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Crianças no celular é um assunto que já está em pauta dentro da sua casa? O uso constante
de telas pelos pequenos está cada vez mais comum e, inclusive, há um nome para
isso: intoxicação digital infantil, de acordo com a Fiocruz.
O que parece algo inocente e apenas um joguinho para distrair a criançada é, a longo prazo,
prejudicial para o crescimento e desenvolvimento dos pequenos, inclusive, de ordem física,
cognitiva e comportamental. Dessa forma, resgatar as brincadeiras ao ar livre, as interações
humanas e o incentivo à criatividade é crucial e deve ser uma prioridade para papais e
mamães.
Neste conteúdo, separamos algumas informações para compreender como lidar com crianças
com celular de forma saudável. Boa leitura!
É sempre importante lembrar que bebês e crianças têm “a cabeça em construção”, o que faz
com que nessa fase, a exposição às telas se torne ainda mais crítica. Em seguida, listamos
alguns dos malefícios.
O uso de telas pelas crianças faz com que o córtex fique atrofiado e, consequentemente,
receba menos estímulos do que em outras atividades. Além disso, essa região está em
desenvolvimento e os pequenos acabam por não ter a maturidade necessária para conter
impulsos.
Liberação de dopamina
A dopamina é um neurotransmissor muito importante e que está relacionado a compensação,
prazer, humor, entre outras sensações e funções importantes para o organismo.
Acontece que a dopamina também está relacionada ao vício e, por isso, o uso excessivo
das redes sociais causa tanta dependência, pois a sensação de recompensa por meio de
curtidas, comentários ou notificações faz com que o cérebro precise cada vez mais desse
estímulo — se nós, adultos, já ficamos presos a isso, imagine os pequenos.
Celular e crianças é um assunto sério, uma vez que o uso das redes sociais pode causar
dependência.
Além disso, pesquisas estudam a estrutura das redes sociais e mostram que elas são
desenvolvidas para que seja prazeroso ficar imerso naquele espaço digital. A dependência da
tecnologia já é considerada patológica.
Déficit de aprendizagem
Brincar, além de delicioso, é necessário. São nesses momentos em que realidade e
imaginação se fundem que os pequenos dão significado aos pensamentos e vivencie
experiências. Não há dúvidas de que esse é um momento muito importante para o
desenvolvimento cognitivo e, quando ele é substituído pelas telas, fica uma lacuna.
Crianças com suas próprias televisões e celulares comunicam-se menos com os pais e irmãos
e, consequentemente, a ausência dessas trocas atrapalha o desenvolvimento da fala.
Aumento do medo
Filmes, séries e, até mesmo, vídeos no YouTube e TikTok: em todos eles é possível encontrar
conteúdos violentos, com morte, roubo, desafios perigosos, entre outros comportamentos
negativos.
Quando a criança usa de forma indiscriminada as telas, sem qualquer acompanhamento dos
pais ou responsáveis, ela pode cair nesse tipo de conteúdo. Acontece que, a depender da
idade, ela ainda pode ter dificuldades de separar o que é real e o que é fantasioso.
Diante disso, esse tipo de material pode passar a ela uma ideia diferente do que o mundo
realmente é e, consequentemente, gerar medo e ansiedade.
Intolerância à espera
Você já notou que a geração de crianças que cresceram com o celular na mão se mostra um
pouco mais impaciente? Isso não é à toa: dentro do mundo digital, tudo é muito rápido e
instantâneo. Logo, os pequenos não lidam com a necessidade da espera.
A intolerância à espera pode fazer com que as crianças se chateiam com mais facilidade.
No mundo real sabemos que nada é tão rápido assim e, consequentemente, as crianças
podem ficar intolerantes porque querem ser satisfeitas ao mesmo tempo que na internet, onde
rapidamente acessam o entretenimento delas.
Desafiador, mas não impossível, é essencial saber educar os pequenos para usar
corretamente as telas sem que isso seja prejudicial para a saúde deles. Para isso, os pais
devem se conscientizar do papel deles nessa missão.
Ou seja, comece por ser o exemplo que o seu filho precisa. Não adianta chamar a atenção da
criança por passar horas no celular se, no fim do dia, você passa um bom tempo com o
aparelho na mão, sem sequer interagir com o pequeno.
Outra dica é estipular um horário do dia para que ninguém da família use telas. Essa é uma
forma de incentivar o convívio e garantir que o pessoal de casa não substitua um momento
juntos por celulares e outras tecnologias.
Um dos passos para uso saudável das tecnologias é conhecer as diretrizes da Organização
Mundial de Saúde, Academia Americana de Pediatria e Sociedade Brasileira de Pediatria, que
dizem o seguinte:
Entre 18 meses e dois anos: nenhuma ou pouquíssima exposição com telas. Se for
assistir, que seja por apenas 1 hora;
Além de respeitar as horas por idade, é muito importante que os pais monitorem qual conteúdo
a criança está assistindo e dê preferência para os educativos. Vale também que o adulto
assista junto, para conversar e estimular os pequenos a processar melhor a informação.
Para as crianças mais velhas, que estão em fase de pré-adolescência, os pais podem usar a
situação para ensinar responsabilidades e como organizar o dia, incluindo na rotina as tarefas e
o momento de lazer.
Entendemos que, após um dia longo, cansativo e, muitas vezes, estressante no trabalho, os
adultos tendem a desejar ficar quietos e ter um momento de paz para relaxar. Entretanto,
deixar os pequenos no celular não é o melhor caminho e, por isso, vale ajudá-los a conquistar o
hábito de fazer outras atividades igualmente divertidas.
Por exemplo, que tal brincar todos juntos? Ou tirar um tempo onde todos na família vão ler um
livro? Lembre-se que crianças aprendem por exemplo e, portanto, tudo o que você for fazer
pode refletir nas atitudes do seu filho.
Ser firme também é muito importante. Crianças e adolescentes que já estão viciados nas telas
muito provavelmente não vão ter um comportamento simpático quando você for se impôr em
relação ao uso dos aparelhos. Aliás, há cada vez mais casos de agressividade por parte dos
pequenos em relação a isso.