidos das salas de
aula na Holanda a partir de 1º de janeiro de 2024, disse o governo holandês
na terça-feira (4), em uma tentativa de limitar as distrações durante as
aulas.

 Os dispositivos só serão permitidos se forem especificamente necessários,


por exemplo, durante aulas de habilidades digitais, por motivos médicos ou
para pessoas com deficiência.

 “Embora os telefones celulares estejam interligados com nossas vidas, eles


não pertencem à sala de aula”, disse o ministro da Educação, Robbert
Dijkgraaf, em um comunicado. A proibição é resultado de um acordo entre
o ministério, escolas e organizações relacionadas.

 As escolas podem encontrar sua própria maneira de organizar a proibição,


disse Dijkgraaf, mas as regras legais seguirão se isso não produzir
 O Ministério da Educação da Itália publicou uma circular nesta terça-feira (20)
em que proíbe o uso de celulares e dispositivos eletrônicos análogos em salas
de aula de todo o país.

 O documento não prevê punições e autoriza a utilização apenas com "fins


didáticos". Segundo a circular assinada pelo ministro Giuseppe Valditara, o
uso de celulares é "um elemento de distração própria e dos outros e uma
falta de respeito em relação ao corpo docente, ao qual é prioritário devolver
autoridade".
 O documento ratifica decisões já adotadas em 1998, pelo Estatuto
dos
Estudantes, e 2007, por outra circular ministerial.

 "O interesse dos estudantes que nós precisamos proteger é ficar nas salas
para aprender e distrair-se com o celular não permite seguir as lições de
maneira profícua, além de falta de respeito com a figura do professor. O
interesse comum que quero seguir é o de uma escola séria, que coloque no
centro a aprendizagem e o compromisso", acrescentou o ministro.
 A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou um decreto proibindo o uso de
aparelhos celulares durante as aulas da rede municipal. A medida foi
publicada no Diário Oficial da cidade desta segunda-feira (7).

 O texto também veda o uso de celular e outros dispositivos tecnológicos


fora da sala de aula nas escolas cariocas quando houver explanação do
professor durante a realização de trabalhos na escola.
 Conforme diz o decreto, os aparelhos só poderão ser utilizados com
autorização dos professores para fins pedagógicos. Como exemplos, o
texto cita pesquisas, leituras, a plataforma de educação online Rioeduca.

 Alunos com deficiência que dependam do celular para suprir suas


necessidades ou que precisem dele para monitorar sua saúde também
poderão usar o equipamento.

 A Prefeitura orienta os alunos cariocas a guardaram os celulares na


mochila e deixá-los desligados ou em modo silencioso — inclusive
durante o uso autorizado pelo professor. O decreto autoriza os
professores a “advertir o aluno e/ou cercear o uso dos dispositivos
eletrônicos em sala de aula, bem como acionar a equipe gestora da
Unidade Escolar”.
 Tramita na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) um Projeto de
Lei (PL) que amplia a proibição do uso de celular dentro de escolas, teatros,
cinemas, igrejas, salas de aula e b ibliotecas.
 Em MG, conversar por telefone móvel nesses lugares já é proibido desde
2002. No entanto, o deputado estadual Alencar da Silveira Jr. (PDT)
entende que a regra deve valer não só para a conversação, mas para o
uso em geral, sobretudo em lugares de estudo.
 No texto, o parlamentar defende que, além do veto à utilização dos
equipamentos, haja aplicação de multas para os locais que descumprirem a
medida. Os estabelecimentos também serão obrigados a fixar avisos sobre a
proibição, tanto na entrada quanto no interior. O PL 1136, de 2019, já
passou pelas comissões de Cultura; Educação, Ciência e Tecnologia; e
Constituição e Justiça. Agora, aguarda a votação em plenário, que ainda
não tem data definida.
 Um em cada quatro países do mundo proíbe ou tem políticas sobre o uso do
celular em sala de aula, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira, 26,
pela Unesco. Entre os que recentemente anunciaram a proibição
estão Finlândia e Holanda. Estudos mostram impactos do smartphone na
aprendizagem e na concentração dos estudantes, principalmente porque os
distrai durante a aula.

 “As notificações recebidas ou a mera proximidade do celular podem ser uma


distração, fazendo com que os alunos percam a atenção da tarefa. O uso de
smartphones nas salas de aula leva os alunos a se envolverem em atividades
não relacionadas à escola, o que afeta a memória e a compreensão”, diz o
Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023 da Unesco, intitulado
“A tecnologia na educação, uma ferramenta a serviço de quem?”
 O documento, que reúne evidências de pesquisas do mundo todo, expõe os
benefícios da tecnologia na educação, mas faz também uma leitura crítica
do uso não regulado e não moderado por educadores. É a primeira vez que
o relatório anual da Unesco discute a tecnologia.

 Segundo o texto, os smartphones foram banidos total ou parcialmente no


México, Portugal, Espanha, Suíça, Estados Unidos, Letônia, Escócia e em
províncias do Canadá. Na França, por exemplo, apesar da proibição, o
aparelho pode ser usado por certos grupos de alunos, como os com
deficiências, ou quando está claro o uso pedagógico. Países asiáticos e
africanos são os que mais têm leis sobre o assunto, como Uzbequistão,
Guiné e Burkina Faso. Em Bangladesh, nem os professores podem usar o
aparelho em sala.
 No Brasil, não há lei que proíba o uso de celulares. Escolas particulares têm
regras próprias sobre o uso do aparelho, permitindo ou não de acordo
com o uso e a idade do aluno. Um projeto de 2015, ainda em análise na
Câmara dos Deputados, proíbe “o uso de aparelhos eletrônicos portáteis,
como celulares e tablets, nas salas de aula da educação básica e superior
de todo o País”.

 De autoria do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), ele prevê que os


aparelhos só serão permitidos “se integrarem as atividades didático
pedagógicas e forem autorizados pelos professores”.
 O ministro da Educação, Camilo Santana, foi um dos 18 ministros que
participou do lançamento do relatório nesta quarta no Uruguai. Em sua fala,
ele disse que é preciso combater a desigualdade no acesso à conectividade
em escolas brasileiras e que o governo deve lançar um programa de banda
larga para todas as escolas do País.

 Segundo ele, também há “enorme preocupação” com relação ao controle


das plataformas digitais no Brasil. “São fundamentais leis nacionais que
possam regulamentar o uso das plataformas digitais, estamos
acompanhando no mundo todo experiências ruins do uso, antidemocráticas,
violentas, como aconteceu nas escolas no Brasil”, completou Camilo.
 O ministro ainda defendeu uma disciplina de cidadania digital. “É preciso
compreender na escola e na vida que o acesso a meios tencológicos pode
ser bom, esse é um caminho que não tem mais retorno, mas também pode
ser muito ruim.”

 Durante a apresentação do relatório, o responsável pelo documento na


Unesco, Manos Antoninis, disse que ao se usar a tecnologia na educação os
países precisam analisar ser ela é equitativa, escalável, sustentável e
apropriadada. “Devemos aprender a viver com e sem tecnologia, saber
quando é importante e quando não é necessária” , afirmou.
Alguns países que já baniram ou têm políticas sobre o uso de celular na
escola
 México
 Finlândia
 Holanda
 Portugal
 Espanha
 Suíça
 Estados Unidos
 Letônia
 Escócia
 Canadá
 França
 Uzbequistão
 Guiné
 Bangladesh
 No texto de apresentação, a diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, diz
que a pandemia fez com se valorizasse uma tendência de “ver as soluções
tecnológicas como uma ferramenta universal, adequada para todas as
situações, uma forma inevitável de progresso”, mas que é preciso lembrar
dos desafios e dos riscos. “Vale reiterar o óbvio: nenhuma tela jamais
substituirá a humanidade de um professor. (...) A relação entre
professores e tecnologia deve ser de complementaridade – nunca de
substituibilidade”, afirma.
 O relatório cita uma meta-análise de pesquisas sobre a relação entre o uso
de telefones celulares pelos alunos e os resultados educacionais, feito com
estudantes da pré-escola ao ensino superior em 14 países. O resultado foi
um efeito negativo, com maior impacto no nível universitário.

 Outro estudo mostra que os alunos podem levar até 20 minutos para se
concentrar novamente no que estavam aprendendo depois de usarem o
celular para atividades não acadêmicas. Há ainda efeito negativo relatado
com o uso de computadores pessoais para atividades não relacionadas à
escola durante as aulas, como navegação na internet.
 “Banir a tecnologia das escolas p ode ser legítimo se a integração não
melhorar o aprendizado ou piorar o bem-estar do aluno. No entanto,
trabalhar com tecnologia nas escolas e seus riscos pode exigir algo mais do
que o banimento”, diz uma das conclusões do relatório da Unesco. A
organização recomenda que as políticas devem ser claras a todos alunos e
professores e que as decisões devem ser apoiadas por evidências sólidas.

 O texto ainda diz que “deve haver clareza sobre o papel que essas novas
tecnologias desempenham na aprendizagem e sobre seu uso responsável
pelas escolas” e que os alunos “precisam aprender os riscos e oportunidades
que vêm com a tecnologia, d esenvolver habilidades críticas e entender
como viver com e sem tecnologia”.
 Segundo a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, a
organização não recomenda o banimento dos celulares nas salas de aula e,
sim, mostra estudos que indicam impacto negativo. “O relatório não indica
proibição, ele diz que, se utilizado em excesso e para atividades não
pedagógicas pode trazer malefícios”, afirma ela, que também acompanhou
a divulgação no Uruguai.
 Segundo o relatório, 16% dos países têm alguma legislação contra o
cyberbullying, que pode acontecer por meio de publicação de fotos ou
vídeos de indivíduos sem o consentimento, exclusão de grupos, violência
verbal, insultos e ameaças. Além do destaque para os ataques feitos por
jovens pela internet, a Unesco demonstra preocupação com uso prolongado
das telas pelas crianças, com consequências para a alimentação, o sono, a
saúde mental, curiosidade e saúde ocular.

 O relatório cita estudos que mostram que, nos Estados Unidos, crianças
de
11 a 14 anos passam nove horas por dia expostas a telas. “O uso da
tecnologia envolve períodos prolongados de tempo gasto no manuseio de
dispositivos e exposição às telas. A educação é particularmente vulnerável a
excessos em ambos os aspectos, o que agrava os riscos para a saúde e o
bem-estar geral”, diz o texto.
 São citados também no relatório países que proíbem o uso de aplicativos
específicos em ambientes educacionais para proteger a privacidade dos
dados das crianças. A proteção de dados é um dos assuntos de destaque do
relatório, cujo texto demonstra preocupação sobre o uso das informações
dos alunos coletadas pelas empresas de tecnologia.

 Na Dinamarca, algumas cidades baniram o uso do Google Workspace for


Education e dos Chromebooks. Na Alemanha, segundo a Unesco, produtos
da Microsoft foram proibidos em alguns Estados. E muitas escolas e
universidades nos Estados Unidos também passaram a colocar restrições ao
TikTok e outras plataformas.
Quais fatores as escolas podem considerar

 A Base Nacional Comum Curricular, documento que estabelece as regras


para a educação no Brasil, não tem normas específicas sobre o uso de
celular ou não em sala de aula. O documento afirma, porém, que usar a
tecnologia é crucial para a formação dos estudantes. Estimular seu uso
capacita os estudantes para um futuro cada vez mais informatizado, segundo
o texto.

 Esse é um caminho que as escolas podem seguir para definir como lidar
com o celular, segundo Almada. “Você pode desligar o celular durante as
aulas e autorizar o uso durante os intervalos”, disse. Apesar dos riscos
associados ao uso excessivo do aparelho, também é possível vê-lo como
recurso didático.
 Uma pesquisa da Gallup, de 2022, revelou que 83% dos adultos dos
Estados Unidos dizem que mantêm o smartphone perto deles quase
o tempo todo durante as horas de vigília, e 64% admitem verificar o celular
assim que acordam pela manhã.

 A mesma pesquisa da Gallup descobriu que 58% dos adultos acham que
passam muito tempo em seus smartphones; entre as pessoas na faixa etária
de 18 a 29 anos, esse número salta para 81%.

 Existe até um dia dedicado a reduzir o uso do telefone: do pôr do sol do


dia 3 de março até o pôr do sol de 4 de março, foi designado o Dia Global
de Desconexão, um período de 24 horas em que telefones e outras telas
são guardados e as pessoas são incentivadas a focar na vida real.
 A utilização da tecnologia em salas de aula e em casa pode ser
uma
distração, prejudicando a aprendizagem.

 Os dados são do “Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023",


divulgado nesta quarta-feira (26) pela Unesco, Organização da ONU para
Educação.

 França, Itália, Finlândia, Holanda e Estados Unidos já proibiram o uso do


celular ou de redes sociais nas escolas. Segundo o levantamento, a simples
proximidade do aparelho é capaz de distrair os estudantes e provocar um
impacto negativo na aprendizagem.

 Mais de um em cada três professores em sete países concordaram que o


celular atrapalha o ensino em sala de aula. A presidente do Instituto
Singularidades, Claudia Costin, comenta os prejuízos do uso do
 Mas, segundo o relatório, o ensino online evitou o colapso da
educação
durante o fechamento das escolas na pandemia.

 O ensino a distância registrou um alcance potencial de mais de 1 bilhão de


estudantes. Mas, ao mesmo tempo, não foi capaz de alcançar pelo menos
meio bilhão, ou 31% dos alunos em todo o mundo – e 72% entre os mais
pobres.

 Durante a divulgação do relatório, o ministro da Educação, Camilo Santana,


anunciou que o governo vai lançar, nos próximos dias, um programa de
banda larga para conectar todas as 138 mil escolas públicas brasileiras.

 A Unesco destaca ainda que os sistemas educacionais devem garantir os


melhores interesses dos estudantes. A tecnologia deve complementar a
interação com os professores.
 De acordo com a escola de Santiago, os professores notaram que os
estudantes se mostraram mais concentrados nas atividades, participam mais
das discussões e apresentaram melhora no aprendizado sem o celular.

 A diretora explica que os alunos de Ensino Médio foram convidados pelas


professoras a participar da confecção das caixas, com decoração e
desenhos. Entre os estudantes de Ensino Fundamental, houve maior
resistência à prática, mas não foram registrados problemas desde a adoção
da "caixa coletora".
Prof. Rodolfo Gracioli

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